Escrava Anastácia
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A escrava Anastácia é cultuada no Brasil como santa e heroína, considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra no Brasil.
Sua beleza tornou-se objeto de desejo e obsessão do feitor de sua fazenda. Por nunca ter aceitado o assédio do rapaz, foi violentada e condenada a viver com uma máscara no rosto, que era retirada apenas durante as refeições, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mas heróica existência.
As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da negra . Anastácia, já muito doente e debilitada, é levada para o Rio de Janeiro onde vem a falecer, sendo que seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário que, destruída por um incêndio, não se teve como evitar a destruição também dos poucos documento que poderiam nos oferecer melhores e maiores informações referentes à escrava Anastácia " A Santa ", além da imagem que a história ou lenda deixou em volta de seu nome e na sua postura de mártir e heroína, ao mesmo tempo.
Por isso, muitas entidades, ligadas não somente às lideranças negras, femininas ou masculinas, como as comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente as ligadas à religião católica, estão unidas no propósito de solicitar ao Papa, a beatificação da escrava Anastácia.
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[editar] Origem
A verdade é que pouco se tem comprovado da vida desta mulher. Alguns autores colocam em dúvida a sua existência real, atribuindo a criação de um mito com sua imagem, a partir do desenho do artista Etienne Victor Arago, representando escravos mineiros que eram obrigados a usar a máscara de ferro para que não ingerissem pepitas de ouro durante o trabalho forçado na mineração. Outros afirmam que ela era filha de Delminda, negra da tribo Bantú, mais precisamente da família real Galanga, trazida para o Brasil em 1740, junto a um carregamento de 112 escravos. Delminda, que era uma jovem muito formosa, ainda no cais do porto foi arrematada por mil réis, pelo feitor Antônio Rodrigues Velho. Como era comum à condição das escravas negras, foi também violentada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual Anastácia, sua filha, possuía olhos azuis.
Vendida grávida para Joaquina Pompeu, a mãe de Anastácia deu a luz à menina, ainda no mesmo ano, no dia 12 de maio. Crescida, tornou-se objeto de adoração do filho de sua dona, Joaquim Antônio. O rapaz fazia de tudo para ter a moça, inclusive ofereceu dinheiro para ela deitar-se com ele, mas ela recusou-se terminantemente. Por nunca ter permitido a aproximação de Joaquim, foi perseguida, violentada e obrigada a usar a máscara. Dizem que as mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da negra. Durante alguns anos viveu desta maneira, morrendo no Rio de Janeiro em data incerta.
[editar] História
Sua história foi recuperada em 1968, quando a Igreja do Rosário, no Rio de Janeiro, fez uma exposição em homenagem aos 80 anos da Abolição e nela estava o retrato pintado de Arago. Neste momento, começou a ser considerada milagreira e hoje tem cerca de 28 milhões de fiéis. Existe um santuário em sua homenagem, em Vaz Lobo, um bairro no Rio. A imagem com a máscara de ferro ficou famosa no mundo inteiro, inspirando até o diretor americano Jonathan Demme no seu filme "A Amada", realizado em 1999 e estrelado pela apresentadora Oprah Winfrey.
[editar] Ver também
- Alforria
- Caifazes
- Escravidão do salário
- Pelourinho
- Tronco (instrumento de tortura)
- Abolição da escravatura na América
- A escravidão no século XX
- Escravidão africana
- Tráfico negreiro
Sobre a Escravidão do povo brasileiro:
- Lei Áurea
- Princesa Isabel
- Povo brasileiro
- Quilombo
- Senzala
- Tráfico de escravos para o Brasil
- A escravidão no Brasil
- Escravos ao ganho
[editar] Ligações externas
- Escravos - história e ilustrações
- África História e Cultura Afro-Brasileira
- Negros longe da história
- Casa Grande e Senzala
- Portal Arqueológico
- Unesco 2004: Slavery Abolition Year
- Escravidão no Brasil
- África e Cultura Africana
- Os Quilombos
- Escravidão no Brasil
- História da Abolição da Escravatura no Brasil