Manoel de Oliveira

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Manoel Cândido Pinto de Oliveira (Porto, 12 de Dezembro de 1908) é um cineasta português e o mais velho realizador no mundo em actividade.

Considerado um dos profissionais do cinema mais influentes na Europa, vem de uma familia de industriais abastados, tendo sido o seu pai o primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal.

Maioritariamente educado num Colégio de Jesuítas na Galiza, passa a adolescência sonhando tornar-se actor. Com vinte anos, ingressa na escola de actores do cineasta italiano radicado no Porto Rino Lupo, mas quando viu o filme documental Berlin: Symphony of a City de Walther Ruttmann, mudou de ideias. Assim dirigiu o seu primeiro filme, um documentário sobre a actividade fluvial no Rio Douro, filmada na zona ribeirinha da sua cidade, com o título Douro, Faina Fluvial (1931). Recebeu formação nos estúdios alemães da Kodak.

Participou como actor no primeiro filme sonoro português A Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo.

Só muito mais tarde, em 1942, criou o seu primeiro filme de ficção. Aniki-Bóbó, o retrato de crianças nas ruas do Porto, era uma falha comercial quando estreou, e só ao longo do tempo começou a ser considerado. Por causa disso, Oliveira tinha de abandonar os outros projectos de filmagens nos quais estava envolvido, para se dedicar às empresas da família. No entanto, nunca perdeu a sua paixão para o cinema, e em 1956 voltou com O Pintor e a Cidade.

Em 1963, O Acto de Primavera marcou uma nova fase do seu percurso de cineasta. Com este filme iniciou em Portugal, no cinema, praticamente ao mesmo tempo que António Campos, a prática da antropologia visual, que seria amplamente explorada por cineastas como , João César Monteiro, António Reis, Ricardo Costa ou Pedro Costa. Surgiu, de seguida, A Caça. Estes dois filmes foram muito apreciados, mas mesmo assim só voltou a rodar nos anos setenta.

Manoel de Oliveira insiste em dizer que só cria filmes pelo gozo de os fazer, independente da reacção dos críticos. Apesar dos multiplos condecorações em festivais como o Festival de Cannes, Festival de Veneza e Festival de Montreal, leva uma vida retirada e longe das luzes da ribalta.

[editar] Filmografia

2006 - Belle Toujours
2005 - Espelho Mágico
2003 - Um Filme Falado
2002 - O Princípio da Incerteza
2001 - Porto da Minha Infância
2001 - Je Rentre à La Maison
2000 - Palavra e Utopia
1999 - A Carta
1998 - Inquietude
1997 - Viagem ao Princípio do Mundo
1996 - Party
1995 - O Convento
1993 - Vale Abraão
1992 - O Dia do Desespero
1991 - A Divina Comédia
1990 - Non, ou a Vâ Glória de Mandar
1988 - Os Canibais
1987 - Mon Cas
1985 - Le Soulier de Satin
1983 - Lisboa Cultural
1983 - Nice - à propos de Jean Vigo
1982 - Visita ou Memórias e Confissões
1981 - Francisca
1979 - Amor de Perdição
1975 - Benilde ou a Virgem Mãe
1972 - O Passado e o Presente
1966 - O Pão
1965 - As Pinturas do Meu Irmão Júlio
1964 - A Caça
1963 - Acto de Primavera
1956 - O Pintor e a Cidade
1942 - Aniki Bóbó
1941 - Famalicão
1938 - Já se Fabricam Automóveis em Portugal
1938 - Miramar, Praia das Rosas
1932 - Estátuas de Lisboa
1931 - Douro, Faina Fluvial

Como actor

1980 - Conversa Acabada, de João Botelho
1933 - A Canção de Lisboa, de Cotinelli Telmo
1928 - Fátima Milagrosa, de Rino Lupo

Como supervisor

1970 - Sever do Vouga... Uma Experiência, de Paulo Rocha
1966 - A Propósito da Inauguração de Uma Estátua - Porto 1100 Anos, de Artur Moura, Albino Baganha e António Lopes Fernandes.