Mesorregião do Vale São-Franciscano da Bahia

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Vale São-Franciscano da Bahia

Estado	Bahia
Mesorregiões limítrofes	Não informado
Características geográficas
Área	115.860,250 km²
População	945.686 hab. est. 2005
Densidade	8,2 hab./km²
Indicadores
IDH médio	0,638 PNUD/2000
PIB	R$ 3.525.733.760,00 IBGE/2003
PIB per capita	R$ 3.833,64 IBGE/2003

A mesorregião do Vale São-Franciscano da Bahia é uma das oito mesorregiões do estado brasileiro da Bahia. É formada pela união de 27 municípios agrupados em quatro microrregiões.

Nessa região localiza-se boa parte do curso do rio São Francisco e também localiza-se a Usina Hidrelétrica de Sobradinho, uma das principais usinas hidrelétricas do país.

[editar] Microrregiões

• Barra
• Bom Jesus da Lapa
• Juazeiro
• Paulo Afonso

Estado da Bahia, Nordeste Portal — Geografia, Política, Cultura, Esportes

Bahia, Brasil

[editar] Transposição: assunto polêmico

"A realidade hídrica, principalmente nos aspectos atinentes à oferta e uso das águas, é tema que, historicamente, tem marcado o debate sobre o Semi-árido. Essas preocupações têm sido enfocadas nos estudos da Fundação Joaquim Nabuco nos últimos anos e os esforços de seus pesquisadores vêm-se concentrando na busca da compreensão da relação existente entre o solo, a água e as plantas e sua importância para a população. Após o agravamento da crise do abastecimento hídrico do Nordeste no ano de 1999, a transposição do rio São Francisco passou a ser vista como a única alternativa de solução do problema. Atualmente, existem dois cenários bem definidos com relação ao tema. O primeiro é o cenário do imediatismo, caracterizado pela ânsia de fazer chegar água, a todo custo, nas torneiras da população (pensamento muito comum na classe política), sem haver, no entanto, a preocupação com as conseqüências impostas ao ambiente ao se adotar essa alternativa e o segundo é o cenário da ponderação, caracterizado por preocupações constantes (principalmente na classe técnica) com relação às limitações das fontes hídricas na condução do processo transpositório. O primeiro cenário diz respeito às questões do Brasil virtual e, o segundo, às questões do Brasil real.

O presente documento trata de uma coletânea, em ordem cronológica, dos textos sobre a Transposição do Rio São Francisco elaborados pelo pesquisador João Suassuna na última década, representando a sua contribuição à hidrologia nordestina, com a discussão do assunto através da fundamentação em fatos concretos, com alternativas e soluções em torno de questões que ainda se arrastam no esquecimento e, quiçá, na ignorância do povo, tudo no contexto do Brasil real.

Existindo o alerta às limitações do rio São Francisco para o atendimento à navegação, geração de energia, irrigação e abastecimento das populações sedentas do Nordeste, torna-se evidente a necessidade da realização de um planejamento hidráulico em sua bacia hidrográfica, de forma a possibilitar as subtrações volumétricas pretendidas.

Finalmente, com a divulgação desse trabalho, a Fundação Joaquim Nabuco não poderá vir a ser acusada, no futuro, de ser omissa perante os problemas que por ventura venham a existir com a transposição do São Francisco nos moldes atualmente previstos. Esse assunto é considerado por todos como de extrema importância para os desígnios da região."

Transposição do Rio São Francisco -  Fundação Joaquim Nabuco.[1]

Transposição do São Francisco

O projeto de transposição das águas do rio São Francisco foi lançado pelo atual presidente Luís Inácio Lula da Silva, que diz ser este um dos objetivos principais do seu governo. Este projeto consiste na retirada de 26 m3/s de água do rio São Francisco com destino à região do semi-árido nordestino.

A captação será realizada em dois pontos no estado de Pernambuco: um próximo à cidade de Cabrobó e outro na barragem de Itaparica. Há também a possibilidade de que ocorra eventual captação de água da represa de Sobradinho caso esta esteja completamente cheia. A água captada seguirá dois caminhos distintos. No chamado ‘Eixo Norte’, ela passará pelos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Já no ‘Eixo Leste’ atravessará Pernambuco, chegando à Paraíba. A realização deste projeto custará aos cofres públicos cerca de US$2 bilhões, dos quais US$1,5 bilhão destinado ao ‘Eixo Norte’ (que tem aproximadamente 400 km de extensão) e US$500 milhões ao ‘Eixo Leste’ (com pouco mais de 200 km).

A transposição visa o aproveitamento da água do rio São Francisco para atenuar o mal decorrente da seca no semi-árido nordestino, causada não só pelo pequeno volume de chuva na região, mas também pela sua má distribuição durante o ano, além de características do solo que facilitam o escoamento superficial da água diminuindo sua infiltração. A água transferida será usada para o abastecimento humano e para a irrigação.

O projeto tem levantado grandes divergências: de um lado estão os integrantes do governo, afirmam ser esta a única solução para o problema hídrico da região do semi-árido nordestino, e que a retirada de 26 m3/s de água do rio São Francisco não prejudicará sua vazão natural. Por outro lado, pesquisadores como João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, que afirma ser esta obra muito cara e benéfica para regiões que já têm água. Segundo Suassuna, este investimento tem como objetivo melhorar a imagem do atual presidente para sua posterior reeleição.

Toda a população do país, principalmente a da região atingida diretamente pela transposição espera que os objetivos desta sejam alcançados, pois um projeto tão vasto tem, inevitavelmente, benefícios e prejuízos. Almeja-se que os primeiros sejam mais significativos, e, para isso, deverão ser realizados outros projetos objetivando o desenvolvimento sustentável da região e revitalização do rio São Francisco.