Martin Waldseemüller
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Martin Waldseemuller, humanista e famoso cartógrafo cujo planisfério foi em 1507 o primeiro a mostrar o continente americano com nome de América. Pode ser visto em http://www.henry-davis.com/MAPS/Ren/Ren1/310.html
Nasceu em Friburgo ou na aldeia próxima de Wolfenweiler circa 1475; morreu na Lorena, como cônego em St-Dié provavelmente no início de 1522. Matriculou-se na Universidade de Friburgo em 7.12.1490. Não se registrou o que estudou mas deve ter sido teologia, pois em 1514, quando clérigo na diocese de Constança, tentou ser cônego em St-Dié, e o conseguiu. Também fica claro, dos importantes mapas que realizou, que deve ter-se devotado a estudos geográficos e cartográficos.
Em 1507 é autor do famoso mapa em que aparece o nome do continente americano já como América, e pela primeira vez. O texto que acompanha o mapa, e o globo terrestre, é o célebre "Cosmographiae introductio", que explica entre outras coisas a razão de ter dado o nome de América, tendo como apêndice uma tradução latina das quatro jornadas do navegador florentino Américo Vespúcio. O título do trabalho é : «Cosmographiae introductio cum quibusdam geometriae ac astronomiae principiis ad eam rem necessariis. Insuper quatuor Americi Vespucii navigationes. Universalis Cosmographiae descriptio tam in solido quam plano, eis etiam insertis, quae Ptholomaeo ignota a nuperis reperta sunt.».
Já o mapa do mundo em 1507, intitulado « Universalis cosmographia secundum Ptholomaei traditionem et Americi Vespucii aliorumque lustrationes», atraiu a mesma atenção. Apenas mil cópias foram feitas. Acredita-se que exista hoje apenas uma única cópia, que foi achada na biblioteca do Príncipe de Waldburg-Wolfegg-Waldsee no castelo de Wolfegg em Würtemberg, que se deve a que o respeitado cartógrafo Johannes Schöner mandou encadernar as folhas, separadas, num só volume com capa. O mapa consiste de 12 seções, gravadas sobre madeira. Dispõe-se em três zonas, cada uma das quais contém quatro seções. A superfície total do mapa, em polegadas, são 36 pés quadrados. Representa a forma da terra numa projeção Ptolemaica modificada com meridianos curvos. Produziu na cartografia enorme, duradouro impacto, sendo de um tipo completamente novo e representando a terra com uma grandeza em escala jamais tentada. Depois de seu grande mapa de 1507, Waldseemüller e seu amigo Matthias Ringmann (Philesius) se devotaram a completar a edição em latim da geografia de Ptolomeu. Ringmann corrigia os textos das edições de Ptolomeu publicadas em Roma e Ulm, usando o texto de um manuscrito grego descoberto na Itália e hoje conhecido como « Cod. Vatic. Graec. 191». Waldseemüller, por sua vez, reviu todos os mapas que acompanhavam a edição e os complementou com a adição de 21 novos mapas modernos, que que a enciclopédia Facsimile- Atlas de Nordenskiold considera « o primeiro atlas moderno do mundo.» Em tais trabalhos cartográficos, Waldseemüller deve ter sido ajudado pelo secretário do duque René da Lorena, o cônego Gaulthier Lud, o qual fornecia os materiais necessários para os mapas e pagava as despesas da impressão.
Em 1511 Waldseemüller terá tentado em 1511 obter o interese do filho e sucessor do duque René, o Duque Antônio, em seus trabalhos, pois lhe dedicou o primeiro mapa de parede impresso da Europa Central, a «Carta iteneraria Europae» da qual parece existir também apenas uma cópia, encontrada pelo professor Dr. von Wieser.
Não parece ter obtido sucesso, pois a publicação da edição de Ptolomeu não foi paga por Lud mas sim por Oessler e Uebelin, cidadãos de Estrasburgo. O nome de Waldseemüller não é mencionado nessa famosa edição de Ptolomeu de 1513, embora pareça ter tomado parte na produção do trabalho como impressor. É assim que ele se refere a si mesmo numa carta deste ano de Estrasburgo: «clerc du diocese de Constance, imprimeur, demeurant a Strassburg» ou seja, clérigo da Diocese de Constance, impressor, residindo em Estrasburgo.
Depois da edição de Ptolomeu em Estrasburgo, e depois de obter o canonicato em St-Dié, apresentado pelo Duque Antônio, Waldseemüller continuou seus trabalhos cartográficos na pequena cidade nas montanhas dos Vosges. Além do mapa do mundo em «Margarita Philosophica nova» (Estrasburgo, 1515), editado por Gregorius Reisch, outro resultado de suas pesquisas exaustivas é a «Carta marina navigatoria» de 1516, que compete em tamanho e em valor com o grande mapa do mundo de 1507, sendo-lhe superior em ornamentação artística. Foi tão bem recebida que o famoso impressor de Estrasburgo, J. Grieniger, pediu a Waldseemüller preparar as inscrições em alemão para o mapa e fornecer-lhe um texto em alemão, ilustrado, para tonar o mapa acessível ao maior número de pessoas. Waldseemüller começou imediatamente o trabalho, mas foi interrompido pela morte. Seus trabalhos foram terminados pelo médico Laurentius Fries cujo trabalho, desafortunadamente, não era tão bom. Os mapas e as explicações de Waldseemüller figuram nas edições de Ptolomeu nos anos de 1525, 1535, e 1541, enquanto emendas eram feitas ao texto de Ptolomeu. Waldseemüller é considerado um dos mais notáveis cartógrafos de sua era, tendo seus trabalhos marcado o desenvolvimento da cartografia.
