Porto de Tubarão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Porto de Tubarão é um porto brasileiro localizado na ponta do mesmo nome, na parte continental do município de Vitória, capital do Espírito Santo. É um terminal graneleiro do Porto de Vitória.
Inaugurado em 1966, é controlado pela Companhia Vale do Rio Doce. É o maior porto de exportação de minério de ferro do mundo e permite o acesso de navios de grande porte (Very-Large Crude Carriers (VLCC), Ultra-Large Crude Carriers (ULCC)).
Índice |
[editar] História
A construção do Porto de Tubarão foi iniciada em 1962 pela (então empresa estatal) - Vale do Rio Doce, no ano em que foram assinados os primeiros contratos de longo prazo para fornecimento de minério de ferro para o Japão e a Alemanha, e sua construção foi toda paga com recursos do Tesouro Nacional[1][2].
O Porto de Tubarão se constituiu num projeto pioneiro - concebido por Eliezer Batista - que contribuiu para criar um novo processo logístico mundial no transporte de granéis sólidos e líquidos. A participação do Japão nesse empreendimento foi decisiva e a construção do porto de Tubarão é até hoje recordada com simpatia pelos japoneses:
-
- Aqui, merece destaque o projeto pioneiro do Porto de Tubarão, que provocou a maior revelação no transporte mundial de granéis sólidos e líquidos com a conseqüente evolução, em termos globais, de um novo sistema de logística global, que transformou a '"distância física" em "distância econômica". Conseguiu-se levar um produto de muito baixo valor às mairoes distâncias no planeta, de forma econômica.
-
- Os grandes graneleiros e graneleiros-petroleiros, assim como os colossais tankers, foram frutos deste konzept.
-
- A contribuição da siderurgia brasileira proporcionou o primeiro grande salto da Companhia Vale do Rio Doce com contratos a longo prazo e ajuda tecnológica no projeto e construção dos grandes navios ( novos materiais para os novos designs e versatilidade dos mesmos). Em decorrência, foi criada a Docenave, que chegou a ser a terceira maior frota de granéis do mundo.[3]
[editar] O financiamento
De posse dos contratos de fornecimento de minério de ferro, Eliezer se dirigiu ao Ex-Im Bank, o banco de fomento dos Estados Unidos, para obter um financiamento para a construção do Porto de Tubarão. Mas não teve sucesso algum: voltou de mãos vazias. O banco americano não dava crédito ao Brasil, nem à Vale, nem às siderurgicas japonesas. [4]
Expôs suas dificuldades ao então Ministro da Fazenda, numa audiência que se tornou histórica:
-
- Sem financiamento para construir o Porto de Tubarão, Eliezer recorreu ao ministro da Fazenda de João Goulart (Jango), San Tiago Dantas. “Ele se levantou da cadeira, tirou aqueles óculos de grandes lentes e aros negros, e respondeu: ‘Não tenho recursos para te emprestar, mas vou dar um jeito. Vamos rodar a guitarra’. Fica aqui registrada a revelação que nos valerá o ódio eterno dos monetaristas de canino agudo que odeiam a economia física. (...) San Tiago mandou imprimir dinheiro.[5]
[editar] Fundamentos econômicos
Tubarão tornou-se a ponte que ligou a Vale ao resto do mundo e permitiu à empresa aumentar significativamente o conjunto das exportações brasileiras. [6]
Projetado para receber navios de um tamanho que ainda nem se fabricava [7][8], o Porto de Tubarão foi um pioneiro no mundo em sua categoria.
[editar] Benefícios colaterais
A inauguração do Porto de Tubarão em 1966, e sua tecnologia pioneira, geraram um grande entusiasmo dentre os investidores japoneses, e muito contribuiu para elevar o conceito internacional do Brasil.
Sua construção atraiu, de imediato, uma verdadeira "enxurrada" de novos investimentos estrangeiros ao Brasil, tais como a Celulose Nipo Brasileira S.A.- Cenibra, a Companhia Siderúrgica de Tubarão, a Albrás - Alunorte (alumina e alumínio),a Mineração da Serra Geral (minério de ferro) e a Nova Era Silicon (ligas de ferrosilício, etc..) e o primeiro grande projeto no exterior a CSI (Califórnia Steel Industries/Joint Venture da Vale com a Kawasaki), o que, de certa forma, contribuiu para absolver o então ministro da fazenda San Tiago Dantas do "pecado" de ter autorizado a impressão de dinheiro para sua criação. [11]
[editar] Referências
- ^ ^ GÓES, Francisco Góes e SAAVEDRA, Vera. ELIEZER BATISTA -O engenheiro que ligou a Vale ao resto do mundo. Met@lica, 04/05/2004
- ^ ^ FARO,Luiz Cesar, POUSA, Carlos e FERNANDEZ, Claudio. Apanhado de entrevistas com Eliezer Batista. Patrocínio Cia. Vale do Rio Doce e Sepetiba Tecon - Tiragem dirigida, 2005
Brasil | Geografia do Brasil | Hidrografia | Hidrografia do Brasil | |
---|---|
Bacias hidrográficas | Rios | Arquipélagos | Ilhas | Lagoas | Lagos | Baías | Cataratas/cachoeiras | Praias | Canais | Usinas hidrelétricas | Barragens | Portos |