Renascimento do Século XII
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O Renascimento do século XII consistiu num conjunto de transformações culturais, políticas, sociais, e económicas ocorridas nos povos da Europa ocidental. Nessa época ocorreram eventos de grande repercussão: a renovação da vida urbana, após um longo período de vida rural, girando em torno dos castelos e mosteiros; o movimento das Cruzadas, a restauração do comércio, a emergência de um novo grupo social (os burgueses) e, sobretudo, o renascimento cultural com um forte matiz científico-filosófico, que preparou o caminho para o renascimento italiano, eminentemente literário e artístico.
[editar] Renascimento do século XII
Nos séculos XI e XII começam a ocorrer várias mudanças sociais, políticas e econômicas. Evoluções técnicas possibilitam o cultivo de novas terras e aumenta a diversidade dos produtos agrícolas, que sustentam uma população que cresce rapidamente. O crescimento populacional e o aumento da produtividade agrícola permitem um fortalecimento da vida urbana. As cidades crescem e se tornam centros de comércio e artesanato, abandonando a sua dependência agrária, em torno dos castelos e dos mosteiros. Muitas cidades européias, chamadas de burgos, acabaram por tornar-se livres das relações servis e do domínio dos nobres (senhores feudais) se transformando em ilhas de capitalismo em um continente feudal. O comércio está em franca expansão e vai se impondo como uma das atividades econômicas mais determinantes da sociedade. Vai surgindo um novo grupo social: os burgueses (habitantes dos burgos), dedicados essencialmente ao comércio. Por motivos políticos, os "burgueses" recebiam freqüentemente o apoio dos reis, que muitas vezes estavam em conflito com os outros nobres senhores feudais. Na língua alemã, o ditado Stadtluft macht frei ("O ar da cidade liberta") ilustra este fenômeno.
Com o restabelecimento do comércio com o Oriente próximo e o desenvolvimento das cidades, começam a ser minadas as bases da organização feudal. Na medida em que aumenta a demanda de produtos agrícolas para o abastecimento da população urbana, isso eleva o preço dessas mercadorias, permitindo aos camponeses maiores fundos para a compra de sua liberdade. Ao mesmo tempo, a expansão do comércio e da indústria cria novas oportunidades de trabalho, atraindo os servos para as cidades. Esses acontecimentos, aliados à formação dos exércitos profissionais e à insurreição camponesa, vão futuramente contribuir para o declínio do feudalismo europeu, que está vivendo seu auge nesse período de renascimento.
[editar] Tecnologia
O mesmo ciclo de prosperidade que impulsionou a produção cultural traz também grande impacto na área da técnica. O renascimento do século XII e o período que se segue a ele também já foi chamado de a Revolução Industrial da Idade Média, pelo aumento radical no número de invenções e importação de tecnologias. Ocorrem muitas inovações na forma de utilizar os meios tradicionais de produção. No setor agrícola, por exemplo, foi essencial a redescoberta de ferramentas como a charrua, o peitoral, o uso de ferraduras, e a utilização de moinhos d'água. Na arquitetura, surge o Estilo gótico, que foi possibilitado por diversos avanços nas técnicas que foram aplicadas à construção das catedrais. Presenciaram-se descobertas como as dos óculos no século XIII, da prensa móvel no século XV, o aperfeiçoamento da tecnologia da pólvora (descoberta na China) e a invenção dos relógios mecânicos, que se espalharam nos ambientes urbanos e transformaram a noção de tempo daquelas sociedades. Muito importantes foram também avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio, que, somados às mudanças na confecção de mapas e à invenção das caravelas, tornaram possível a expansão marítimo-comercial Européia do início da Idade Moderna.
[editar] Ver também
- Ciência e tecnologia medieval
- Reforma gregoriana
- Escolástica
- Renascença carolíngia
- Renascimento do Século XV