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Noam Chomsky - Wikipédia

Noam Chomsky

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Noam Chomsky, professor do MIT.
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Noam Chomsky, professor do MIT. [1]

Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 7 de dezembro de 1928) é um professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, das iniciais em inglês).

O seu nome está associado à criação da gramática ge(ne)rativa transformacional, abordagem que revolucionou os estudos no domínio da linguística teórica. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, sendo o seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky.

Os seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem com uma crítica radical do behavio(u)rismo, em que a linguagem é conceptualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribui decisivamente para o arranque da revolução cognitiva, no domínio das ciências humanas.

Além da sua investigação e ensino no âmbito da Linguística, Chomsky é também muito conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos da América. Chomsky descreve-se a si mesmo como um socialista libertário havendo quem o associe ao anarco-sindicalismo.

O termo chomskiano é habitualmente usado para identificar as suas idéias linguísticas embora o próprio considere que esses tipos de classificações (chomskiano, marxista, freudiano) "não fazem sentido em nenhuma ciência", e que "pertencem à história da religião, enquanto organização".

Índice

[editar] Biografia

Chomsky nasceu na cidade da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, filho de um estudioso do hebraico e professor, William Chomsky. Em 1945 começou a estudar Filosofia e Linguística na Universidade da Pensilvânia com Zellig Harris, professor com cuja visão política ele se identificou. Antes de receber seu doutoramento em linguística pela Universidade da Pensilvânia em 1955, Chomsky realizou a maior parte de sua pesquisa nos quatro anos anteriores na Universidade de Harvard como pesquisador assistente. Na sua tese de Ph.D., um trabalho de mais de mil páginas, desenvolveu a sua abordagem original às ideias linguísticas, tendo um resumo sido publicado no seu livro de 1957 Syntactic Structures (Estruturas Sintácticas), numa editora holandesa, por recomendação de Roman Jakobson. A recensão crítica desta obra por Robert Lees teve um papel fundamental na sua divulgação e reconhecimento, como trabalho revolucionário.

Depois de receber o doutoramento, Chomsky leciona no MIT há mais de 40 anos consecutivos, sendo nomeado para a "Cátedra de Línguas Modernas e Linguística Ferrari P. Ward". Durante este período Chomsky tornou-se publicamente muito empenhado no activismo político e, a partir de 1964, protesta activamente contra o envolvimento americano na Guerra do Vietname. Em 1969, publica o livro American Power and the New Mandarins (O Poder Americano e os Novos Mandarins), um livro de ensaios sobre essa guerra. Desde então Chomsky tornou-se mundialmente conhecido pelas suas idéias políticas , dando palestras por todo o mundo e publicando inúmeras obras. A sua ideologia política, classificada como socialismo libertário, rendeu inúmeros seguidores dentro do campo da "esquerda" mas também muitos detratores em todos os lados do espectro político. Durante este tempo, Chomsky continuou a pesquisar, a escrever e a ensinar, contribuindo regularmente com novas propostas teóricas que virtualmente definiram os problemas e questões centrais da investigação linguística nos útimos 50 anos.

Dedicatória e autógrafo de Chomsky em edição brasileira de um de seus livros
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Dedicatória e autógrafo de Chomsky em edição brasileira de um de seus livros

Em 1979, Paul Robinson escreveu no New York Times Book Review que "Pelo poder, alcance, inovação e influência de suas idéias, Noam Chomsky é indiscutivelmente o mais importante intelectual vivo, hoje." Contudo, Robinson continua o artigo dizendo que os trabalhos de Chomsky sobre Política são "terrivelmente simplistas". Chomsky observa que "se não fosse por esta segunda afirmação, eu era capaz de pensar que estava fazendo algo errado... é verdade que o imperador está nu, mas o imperador não gosta que digam isto a ele, e os cachorrinhos-de-colo do imperador como o The New York Times não vão gostar da experiência se você o fizer".

De acordo com o Arts and Humanities Citation Index, entre 1980 e 1992, Chomsky foi citado como uma "fonte" mais frequentemente que qualquer outro acadêmico vivo, e foi a octogésima fonte mais citada, no cômputo geral.

Chomsky também tem recebido crédito de grupos culturais. O grupo musical Rage Against the Machine leva cópias de seus livros em suas turnês. A banda de grunge Pearl Jam tocou pedaços de falas de Chomsky mixadas com algumas de suas músicas. O grupo de rock n' roll REM convidou o linguista para palestrar antes de seus shows, o que Chomsky recusou. Discursos de Chomsky têm sido apresentados em lados B dos álbuns da banda Chumbawamba e outros grupos. O cantor e ativista político Bono Vox, do grupo irlandês U2, disse que "Se o trabalho de um rebelde é derrubar o velho e preparar o novo, então este é Noam Chomsky, um rebelde sem pausas, o Elvis da Academia... Como o rock n'roll dos anos 90 continua sendo atado nas mãos, é irônico que um homem de 65 anos de idade tenha o real espírito rebelde".

A revista Rolling Stone escreveu que Chomsky "está no nível de Thoreau e Emerson no campo da literatura da rebelião". A Village Voice comentou que "Com que perspicácia (Chomsky) não fica enrolando e realmente diz alguma coisa!". Uma resenha no The Nation tinha a seguinte observação: "Não ler (Chomsky)... é cortejar a genuína ignorância".

"Avram" é uma outra forma de "Abraão". "Noam" é uma palavra hebraica que significa "desprazeroso", "sem prazer". "Chomsky é o nome russo "Хомский". A pronúncia original, de acordo com o Alfabeto Fonético Internacional, é [avram noam 'xomskij]. Geralmente é anglicizada para ['ævræm 'nəʊm 'tʃɒmᵖski] — ou ['ævræm 'noʊm 'tʃamᵖski] com o sotaque estadunidense.

[editar] Contribuição à Linguística

Syntactic Structures foi uma destilação do livro Logical Structure of Linguistic Theory (1955) no qual Chomsky apresenta sua idéia da gramática gerativa. Ele apresentou sua teoria de que os "enunciados" ou "frases" das línguas naturais devem ser interpretados em dois tipos de representação distintas: as "estruturas superficiais" correspondendo à estrutura patente das frases, e as "estruturas profundas", uma representação abstracta das relações lógico-semânticas das mesmas.

Esta distinção conserva-se hoje, na diferenciação entre Forma Lógica e Forma fonética, embora o processo de derivação transformacional com regras específicas tenha sido substituído pela operação de princípios gerais. Na versão de 1957/65 da teoria de Chomsky, as regras transformacionais (juntamente com regras de sintagmáticas phrase structure rules e outros princípios estruturais) governam ao mesmo tempo a criação e a interpretação das frases. Com um limitado conjunto de regras gramaticais e um conjunto finito de palavras, o ser humano é capaz de gerar um número infinito de frases bem formadas, incluindo frases novas.

Chomsky sugere que a capacidade para produzir e estruturar frases é inata ao ser humano (isto é, é parte do patrimônio genético dos seres humanos) gramática universal. Não temos consciência desses princípios estruturais assim como somos não temos consciência da maioria das nossas outras propriedades biológicas e cognitivas.

As abordagens mais recentes, como o Programa Minimalista são ainda mais radicais na defesa de princípios económicos e óptimos na estrutura gramática universal. Entre outras afirmações, Chomsky diz que os princípios gramaticais subjacentes às linguagens são completamente fixos e inatos e que as diferenças entre as várias línguas usadas pelos seres humanos através do mundo podem ser caracterizadas em termos da variação de conjuntos de parâmetros (como o parâmetro pro-drop, que estabelece se um sujeito explícito é obrigatório, como no caso da língua inglesa, ou se pode ser opcionalmente deixado de lado (suprimido ou elidido), como no caso do português, italiano e outras).

Esses parâmetros são freqüentemente comparados a interruptores. A versão da gramática generativa que desenvolve a abordagem paramétrica é por isso designada princípios e parâmetros . Nesta abordagem, uma criança que está a aprender uma língua precisa adquirir apenas e tão somente os ítens lexicais necessários (isto é, as palavras) e fixar os parâmetros relevantes.

Esta abordagem baseia-se na rapidez espantosa com a qual as crianças aprendem línguas, pelos passos semelhantes dados por todas as crianças quando estão a aprender línguas e pelo fato que as crianças realizarem certos erros característicos quando aprendem sua língua-mãe, enquanto que outros tipos de erros aparentemente lógicos nunca ocorrem. Isto sucede precisamente, segundo Chomsky, porque as crianças estão a empregar um mecanismo puramente geral (isto é, baseado em sua mente) e não específico (isto é, não baseado na língua que está sendo aprendida).

As idéias de Chomsky continuam a influenciar significativamente a pesquisa que investigavam a aquisição de linguagem pelas crianças, muito embora se tenham desenvolvido nesta área abordagens neo-behaviouristas, ou mistas que privilegiam explicações baseadas em mecanismos gerais de aprendizagem, com variantes emergentistas ou conexionistas.

[editar] Gramática Ge(ne)rativa

A abordagem de Chomsky em relação à sintaxe, freqüentemente chamada de gramática gerativa, embora geralmente dominante, deu origem a escolas que dela divergem em aspectos técnicos como a Gramática Lexical-Funcional ou a HPSG. Noutros casos, há diferenças mais profundas, especialmente nas abordagens ditas funcionalistas, em parte herdeira do legado da Escola de Praga.

A análise sintática de Chomsky, muitas vezes altamente abstrata, se baseia fortemente em uma investigação cuidadosa dos limites entre construções gramaticais corretas e construções gramaticais incorretas numa língua. Deve-se comparar esta abordagem aos assim chamados casos patológicos (pathological cases) que possuem um papel semelhantemente importante em matemática. Tais julgamentos sobre a correção gramatical só podem ser realizados de maneira exata por um falante nativo da língua, entretanto, e assim, por razões pragmáticas, tais linguístas normalmente (mas não exclusivamente) focalizam seus trabalhos em suas próprias línguas-mães ou em línguas em que eles são fluentes (geralmente inglês, francês, alemão, holandês, italiano, japonês ou um das línguas do chinês).

Algumas vezes a análise da gramática gerativa não tem funcionado quando aplicada à línguas que não foram ainda estudadas. Desta maneira, muitas alterações foram realizadas na gramática gerativa devido ao aumento do número de línguas analisadas. Entretanto, as reivindicações feitas sobre uma linguística universal tem se tornado cada vez mais fortes e não têm se enfraquecido com o transcorrer do tempo. Por exemplo, a sugestão de Kayne, na década de 90, de que todas as línguas têm uma ordem Sujeito - Verbo - Objeto das palavras teria parecido altamente improvável na década de 60. Uma das principais motivações que estão por detrás de uma outra abordagem, a perspectiva funcional-tipológica (ou tipologia linguística, freqüentemente associada a Joseph H. O Greenberg), é basear hipóteses da linguística universal no estudo da maior variedade possível de línguas, para classificar a variação e criar teorias baseadas nos resultados desta classificação. A abordagem de Chomsky é por demais profunda e a dependente do conhecimento nativo da língua para seguir este método (embora tenha sido aplicada a muitas línguas desde que foi criada).

[editar] Hierarquia de Chomsky

Ver artigo principal: Hierarquia de Chomsky.

Chomsky é famoso por pesquisar vários tipos de linguagens formais procurando entender se poderiam ser capazes de capturar as propriedades-chave das línguas humanas. A hierarquia de Chomsky divide as gramáticas formais em classes com poder expressivo crescente, por exemplo, cada classe sucessiva pode gerar um conjunto mais amplo de linguagens formais que a classe imediatamente anterior. De maneira interessante, Chomsky argumenta que a modelagem de alguns aspectos de linguagem humana necessita de uma gramática formal mais complexa (complexidade medida pela hierarquia de Chomsky) que a modelagem de outros aspectos. Por exemplo, enquanto que uma linguagem regular é suficientemente poderosa para modelar a morfologia da língua inglesa, ela não é suficientemente poderosa para modelar a sintaxe a mesma língua. Além de ser relevante em linguística, a hierarquia de Chomsky também tornou-se importante em Ciência da Computação (especialmente na construção de compiladores) e na Teoria de Autômatos.

Seu trabalho seminal em fonologia foi The sound pattern of English, que publicou juntamente com Morris Halle. Este trabalho é considerado ultrapassado (embora tenha sido recentemente reimpresso). Chomsky não pesquisa nem publica mais na área de fonologia.

[editar] Crítica da Linguística de Chomsky

Embora a abordagem de Chomsky seja reconhecidamente uma das melhores da Lingüistica, ela tem sido criticada por outros autores. Talvez a mais conhecida abordagem alternativa à posição de Chomsky seja a de George Lakoff e de Mark Johnson. O trabalho destes pesquisadores sobre Linguística cognitiva desenvolveu-se a partir da Linguística de Chomsky, mas difere dela de maneira significativa. Especificamente, argumenta contra os aspectos neo-cartesianos das teorias de Chomsky, eles afirmam que Chomsky falha em não levar em conta a incorporação extensiva da cognição. Como notado acima, a visão conexionista da aprendizagem não é compatível com a abordagem de Chomsky. Também, desenvolvimentos mais recentes em psicologia como, por exemplo, cognição localizada e psicologia discursiva não são compatíveis com a abordagem chomskiana.

De maneira ainda mais radical, os filósofos na tradição de Wittgenstein (como Saul Kripke) acham que a visão Chomskyana é fundamentalmente errada quanto ao papel das regras no que tange a cognição humana.

De maneira semelhante, os filósofos das tradições da fenomenologia, do existencialismo e da hermenêutica se opõem aos aspectos abstratos neo-racionalistas do pensamento de Chomsky. O filósofo contemporâneo que representa melhor esta visão é, talvez, Hubert Dreyfus, também famoso (ou notório) pelos seus ataques contra a inteligência artificial.

[editar] Contribuições à Psicologia

Ver artigo principal: Psicologia.

O trabalho de Chomsky em Lingüistica teve implicações importantes para a Psicologia e foi um de seus principais direcionamentos, durante o século XX. Sua teoria da gramática universal foi uma crítica direta ao behaviorismo, fortemente estabelecido em seu tempo, e teve conseqüências importantes no entendimento de como a linguagem é aprendida pelas crianças e o que, exatamente, é a capacidade de interpretar linguagem. Os princípios mais básicos desta teoria são atualmente geralmente aceitos (embora não necessariamente as fortes reivindicações feitas pela abordagem de princípios e parâmetros descrita acima).

Em 1959, Chomsky publicou uma crítica - a qual obteve uma grande repercussão - do livro Verbal Behavior, escrito por B.F. Skinner, o mais aclamado dos psicólogos da tradição psicológica behaviorista (ou, em português, comportamentalista). Essa teoria, que tinha dominado a Psicologia na primeira metade do século XX, dizia que a linguagem era meramente um "comportamento aprendido". Skinner argumentava que a linguagem, como qualquer outro comportamento — desde a salivação de um cão ao antecipar seu jantar ao desempenho de um grande pianista — poderia ser atribuído a um "treinamento feito através de recompensas e penalidades durante certo período de tempo". A linguagem, segundo Skinner, podia ser completamente aprendida através das pistas e do condicionamento proveniente do mundo no qual aquele-que-aprende está imerso.

A crítica de Chomsky à metodologia e às pressuposições básicas de Skinner prepararam o caminho para uma revolução contra a doutrina behaviorista. Em seu livro de 1966, Línguistica Cartesiana e em trabalhos subseqüentes, Chomsky cria uma explicação das faculdades da linguagem humana que tornou-se um modelo para investigação em outras áreas da Psicologia. Muito da concepção atual de como a mente trabalha vem diretamente de idéias que, nos tempos modernos, encontraram em Chomsky seu primeiro autor.

Existem três idéias chave:

  • Primeiro, que a mente é "cognitiva", isto é, que a mente realmente contém estados mentais, crenças, dúvidas e assim por diante. A visão anterior negava mesmo isto, com a argumentação de que existem apenas relacionamentos "estímulo-resposta" tais como "Se você me pergunta se quero X, eu irei dizer sim". Mas Chomsky mostrou que a maneira mais comum de entender a mente, como ter coisas como crenças e mesmo estados mentais inconscientes, tinha de estar certo.
  • Segundo, Chomsky argumentou que muitas partes do que a mente adulta podia fazer era "inata". Isto é, embora nenhuma criança nascesse automaticamente sendo capaz de falar uma linguagem, todas as pessoas nascem com uma capacidade poderosa de aprendizado da linguagem que permite a eles dominar muitas linguagens muito rapidamente em seus primeiros anos de vida. Psicólogos subseqüentes têm estendido esta tese para além da linguagem de maneira que a mente não é mais considerada um "papel em branco" quando do nascimento.

Finalmente, Chomsky introduziu o conceito de "modularidade", uma característica crítica da arquitetura cognitiva da mente. A mente é composta de uma conjunto de subsistemas especializados que interagem entre si e que apresentam fluxos de intercomunicação limitados. Este modelo contrasta agudamente com a velha idéia segundo a qual qualquer parte de informação na mente poderia ser "acessada" por qualquer outro processo cognitivo. Ilusões ópticas, por exemplo, não "podem ser desligadas" mesmo quando são se reconhece serem apenas ilusões.

[editar] Crítica da Ciência

Chomsky tem refutado fortemente o deconstrucionismo e as críticas do pós-modernismo à Ciência:

"Tenho passado muito tempo da minha vida a trabalhar em questões como estas, a utilizar os únicos métodos que conheço e que são condenados aqui como "ciência", "racionalidade", "lógica" e assim por diante. Portanto, leio esses artigos com certa esperança de que eles me ajudassem a "transcender" estas limitações, ou talvez me sugerissem um caminho inteiramente diferente. Temo ter me desapontado. Reconheço que isso pode se dever às minhas próprias limitações. Muito frequentemente meus olhos se esgazeam quando leio discursos polissilábicos de autores do pós-estruturalismo e do pós-modernismo. Penso que tais textos são, em grande parte, feitos de truísmos ou de erros, mas isso é apenas um pequeno pedaço dessa coisa toda. É verdade que há muitas outras coisas que eu não entendo: artigos nas edições atuais dos periódicos de Matemática e de Física, por exemplo. Mas existe uma diferença. Neste último caso, eu sei como entendê-los, e tenho feito isto em casos de particular interesse para mim; e eu também sei que outras pessoas que trabalham nestes campos podem me explicar seu conteúdo em meu nível, de modo que possa obter uma compreensão (embora às vezes parcial) que me satisfaça. Em contraste, ninguém parece ser capaz de me explicar que o último artigo "pós-isto-e-pós-aquilo" não seja (em sua maior parte) outra coisa que não truísmos, erros ou balbúcios, de maneira que eu não sei o que fazer para prosseguir com eles." [2]

Chomsky nota que as críticas à "ciência masculina branca" são muito semelhantes aos ataques anti-semitas e politicamente motivados contra a "Física judaica" usada pelos nazistas para denegrir a pesquisa feita pelos cientistas judeus durante o movimento Deustche Physik:

"De fato, por si só a ideia de uma 'ciência masculina branca' me lembra, eu temo, a ideia de uma "Física judaica". Talvez seja outra inaptidão minha, mas quando leio um artigo científico, eu não consigo dizer se o autor é branco ou se é homem. O mesmo é verdade para o problema do trabalho ser feito em sala de aula, no escritório, ou em qualquer outro lugar. Eu duvido que os estudantes não-masculinos, não-brancos, amigos e colegas com quem que trabalho não ficassem deveras impressionados com a doutrina de que seu pensamento e sua compreensão das coisas seria diferente da "ciência masculina branca" por causa de sua "cultura ou gênero ou raça". Suspeito que "surpresa" não seria bem a palavra adequada para a reação deles." [3]

[editar] A influência em outros campos

Modelos Chomskianos têm sido usados como uma base teórica em vários outros campos. A Hierarquia de Chomsky é geralmente lecionada no ensino dos fundamentos da Ciência da Computação. Um sem-número de argumentos da Psicologia evolucionária é derivado dos resultados de suas pesquisas.

O Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia de 1984, Niels K. Jerne, usou o modelo gerativo de Chomsky para explicar o sistema imunológico humano, equacionando "componentes de uma gramatica gerativa, com várias características das estruturas das proteínas". O título do trabalho de Jerne agraciado com o prémio foi "A Gramática Gerativa do Sistema Imunológico".

Nim Chimpsky, um chimpanzé que aprendeu 125 sinais da Linguagem Americana de Sinais, teve seu nome inspirado em Noam Chomsky.

[editar] Visão Política

Chomsky é uma das personalidades mais conhecidas da política de esquerda americana. Ele se define politicamente na tradição do anarquismo, uma filosofia política que desafia todas as formas de hierarquia com a tentativa de eliminá-las se se mostrarem injustas. Ele se identifica especialmente com a corrente do anarco-sindicalismo, orientada para a defesa do trabalhador. Diferentemente de muitas anarquistas, Chomsky nem sempre luta contra a política eleitoral: ele tem mesmo apoiado candidatos a cargos públicos. Ele se descreve como um "companheiro de viagem" da tradição anarquista em oposição ao anarquismo puro para explicar porque algumas vezes ele aceita colaborar com o Estado.

Chomsky também tem dito que ele se considera politicamente, na verdade, um conservador do tipo liberal clássico[4]. Ele também tem se definido como um sionista embora chame a atenção para o fato de que sua definição de sionismo é considerada, por muitos, ser anti-sionista atualmente. Ele diz isso em face de perceber ter havido uma mudança no significado do conceito de "sionismo" desde a década de 1940. Sobre este assunto, em entrevista para a C-Span Book, ele disse:

"Eu sempre apoiei um lar étnico para os judeus na Palestina. Mas isto é diferente de um estado judeu. Há uma forte motivação para um lar étnico, mas se ele deve ser um estado judaico, ou um estado muçulmano, ou um estado cristão, ou um estado branco, é um problema inteiramente diferente".

Além de tudo, Chomsky não gosta dos tradicionais títulos e categorias políticas e prefere deixar sua abordagem falar por ela mesma. Seus principais modos de ação incluem escrever artigos para revistas e livros e proferir palestras engajadas politicamente. Ele tem uma enorme quantidade de apoiadores pelo mundo todo, o que o faz algumas vezes agendar suas palestras com dois anos de antecedência. Chomsky foi um dos principais palestrantes do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, Brasil, no ano de 2002.

[editar] A visão sobre o terrorismo

Chomsky difere da abordagem convencional pelo fato de ver o Terrorismo de Estado como o problema mais predominante, em oposição ao terrorismo praticado por movimentos políticos marginais. Ele distingue claramente entre o ato de matar civis do ato de atacar pessoal militar e suas instalações. Ele demonstra daí que as causas, as razões e os objetivos não justificam atos de terrorismo. Para Chomsky, o terrorismo é objetivo, não relativo. Ele afirma "Assassinato de civis inocentes é terrorismo, não guerra contra o terrorismo" [5]

Primeiro, temos o fato de que o terrorismo funciona. Ele não falha. Ele funciona. Violência geralmente funciona. Essa é a história do mundo. Em segundo lugar, é um erro de análise muito sério dizer, como comumente é dito, que o terrorismo é a arma dos fracos. Como outros meios de violência, ela é, surpreendentemente e principalmente, na verdade uma arma dos fortes. Tem-se como verdade que o terrorismo é principalmente uma arma dos fracos porque os fortes também controlam os sistemas doutrinários e estes afirmam que o terror dos fortes não conta como terror. Agora, isso está perto de ser universal. Eu não consigo achar uma exceção histórica, mesmo os piores assassinos em massa viam o mundo desta maneira. Veja o caso dos nazistas. Eles não estavam a realizar terror quando estavam ocupando a Europa. Eles estavam a proteger a população local do terrorismo dos partisans. E, à semelhança de outros movimentos de resistência, o que existia era terrorismo. E o que os nazistas estavam a praticar era o contra-terrorismo.

[editar] Crítica ao governo dos Estados Unidos da América

Chomsky tem sido um crítico coerente e contundente do governo norte-americano. Em seu livro 9-11, uma série de entrevistas sobre os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, ele afirma, como já tinha afirmado antes, que o governo dos Estados Unidos da América é o estado terrorista líder, nos tempos modernos. Chomsky tem criticado o governo do seu país pelo seu envolvimento na Guerra do Vietnã e no mais amplo conflito da Indochina assim como pela interferência em países da América Central e da América do Sul e pelo apoio militar a Israel, Arábia Saudita e Turquia. Chomsky focaliza sua crítica mais intensa nos regimes amigos do governo dos Estados Unidos da América enquanto critica seus inimigos oficiais - como a antiga União Soviética e Vietnã do Norte somente de passagem. Ele explica este comportamento com o seguinte princípio: "é mais importante avaliar ações que você tem mais possibilidade de influenciar." Sua crítica da antiga União Soviética e da China tem tido algum efeito nesses países pois ambos os governos censuraram seu trabalho, com o banimento da publicação de seus livros. Chomsky tem repetidamente enfatizado sua teoria de que a maior parte da política externa dos Estados Unidos da América é baseada no "perigo do bom exemplo" o qual ele diz que é um outro nome para a teoria do dominó. O "perigo do bom exemplo" é representado por um país que conseguisse se desenvolver com sucesso independentemente do capitalismo e da influência dos Estados Unidos da América e desta maneira apresentasse um modelo para outros países nos quais este país tem fortes interesses econômicos. Isto, diz Chomsky, tem feito com que o governo norte-americano repetidamente intervenha para impedir movimentos "socialistas e outros movimentos "independentes" mesmo em regiões do mundo nas quais ele não tem interesses econômicos e de segurança significantes. Em um de seus mais famosos livros, What Uncle Sam Really Wants, Chomsky utiliza esta teoria particular como uma explicação para as intervenções do governo norte-americano na Guatemala, no Laos, na Nicarágua e em Granada. Chomsky também acredita que as políticas da Guerra Fria do governo norte-americano não foram inteiramente modelados pela paranóia anti-soviética mas, mais que isso, buscava a preservação da ideologia econômica e ideológica norte-americana no mundo. Como escreveu em seu livro Uncle Sam: "O que os Estados Unidos da América querem é 'estabilidade', e isto quer dizer segurança para as classes altas e para as grandes empresas multinacionais".

Embora quase sempre seja um crítico da política externa do governo norte-americano, Chomsky também sempre tem expressado sua admiração pela liberdade de expressão usufruída pelos cidadãos desse país em grande número de suas entrevistas e livros. Mesmo em relação a outras democracias ocidentais, tais como a França e o Canadá, menos liberais na defesa da liberdade de debater que os Estados Unidos da América, Chomsky não hesita em criticar esses países por isto, como mostra o affair Faurisson. Esta sutileza parece não ser notada pelos críticos de Chomsky, os quais consideram sua visão da política externa americana como um ataque a todos os valores da sociedade americana.

[editar] Visão sobre o socialismo

Noam Chomsky no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, 2003
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Noam Chomsky no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, 2003

Chomsky se opõe profundamente ao sistema de "capitalismo de estado da grande empresa" praticado pelos Estados Unidos da América e seus aliados. Ele apóia as idéias anarquistas (ou "socialistas libertárias") de Mikhail Bakunin e exige liberdade econômica além do "controle da produção pelos próprios trabalhadores e não por proprietários e administradores que os governem e tomem todas as decisões".

Chomsky refere-se a isto como o "socialismo real" e descreve o socialismo no estilo soviético como semelhante, em termos de controlo totalitário, ao capitalismo no estilo norte-americano. Ambos os sistemas se baseiam em tipos e níveis de controle mais do que em organização ou eficiência. Na defesa desta tese, Chomsky refere por vezes que a filosofia da administração científica proposta por Frederick Winslow Taylor foi a base organizacional para o maciço movimento de industrialização soviético e, ao mesmo tempo, o modelo de empresarial norte-americano.

Chomsky tem buscado iluminar os comentários de Bakunin sobre o estado totalitário como uma previsão para o brutal estado policial que iria se instaurar em seguida à revolução soviética. Reafirma a opinião de Bakunin: "...após um ano [..] a ordem revolucionária irá se tornar muito pior que a do próprio czar" que é construída sobre a idéia de que o estado tirano soviético era simplesmente um crescimento natural da ideologia de controle de estado bolchevique. Ele também chamou o comunismo soviético de "falso socialismo" e disse que, contrariamente ao que muitos nos Estados Unidos diziam, o colapso da União Soviética devia ser considerada uma "pequena vitória para o socialismo" e não para o capitalismo.

Em "For Reasons of State", Chomsky advoga que ao invés de um sistema capitalista no qual as pessoas sejam "escravos assalariados" ou um estado autoritário no qual as decisões sejam tomadas por um comitê central, uma sociedade devia funcionar sem pagamento do trabalho. Ele argumenta que as pessoas de todas as nações deviam ser livres para realizar os trabalhos que escolhessem. As pessoas deveriam ser livres para fazer o que eles quisessem e o trabalho que eles voluntariamente escolhessem deveria ser ao mesmo tempo "recompensador em si mesmo" e "socialmente útil". "A sociedade seria dirigida sob um sistema de anarquismo pacífico sem a necessidade das instituições do "estado" ou do "governo". Os serviços necessários mas que fossem fundamentalmente desagradáveis – se existissem -, seriam também igualmente distribuídos a todos.

[editar] Análise dos meios de comunicação de massa

Outra parte importante do trabalho político de Chomsky é a análise dos meios de comunicação de massa (especialmente dos meios norte-americanos), de suas estruturas, de suas restrições e do seu papel no apoio aos interesses das grandes empresas e do governo americano.

Diferentemente dos sistemas políticos totalitários, nos quais a força física pode ser facilmente usada para coagir a população como um todo, as sociedades mais democráticas como os Estados Unidos da América precisam se valer de meios de controle bem menos violentos. Em uma fase freqüentemente citada, Chomsky afirma que "a propaganda representa para a democracia aquilo que o cacetete (isto é, a polícia política) significa para o estado totalitário." [6]

Em Consenso Fabricado, livro escrito em conjunto por Edward S. Herman e Noam Chomsky, os autores exploram este tema em profundidade e apresentam o seu modelo da propaganda dos meios de comunicação com numerosos estudos de caso extremamente detalhados para demonstrar seu funcionamento. Para uma análise completa deste modelo veja Teoria da Propaganda de Chosmky e Herman.

Um viés social pode ser definido como inclinação ou tendência de uma pessoa ou de um grupo de pessoas que impede julgamentos e políticas imparciais e justas para a sociedade entendida como um sistema social integral.

A teoria de Herman e Chomsky explica a existência de um viés sistêmico dos meios de comunicação em termos de causas econômicas e estruturais ao invés de uma conspiração criada por algumas pessoas contra a sociedade.

Em resumo, o modelo mostra que esse viés deriva da existência de cinco filtros que todas as notícias precisam ultrapassar antes de serem publicadas e que, combinados, distorcem sistematicamente a cobertura das notícias pelos meios de comunicação.

1. O primeiro filtro - o da propriedade dos meios de comunicação - deriva do fato de que a maioria dos principais meios de comunicação pertencem às grandes empresas (isto é, às "corporations").

2. O segundo - o do financiamento - deriva do fato dos principais meios de comunicação obterem a maior parte de sua receita não de seus leitores mas sim de publicidade (que, claro, é paga pelas grandes empresas). Como os meios de comunicação são, na verdade, empresas orientadas para o lucro a partir da venda de seu produto - os leitores! - para outras empresas - os anunciantes! - o modelo de Herman e Chomsky prevê que se deve esperar a publicação apenas de notícias que reflitam os desejos, as expectativas e os valores dessas empresas.

3. O terceiro filtro é o fato de que os meios de comunicação dependem fortemente das grandes empresas e das instituições governamentais como fonte de informações para a maior parte das notícias. Isto também cria um viés sistêmico contra a sociedade.

4. O quarto filtro é a crítica realizada por vários grupos de pressão que procuram as empresas dos meios de comunicação para pressioná-los caso eles saiam de uma linha editorial que esses grupos acham a mais correta (isto é, mais de acordo com seus interesses do que de toda a sociedade).

5. As normas da profissão jornalista, o quinto filtro, referem-se aos conceitos comuns divididos por aqueles que estão na profissão do jornalismo.

O modelo descreve como os meios de comunicação formam um sistema de propaganda descentralizado e não conspiratório que, no entanto, é extremamente poderoso. Esse sistema cria um consenso entre a elite da sociedade sobre os assuntos de interesse público estruturando esse debate em uma aparência de consentimento democrático mas atendendo os interesses dessa elite.

No entanto, isso é feito às custas da sociedade como um todo que, naturalmente, compõem-se de mais pessoas que aquelas que compõe sua elite. Uma conspiração, nos Estados Unidos da América, é um acordo entre duas ou mais pessoas para cometer um crime ou realizar uma ação ilegal contra a sociedade. Para os autores o sistema de propaganda não é conspiratório porque as pessoas que dele fazem parte do sistema não se juntam expressamente com o objetivo de lesar a sociedade mas é isso mesmo que acabam fazendo em função dos viéses descritos.

Chomsky e Herman testaram seu modelo empiricamente tomando "exemplos pareados", isto é, pares de eventos que são objetivamente muito semelhantes entre si, exceto que um deles se alinha aos interesses da elite econômica dominante, que se consubstanciam no interesse das grandes empresas, e o outro não se alinha.

Eles citam alguns de tais exemplos para mostrar que nos casos em que um "inimigo oficial" da elite realiza "algo" (tal como o assassinato de um líder religioso), a imprensa investiga intensivamente e devota uma grande quantidade de tempo à cobertura dessa matéria. Mas quando é o governo da elite ou o governo de um país aliado que faz a mesma coisa (assassinato do religioso ou coisa ainda pior) a imprensa minimiza a cobertura da história.

De maneira crucial, Herman e Chomsky também testam seu modelo num caso que muitas vezes é tomado como o melhor exemplo de uma imprensa livre e agressivamente independente: a cobertura dos meios de comunicação da Ofesiva do Tet durante a Guerra do Vietnã. Mesmo neste caso, eles encontram evidências que a imprensa estava se comportando subservientemente aos interesses da elite.

A despeito de todas as evidências - e exatamente como ele próprio prediz! - o modelo de propaganda (e a maior parte da política de Chomsky) tem sido olimpicamente ignorada ou distorcida pelos meios de comunicação (e sem nenhuma refutação).

[editar] Chomsky e o Oriente Médio

"Chomsky cresceu ... dentro de uma tradição cultural hebraica e sionista " [7]. Seu pai era um dos mais distinguidos eruditos da língua hebraica e ensinava em uma escola religiosa. Chomsky também tinha tido uma fascinação e um envolvimento de longa data dentro da esquerda sionista. Como ele mesmo descreveu:

"Eu estava profundamente interessado nos ....assuntos e nas atividades sionistas - isto é, naquilo que na época era considerado sionismo - embora as mesmas idéias e preocupações sejam atualmente chamdas de anti-sionistas. Eu estava interessado em opções socialistas e bi-nacionalistas para a Palestina, nos kibbutz e no sistema de trabalho cooperativo integral que tinha se desenvolvido nos assentamentos judeus realizados lá (o Yishuv)... As vagas idéias que eu tinha nesse tempo (1947) eram ir à Palestina, talvez a um kibutz, tentar envolver-me nos esforços de cooperação árabe-judaico dentro de uma estrutura socialista oposta ao sistema profundamente anti-democrático de um estado judeu (uma posição que era muito bem considerada dentro da ala dominante do sionismo)" [8].

Ele critica fortemente a política de Israel diante dos vizinhos palestinos e árabes. Entre muitos artigos e livros sobre este tema, seu livro The Fateful Triangle é considerado um dos principais textos que se opõem ao tratamento que Israel dá aos palestinos e o apoio que os Estados Unidos dão aos governos israelenses.

Chomsky também condenava o papel de Israel na "liderança do terrorismo de estado" quando realizava a venda de armamentos para a África do Sul (nos tempos do apartheid ) e para países da América Latina governados por, na caracterização de Chomsky, governos-títeres dos americanos, como por exemplo a Guatemala na década que se inicia em 1980. Ele condenava também os paramilitares de direita apoiados pelos norte-americanos (ou, de acordo com Chomsky, terroristas) tais como os contra-nicaraguenses [9]

Além disso, ele tem constantemente condenado pelos Estados Unidos darem seu apoio militar, financeiro e diplomático incondicional aos governos israelenses que se sucedem no tempo.

Chomsky caracteriza Israel como um "estado mercenário" dentro do sistema de hegemonia dos Estados Unidos. Ele também tem criticado ferozmente setores da comunidade judaica por seu papel em obter esse apoio incondicional dos americanos, afirmando que "eles devem mais propriamente ser chamados de 'apoiadores da degeneração moral e, em última análise, da destruição de Israel'" [10]. Ele afirma da Liga Anti-Difamação (ADL, das inciais do nome da organização em inglês):

"O órgão oficial líder da monitoração do anti-semitismo, a Liga Anti-Difamação do B’nai B’rith interpreta o anti-semitismo com uma falta de vontade em conformar-se a suas exigências no que diz respeito ao apoio às autoridades israelenses... A lógica é clara e direta: anti-semitismo é a oposição aos interesses de Israel (como entendidos pela ADL).

A ADL virtualmente abandonou seu papel anterior de organização de direitos civis, tornando-se 'um dos pilares principais' da propaganda de Israel dentros dos Estados Unidos, como por acaso a imprensa israelense a descreve, engaja em vigilância, criação de listas negras, compilação de dossiês ao estilo do FBI que são circulados entre os associados com o objetivo de difamação, respostas públicas raivosas contra críticas feitas a ações realizadas por Israel e assim por diante. Esses esforços, sublinhados por insinuações ou acusações diretas de anti-semitismo, têm como objetivo defletir ou minar qualquer oposição às políticas de Israel, incluido aqui sua recusa, com o apoio dos Estados Unidos, de revisar sua política geral de assentamentos de colonos judeus." [11]

[editar] As críticas

As fortes críticas que Chomsky faz ao conhecimento convencional que as pessoas têm das áreas de Política e História o transformaram em uma figura controversa. Isto faz com que ele, por sua vez, também acabe sofrendo muitas críticas. Algumas pessoas o acusam de usar citações e fatos fora de contexto para apoiar seus argumentos ou de citar fontes de legitimidade duvidosa. Entretanto, os livros de Chomsky citam rigorosamente e extensivamente suas fontes. Muitos também o acusam de tolerar, simpatizar ou minimizar as ações dos estados e grupos hostís aos Estados Unidos da América e que esta posição faz com que seu trabalho seja excessivamente centrado em uma abordagem "anti-americana". A abordagem chomskiana da política americana seria, portanto, parcial.

Entretanto, Chomsky frequentemente acaba por demonstrar que a maior parte das críticas desses grupos são exageradas e distorcidas. Por exemplo, em seu livro "Depois do Cataclisma: Pós-guerra da Indochina e a Reconstrução da Ideologia Imperialista", Chomsky e Ed Herman afirmam que os meios de comunicação americanos utilizaram testemunhos não consubstanciados de refugiados além de distorcerem fontes relacionadas às atrocidades do Khmer Vermelho com o objetivo de servir objetivos propagandísticos do governo norte-americano na esteira da Guerra do Vietnã.

Algumas das pessoas atingidas pelas correções de Chomsky têm admitido seu erro. O jornalista Jean Lacouture, do New York Review of Books, escreveu que "as correções feitas por Noam Chmosky em meu artigo sobre o Camboja causaram-me grande pesar", admitiu ter feito "sérios erros nas citações" desde a inclusão de fontes "questionáveis" para os números sobre as vítimas assassinadas, e diz que esses erros lhe trouxeram dúvida sobre "a causa que estava tentando defender". Mesmo assim, Lacouture em seguida afirma que "embora tivesse que me considerar culpado pelos erros nos detalhes do meu artigo, eu me considero inocente no que concerne ao seu argumento fundamental". Isto é, talvez na verdade ele não aceite as correções.

Mas alguns críticos, tais como Anthony Lewis, então colunista do New York Times, acusou Chomsky de fazer apologia do Pol Pot. Chomsky contra-argumentou ao dizer que ele sempre reconhecera as atrocidades e a opressão desse regime, por exemplo, afirmando no início dolivro "Depois do Cataclisma" que "não há dificuldades em documentar as enormes atrocidades e opressão (sofridas pelos cambojados por parte daquele regime), primariamente testemunhadas por refugiados". Em Consenso Fabricado (igualmente escrito em co-autoria com Ed Herman), Chomsky responde:

"Como também notamos no primeiro parágrafo de nosso mais recente livro sobre este assunto (isto é, After the Cataclysm... quando consideramos melhor os fatos, podemos concluir que as mais extremas condenações ao Khmer Vermelho são realmente corretas. Mas mesmo que assim seja, de nenhuma maneira isso deve alterar as conclusões a que nós chegamos sobre as questões centrais equacionadas aqui: os fatos disponíveis foram selecionados, modificados ou algumas vezes inventados para criar uma certa imagem a ser oferecida à população em geral. A resposta a esta situação parece clara e não pode ser afetada pelo que quer que se descubra no Camboja no futuro..."
"Uma revisão desse impressionante exercício de propaganda causa grande ultraje - o que não é muito surpreendente: a resposta e as razões para esta situação são semelhantes ao que acontece dentro do mundo soviético quando seus dissidentes expõem as propagandas fabricadas contra os Estados Unidos, Israel e outros de seus inimigos oficiais."
"Articulistas indignados chegaram a nos retratar como "apologistas dos crimes do Khmer Vermelho" em um estudo que denunciava as atrocidades do Khmer Vermelho (um fato sempre suprimido) e, em seguida, dizia qual notável era o caráter da propaganda Ocidental, nosso assunto, através de um estudo de dois volumes no qual tal capítulo aparecia."

Alguns pesquisadores que realizaram uma revisão desta controvérsia, como Milan Rai consideram que ela foi parte de uma campanha de propaganda contra Chomsky, campanha esta desenhada para gerar uma necessidade de "defesa interminável" em resposta a críticas de maneira que ele tivesse de distrair sua atenção de problemas mais substantivos.

Chomsky também foi criticado por mencionar em uma entrevista que deu a Salon.com notícias oriundas da organização não governamental Human Rigths Watch e da Embaixada Alemã que informavam que um ataque norte-americano às instalações da fábrica de medicamentos de al-Shifa provavelmente tinha causado dezenas de milhares de mortos entre civis sudaneses moradores próximos. [12].

Os críticos não contestaram os números horripilantes da notícia, mas apenas disputaram qual das instituições fez explicitamente tal afirmativa. Por exemplo, o autor neoconservador Christopher Hitchens afirmou que "De qualquer maneira, esse é um jeito muito vulgar, aritmético e pragmático de se utilizar um argumento. Se você quer fazer isso, então use fatos e números errados, assim você está realmente 'f...'. Você está duplamente 'f... '. [13].

Já o autor direitista australiano Keith Windschuttle apenas concluiu que Chomsky é um mentiroso. [14].

[editar] David Horowitz

O autor direitista americano David Horowitz é um dos mais estridentes críticos de Chomsky. Ele tem definido Chomsky como o "Aiatolá do Ódio Anti-Americano" e o "intelecto mais traiçoeiro na América". Ele diz que Chomsky "tem apenas uma mensagem: a de que os Estados Unidos são o Grande Satã". Entretanto, embora afirme que "é fácil demonstrar que todas as afirmações de todas as páginas existentes em todos os livros que Chomsky tem escrito são fatos distorcidos", Horowitz em seguida escreve que "realmente não há necessidade" de assim o fazer. Notavelmente ele não explicita quais são esses fatos destorcidos e deixa assim pouca coisa a refutar.

Chomsky, por seu lado, não respondeu em detalhes às alegações de Horowitz afirmando em entrevista que "Eu não li Horowitz. Eu não o li quando ele era um stalinista e eu não o leio hoje." [15] Já esta resposta foi contra-argumentada por Horowitz, que disse que ele de fato nunca foi stalinista e que Chomsky de fato teria lido e analisado seus escritos no passado. [16].

Entretanto, em artigo publicado pelo The Guardian, um autor da Ramparts Magazine descreve Horowitz como ex-stalinista [17]. Outro artigo, da National Review, também menciona Horowitz como antigo stalinista [18].

[editar] Acusações de anti-semitismo

O affair Faurisson é o nome de uma grande controvérsia em que Chomsky se envolveu ao escrever um ensaio em defesa da liberdade de expressão de Robert Faurisson, um autor que nega que o Holocausto dos judeus tenha realmente existido. Esse ensaio de Chomsky foi então usado como uma introdução ao livro escrito por Faurisson. Chomsky defendeu Faurisson por causa de suas crenças nas liberdades civis mesmo para aqueles que ele sente que são culpados de "crimes de guerra" e reflete a posição advogada por organizações de defesa da liberdade civil, como a American Civil Liberties Union. Em várias ocasiões, geralmente por causa do affair Faurisson e de suas críticas a políticos israelenses, Chomsky tem sido acusado de apoiar o anti-semitismo, notadamente no livro de Werner Cohn cujo título é "Partners in Hate: Noam Chomsky and the Holocaust Deniers" (ISBN 0964589702) [19].

Chomsky respondeu às alegações de Cohn chamando-o de um "mentiroso patológico". [20]. Em 2002, o presidente da Universidade de Havard Lawrence Summers chamou a atenção ao dizer que a "campanha liderada por Chomsky" para que as universidades americanas se afastem de empresas com capital de israelenses "é uma campanha anti-semítica em seus efeitos, se não for em intenção". Os pontos de vista que Chomsky tem expressado sobre estes assuntos tem feito com que, ocasionalmente, seus adversários políticos, pricipalmente alguns eruditos judeus americanos, o acusem de apoiar o fascismo. De fato, Chomsky vê com ceticismo essa campanha embora ele diga que "a compreende e simpatize com os sentimentos subjacentes daqueles que a propõem. [21].

[editar] Crítica recebida dos ativistas palestinos

Embora rotineiramente condene as ações dos governos israelenses no conflito israelo-palestino, Chomsky recentemente vem sofrendo ataques de ativistas pró-palestinos por sua defesa de um plano relativamente moderado que propõem dois Estados, o de Israel e o da Palestina, na região. [22] [23]

Chomsky disse que propostas sem significante apoio internacional não são metas realísticas e respondeu que: "Estou aqui tentando defender as coisas muito seriamente: proponho algum tipo de programa de ação que seja factível, que não tenha ilusões; como por exemplo aqueles que propõem "ações apenas com base em princípios", que consideram apenas o "realismo" da vida – isto é, que não consideram o destino das pessoas que sofrem". [24]

[editar] Notas

  1. Cortesia de John Soares
  2. Revista Zmag, Ciência
  3. Revista Zmag, Ciência
  4. Livro Chomsky's Politics, pág.188
  5. Livro: "9-11" (pág.76) (sobre o ataque terrorista em Nova Iorque em 11 de setembro de 2001)
  6. Livro: Consenso Fabricado
  7. Peck, pág. 11
  8. Peck, pág.7
  9. Livro: "O que o tio Sam realmente quer", Cap. 2.4
  10. Fateful Triangle, pág.4
  11. Matéria de Chomsky para Revista Zmag
  12. Entrevista de Chomsky
  13. Christopher Hitchens critica Chomsky
  14. Keith Windschuttle critica Chomsky
  15. Chosmky critica Horowitz
  16. Horowitz rebate as críticas de Chomsky
  17. Sobre Horowitz
  18. Sobre Horowitz
  19. "Partners in Hate: Noam Chomsky and the Holocaust Deniers"
  20. Chomsky rebate críticas de Cohn
  21. Críticas a Chomsky
  22. Artigo de Chomsky sobre o Assunto
  23. Artigo de Chomsky sobre o Assunto (2)
  24. Chomsky se defende das críticas

[editar] Bibliografia

[editar] Linguística

Outros projectos Wikimedia contêm material sobre este artigo. Verifique na barra lateral esquerda, em correlatos.
  • Three Models for the Description of Language, 1956
  • Syntactic Structures, 1957
  • Aspects of the Theory of Syntax, 1965
  • Language and Mind, 1972
  • Rules and Representations, 1980
  • Lectures on Government and Binding, 1981
  • Knowledge of Language. Its Nature, Origin and Use, 1986
  • Language and Thought, 1993
  • The Minimalist Program, 1995

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas

[editar] Fontes

[editar] Palestras e entrevistas selecionadas

[editar] Artigos selecionados

[editar] Críticas a Chomsky

[editar] Sátira de Chomsky

Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Noam Chomsky.


BIOGRAFIAS

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