Tecnécio

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O tecnécio(technetium) é um elemento químico de símbolo Tc de número atômico 43 (43 prótons e 43 elétrons) e de massa atómica igual a 98 u. À temperatura ambiente, o tecnécio encontra-se no estado sólido.

Está colocado no grupo 7 (7B) da Classificação Periódica dos Elementos. Trata-se de um metal de transição, cinza prateado, radioativo, sendo obtido de forma sintética. Sua principal aplicação é em medicina, em técnicas de diagnóstico.

Molibdeno - Tecnécio - Rutênio Mn Tc Re    Tabela completa
General
Nome, símbolo, número	Tecnécio, Tc, 43
Série química	Metal de transição
Grupo, periodo, bloco	7, 5 , d
Densidade, dureza	11500 kg/m3, _
Cor e aparência	Metálico prateado
Propriedades atômicas
Massa atómica	[98] uma
Raio médio†	135 pm
Raio atómico calculado	183 pm
Raio covalente	156 pm
Raio de van der Waals	Sem dados
Configuração electrónica	[Kr]4d6 5s1
Estados de oxidação (óxido)	7 (ácido forte)
Estructura cristalina	Hexagonal
Propriedades físicas
Estado da matéria	Sólido (__)
Ponto de fusão	2430 K
Ponto de ebulição	4538 K
Entalpía de vaporización	660 kJ/mol
Entalpía de vaporização	24 kJ/mol
Pressão de vapor	0,0229 Pa a 2473 K
Informações diversas
Electronegatividade	1,9 (Pauling)
Afinidade eletrônica	-53 kJ/mol)
Calor específico	210 J/(kg·K)
Condutividade elétrica	6,7 106 m-1·Ω-1
Condutividade térmica	50,6 W/(m·K)
1° Potencial de ionização	702 kJ/mol
2° potencial de ionização	1470 kJ/mol
3° potencial de ionização	2850 kJ/mol
Isótopos mais estáveis
iso. AN Vida média MD ED MeV PD 97Tc Sintético 2,6 x106 a ε 0,320 97Mo 98Tc Sintético 4,2 x 106 a β- 1,796 98Ru 99Tc Sintético 211100 a β- 0,294 99Ru

[editar] Características principais

O tecnécio não apresenta isótopos e portanto é muito raro encontrá-lo na natureza. Seus estados de oxidação mais comuns são +2, +4, +5, +6 e +7.

É um metal cinza prateado, que lentamente perde o brilho em contato com o ar úmido. O tecnécio VII como o pertecnectato, TcO^4-, igual ao rênio, ReO^4-, é muito menos oxidante que o permanganato, MnO^4-. A química do tecnécio é muito similar a do rênio, apesar que estes dois se diferem bastante da do manganês. O tecnécio se dissolve em agua régia (mistura de HNO₃ e HCl), ácido nítrico (HNO₃) e ácido sulfúrico concentrado (H₂SO₄), porém não é solúvel em ácido clorídrico (HCl). Este elemento inibe bem a corrosão do aço, e é um excelente supercondutor a temperaturas abaixo de 11 K.

[editar] Aplicações

O tecnécio poderia apresentar várias aplicações como, por exemplo, em aços protegendo-os da corrosão, porém devido a problemas com a sua produção (em reatores nucleares), estas aplicações são muito limitadas.

Em medicina nuclear são empregados compostos com o isótopo ^99mTc como radiofármacos (ou radiotraçadores). Este isótopo se obtem mediante geradores de ⁹⁹Mo / ^99mTc, sendo seu período de desintegração de 6 horas, tempo adequado para que se acumule no órgão que se quer estudar e, por outro lado, não permanecendo muito tempo no organismo. É um emissor gama com uma energia de aproximadamente 140 KeV, que pode ser detectado através de um contador de cintilância podendo-se interpretar a imagem obtida.

Se preparam diversos compostos, por redução de pertecnectatos junto com outras moléculas dependendendo do órgão que se quer estudar. Por exemplo, com bifosfonatos, estes compostos se acumulam nos tecidos ósseos. Quando se utiliza pertecnatos diretamente estes se acumulam na glândula tiróide.

[editar] História

O nome tecnécio é procedente do grego tecnetos, que significa "artificial". Foi descoberto por Carlo Perrier e Emilio Segré na Itália em 1937, numa amostra de molibdênio, enviada por Ernest Lawrence, que foi bombardeada com núcleos de deutério em um ciclotron em Berkeley. O tecnécio foi o primeiro elemento a ser produzido artificialmente.

Dmitriĭ Mendeleev previu que faltava na Tabela Periódica um elemento que seria similar ao manganês e o denominou ekamanganês. Em 1925, quando se descobriu o rênio acreditou-se que havia-se encontrado o elemento de número atômico 43, e deu-se a ele o nome de masúrio, porém comprovou-se que não era o elemento previsto. O desenvolvimento da energia nuclear nos meados do século XX permitiu gerar as primeiras amostras deste elemento através de reações nucleares.

[editar] Abundância e obtenção

Até 1960 não era possível obter este elemento em quantidades macroscópicas. A expansão da indústria nuclear tornou entretanto possível a obtenção de grandes quantidades de tecnécio (quilogramas).

Algumas estrelas gigantes vermelhas apresentam uma linha de emissão em seu espectro correspondente a presença do tecnécio; esta descoberta tem levado a novas teorias sobre a produção de elementos pesados nas estrelas.

Desde que foi descoberto, numerosas buscas foram levadas a cabo em materiais terrestres procedentes de fontes naturais. Em 1982, o ⁹⁹Tc foi isolado e identificado, em quantidades muito pequenas, no mineral pechblenda, procedente de África, como produto da fissão espontânea do ⁹⁹Mo. Esta descoberta foi feita por B.T. Kenna e P.K. Kuroda.

O ⁹⁹Tc se obtém como resíduo dos reatores nucleares, separando-o dos demais produtos da fissão. (Através da reacção de Tc₂S₇ com H a 1100 ºC ou NH₄TcO₄ com H).

[editar] Precauções

O tecnécio não é encontrado na natureza, e é muito raro encontrar-se compostos que contenham este elemento. Todos os isótopos de tecnécio são radioativos e, portanto, tóxicos. O tecnécio não apresenta nenhuma função biológica.

[editar] Links externos

• WebElements.com - Technetium
• EnvironmentalChemistry.com - Technetium