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Companhia de Jesus - Wikipédia

Companhia de Jesus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Se procura o município do Paraná, consulte Jesuítas (Paraná).
Santo Inácio de Loyola
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Santo Inácio de Loyola

A Companhia de Jesus (em latim, Societas Iesu, abreviadamente S. J.), cujos membros são conhecidos como Jesuítas, foi fundada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados por Íñigo López de Loyola (Santo Inácio de Loyola). É hoje conhecida principalmente por seu trabalho missionário e educacional.

Índice

[editar] Fundação

Em 15 de Agosto de 1534, Inácio e seis outros estudantes (Pedro Faber, Francisco Xavier, Alfonso Salmeron, Jacob Laines, e Nicolau Bobedilla - Espanhóis, e Simão Rodrigues - um português) encontraram-se na Igreja de Santa Maria, Montmartre e fundaram a Companhia de Jesus - para "desenvolver trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém, ou para ir aonde o papa nos enviar, sem questionar".

Em 1537 eles viajaram até Itália em busca de aprovação papal da sua nova ordem. O Papa Paulo III concedeu-lhes uma recomendação e autorizou que fossem ordenados padres. Foram ordenados em Veneza pelo bispo de Arbe (24 de Junho). Devotaram-se inicialmente a pregar e em obras de caridade em Itália. A guerra reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os Turcos (Seljuk), tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável.

Na companhia de Faber e Lainez, Inácio viajou até Roma em Outubro de 1538, para pedir ao papa a aprovação da nova ordem. A congregação de cardeais deu um parecer positivo à constituição apresentada, e em 27 de Setembro de 1540, Paulo III confirmou a ordem através da Bula "Regimini militantis Ecclesiae", que integra a "Fórmula do Instituto" onde está contida a legislação substancial da nova Ordem. O número dos seus membros foi no entanto limitado a 60. Esta limitação foi porém posteriormente abolida pela bula Injunctum nobis de 14 de Março de 1543. Inácio de Loyola foi escolhido para servir como primeiro superior-geral. Ele enviou os seus companheiros e missionários para vários países europeus, com o fim de criar escolas, liceus e seminários.

Inácio de Loyola escreveu as constituições jesuítas, adoptadas em 1554, que deram origem a uma organização rigidamente disciplinada, enfatizando a absoluta auto-abnegação e a obediência ao Papa e os superiores hierárquicos (perinde ac cadaver, disciplinado como um cadáver, nas palavras de Inácio). O seu grande princípio tornou-se o lema dos jesuítas: "Ad Majorem Dei Gloriam" (tudo por uma maior glória de Deus)

[editar] Obra inicial

Os jesuítas foram fundados no seguimento da reforma Católica (também chamada Contra-Reforma), um movimento reaccionário à Reforma Protestante, cujas doutrinas se tornavam cada vez mais conhecidas através da Europa, em parte graças à recente invenção da imprensa. Os Jesuítas pregaram a obediência total às escrituras e à doutrina da igreja, tendo Inácio de Loyola declarado:

"Eu acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado"

Uma das principais ferramentas dos Jesuítas era o retiro espiritual de Inácio. Neste, várias pessoas reúnem-se sob a orientação de um padre durante uma semana ou mais, permanecendo em silêncio enquanto atendendo a palestras e submetendo-se a exercícios para se tornarem pessoas melhores. Por exemplo, houve uma conferência e meditações acerca das nossas mortes iminentes, entre outras.

Também pregaram que as decorações e a ostentação em geral nas cerimónias do catolicismo (desprezadas pelos Luteranos) deviam ser acentuadas e abundantemente financiadas.

Os jesuítas conseguiram obter grande influência na sociedade nos períodos iniciais da idade moderna (séculos XVI e XVII) porque os padres jesuítas foram por muitas vezes os educadores e confessores dos reis dessa altura. (Ver D. Sebastião de Portugal, por exemplo). Os jesuítas foram uma força líder da Contra-Reforma, em parte devido à sua estrutura relativamente livre (sem os requerimentos da vida entre a comunidade nem do ofício sagrado), o que lhes permitiu uma certa flexibilidade operacional. Em cidades alemãs, por exemplo, os jesuítas tiveram um papel batalhador, contribuindo para a repressão de quaisquer revoltas inspiradas pela doutrina de Martinho Lutero. Ver Munique ou Bona por exemplo, cidades que apesar de iniciais simpatias por Lutero, permaneceram um bastião católico, em grande parte pelo empenho de jesuítas.

[editar] Expansão

As missões iniciais ao Japão otiveram como resultado a concessão aos jesuítas do enclave feudal em Nagasaki em 1580. No entanto, devido a receios crescentes da sua crescente influência, este privilégio foi abolido em 1587.

Dois jesuítas missionários, Gruber e D'Orville, chegaram a Lhasa, no Tibete, em 1661. Na China do século XVIII, os jesuítas estiveram envolvidos na chamada questão dos ritos chineses.

[editar] Na América do Sul

Em 1549 chegou ao Brasil (Bahia) o primeiro grupo de seis missionários liderados por Manuel da Nóbrega, trazidos pelo governador-geral Tomé de Sousa.

As missões jesuítas na América Latina foram controversas na Europa, especialmente em Espanha e em Portugal, onde eram vistas como interferência com a acção dos reinos governantes. Os jesuítas opuseram-se várias vezes à escravatura. Eles fundaram uma liga de cidades-estado, chamada Missões ou Misiones no sul do Brasil, ou ainda reducciones, no Paraguai, que eram povoações organizadas de acordo com o ideal católico, mais tarde destruída por espanhóis, e principalmente portugueses, à cata de escravos.

Segundo o historiador Manuel Maurício de Almeida, desde o fim do século XVI houve expansão hispano-jesuítica a partir de Assunción no atual Paraguai, em três frentes pioneiras: 1 - rumo ao sul do Mato Grosso. Fundada a vila de Santiago de Jerez, que seria o centro da Província de Nueva Vizcaya, havia missões que aldeavam os representantes das comunidades primitivas do Itatim. Projeto com apoio do Estado e da Igreja, para assegurar o controle do vale do rio Paraguai e articular as missões do Itatim com as de Mojos e Chiquitos, de modo a assegurar proteção ao altiplano mineiro na atual Bolívia. 2 - em trechos do atual território do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, aldeias do Tape, Uruguai e Sierra. 3 - do Paraná, onde se fundou na Provincia del Guairá e a Villa Real del Espiritu Santo.

As missões na América do Sul eram unidades de produção autosuficientes, com relação de produção do tipo feudal. Cada família cultivava em regime de posse individual e coletiva porções de terra. A retribuição era sempre representada por produtos, realizados coletivamente (tupambaé, "parte de Deus") ou nas terras de posse familiar (abambaé,"parte das pessoas"). O que era reservado à reprodução do sistema econômico, ou comércio, constituía tabambaé ou "parte da aldeia". Havia um cabildo rudimentar, presidido por um corregedor indígena eleito pela comunidade. A ideologia religiosa era católica. Com a ocupação dos portos negreiros na Africa, São Jorge de Mina, São Tomé e São Paulo de Luanda, pelos holandeses, o apresamento de índios se expandirá na segunda metade do século XVII para muito além das vizinhanças do planalto de Piratininga, força de trabalho escrava mais lucrativa - principalmente Guaiará. Autoridades espanholas favoreceram mesmo, na vigência da União Ibérica, a destruição das missões.

Em 30 de julho de 1609 uma lei de Filipe III declarou livres todos os índios. Sob influência da Companhia de Jesus, a escravidão era proibida mas se mantinha sobre eles a jurisdição dos jesuítas. Houve reclamações tamanhas, por se ter desordenado a economia da colônia, principalmente do Rio de Janeiro e de São Paulo, que a Coroa retrocedeu, por lei de 10 de janeiro de 1611 ao regime anterior, os escravos sendo prisioneiros de guerra justa. Fi sempre a principal causa dos conflitos entre o povo e os jesuitas. A ficção legal era a do resgate, o troco de índios das tribos que os houvessem tomado em guerra para salvá-los da morte e convertê-los - um eufemismo. A ação dos jesuítas resultava em simples transferência da escravidão em favor da Companhia, que os tratava porém com grande humanidade.

[editar] Períodos agitados

Na seqüência de uma série de decretos assinados pelo papa Clemente XIV, incluindo o Breve "Dominus ac Redemptor" assinado em 21 de Julho de 1773, os jesuítas foram suprimidos em todos os países (excepto a Rússia, onde a liderança da igreja ortodoxa recusou reconhecer a autoridade papal). Havia 5 assistências, 39 províncias, 669 colégios, 237 casas de formação, 335 residências missionárias, 273 missões e 22589 membros.

Em Portugal, os Jesuítas já tinham sidos expulsos do país pelo Marquês de Pombal, na sequência do caso Távora em 1759.

Em 1814, no entanto, é restaurada a Companhia no mundo inteiro pelo Decreto do Papa Pio VII "Solicitudo omnium Ecclesiarum".

[editar] Os Jesuítas de hoje

A companhia de Jesus continua activa no trabalho missonário e na educação, hoje em dia.

Alguns jesuítas latino-americanos adaptaram uma visão esquerdista do catolicismo ao desenvolver a Teologia da Libertação, contrária às orientações do Vaticano. Este tipo de opção política, embora já tenha sido sumariamente condenado pela Santa Sé, continua a ser um tema controverso entre alguns teólogos dissidentes, insubmissos ao Magistério Perene da Igreja.

[editar] Jesuítas famosos

Os jesuítas estão presentes, desde a primeira hora, nos novos mundos que se abrem à actividade missionária da época. São Francisco Xavier percorre a Índia, Indonésia, Japão e chega às portas da China;João Nunes Barreto e Andrés de Oviedo empreendem a fracassada missão da Etiópia; Padre Manoel da Nóbrega e Beato José de Anchieta ajudam a fundar as primeiras cidades do Brasil (Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro).

[editar] Actuação inicial no Brasil

Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 e começaram sua catequese erguendo um colégio em Salvador da Bahia, fundando a Província Brasileira da Companhia de Jesus. 50 anos mais tarde já teriam colégios pelo litoral, de Santa Catarina ao Ceará. Quando Pombal os expulsou em 1760, eram 670 por todo o país, distribuídos em aldeias, missões, colégios e conventos.

Os nomes grandiosos do começo são evidentemente os de Manuel da Nóbrega e José de Anchieta. Não se podem esquecer Leonardo Nunes, Vicente Pires ou o padre João de Azpilcueta Navarro. Varnhagen nos diz que este fora logo mandado para Porto Seguro, capitania onde estavam os melhores intérpretes da língua tupi, talvez ainda - em avançada idade? - alguns dos ali deixados por Cabral e depois pela primeira armada exploradora. Vieram ainda os irmãos Diogo Jácome e Vicente Rodrigues. Haviam partido de Portugal a 1 de fevereiro de 1549. Na Bahia, participaram da fundação da cidade de Salvador. Leonardo Nunes e Diogo Jácome foram enviados imediatamente para as aldeias das capitanias de Ilhéus e Porto Seguro, em missão de catequese. Pouco depois, o irmão Vicente Rodrigues foi substituir o padre Leonardo, que seguiu para o Sul, rumo à capitania de São Vicente.

José de Anchieta também esteve em Porto Seguro e, em carta reproduzida por Accioli, diz: «Aqui temos casa em que vivem de ordinário seis dos nossos, três padres e três irmãos; vivem de esmolas, ajudados dos da Bahia, como a casa dos Ilhéus. Têm a seu cargo duas aldeias de índios, uma cinco léguas da vila para o sul, outra quatro para o norte. Não estão os padres muito bem recebidos nesta terra por causa dos Capitães e outros homens que não nos são muito benévolos, mas bem empregados, maxime em atender aos indios, porque com os portugueses não se tira muito fruto.» E, adiante, descreve a terra: «Os homens e mulheres portugueses nesta terra se vestem limpamente de todas as sedas, veludos, damascos, razes e mais panos finos como em Portugal e nisto se tratam com fausto, máxime as mulheresque vestem muitas sedas e jóias e creio que nisto levam vantagem, por não serem tão nobres, às de Portugal, e todos, assim homens como mulheres, como aqui vem, se fazem senhores e reis por terem muitos escravos e fazendas de açúcar, por onde reina o ódio e lascívia e o vício da murmuração geralmente...»

Republicadas, nas Primeiras Cartas do Brasil aparecem as primeiras cartas escritas no Brasil. Foram impressas em Coimbra em duas coletâneas – de 1551 e de 1555 – e ainda impressionam pela força de suas informações e sinceridades do relato. Observadores atentos, os jesuítas descrevem suas aventuras entre índios e colonos, procissões na selva, conversões, fugas, cenas de canibalismo, milagres, construções de igrejas e casas, expedições cercadas de perigos. A objetividade e simplicidade das cartas – que encantaram os leitores quinhentistas - transformaram-nas em sucesso editorial ao serem traduzidas em diversas línguas.

Simão Rodrigues nos conta que em 1555 «se achavam em toda a Província 26 sujeitos da Companhia, quatro na Bahia, dois em Porto Seguro, dois no Espírito Santo, cinco em São Vicente e 13 em Piratininga.» Leonardo do Vale, padre de Bragança que esteve com Mem de Sá na Guanabara, residiu um tempo em Porto Seguro e outro em Piratininga. Era professor no Colégio da Bahia em 1567 e deixou um vocabulário da língua tupi. Também por Porto Seguro esteve em 1568 o padre Inácio de Azevedo, beatificado em 1854 pelo papa Pio IX como um «dos quarenta mártires do Brasil».

Numerosas aldeias jesuíticas foram criadas na região sertaneja, respaldadas pelos Colégios da Bahia e de Pernambuco. As relações entre Colégios e Missões eram tensas, pois os primeiros pensavam privilegiar os «descimentos», enquanto as missões defendiam os «aldeamentos». Eram sistemas distintos. A disputa entre Garcia d´Avila, senhor da Casa da Torre, que em 1669 destruiu residências e aldeias no sertão e o padre Jacob Roland, missionário jesuíta entre os tapuias, ilustra bem a tensão.

As Cartas Ânuas do período (1690-1693), nos Catálogos (1679-1694) e outras encontram-se abundantes referências às aldeias dos tapuias (pagi tapuyarum). Uma carta de 1702 para a Junta das Missões apresenta muito bem a situação. As missões continuariam até a expulsão dos jesuítas em 1759.

Foram os que, dos religiosos, desempenharam o maior papel na colonização. Além do Colégio de Salvador, estabeleceram, imediatamente, residências em Porto Seguro e Ilhéus. A partir destes pontos, criaram várias aldeias em suas vizinhanças. Durante o século XVI, existiram na capitania de Porto Seguro nove missões das quais se conhecem os nomes de pelo menos seis: Casa do Salvador, em Porto Seguro; Aldeia do Espírito Santo de Patatiba (1564), atual Vale Verde; Aldeia de Caravelas (1581); São João Batista (1586), atual arraial de Trancoso; Santo André e São Mateus, situadas, respectivamente, em frente à Vila de Santa Cruz Cabrália e ao sul de Porto Seguro. Devido aos ataques dos índios, estavam reduzidas, em 1643, a quatro.

Na Capitania de Ilhéus, receberam grandes glebas de terras, fundaram ali residências, colégios e aldeias. Em 1563, Mem de Sá doou ao Colégio da Bahia a chamada sesmaria das 12 léguas de Camamu, que havia recebido, em 1537, de Jorge Figueiredo Correia e se estendia do Rio Jequié, em Nilo Peçanha, até duas léguas ao norte do Rio de Contas, em Itacaré. Ali os jesuítas fundaram a Aldeia e Residência de Boipeba) e a Aldeia de N. S. da Assunção do Camamu. No atual Município de Ilhéus, fundaram o Colégio de N. S. da Assunção, além de possuírem o Engenho de Sant’Ana, doado em 1563, pela filha de Mem de Sá, ao Colégio de Santo Antão de Lisboa.

Durante o século XVII, os esforços de colonização portugueses se concentraram na região entre Valença a Itacaré, onde se localizava a sesmaria dos jesuítas. A região passou a ter o papel de produtora de gêneros alimentícios e materiais de construção para Salvador e para o Recôncavo canavieiro. A aldeia de Boipeba, por exemplo, teve grande crescimento, devido à fuga de colonos do continente, temerosos dos ataques dos Aimorés, sendo elevada a vila entre 1608 e 1610. Os jesuítas, por seu turno, criam na aldeia de Nossa Senhora da Assunção (em Camamu) um engenho que se encontrava em construção em 1604 e seria destruído pelos holandeses em 1640. Criaram, também, a Aldeia da Purificação, ou Nossa Senhora das Candeias de Maraú (1654), atual Barcelos do Sul; a Residência de São Francisco Xavier, no Morro do Galeão (1623), e a Igreja de Santo Inácio, ambas em Cairu, além da Aldeia de Santo André e São Miguel de Serinhaém (1683), atual Ituberá.

Fora dos tabuleiros de Valença, os jesuítas fundaram a aldeia de Nossa Senhora da Escada, em Olivença, capitania de Ilhéus, organizada como residência fixa a partir da penúltima década do século XVII.

[editar] Embates em São Paulo e no Rio de Janeiro

Houve violentas disputas em São Paulo com os bandeirantes. Em 10 de junho de 1612 houve uma reclamação do «povo de São Paulo» perante o conselho, contra os jesuítas; assinaram José Ortiz de Camargo, Amador Bueno, Antônio Raposo Tavares, Bartolomeu Bueno, Pedro Leme, Aleixo Leme, Henrique da Cunha Gago, Antônio Bicudo, Antônio de Oliveira, Sebastião Leme, Antônio Fernandes, Domingos Pires, Diogo Pires, Pedro Nunes de Pontes, Geraldo Correia Sardinha, Belchior da Costa, Gonçalo Madeira, Pascoal Leite Furtado, Duarte Machado, Manoel Godinho, André Gonçalves, Ascenso Ribeiro, Manoel Francisco Pinto, Fernão Dias, Pedro Dias, Francisco Preto, Rafael de Oliveira, João do Prado, e outros.

Era conflito novo e mais violento do que o anterior, pois a câmara e o povo negaram aos jesuítas qualquer intromissão no governo das aldeias dos índios, pois o rei só lhes haviam concedido a administração espiritual deles. Os padres recuaram com protestos dos ofiais da Câmara, o juiz ordinário Jusepe de Camargo à frente, e grande número dos principais, homens bons e da governança da terra.

Houve novo embate em 1621.

O episódio mais grave, em 1640, ficou conhecido como «a botada dos padres fora». Somente em 14 de maio de 1653, houve termo assinado pelos oficiais da Câmara de São Paulo, homens bons e padres da Companhia pelo qual foram os direitos «restituidos aos seus colégios na capitania». Foi importante o papel do bandeirante Fernão Dias Pais, cujo irmão foi o Padre João Leite da Silva, celebrado por suas virtudes, instrução, letras e zelo apostólico. Eram frequentes, aliás, na colônia, dissídios entre as autoridades do Reino e as eclesiásticas.

Haverá outro, violento conflito em 1683. Os padres eram prestigiados por Pedro Taques de Almeida, Capitão-mor da capitania, o primo riquíssimo Padre Dr. Guilherme Pompeu de Almeida, o grande bandeirante Lourenço Castanho Taques e duas matronas opulentas, D. Leonor de Siqueira (viúva do sertanista Luís Pedroso de Barros) e sua filha, esposa de Pedro Taques, D. Angela de Siqueira. Com grande fortuna, Leonor ajudou a erguer de pedra e cal a torre do Colégio, enquanto a filha de encarregou da fachada. A reconstrução acabou em 1694. Era reitor o padre Manuel Correia. Haverá um depoimento em 1701 de que a igreja valia a pena pela obra de talha dourada!

Ainda não estava pacificada a situação quando aos índios em 1685: em 8 de março, tendo-se espalhado rumores de que o povo tentava outra vez expulsar os padres da Companhia, reuniram-se os homens bons da vila de São Paulo na casa do conselho e elegeram o Bispo D. José de Barros Alarcão ( três anos em São Paulo) e o capitão-mor Pedro Taques de Almeida para tratarem com o provincial da Companhia, Alexandre de Gusmão, o meio de se concertarem. O Bispo e Taques se dirigiram ao colégio e acertaram com Gusmão que o «procurador da companhia de Jesus, que estava para ir a Roma, se encarregaria de solicitar e alcançar permissão para se poder ir ao sertão trazer índios ao grêmio da igreja e educá-los na fé, podendo deste modo os moradores possui-los e tê-los em seu poder.» O povo aplaudiu o acordo e foi ratificado pela Carte Régia de 9 de novembro de 1690, com a restrição de que não era permitido entradas com bandeiras no sertão senão em auxílio dos padres que fossem pregar a fé, e que só era permitido trazer índios que voluntariamente quisessem vir.»

Houve nova tentativa dos paulistas de expulsar os jesuítas mas em 24 de julho de 1687, feita acomodação, foi lavrado um termo na câmara por intermédio do Padre Francisco de Moraes.

[editar] Expulsão do Brasil

O século XVIII assistiu à expulsão dos jesuítas do Brasil, seqüestrando-se seus bens.

  • 1 - Em Sergipe: as sesmarias concedidas ao tempo da fundação da Capitania e prédios na Tejupeba; em Jaboatão; no local denominado Retiro, próximo a atual cidade de Laranjeiras; terras perto da hoje cidade de Maroim; terrenos em Japaratuba; e residências.

Em Jaboatão os jesuítas construíram o mosteiro, um cruzeiro de pedra e a igreja dedicada a Nossa Senhora das Agonias. Segundo José Bezerra dos Santos, o autor do romance O Tesouro de Jaboatão, “os cristãos que se aproximavam daquele abrigo ofereceram-se, voluntariamente, para executarem a escavação de um enorme subterrâneo, sob o monte, o que fizeram um labirinto e largos corredores, onde foram enterrados os bens mais preciosos da igreja, para ficarem a salvo das incursões dos flamengos, protestantes, inimigos da Igreja, que avançavam sertão adentro”. Para este autor, o «Tesouro de Jaboatão» não foi deixado, no século XVIII, quando da expulsão dos jesuítas, mas estava guardado desde o século anterior, por temor dos holandeses em Sergipe, nas margens do rio São Francisco. Haveria assim uma acumulação de riquezas, protegidas de todas as investidas que pudessem ameaçá-lo. A tese estaria fundamentada na ação do Vaticano, em 1630, ordenando recolher a rica imagem de Nossa Senhora das Agonias, salvando-a de um assalto flamengo.

Os registros indicaram, sempre, que em 1694 os jesuítas já estavam com sua fazenda e “Residência de Jaboatão no rio de São Francisco». Sabia-se, também, que o padre João Nogueira, Procurador das Fazendas de Sergipe, e o irmão carpinteiro Francisco Simões, que fizeram as obras da Fazenda Tejupeba, moravam em Jaboatão. Em 1757, quando os vigários das diversas Freguesias sergipanas fizeram o levantamento, o pároco de Vila Nova (hoje Neópolis) assim tratou de Jaboatão, como uma Fazenda Modelo “com sua igreja de Nossa Senhora do Desterro, bem ornada e aprazível, além do mesmo Hospício e morada dos religiosos ser muito claro e vistoso e saudável com as casas de seus escravos arruadas, e tudo com muita direção.” Em 1760, o Edital da Junta pondo em arrematação os bens, estavam declarados: “Seis moradas e casas, chãos e foros na cidade de São Cristóvão de Sergipe del Rei, a Fazenda de Jaboatão e de Tejupeba e suas anexas, com casas de moradores, currais, gados e escravaturas, no distrito da Comarca de Sergipe del Rei.”

[editar] Outras considerações

Acima das inevitáveis ambiguidades, as missões dos jesuítas impressionam pelo espírito de inculturação (adaptação à cultura do povo a quem se dirigem). As Reduções do Paraguai e a adoção dos ritos malabares e chineses são os exemplos mais significativos.

A actividade educativa tornou-se logo a principal tarefa dos jesuítas. A gratuidade do ensino da antiga Companhia favoreceu a expansão dos seus Colégios. Em 1556, à morte de Santo Inácio, eram já 46. No final do século XVI, o número de Colégios elevou-se a 372. A experiência pedagógica dos jesuítas sintetizou-se num conjunto de normas e estratégias, chamado a "Ratio Studiorum" (Ordem dos Estudos), que visa à formação integral do homem cristão, de acordo com a fé e a cultura daquele tempo.

Os primeiros jesuítas participaram activamente do esforço de renovação teológica da Igreja Católica, frente à Reforma Protestante. No Concílio de Trento, destacaram-se dois companheiros de Santo Inácio (Laínez e Salmerón). Desejando levar a fé a todos os campos do saber, os jesuítas dedicaram-se às mais diversas ciências e artes: Matemática, Física, Astronomia... Entre os nomes de crateras da Lua há mais de 30 nomes de jesuítas. No campo do Direito, Suarez e seus discípulos desenvolveram a doutrina da origem popular do poder. Na Arquitetura, destacaram-se muitos irmãos jesuítas, combinando o estilo barroco da época com um estilo mais funcional.

Um dos colégios jesuítas que existem até hoje no Brasil é o Colégio Santo Inácio, que hoje conta com mais de mil alunos. Esta instituição foi fundada em homenagem a Santo Inácio de Loyola.

[editar] Bispos jesuítas

[editar] Brasil

[editar] Outros nomes

[editar] Ver também

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