Juiz de Fora
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- Nota: Se procura o tipo de magistrado, consulte juiz de fora.
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Juiz de Fora é uma cidade e município brasileiro do estado brasileiro de Minas Gerais, situado na Zona da Mata.
A cidade localiza-se nos contrafortes da Serra da Mantiqueira, às margens do Rio Paraibuna, que corta o município no sentido norte-sul. A altitude do município varia entre 467 m e 1.104 m, estando o centro comercial da cidade a 678 m. A localização de Juiz de Fora é privilegiada, estando próxima da capital Belo Horizonte (270 km) e do Rio de Janeiro (180 km), às quais se liga pela rodovia BR-040, e a 480 km da cidade de São Paulo.
Juiz de Fora tem um PIB per capita de 7,573 mil reais e uma das mais altas expectativas de vida do Brasil. Além disso, possui o segundo maior nível salarial médio por trabalhador do interior de Minas Gerais (R$ 758,38 em 2000), atrás apenas de Poços de Caldas (ver Remuneração média dos municípios mineiros). Estrategicamente localizada entre os maiores mercados consumidores do país, é dotada de toda a infra-estrutura exigida para modernos empreendimentos. Ocupando lugar de destaque em Minas em qualidade de vida e investimentos, Juiz de Fora também se destaca no ranking de desenvolvimento humano da Organização das Nações Unidas (ONU).
Juiz de Fora é um importante centro regional cultural, sendo a única cidade de sua microrregião a ter cinemas, teatros, casas noturnas e outros locais de entretenimento funcionais. Há também importantes museus como o Museu Mariano Procópio e o Museu de Arte Moderna Murilo Mendes e uma Orquestra Filarmônica (a Orquestra Filarmônica Pró-Música). A cidade realiza anualmente um dos maiores festivais de música clássica do mundo, o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, importante por resgatar e divulgar a produção musical barroca brasileira. Outro importante festival de música é o Pró-Jazz. Em Juiz de Fora realiza-se anualmente o Miss Brasil Gay, e a sexta maior Parada do Orgulho Gay do Brasil (cerca de 100 000 participantes em 2006), sendo a maior dentre as não-capitais.
A vida cultural também é estimulada pela Universidade Federal de Juiz de Fora e diversas escolas de ensino fundamental, médio e superior, públicas e particulares, fazendo do município um destino comum para estudantes. A UFJF oferece 33 cursos de graduação, quinze de mestrado, dois de doutorado e vários de especialização, totalizando mais de doze mil alunos matriculados. Em si, retrata a época do governo militar, pois as áreas de medicina, direito e engenharia, entre outras, tem suas sedes afastadas, para evitar a reunião de estudantes contra a ditadura.
Juiz de Fora também é sede de uma arquidiocese, e a cidade tem Santo Antônio como seu padroeiro.
Juiz de Fora chegou a ser a cidade mais importante de Minas Gerais, devido ao forte crescimento industrial conseguido durante a época em que era chamada de "Manchester Mineira". Com a criação da capital Belo Horizonte, a cidade ainda assim continuou a progredir até o ano da grande crise econômica de 1929, quando a economia dos municípios mineiros ligados à cafeicultura sofreu grande abalo. Juiz de Fora só conheceu novo período de desenvolvimento no período da ditadura militar. Durante a década de 1980, a cidade passou por longo recesso econômico, no entanto nos últimos anos os grandes investimentos voltaram à cidade, sendo muitos esperados para o ano de 2007 (como um shopping e um aeroporto regional).
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[editar] História
A história de Juiz de Fora confunde-se com a história do século XIX mineiro. Situada na Zona da Mata, suas origens remontam à abertura do Caminho Novo, estrada criada em 1707 para o transporte do ouro. Diversos povoados surgiram, estimulados pelo movimento das tropas que ali transitavam rumo ao porto do Rio de Janeiro, a exemplo de Santo Antônio do Paraibuna, criado por volta de 1820.
Em 1850, a vila de Santo Antônio do Paraibuna é elevada à categoria de cidade e, quinze anos depois, ganha o nome de "cidade do Juiz de Fora". Este curioso nome gera muitas dúvidas quanto à sua origem. O juiz de fora era um magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito. A versão mais aceita pela historiografia admite que um desses magistrados hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora. Mais tarde, próximo a ela, surgiria o povoado. A identidade exata e a atuação desse personagem na história local ainda são polêmicas.
Um personagem de grande importância na cidade foi o engenheiro alemão Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld (Henrique Guilherme Fernando Halfeld), que empresta seu nome a uma das principais ruas do comércio local. Halfeld, após realizar uma série de obras a serviço do Estado Imperial Brasileiro, acaba por fixar residência na cidade, envolve-se na vida política, constrói a Estrada do Paraibuna e promove diversas atividades no município, sendo considerado um de seus fundadores.
Mas contar a história de uma cidade é mais que citar seus personagens ilustres e seus feitos. Fazemos referência à população pobre e livre que vivia na cidade, responsável pelo pequeno comércio, produção de gêneros e utensílios de primeira necessidade e aos escravos, que constituíam, na década de 1860, quase 60% da população total.
A partir de 1850, Juiz de Fora passa a vivenciar um processo de grande desenvolvimento econômico proporcionado pela agricultura cafeeira que se expandia pela Zona da Mata mineira, dando origem à formação de várias fazendas. Por iniciativa de Mariano Procópio Ferreira Lage, inicia-se a construção da primeira via de transporte rodoviário do Brasil: a Estrada União e Indústria, com 144 Km de Petrópolis a Juiz de Fora, com o objetivo de encurtar a viagem entre a Corte e a Província de Minas e facilitar o transporte do café.
Mariano Procópio Ferreira Lage contrata então 1.193 imigrantes alemães para a construção da estrada e cria um núcleo colonial que, com a finalização das obras da União e Indústria, volta-se para a produção de gêneros agrícolas e dá origem à Colônia D. Pedro II, hoje atual bairro São Pedro. Os colonos se fixaram também na Vila São Vicente (atual Borboleta) e na Rua Mariano Procópio. Os imigrantes que chegaram a Juiz de Fora vieram em busca de uma melhor condição de vida e, após o fim da construção da estrada, se dedicaram às profissões que praticavam na Alemanha. Assim, a cidade foi sede do primeiro curtume industrial do país, a primeira cervejaria, a primeira estação telefônica e o primeiro transporte público de Minas Gerais. Ao lado de toda esta atividade industrial, o comércio também progredia, podendo contar no ano de 1870 mais de 170 estabelecimentos comerciais e de serviços. É interessante citar também que os alemães que vieram para Juiz de Fora em 1858 foram os primeiros protestantes a chegar no Estado.
No século XIX, Juiz de Fora tornou-se um dinâmico centro econômico, político, social e cultural. Aos poucos, suas funções se ampliam, ganhando ares de cidade moderna, ponto de confluência da população circunvizinha. Ganha um plano de demarcação e nivelamento de ruas, telégrafo, imprensa, banco, bondes. Em 1889, foi inaugurada no município a primeira usina hidrelétrica de grande porte da América do Sul, a Usina de Marmelos, importante marco do setor elétrico do país e grande impulsionadora da indústria na cidade.
Os ganhos obtidos com o café, associados às facilidades de transporte, energia e mão-de-obra, acrescida com a chegada de centenas de imigrantes italianos, possibilitaram um intenso desenvolvimento industrial, e a cidade passa a ser denominada "A Manchester Mineira". Os setores que mais se desenvolveram foram o da indústria têxtil e, em segundo lugar, o da produção de alimentos.
Juiz de Fora, no fim do século XIX, possuía uma dinâmica vida cultural, representada pelos teatros, jornais, colégios e intensa atividade literária. A própria arquitetura reflete a prosperidade econômica e cultural, por meio do estilo eclético das construções, com diferentes manifestações do passado: o gótico, o grego e com a introdução, neste século, do Art Nouveau e Art Déco. Mais tarde, na década de 50 do nosso século, encontramos construções com concepções modernas, como as obras de Oscar Niemayer e os painéis de Di Cavalcanti e Cândido Portinari.
Durante todo o século XX Juiz de Fora se destacou nos grandes momentos históricos do País. E, após viver um período de relativa decadência industrial a partir dos anos quarenta, passou a se destacar pelo crescimento dos setores comercial, industrial e de prestação de serviços, o que a coloca como a segunda cidade de Minas Gerais e a Capital da Zona da Mata Mineira.
[editar] Pontos turísticos
- Museu Mariano Procópio: O primeiro museu de Minas Gerais e o terceiro do Brasil, traz um dos mais abrangentes acervos do período imperial brasileiro.
- Museu de Arte Moderna Murilo Mendes: com obras de Picasso, Miró, Guignard, Ismael Nery, Goeldi, Franz Weissman, Léger, Magritte, Max Ernst e outros artistas, constitui-se uma das principais coleções de arte moderna do Brasil.
- Rua Halfeld: a principal rua da cidade, com cafés, cinemas, galerias, lojas e o painel "Cavalinhos", de Portinari, no Edifício Clube Juiz de Fora.
- Cine-Theatro Central: Inaugurado em 30 de março de 1929, é um dos mais importantes teatros mineiros. Tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, foi restaurado e reinaugurado em 1996.
- Parque da Lajinha: Área verde de 140 mil metros quadrados, possui trilhas para caminhada e mountain bike, lago e amplo espaço aberto.
- Morro do Imperador: Um dos pontos mais altos (1492m) e a melhor vista da cidade. Recebeu este nome por ocasião da visita de Dom Pedro II em 1861. Também conhecido como Morro do Cristo, pelo seu monumento ao Cristo Redentor erguido em 1906 e considerado o primeiro da América do Sul.
- Usina de Marmelos Zero: Construída pelo industrial Bernardo Mascarenhas e inaugurada em 1889, trata-se da primeira usina elétrica da América Latina.
- Outros museus: Museu Ferroviário, Museu do Folclore, Museu do Crédito Real, Museu de História Natural da Academia.
[editar] Ver também
- Bandeira de Juiz de Fora
- Hino de Juiz de Fora
- Arquidiocese de Juiz de Fora