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Império Persa - Wikipédia

Império Persa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os historiadores ocidentais designam como Império Persa os sucessivos Estados surgidos antes de 1935 no território do que é hoje o Irã, governados por diversas dinastias (persas ou estrangeiras) ao longo do tempo. Em geral, considera-se como o primeiro "Império Persa" o Império Aquemênida (648-330 a.C.), estabelecido por Ciro, o Grande, com origem na região chamada Parsa (hoje a província iraniana de Fars).

Para mais informações acerca da relação entre os termos Pérsia e Irã, ver o artigo Pérsia.

Para a história da Pérsia após 1935, ver o artigo História do Irã.

Índice

[editar] Antes dos persas

Anteriormente aos aquemênidas, o Planalto Iraniano era ocupado pela civilização elamita, cuja capital era a cidade de Anshan e, posteriormente, Susa. Elam conviveu com o Reino Jiroft - estabelecido no que são hoje as províncias orientais do Irã, enquanto que os elamitas controlavam a porção ocidental, na região da Cordilheira de Zagros - e posteriormente sucedeu-o, estendendo-se pelo Planalto Iraniano. A cultura elamita desempenhou um papel essencial no posterior Império Persa, durante o período aquemênida, que manteve a língua elamita como idioma oficial. A civilização elamita é tradicionalmente considerada o ponto inicial da história do Império Persa (e, em decorrência, do Irã).

[editar] Os sucessivos Impérios na Pérsia

[editar] O primeiro Império Persa: a Pérsia Aquemênida (648 a.C.-330 a.C.)

Ver artigo principal: Aquemênidas.
O Império Persa em 490 a.C.
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O Império Persa em 490 a.C.

O princípio do primeiro milênio a.C. testemunhou a segunda grande invasão do Planalto Iraniano por tribos indo-arianas provenientes da Transoxiana e do Cáucaso, entre as quais os medos e os persas. O primeiro registro a respeito dos persas vem de uma inscrição assíria de c. 844 a.C., que se refere aos parsu (Parsuash, Parsumash), localizando-os na área do Lago Urmia, juntamente com outro grupo, estes os madai (medos).

Os medos fixaram-se no norte do Planalto Iraniano (Ecbátana, atual Hamadan), e os persas, até então nômades, estabeleceram-se ao sul, em Parsa (atual província iraniana de Fars) e na cidade de Anshan, onde Teispes (reg. c. 675-640), filho de Aquêmenes (semi-lendário, c. 700-675), teria fundado um novo reino, intitulando-se “rei da cidade de Anshan”. Sucederam a Teispes Ciro I e Cambises I. Este último casou-se com a neta do líder medo Ciáxares e foi pai de Ciro II, conhecido como o Grande. O reino de Anchan, tributário dos medos, continuarou a usar o elamita como idioma oficial por algum tempo, embora a dinastia governante falasse persa, uma língua indo-européia. A posterior expansão do reino da cidade de Anchan resultaria na criação do Império Persa.

Durante anos dominadas pelos citas e pelos assírios, as tribos medas, unificadas por Ciáxares, conquistaram Nínive, capital da Assíria, em 612 a.C. Após a derrota definitiva dos assírios em 610 a.C., os medos ocuparam território no que é hoje o Irã, bem como na Ásia Menor, na Anatólia e na Lídia. Em 550 a.C., Ciro II, de origem persa, derrotou os medos e tomou o trono (medos e persas pertenciam à mesma raça iraniana e suas línguas eram quase idênticas: a ascensão de Ciro pode ser vista como uma revolução interna que não afetou o Império). Senhor dos territórios sujeitos ao Império Medo, Ciro II tomou a antiga capital elamita de Susa, para onde foi transferida a capital persa. Em seguida, os persas conquistam a Lídia, a Jônia, a Cária, a Lícia e a Babilônia, após derrotar o Rei Nabonido em 538 a.C. Sucedendo seu pai Ciro, Cambises II conquistou, em vinte anos, por meio de força militar e de uma política liberal para com os povos submetidos, um Império que se estendia do Mediterrâneo ao Indo e que incluía o Egito.

O Império atingiu o auge territorial sob Dario I, que conquistou o vale do rio Indo, a leste, e a Trácia, a oeste. A sua invasão da Grécia foi frustrada na Batalha de Maratona. Seu filho Xerxes I também tentou ocupar a Grécia, mas foi derrotado na Batalha de Platéias, em 479 a.C. (V. Guerras Médicas).

O Império Persa Aquemênida foi o maior e mais poderoso Estado que o mundo havia visto até então; era bem administrado e organizado. Dario dividiu o reino em cerca de vinte satrapias (províncias), supervisionadas por governadores (sátrapas). Também instituiu um sistema tributário para cobrar impostos de cada província, ampliou o sistema postal dos assírios e adotou o uso de agentes secretos (conhecidos como os Olhos e Ouvidos do Rei). Construiu a famosa Estrada Real, de modo a ligar o seu extenso Império.

Durante o período aquemênida, o zoroastrismo, fundado por Zoroastro, tornou-se a religião dos governantes e da maior parte dos povos da Pérsia; enfatizava uma luta dualista entre o bem e o mal, e uma batalha final vindoura. O zoroastrismo e seus líderes místicos, os magi, viriam a ser um elemento definidor da cultura persa.

A Pérsia Aquemênida uniu povos e reinos de todas as principais civilizações de uma vasta região.

[editar] Pérsia Helenística (330 a.C.-150 a.C.)

Ver artigo principal: Império Selêucida.
O Império de Alexandre, o Grande.
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O Império de Alexandre, o Grande.

Os últimos anos da dinastia aquemênida foram marcados pela decadência. O maior império da antigüidade desmoronou em apenas oito anos, quando atacado por um jovem rei macedônio, que a história viria a chamar de Alexandre, o Grande.

A decadência da Pérsia ficou patente para os gregos em 401 a.C., quando o sátrapa de Sardes contratou 10.000 mercenários gregos para ajudá-lo a reivindicar o trono imperial, o que demonstrava a instabilidade política e a fraqueza militar dos aquemênidas.

Filipe II da Macedônia, governante da maior parte da Grécia, e seu filho Alexandre decidiram aproveitar esta fraqueza. Após a morte de Filipe, Alexandre invadiu a Pérsia, desembarcando seu exército na Ásia Menor em 334 a.C. Suas tropas rapidamente tomaram a Lídia, a Fenícia e o Egito, derrotaram as forças de Dario III em Isso e por fim capturaram a capital persa de Susa. O último foco de resistência aquemênida foi nas proximidades do palácio real em Persépolis. O Império Persa estava enfim nas mãos dos gregos.

Ao longo de sua rota de conquista, Alexandre fundou diversas cidades, todas com o nome Alexandria, que serviram para difundir a cultura helenística na Pérsia nos séculos seguintes.

O império de Alexandre desfez-se logo após a sua morte, mas a Pérsia continuou sob controle grego. Um dos generais de Alexandre, Seleuco I Nicator, assumiu o controle da Pérsia, da Mesopotâmia e, mais adiante, da Síria e da Ásia Menor. Sua descendência é conhecida como a dinastia Selêucida.

A colonização grega continuou até cerca de 250 a.C., difundindo a língua, a filosofia e a arte gregas. O grego tornou-se a língua da diplomacia e da literatura em todo o território conquistado por Alexandre. O comércio com a China, iniciado durante a era aquemênida através da Rota da Seda, assumiu novas proporções, permitindo também um intercâmbio cultural: o budismo foi trazido da Índia; o zoroastrismo foi levado para o oeste e viria a influenciar o judaísmo.

O reino selêucida rapidamente entrou em declínio. Ainda durante a vida de Seleuco, a capital foi transferida de Selêucia, às margens do Tigre, na Mesopotâmia, para Antioquia, às margens do Orontes, próximo ao Mediterrâneo. As províncias orientais de Báctria e Pártia desligaram-se do reino em 238 a.C. A liderança militar do Rei Antíoco III impediu a Pártia de conquistar a própria Pérsia, mas alarmou a República Romana, cujas legiões começaram a atacar o reino selêucida. Este viu-se às voltas com a rebelião dos macabeus, na Judéia, e com a expansão do Império Kuchano a leste. O império desmoronou e foi conquistado pela Pártia e por Roma.

[editar] A Pérsia sob os partos (150 a.C.-226 d.C.)

Ver artigo principal: Império Parto.
O Império Parto, c. 60 a.C.
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O Império Parto, c. 60 a.C.

A Pártia era uma região ao norte da Pérsia, no que é hoje o nordeste do Irã. Seus governantes, a dinastia arsácida, pertenciam a uma tribo iraniana que se havia instalado na área na época de Alexandre. Declararam-se independentes dos selêucidas em 238 a.C., mas somente lograram expandir-se às custas do Império Persa após a ascensão de Mitrídates I ao trono parto, em c. de 170 a.C. Anexaram várias regiões na fronteira leste, conquistaram a Babilônia e a Média e, por fim, vencem Antíoco VII em 130 a.C., tomando dos selêucidas todos os seus domínios a leste do Eufrates. A Pártia estendia-se, então, desde o Eufrates até quase o Indo, com numerosos reinos vassalos.

As duas grandes ameaças ao partos eram as invasões dos nômades vindos do oriente e dos romanos a oeste. Os dois impérios - o parto e o romano - colidiram por mais de dois séculos na Mesopotâmia, com sérias derrotas iniciais infligidas aos romanos, como a Licínio Crasso na Batalha de Carrhae (54 a.C.), ou a Marco Antônio (36 a.C.). Mais tarde, aproveitando-se da desunião política do inimigo (os partas dividiam-se em clãs, que administravam, cada um, uma província do império) e de um governo central cada vez mais fraco, os romanos lograram vitórias expressivas, chegando mesmo à capital da Pártia, Ctesifonte - Trajano em 115 d.C., Marco Aurélio em 165, Septímio Severo em 198 e Caracala.

A fraqueza da dinastia arsácida permitiu a rebelião em 224 d.C. do rei persa vassalo, Ardacher, o qual se dizia descendente dos aquemênidas. Ardacher tomou Ctesifonte em 226 e derrubou o rei parto Artabano IV, fundando a nova dinastia dos sassânidas.

[editar] A Pérsia Sassânida (226 d.C.-650)

Ver artigo principal: Dinastia Sassânida.
O Império Sassânida, c. 610 d.C.
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O Império Sassânida, c. 610 d.C.

Durante o domínio parto, a Pérsia era apenas uma província de um império extenso e descentralizado. O então rei da Pérsia, Ardacher I, chefiou uma rebelião contra o governo imperial da Pártia. Em dois anos, tornou-se o de um novo Império Persa.

A dinastia sassânida (cujo nome vem do bisavô de Ardacher) foi a primeira dinastia reinante verdadeiramente persa desde a era dos aquemênidas. Considerava-se, pois, como a sucessora de Dario e Ciro. Empreenderam uma política agressivamente expansionista, recuperando a maior parte do território oriental que os kushanos haviam tomado no período parto. Os sassânidas continuaram a guerrear contra Roma; um exército persa chegou a capturar o Imperador romano Valeriano, em 260.

A Pérsia sassânida, diferentemente da Pártia, era um Estado altamente centralizado. A população estava organizada em castas: sacerdotes, soldados, escribas e plebeus. O zoroastrismo tornou-se a religião oficial do Estado e propagou-se da Pérsia central para as províncias. Houve perseguições esporádicas contra outras religiões, particularmente o catolicismo ortodoxo, devido a suas ligações com o Império Romano. O Nestorianismo era tolerado e por vezes mesmo favorecido pelos sassânidas.

Embora os hunos brancos houvessem ocupado regiões a leste do Império, este logrou anexar, entre 605 e 629, o Levante e o Egito, avançando em seguida sobre a Anatólia.

Entretanto, uma guerra posterior com os romanos levou à destruição do Império. Ao longo de um demorado conflito, os exércitos sassânidas chegaram a Constantinopla, mas não a conseguiram tomar. Enquanto isto, o Imperador bizantino Heráclio flanqueava os persas na Ásia Menor e atacava o Império pela retaguarda, o que resultou numa derrota decisiva para os sassânidas na Mesopotâmia setentrional. O Império viu-se obrigado a abandonar todos os territórios conquistados e recuar, seguindo-se o caos interno e a guerra civil.

[editar] Pérsia e Islã (650-1219)

A rápida expansão do Califado árabe coincidiu com o caos causado pelo fim da dinastia sassânida. A maior parte do país foi conquistada de 643 a 650. A conquista da Pérsia pelos exércitos árabes islâmicos marca a transição para a Pérsia medieval. Yezdegerd III, último rei sassânida, morreu dez anos após perder o seu império para o Califado. Tentou recuperar algo do que havia perdido, com o auxílio dos turcos e dos tártaros, mas estes foram facilmente derrotados pelos muçulmanos.

Este Império árabe, governado pela dinastia omíada, foi o maior Estado da história até aquele momento, estendendo-se desde a Península Ibérica até o rio Indo, e do Mar de Aral até a ponta sul da Península Arábica. Os omíadas serviram-se dos sistemas administrativos persa e bizantino e transferiram a capital para Damasco, no centro de seu império. A dinastia reinaria sobre a Pérsia por cem anos.

A conquista árabe transformou radicalmente a vida na Pérsia. O árabe tornou-se a nova lingua franca, e o Islã rapidamente substituiu o zoroastrismo; construíram-se mesquitas. Enfim, novas língua, religião e cultura foram acrescentadas ao meio cultural persa. Durante aquela época, e devido ao vasto alcance do Império árabe, muitos cientistas persas viriam a exercer impacto direto sobre o Renascimento europeu, séculos depois.

Em 750, os omíadas foram derrubados pela dinastia abácida. Os persas desempenhavam, então, um papel importante na burocracia do império. O Califa Al-Ma'mun, cuja mãe era persa, transferiu sua capital para Merv, na Pérsia oriental.

Em 819, a Pérsia oriental foi conquistada pelos samânidas persas, os primeiros governantes de origem local desde a ocupação árabe. Estabeleceram Samarcanda, Bucara e Herat como suas capitais e reavivaram a língua e a cultura persas. Em 913, a Pérsia ocidental foi conquistada pelos buáiidas, uma confederação tribal persa das margens do Mar Cáspio. Fizeram de Xiraz a sua capital e destruíram a unidade territorial islâmica - não mais uma província de um Império islâmico unificado, a Pérsia era agora uma nação de um mundo islâmico cada vez mais diversificado. O grande poeta Ferdusi, "o recriador da língua persa", escreveu naquela altura o épico Shâh Nâmâ ("livro dos reis"), em persa, que contava a história dos reis da Pérsia.

[editar] A Pérsia sob o domínio turco (1037–1219)

O mundo islâmico foi abalado em 1037 pela invasão dos turcos seljúcidas, vindos de nordeste. Estes criaram um enorme império no Oriente Médio que deu continuidade ao florescimento da cultura islâmica medieval: construiu-se a Mesquita da Sexta-Feira em Ispaão; Omar Khayyam, o poeta persa mais famoso de todos os tempos, escreveu nos Rubaiyat a sua poesia de amor.

No início do século XIII, os seljúcidas perderam o controle da Pérsia para outro grupo turco, proveniente da Corásmia (ou Karezm), próximo ao Mar de Aral. Os xás do Império Corásmio governaram por pouco tempo, porém, pois viram-se defronte ao mais temido conquistador da história: Gêngis Cã.

[editar] A Pérsia sob os mongóis e seus sucessores (1219-1500)

Ver artigo principal: Ilkhanato.

Em 1218, Gêngis Cã enviou embaixadores e comerciantes à cidade de Otrar, no nordeste do reino corásmio. Como o governador de Otrar os mandou executar, Gêngis Cã saqueou a cidade e avançou sobre Samarcanda e outras cidades da região, destruindo e matando.

O neto de Gêngis, Hulagu Cã, completou a conquista do Império Corásmio, tomando ainda Bagdá (e matando o último califa abácida) e a maior parte do restante do Oriente Médio no período entre 1255 e 1258. A Pérsia tornou-se um Ilcanato (província) do vasto Império Mongol.

Com a conversão do Ilcã Mahmud Ghazan ao islamismo em 1295, este renunciou aos laços com o o Imperador Chengzong da China Yuan, que havia sucedido seu pai Cublai como Grande Cã. Os ilcãs promoveram as artes e o conhecimento na melhor tradição da Pérsia islâmica.

Com a morte em 1335 do último ilcã legítimo, Abu Said, o território do ilcanato fragmentou-se em pequenos Estados, permitindo a Tamerlão invadir a Pérsia em 1370, conquistá-la e saqueá-la até a sua morte em 1405. Ainda mais sangüinário do que Gêngis, Tamerlão exterminou 70.000 pessoas em Ispaão de modo a poder construir torres com os seus crânios. A Pérsia foi deixada em ruínas.

Pelos cem anos seguintes a Pérsia deixou de ser uma unidade política. Fragmentada e governada pelos descendentes de Tamerlão, a Pérsia foi conquistada no final do século XV pelo Emirado dos Turcomenos da Ovelha Branca (Ak Koyunlu), mas faltava-lhes a sofisticação da época islâmica.

[editar] Os Safávidas: um novo império iraniano (1500-1722)

As fronteiras de 1512 do Império Safávida.
As fronteiras de 1512 do Império Safávida.

A dinastia safávida era proveniente da cidade de Ardabil, na região do Azerbaijão. O safávida Ismail I derrubou o governo dos Turcomenos da Ovelha Branca e fundou um novo império iraniano - o primeiro com uma dinastia local em 800 anos. Embora os primeiros governantes safávidas falassem uma língua turcomana, as gerações seguintes adotaram o persa, o que permitiu à identidade persa florescer mais uma vez. O período safávida é visto pelos historiadores como uma ponte entre a antiga Pérsia e o Irã moderno, devido à adoção da denominação xiita do islamismo e à renascença cultural e política empreendidas pela dinastia reinante.

Ismail expandiu as fronteiras da Pérsia de modo a incluir todo o território dos atuais Azerbaijão, Irã e Iraque, bem como grande parte do Afeganistão. A expansão foi detida pelo Império Otomano na batalha de Chaldiran, em 1514. Os conflitos com os otomanos se tornariam comuns no período safávida.

A Pérsia safávida foi um Estado violento e caótico pelos setenta anos seguintes, mas em 1588 o Xá Abaz I subiu ao trono e presidiu a um renascimento cultural e político. Transferiu a capital do império para Ispaão, que se tornou um dos mais importantes centros culturais do mundo islâmico; celebrou a paz com os otomanos; reformou o exército, expulsou os uzbeques da Pérsia para o que é hoje o Uzbequistão e recapturou a ilha de Ormuz das mãos dos portugueses (3 de Maio de 1622).

Os safávidas eram seguidores do islamismo xiita e tornaram o Irã o maior país xiita do mundo, posição que o Irã ainda ocupa.

Sob os safávidas, o Irã conheceu o seu último período de grande potência imperial. No início do século XVII, um acordo com o Império Otomano fixou a fronteira com a Pérsia, que continua, até hoje, a ser o limite entre a Turquia e o Irã modernos.

[editar] O Irã e a Europa (1722-1914)

Em 1722, o Estado safávida desmoronou. Aquele ano assistiu à primeira invasão européia do Irã desde o tempo de Alexandre: Pedro, o Grande, Imperador da Rússia, invadiu o noroeste do país numa tentativa de controlar a Ásia Central. Para piorar a situação, forças otomanas acompanhavam os russos, o que permitiu o cerco bem-sucedido de Ispaão.

O país logrou opor-se à invasão; nem os russos, nem os turcos ganharam território às expensas do Irã. Entretanto, os safávidas foram seriamente enfraquecidos e, naquele ano, os seus súditos afegãos iniciaram uma rebelião sangrenta, em reação às tentativas de convertê-los à denominação xiita pela força. O último safávida foi executado, o que pôs fim à dinastia.

O Império iraniano teve um breve avivamento sob Nadir Xá, entre 1730 e 1740. Nadir expulsou os russos e confinou os afegãos ao território atual do Afeganistão. Lançou diversas campanhas bem-sucedidas contra os antigos inimigos da Pérsia, os canatos nômades da Ásia Central; muitos foram destruídos ou absorvidos ao Irã. O império de Nadir declinou, porém, após sua morte. Sucedeu-o a curta e fraca dinastia Zand. O Irã estava despreparado para a expansão mundial dos impérios coloniais europeus no fim do século XVIII e ao longo do século XIX.

Sob a dinastia Qajar (1779-1925), o Irã recuperou uma relativa estabilidade, mas sem esperanças de competir com as novas potências industriais da Europa. A Pérsia viu-se espremida entre os cadas vez maiores Impérios Russo na Ásia Central e Britânico na Índia. Cada um destes tirou do Irã territórios que se tornariam Bareine, Azerbaijão, Quirguistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Uzbequistão e partes do Afeganistão.

Embora o Irã não tenha sido invadido diretamente, aos poucos tornou-se economicamente dependente da Europa. A Convenção Anglo-Russa de 1907 formalizou as esferas de influência da Rússia e do Reino Unido sobre o norte e o sul do país, respectivamente, onde a potência colonial detinha a decisão final em assuntos econômicos.

Mohammad Ali Shah Qajar concedeu a William Knox D'Arcy, posteriormente a Companhia Petrolífera Anglo-Persa (Anglo-Persian Oil Company), autorização para explorar e operar campos de petróleo em Masjid-al-Salaman, no sudoeste da Pérsia, que começaram a produzir em 1914. Winston Churchill, Primeiro Lorde do Almirantado britânico, que supervisionava a conversão da Marinha Real britânica para navios de guerra movidos a petróleo, nacionalizou parcialmente a companhia antes do início da Primeira Guerra Mundial. Uma pequena guarnição militar anglo-persa foi designada para guardar os campos petrolíferos.

[editar] O Irã na Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

O Irã foi envolvido na Primeira Guerra Mundial devido a sua posição estratégica entre o Afeganistão e os conflitantes Impérios Otomano, Russo e Britânico. Em 1914, o Reino Unido enviou uma força militar à Mesopotâmia para negar aos otomanos o acesso aos campos de petróleo iranianos. O Império Alemão retaliou em nome de seu aliado, ao espalhar o rumor de que o Kaiser Guilherme II havia se convertido ao islamismo, e infiltrou agentes no Irã para atacar os campos petrolíferos e provocar uma Jihad contra o governo britânico na Índia. A maioria destes agentes alemães foi capturada por tropas persas, britânicas ou russas que patrulhavam a fronteira afegã, e a rebelião perdeu força. Seguiu-se uma tentativa alemã de seqüestrar Ahmad Shah Qajar, envolvendo os seus guarda-costas, frustrada na undécima hora.

Em 1916, os combates entre forças russas e otomanas ao norte do país começavam a afetar o Irã. A Rússia estava levando a melhor até o colapso de seus exércitos, em seguida à Revolução Russa de 1917. Este fato deixou o Cáucaso desprotegido e os civis caucasianos e persas, famintos após anos de guerra e de privações. Em 1918, uma pequena unidade militar britânica de 400 homens, sob as ordens do General Dunsterville, entrou no Transcáucaso a partir do Irã, numa tentativa de incentivar a resistência local contra os exércitos alemão e otomano que estavam prestes a invadir os campos petrolíferos de Bacu. Embora se retirassem de volta à Pérsia, lograram atrasar o acesso turco ao petróleo até quase o Armistício. Os víveres da expedição foram empregados para impedir uma grande fome na região.

[editar] O Irã após a Primeira Guerra (1919-1935)

Reza Xá Pahlavi, soberano (Xá) do Irã.
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Reza Xá Pahlavi, soberano () do Irã.

Após a guerra, o norte do Irã foi ocupado pelo General britânico William Edmund Ironside com o objetivo de garantir os termos do Armistício turco e auxiliar o General Dunsterville e o Coronel Bicherakhov na contenção da influência bolchevique. O Reino Unido também assumiu de maneira mais efetiva o controle sobre os lucrativos campos petrolíferos.

Entre 1921 e 1925, um oficial do exército persa, Reza Khan, tomou o poder das mãos dos Qajares e estabeleceu a nova dinastia Pahlavi, passando a chamar-se Reza Xá Pahlavi. Reza Xá transformou o Irã num país urbano, por meio da adoção de diversos projetos de desenvolvimento, industrialização, educação, infra-estrutura (inclusive ferrovias), saúde e educação. Surgiram uma classe média profissional e uma classe operária industrial. O poder foi fortemente centralizado no monarca.

Reza Xá procurou evitar o aprofundamento da dependência de seu país para com as duas grandes potências na região, a URSS e o Império Britânico.

Em 1935, o solicitou formalmente à comunidade internacional que passasse a empregar o termo Irã, que é como os persas designam o seu país desde o período sassânida, para designar a Pérsia (ver o artigo Pérsia acerca do nome do país).

Para a história da Pérsia após 1935, ver História do Irã.

[editar] Ver também

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