Lusitânia
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- Nota: Para outros significados de Lusitânia, ver Lusitânia (desambiguação).
Lusitânia | |
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Localização da província Lusitânia (em destaque) no Império Romano. |
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Anexada em: | 29 a.C., por divisão da Hispânia Ulterior |
Imperador romano: | César Augusto |
Capital: | Emerita Augusta (Mérida) |
Fronteiras (províncias): | Sudeste: Bética Norte e nordeste: Tarraconense |
Correspondência actual: | Portugal (até ao rio Douro) e Extremadura espanhola |
O nome Lusitânia deriva do étnico lusitani, com o sufixo ia, sendo assim designada por nela viverem os Lusitanos.
Estrabão descreveu a Lusitânia pré-romana desde o Tejo à costa cantábrica, tendo a Ocidente o Atlântico e a Oriente as terras de tribos célticas. Quando em 29 a.C. foi criada por Augusto a província Lusitânia, o limite ao norte passou a ser o Douro e ao sul ultrapassou o Tejo, anexando grande parte da Extremadura, Alentejo e Algarve; e a oriente ocupou parte das terras dos célticos.
Índice |
[editar] História
Apesar de as fronteiras da Lusitânia não coincidirem com as de Portugal de hoje, os povos que aqui habitaram são a base etnológica dos portugueses do centro e sul. Desde épocas remotas que esta faixa territorial foi ocupada pelo homem. Dos tempos pré-históricos restam vestígios como as grutas naturais e artificiais de Estoril, Cascais, Peniche, Palmela e Escoural. Esta, descoberta acidentalmente por uma detonação de uma pedreira e estudada de imediato pelo dr. Farinha dos Santos, que encontrou intactos os restos mortais dos ocupantes deste refugio, abrigo e jazida funerária; outras jazidas com restos de paleolítico e neolítico, são os conceiros do vale do Tejo e Sado, em Muge, da ribeira de Magos, dos arredores da Figueira. Mas principalmente a cultura megalítica, com os dólmens ou antas, monumentos de falsas cúpulas de Alcalar no Algarve, que teve no território português um dos seus maiores focos de expansão, constitui um testemunho, que desde épocas longíquas este território foi um «habitat» priveligiado.
Supõe-se que o Périplo de um navegador Massaliota, efectuado por volta de 520 a.C. que descreve a sua viagem marítima ao longo das costas da península, tenha sido aproveitado por Rufo Festo Avieno, escritor do século IV para compor a Ode Marítima. No seu poema, Avieno refere-se aos Estrímnios, que podem ser considerados o mais antigo povo identificado neste território, procedente do Norte de África. O poema ainda refere que as regiões da costa cantábrica eram habitadas pelos Dráganas, e a sul, na actual região do Algarve, os Cinetes ou Cónios.
Muitos dos povos antigos que entraram na Península Ibérica deixaram no território da Lusitânia vestígios bem marcados dos contactos comerciais e de influência cultural, nomeadamente, e perfeitamente acentuados e reveladores de uma assimilação mais profunda, são os vestígios da ocupação romana e também os das invasões dos visigodos e dos árabes. Alguns historiadores antigos referem-se ao ouro da Lusitânia, riqueza que como a prata é hoje testemunhada pela frequência dos achados em Portugal, de numerosas jóias típicas fabricadas com esses metais — colares, braceletes, pulseiras, arrecadas, etc. O cobre, em abundância, extraía-se das minas do Sul. O chumbo encontrava-se, segundo Plínio, na cidade lusitana de Medubriga Plumbaria, que da abundância local daquele minério teria recebido o nome.
[editar] Divisão administrativa
Na divisão administrativa romana foi dividida em três conventus, no total de 46 cidades, sendo 5 de colonos romanos, entre as quais as duas que correpondiam a Beja (Pax Julia) e Santarém (Scalabis); uma outra município de direito romano, Olissipo (Lisboa); três usufruíam o direito lácio - Ebora, Myrtilis e Salacia (Évora, Mértola e Alcácer do Sal); finalmente 37 eram da classe estipendiária, entre as quais se destacam Aeminium (Coimbra), Balsa (Tavira), Miróbriga (Santiago do Cacém).
Algumas dessas comunidades encontram-se por localizar com precisão: Ossonoba (Faro?), Cetóbriga (Tróia de Setúbal?), Colipo (Leiria?), Arabriga (Alenquer), Arcóbriga (Arcos de Valdevez?).
O vínculo administrativo com Roma terminaria em 411 quando o imperador Honório, após um prolongado período de guerra civil, estabeleceu um pacto com os Alanos que lhes concedia a Lusitânia. Dois anos mais tarde, porém, seriam os Visigodos a expulsar os Alanos, iniciando o domínio da Lusitânia a sul do Tejo.
[editar] Os Lusitanos
Os lusitanos são normalmente vistos como os antepassados dos portugueses. Eram um povo celtibérico que viveu na parte ocidental da Península Ibérica. Primeiramente, uma única tribo que vivia entre os rios Douro e Tejo. Ao norte do Douro limitavam com os galaicos e astures na província romana de Galécia, ao sul com os béticos e ao oeste com os celtíberos na área mais central da Hispânia Tarraconense.
A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos.
[editar] Ver também
- Língua lusitana
- Mitologia lusitana
- Nomes romanos das cidades portuguesas
- Conventus (subdivisão administrativa romana)
Províncias romanas por volta de 120 d.C. | |
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