Teotônio Vilela
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Teotônio Brandão Vilela (Viçosa, 28 de maio de 1917 — Maceió, 27 de novembro de 1983) foi um político brasileiro.
Ligado quase toda a vida a partidos de direita, Teotônio Vilela estreou no MDB - de oposição ao regime militar -, em 1979, com a missão de presidir a comissão parlamentar que discutiria a anistia aos cassados pelo AI-5. Como um cavaleiro andante da democracia, ele tirou dinheiro do próprio bolso para visitar um por um os presos políticos que cumpriam pena. Em uma delegacia, esbarrou na arrogância de um policial que exigia mandado judicial. "Dê licença, falo em nome da República!", agigantou-se Teotônio. Era um acerto de contas com o passado. Diante das vítimas de tortura, ele rogou ajoelhado: "Perdão por não ter visto antes essa barbárie."
[editar] Usineiro
Teotônio Vilela era o orador da turma no colégio jesuíta. Num discurso citou Rousseau, autor suíço proibido pelo Vaticano. Os padres escutaram escandalizados o garoto de quinze anos que pregava um "novo pacto social". O catecismo acalmou, por uns tempos, sua fúria cívica. Em 1937, ele foi tentar a vida no Rio de Janeiro, mas preferiu os cabarés aos cursos de Direito e Engenharia, que nunca concluiu. De volta ao sertão, negociou boiada até fundar uma usina de cana-de-açúcar. Em 1948, filiou-se à UDN, partido pelo qual se elegeu deputado estadual e vice-governador de Alagoas. Em 1966, candidatou-se a senador pela Arena. Se num primeiro momento apoiou o golpe militar, logo disparou críticas. A rebeldia só não lhe rendeu a cassação por causa da amizade com o ministro dos Transportes, Mario Andreazza. "A situação do velho já estava ruim porque ele presidia a Sociedade de Amigos de Cuba, prova de que era um liberal por excelência", afirmou a ISTOÉ o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL).
[editar] Menestrel
Em 1975, cobrou a redemocratização nacional em discursos memoráveis que lhe valeram o apelido de Menestrel das Alagoas. Enquanto os parlamentares do MDB o aplaudiam de pé, os arenistas viravam as costas e deixavam o plenário. Teotônio percorreu o Brasil exigindo democracia. Inspirou-se na miséria nordestina para elaborar o Projeto Emergência, que propunha a moratória da dívida externa, reformas sociais e eleições diretas para presidente. Morreu a 27 de novembro de 1983, de câncer generalizado, depois de comover o País com sua peregrinação. "Há coisas que enchem a vida de alegria: lavar um cavalo na água fria do rio, sacudir um boi pelo rabo na carreira de uma vaquejada e falar com os jovens, sentindo a esperança."