O Sobrinho do Mago
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O Sobrinho do Mago (The Magician's Nephew no original)é um livro do escritor irlandês C.S. Lewis publicado originalmente em 1955 como parte de uma série de livros intitulada As Crônicas de Nárnia(The Chronicles of Narnia).
Embora tenha sido o sexto livro da série a ser publicado, os fatos nele narrados remetem a acontecimentos que precedem àqueles narrados no primeiro dentre os livros da série em ordem de publicação, qual seja O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa (The Lion, the Witch and the Wardrobe). Portanto, apesar de ser o sexto livro, em ordem de publicação, é o primeiro na ordem cronológica interna da série.
Este livro vem contar a história da criação do mundo fantástico de Nárnia e de como começaram as idas e vindas entre este e o nosso mundo.
[editar] Sinopse
O Sobrinho do Mago nos conta a criação do mundo de Nárnia e de como o professor dono da casa onde está o guarda-roupa entrou na história. No livro é também explicado o caráter multiverso da realidade criada por C. S. Lewis, sendo apresentado ao leitor o Bosque entre Mundos (The Wood between the Worlds), uma espécie de meta-mundo que serve de ligação e sustentação a todos os demais universos existentes dentro do multiverso. Neste mundo (aqui deve-se entender a palavra mundo como sinônimo de realidade ou universo, não como sinônimo de planeta) o trânsito dos seres entre as diversas realidades dá-se através de lagos, mais precisamente poças d'água, os quais são utilizados com o auxílio de dois diferentes anéis: um verde, o qual serve para entrar nos mundos a partir do Bosque; e um amarelo, o qual serve para retornar ao Bosque a partir de qualquer dos mundos.
Aproveita-se também para se fazer uma crítica à bomba atômica que Aslam compara com "A Palavra Execrável" (The Deplorable Word) que foi usada pela feiticeira Jadis em seu universo original, Charn, e que poderia trazer destruição semelhante para nosso mundo.
Neste livro, Polly e Digory (Kirke) ao tentarem se aventurar em uma casa vizinha acabam encontrando uma passagem para uma sala secreta da casa do próprio Digory, onde seu tio Andrew fazia experiências com anéis, feitos a base de um pó mágico encontrado dentro de um báu, que podiam levar aqueles que os tocassem para outros mundos.
Polly é enganada pelo tio Andrew e acaba tornando-se sua primeira cobaia humana, sendo mandada para o Bosque entre Mundos apenas com o anel amarelo e ficando impedida de retornar ao nosso mundo, vez que não tinha consigo nenhum anel verde. Por esta razão, Digory é persuadido por seu tio a tornar-se sua segunda cobaia humana, a primeira a estar ciente da mágica, e viajar ao outro mundo com dois anéis verdes e com o duplo propósito de resgatar de lá Polly e de contar ao seu tio suas desventuras nesta outra realidade. Ao viajarem para este "outro mundo", os protagonistas encontram um bosque repleto de lagos que dão passagem para diversos mundos. Impulsionados por suas curiosidades, acabam entrando em um desses lagos e são transportados ao universo chamado Charn, um universo que já está a beira de sua completa extinção, onde não existe mais nenhum ser vivente, exceção feita à Feiticeira e Rainha Jádis, a qual é libertada de um encantamento de mil anos pela insensatez de Digory. Após muitos insucessos da dupla de protoganistas em se livrar da Feiticeira, ela acaba entrando em nosso mundo e tornando o tio Andrew seu vassalo que a ajudaria a conquistar nosso mundo não fosse a nova intervenção de Digory, que levou todos de volta ao bosque e, sucessivamente, a um outro mundo completamente escuro e vazio, o qual se encontrava no limiar de sua gênese.
Pouco após a chegada das personagens a este mundo ermo, inicia-se um som, semelhante a uma canção, que trás, primeiramente, vida às estrelas e pouco a pouco dá vida a todo o universo posteriormente denominado Nárnia, por seu criador, o leão Aslam. Então é explicado como surgiu o poste de luz no Ermo do Lampião, como surgiram os animais falantes e como a Feiticeira Branca chegou em Nárnia e ganhou juventude eterna. Aslam coloca o cocheiro, que se chamava Franco como primeiro rei de Nárnia. Também, prediz que, assim como mal havia chegado à Nárnia com o auxílio de um Filho de Adão, pelas mãos de outro é que um dia ele seria de lá extirpado.
Digory leva, então, a pedido de Aslam, sai em busca de uma maçã proveniente de uma árvore localizada no meio de um jardim indicado pelo leão, cujos frutos eram mágicos e prateados e dariam a vida eterna e proteção a todos os habitantes de Nárnia. Antes de cumprir sua missão, contudo, o herói é afligido por um tentação vinda dos lábios de Jádis, que tenta seduzi-lo. Aqui o paralelo entre a história criada por C. S. Lewis e os capítulos iniciais do livro de Gênesis torna-se gritante, remetendo-nos, o autor, à queda do Homem, quando tentado pela serpente no Jardim do Édem. Digory, todavia, consegue superar esta difícil prova, e retorna para junto de Aslam e do restante dos habitantes de Nárnia que agora já conheciam sua história, a qual seria repassada de geração à geração e se tornaria a lenda que é contada pelos castores aos três irmãos que chegam pelo guarda-roupa. Celebra-se, então, a coroação do primeiro Rei de Nárnia e é plantada por Digory a macieira mágica que manteria a Feiticeira afastada daquelas terras por centenas de anos. Aslam, por fim, concede a Digory um dos frutos para que ele o levasse ao nosso mundo e desse de comer à sua mãe, a qual estava doente, curando-a com a magia do fruto abençoado pelo leão. No final do livro o autor brevemente menciona que Digory usa as sementes da maça para plantar uma macieira em seu quintal que, mais tarde, forneceu a madeira para o guarda-roupa que aparece em O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa.
[editar] A Criação
São claros os paralelos traçados entre o livro bíblico de Gênesis pois temas como a criação, o pecado original, a fruta proibida e a tentação ficam claros no enredo da história. Como ocorre nos outros livros das Crônicas de Nárnia estes temas são apresentados de maneira a facilitar o entendimento destes conceitos, possibilitando que crianças que já conheçam a história da criação não tenham dificuldades em acompanhar a história.
Não há referências ao "Imperador de Além Mar" como ocorre nos outros livros da série que é uma alegoria para Deus, pois quem cria o mundo de Nárnia é o próprio Aslam, que é encarado como alegoria para Jesus, filho de Deus. De certa forma isso não cria contradição pois se encaixa bem com a visão do Novo Testamento na qual Jesus é agente da criação.
