Praça-forte de Campo Maior
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A Praça-forte de Campo Maior, localiza-se na povoação de mesmo nome no Alentejo, em Portugal.
[editar] História
A ocupação humana do sítio elevado de Campo Maior perde-se na pré-história. Acredita-se que foi habitada sucessivamente por povos celtas, romanos e muçulmanos, para ser reconquistada por cristãos no século XIII.
À época do rei D. Dinis (1279-1325), o Tratado de Alcanises (1297) determinou que a povoação pertencia aos domínios portugueses, tendo aquele soberano lhe concedido Carta de Foral (elevando-a a vila) e reconstruindo-lhe o castelo medieval.
Posteriormente, o rei D. João II (1481-95) ampliou-lhe as defesas, inscrevendo toda a vila dentro das muralhas.
A partir de 1640, no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, diante da necessidade de modernização das suas defesas, a remodelação da sua fortificação foi projetada pelo Engenheiro-mór das fortificações do Alentejo, o francês Nicolau de Langres, que a transformou em uma verdadeira praça-forte.
No alvorecer do século XVIII, resistiu invicta a um cerco de 36 dias imposto pelas forças do Marquês de Bay (1712), no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-13). Na ocasião o fogo da artilharia sitiante causou-lhe severos danos, tendo aberto uma brecha no baluarte de São João, onde uma heróica resistência conteve o inimigo. Poucos anos mais tarde, seria palco de nova tragédia quando a queda de um raio sobre a antiga torre de Menagem, utilizada como paiol de pólvora, causou a explosão da munição ali estocada e consequente morte e ferimentos a cerca de 1.300 moradores, arrasando a estrutura e a vila (1732).
Restaurada ainda sob o reinado de D. João V (1705-50), a praça-forte caiu com honras militares após 18 dias de cerco espanhol durante a chamada Guerra das Laranjas (1801). Um novo cerco (13 dias) culminando em outra capitulação com honras militares, agora diante das tropas de Napoleão, se sucedeu no contexto da Guerra Peninsular, para ser retomada quatro dias mais tarde por tropas luso-inglesas sob o comando de Beresford, que em recompensa foi consagrado Marquês de Campo-Maior.
[editar] Características
Pelo projecto de Langres, no século XVII, a vila ficou protegida por um novo perímetro defensivo (um polígono abaluartado), com os campos envolventes limpos de árvores e de casario.
Uma dezena de baluartes complementavam a defesa, a saber: do Príncipe, da Fonte do Concelho, de São Francisco, de Santa Rosa, da Praça Baixa, da Boavista, de São Sebastião, do Curral dos Coelhos, de Santa Cruz e de São João, acrescidos de revelins, meias-luas, contra-escarpas.
Essa defesa era complementada pelos Forte do Cachimbo e Forte de São João, ambos demolidos sob o reinado de D. João V por razões estratégicas.
[editar] Ligações externas
- Fortificações de Campo Maior - Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
- Instituto Português de Arqueologia
- Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR)