Museu de Arqueologia de Itaipu
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O Museu de Arqueologia de Itaipu (MAI), criado em 1977, está instalado nas ruínas do antigo Recolhimento de Santa Teresa, à praça de Itaipu s/no., Município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
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[editar] O Recolhimento de Santa Teresa
A instituição foi fundada pelos padres Manuel Francisco da Costa e Manuel da Rocha, com a finalidade de recolher religiosas em retiro espiritual ou cumprindo punição.
Embora tradicionalmente se afirme que estes religiosos pertenciam à Companhia de Jesus, é necessário recordar que esta instituição havia sido banida de Portugal e seus domínios ultramarinos desde Setembro de 1759 pelo Marquês de Pombal.
De acordo com Monsenhor Pizarro, este convento, sob a invocação de Santa Teresa, foi inaugurado no dia 17 de Junho de 1764, como a ajuda do pároco local Manuel da Rocha, intitulado de "Protetor do Bem Comum", as primeiras religiosas ingressaram no Recolhimento.
Por não ser permitido localmente a ereção desse tipo de construção, foi necessário que o bispo, D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco solicitasse uma autorização formal da rainha D. Maria I (1777-1816), por intermédio do Vice-rei e Capitão-general de Mar-e-Terra dos Estados do Brasil, D. Luiz Vasconcelos e Souza (1779-1790), para o prosseguimento das obras.
A tradição local afirma que a instituição servia ainda como confinamento de mulheres, imposto por seus pais ou maridos, que desse modo esperavam conservá-las castas, conforme os costumes da sociedade patriarcal (latifundiária e escravocrata) característica do Brasil colônia.
Afirma-se ainda que as instalações do Recolhimento possuíam ligação com a Igreja de São Sebastião de Itaipu, o que não foi comprovado.
Posteriormente utilizado como cadeia e abandonado no século XX, as suas instalações foram depredadas, tendo as suas telhas, vigas, portas, janelas e mesmo a sua pedra sido furtada. Mais recentemente as ruínas foram utilizadas como abrigo para pescadores locais que, ao erguerem pequenas habitações entre as paredes de pedra arruinadas contribuíram para a descaracterização do monumento.
[editar] O tombamento e a requalificação do imóvel
Após esse período de abandono, o imóvel foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN) em 8 de janeiro de 1955 e os remanescentes da sua arquitetura restaurados em um trabalho longo e demorado.
Atualmente restam alguns cômodos cobertos, como a capela e alguns muros com evasaduras guarnecidas de cantaria. As dependências da capela foram requalificadas como sala de exposições temporárias. Restam ainda várias colunas que se acredita sustentavam um carramanchão, adjacente a esta primitiva capela.
A partir de Outubro de 1991, a edificação passou a ser também considerada como sítio arqueológico, devido à sua proximidade com a chamada Duna Grande, um dos mais importantes sítios pré-cabralinos do Estado do Rio de Janeiro.
[editar] O Museu de Arqueologia de Itaipu
Inaugurado em 1977, o MAI desenvolve um programa educativo-cultural voltado para as escolas e para a comunidade local, tendo como tema central a arqueologia pré-histórica e histórica.
O seu acervo, composto por objetos dos povos indígenas que viveram no litoral fluminense antes de 1500, tem como destaques blocos-testemunho (entre os quais o do Sambaqui de Camboinhas, datado de 6.000 a.C.), machados de pedra e material lítico em geral, pontas de ossos, lascas de quartzo, polidores, peças de cerâmica e conchas. Parte expressiva dessa coleção foi doada à instituição pelo amador de arqueologia Hildo de Mello Ribeiro, agente federal de Fiscalização da Pesca aposentado, morador de Itaipu, que o coletou ao longo dos anos na região, preservando-o dessa forma.
Atualmente o MAI encontra-se sob a responsabilidade técnico-administrativa da 6a. Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão do Ministério da Cultura.
[editar] Visitação
O museu organiza cursos e exposições, recebe visitas guiadas e promove diversos eventos culturais.
As visitas podem ser feitas de quarta-feira a domingo, das 13 às 17h.