Dragão (militar)
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Dragão era a designação dos soldados das unidades militares introduzidas nos exércitos europeus do séc. XVII que se deslocavam a cavalo, mas combatiam a pé, como a infantaria. Os Dragões eram, na prática, infantaria montada e, por isso, só mais tarde foram considerados parte da arma de cavalaria.
Já desde a Guerra da Restauração, integravam as tropas portuguesas, os arcabuzeiros a cavalo, unidades semelhantes ao que viriam a ser conhecidos por Dragões. Pela organização militar de 1742, são criados em Portugal vários regimentos de Dragões, dois dos quais ainda hoje existem (os actuais Regimento de Cavalaria Nº 3 (Dragões de Olivença) e Regimento de Cavalaria Nº 6 (Dragões de Chaves)). Como os Dragões eram o tipo de tropas ideal para a guarnição de vastas áreas com poucos efectivos, devido à sua facilidade de deslocação, foram também criadas unidades deste tipo nos territórios ultramarinos portugueses, sobretudo no Brasil e em África.
Em 1764, deixa de haver distinção entre as unidades de cavalaria ligeira e de Dragões, passando todas a denominar-se regimento de cavalaria. Os militares de cavalaria passam todos a ser armados tanto de carabina como de sabre, o que lhes permite combater tanto a cavalo como a pé. São, no entanto, mantidas as unidades de Dragões dos territórios ultramarinos, as quais vão durar até ao séc. XX.
Os Dragões voltam a surgir no Exército Português em 1966, por ocasião da Guerra do Ultramar. Devido às condições da guerra no Leste de Angola, o comando português decide criar um pelotão experimental a cavalo. Essa unidade tornava-se ideal para a actuação na região, pois os militares a cavalo podiam ter uma boa visão do terreno cheio de capim elevado e podiam fazer uma aproximação silenciosa às forças inimigas. Os militares da unidade estavam armados com uma espingarda G3 para uso em combate apeado, e uma pistola Walther P38 para tiro a cavalo. Devido ao seu sucesso, acabaram por ser constituídos 3 esquadrões a cavalo, integrados no Grupo de Cavalaria Nº 1 de Silva Porto, que logo ficaram conhecidos por Dragões de Angola. Nos início dos anos 70 começou também a ser constituída uma unidade deste tipo em Moçambique.
No Exército Brasileiro mantém-se actualmente o 1ª Regimento Cavalaria de Guardas (Dragões da Independência), responsável pela guarda honorífica a cavalo do presidente da República e de outros orgãos federais em Brasília.