O Alienista
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O Alienista é uma célebre obra de Machado de Assis (1839-1908), escritor brasileiro.
Publicado em 1882, quando aparece incorporado ao volume Papéis Avulsos. Havia sido publicado previamente em "A Estação" (Rio de Janeiro), de 15 de outubro de 1881 a 15 de março de 1882. É a base para o tipo de conto brasileiro que viria a seguir, assim como peça fundamental do Realismo. Para muitos, é considerado como o primeiro romance brasileiro do movimento realista.
Índice |
[editar] Principais Personagens
Os principais personagens do livro são:
- Doutor Simão Bacamarte (personagem principal do livro, é um influente médico e pesquisador);
- Dona Evarista (esposa do Dr. Bacamarte);
- O padre Lopes;
- Crispim Soares (Boticário, é praticamente o único amigo do Dr. Bacamarte);
- O barbeiro Porfírio (organiza um levante popular contra a "casa verde", hospício criado pelo Dr. Bacamarte).
[editar] Resumo da Obra
A obra conta a história de Simão Bacamarte, um médico alienista que funda em Itaguaí (cidade do Rio de Janeiro) a Casa Verde, onde faria experimentos para determinar padrões de alienação, e estipular os limites entre a normalidade e a loucura. O hospício é a Casa do Poder, e Machado de Assis sabia disso muito antes da anti-psiquiatria de Lacan e das teses de Foucault. O médico começa internando algumas pessoas e provoca admiração. Com o tempo cada vez mais pessoas são internadas, até que mais da metade da cidade está na Casa Verde. A população passa da admiração à indignação, e começa a contestar os métodos de Simão. Evidentemente o doutor interna aqueles que duvidam de sua ciência, e chega a tal ponto que até sua esposa é internada. Quando percebe que toda a cidade está alienada, menos ele, dá-se conta de que talvez seja ele próprio - e apenas ele - o louco. Assim, liberta todos os demais e tranca-se na Casa Verde.
[editar] Análise da trama
Observa-se nesta obsessão do Alienista em experimentar - e justificar todos os seus excessos como um benefício ao futuro da ciência - uma crítica machadiana ao cientificismo predominante no século XIX.
Um outro aspecto abordado na obra, é a exposição de dramas psicopatológicos vividos por aqueles que estão no poder, como quando a câmara de vereadores aprova uma lei em que nenhum vereador poderia ir parar na Casa Verde. O Alienista, achando um absurdo esta lei, e com a finalidade científica de estudar este comportamento auto-excludente daqueles que detêm o poder, resolve colocar todos os vereadores no hospício para "curá-los deste mal".
A obra é, também, um retrato irônico e cruel do sistema de internação psiquiátrica da época, muito semelhante a presídios.
[editar] Livros do Mesmo Autor
- Contos;
- Contos Fluminenses;
- Dom Casmurro;
- Esaú e Jacó;
- Helena;
- Iaiá Garcia;
- A mão e a luva;
- Memorial de Aires;
- Memórias Póstumas de Brás Cubas;
- Ressurreição.
[editar] Ligações externas
Machado de Assis
Romances: Ressurreição | A Mão e a Luva | Helena | Iaiá Garcia | Memórias Póstumas de Brás Cubas | Quincas Borba | Dom Casmurro | Esaú e Jacó | Memorial de Aires
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