Discussão:Rei do Brasil
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Parece-me indispensável abrir um novo artigo "Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves", independente deste artigo "Rei do Brasil" para o qual redirecciona. São coisas interdependentes, mas separadas. Portuguez 02:01, 3 Junho 2006 (UTC)
a) D. João VI não morreu usando o título de Rei de Portugal, Brasil e Algarves etc. Pois quando criou o reino do Brasil, como coroa distinta, passou a usar oficialmente o título novo de Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil, e Algarves. Sem mais. O título anterior à criação da Coroa brasileira era de "rei de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém-mar em África, Senhor de Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, sendo que significava Portugal, o reino do Algarve europeu, o Algarve africano (Marrocos Português), a África Negra em geral (antigamente chamada Guiné) e o monopólio comercial das rotas marítimas com a África (dita Etiópia) Arábia, Pérsia e Índia. Não mencionava o Brasil, que era colónia sem importância, mera escala a caminho da Índia, quando D. Manuel I assumiu o título longo que subsistiu até D. Maria I, que foi "de jure" a primeira rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Segue-se-lhe como segundo rei da monarquia dual D. João VI, e pelo tratado de paz de 1825, entre o Brasil e Portugal, D. João VI então rei absoluto, declara-se imperador do Brasil, e abdica dessa coroa em seu filho D. Pedro. Até à sua morte, tanto D. João VI como D. Carlota Joaquina de Borbom passaram a ser oficialmente designados, e a assinarem-se, com Imperador e Rei, e Imperatriz Rainha. E tratados também sempre como SMIR (Sua Majestade Imperial e Real). Esta situação entre as duas coroas Bragança é paralela à do Império Austro-Húngaro, em que depois da elevação da Hungria a reino autónomo, com Francisco José I, passaram os súbditos da coroa húngara a gozar dos mesmos direitos que os austríacos, sendo os imperadores coroados em Budapeste como reis da Hungria, e passando também a Majestades Imperiais e Reais.
b) De facto, em termos práticos, é muito ideológico a meu ver afirmar-se que a independência brasileira nasce em 1822. Ela de facto nasce com a presença de D. João VI em solo brasileiro, a extinção do monopólio colonial, abertura dos portos, nascimento do Banco do Brasil, e a criação da coroa do Brasil, e da sua nova e pujante capital, o Rio de Janeiro. Originando aliás muitos protestos em Portugal, que esse sim passara a ser governado de longe através de regências. A História oficial é sempre escrita ideologicamente pelos novos regimes vencedores, mas a historiografia deve ser pura e dura, crua, sem contemplações pelas verdades ditas históricas aceites primariamente por interesses políticos ultrapassados. Ou seja, há que desmontar à luz dos documentos a arqueologia das verdades de regime sobrepostas e acumuladas.
c) Vejo que o artigo Rei do Brasil precisa também de correcção a este nível, pelo que irei lá colocar esta mensagem também. Mas entao, o que houve em 1822? Em 1820/21, as Cortes liberais portuguesas, em revolta contra a autoridade da Coroa, exigem inconcebivel e reaccionáriamente o regresso do Reino do Brasil ao defunto estatuto colonial... visto os burgueses que as compõem estarem arruinados por terem perdido o monopólio do comércio e dos transportes brasileiros. Assim, obrigaram o regresso a Lisboa de D. João VI, e não esperaram pela chegada dos 50 deputados brasileiros para iniciarem os trabalhos da nova Constituição do Reino Unido. E estes deputados brasileiros retiram-se ao chegarem e assistirem a este estado de coisas, regressando ao Brasil e preparar a secessão. Porém em 1825, as Cortes e a sua constituição já estão derrogadas, e D. João é rei tradicional de novo em Portugal. Portuguez 00:50, 3 Junho 2006 (UTC)
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- Portuguez, sinta-se livre para criar dois artigos distintos. Quanto a D.João VI ter morrido apenas com o título "Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil, e Algarves", não encontrei no texto.
- Por fim, parece-me tão ideológico dizer que o Brasil se torna independente quando da chegada da família real portuguesa quanto pela declaração de 1822. Apesar de todo o progresso advindo da breve estada da Coroa Portuguesa no Rio, continuava o Brasil na condição de colônia portuguesa. Acredito que, nesse sentido, seja melhor seguirmos a historiografia a fim de não começarmos uma discussão sem fim, reservando-a a um fóro próprio. Como poderiamos, afinal, dizer que o Brasil efetivamente se tornou independente nalgum momento de sua história? Tonyjeff 08:00, 22 Junho 2006 (UTC)