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Privatização - Wikipédia

Privatização

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Privatização, ou desestatização, é o processo de transferência de propriedade das empresas estatais do setor público - que integram o patrimônio de uma nação - para o setor privado, geralmente por meio de leilões públicos.

O Chile é sempre citado como sendo um exemplo de como as privatizações deram certo.


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Índice

[editar] Aspectos gerais

Com o objetivo de gerar recursos e, em alguns casos, reduzir despesas, além de (na opinião de alguns neoliberais) obter maior eficiência, os Governos podem vender as empresas que integram o patrimônio da nação, as chamadas empresas estatais. Este processo de privatização foi grandemente incentivado, na década de 1990, pelo Fundo Monetário Internacional - FMI, sendo uma das estratégias recomendadas no Consenso de Washington para acelerar o desenvolvimento econômico.

Essas vendas são polêmicas, pois alguns setores da sociedade, e até economistas renomados, como, por exemplo, Joseph E. Stiglitz [1] acreditam que essas privatizações podem se transformar numa simples "apropriação" [2] das riquezas do Estado (portanto de todo o povo) por alguns grupos privados privilegiados - que objetivam apenas obter lucro para si, nem sempre com isso aumentando o bem estar da população ou a riqueza do país. O jornalista Elio Gaspari cunhou o neologismo privataria para designar pejorativamente as privatizações brasileiras.

Já os defensores da privatização, pelo contrário, alegam que o processo torna tais empresas mais "eficientes". Sobre isso comenta Stiglitz:

essa opinião se apoia mais na ideologia que numa análise fria dos fatos - existem muitos exemplos de empresas governamentais, de petróleo e mineração, altamente eficientes (e exemplos de empresas privadas ineficientes) [3].

Uma das melhores provas que validam a posição defendida por Stiglitz é o fato da Petrobrás, a partir de 1 de dezembro de 2006, ter passado a compor o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa, um seleto grupo que elenca as 34 mais bem administradas empresas brasileiras.

É preciso não esquecer que a eficiência é só uma das facetas dessa questão. O que importa, em última análise, é qual o real benefício que a população de um país efetivamente obtém de determinada atividade econômica.

O Chile, sempe citado como prova de sucesso do modelo neoliberal, na realidade nunca seguiu a risca as normas do Consenso de Washington, tendo vendido apenas a metadade de suas minas de cobre. As minas administradas pelo governo do Chile têm-se revelado tão eficientes quanto as que foram vendidas.

Como a maior parte dos lucros obtidos pelas minas vendidas ás multinacionais é enviada ao exterior - sob forma de dividendos - enquanto os lucros das minas estatais são re-investidos no Chile, a população daquele país se beneficia muito mais das riquezas extraídas pelas minas ainda em poder do governo. [4]

No Brasil pode-se citar o exemplo da Vale, ora passando por uma fase de grande prosperidade, que prefiriu investir seus lucros na aquisição de uma grande mina no Canadá.[5]

Alegam ainda os defensores das privatizações que as empresas privatizadas se veriam livres de corrupção e de pressões políticas prejudiciais às suas atividades. Hoje em dia, com o desenvolvimento de novos métodos de governança corporativa não se faz necessário vender uma empresa para evitar que haja corrupção na sua gestão.

Pelos que esposaram, cegamente, as teses defendidas no Consenso de Washington, as privatizações foram consideradas um "marco na superação da ineficiência administrativa em setores-chave como o telefônico, a mineração e os transportes". Para seus defensores, "as privatizações possibilitam um alívio para as contas públicas, ao mesmo tempo em que resultam na submissão das companhias às regras de mercado, consideradas em geral superiores à administração pública".

O Brasil, por exemplo, realizou um enorme e polêmico programa de privatizações, durante o governo FHC, que apesar de gerar alguns recursos para o Estado, não impediram o país de continuar se endividando enormemente - a dívida pública do Brasil que era de US$ 60 bilhões em julho de 1994, saltou para US$ 245 bilhões em novembro de 1998 - nem ajudaram em nada o país a crescer de forma significativa.[6]

Críticos das privatizações argumentam que, além do aumento da dívida, houve uma diminuição do patrimônio líquido do Estado (a dívida aumentou e já não se tem mais as propriedades), além de não ter havido nenhum aporte de novos recursos financeiros, uma vez que os "investidores" nas estatais as adquiriram utilizando, em grande parte (quando não em 100%, como no caso da Eletropaulo), recursos obtidos a juros subsidiados do próprio governo, que vendia suas empresas concedendo financiamentos do BNDES e dos fundos de pensão.

O conturbado e questionado processo de privatização brasileiro é frequentemente chamado de privataria por seus críticos. Esta conturbação ocorreu apenas no Brasil: deu-se em todos os países do mundo que embarcaram, sem maiores questionamentos, nas recomendações que então fazia o FMI. Nesse sentido, Stiglitz chegou a chamar certos processos de privatizações de briberizations [7] ("propinizações").

O Brasil não ficou imune à briberization ("propinização"). Interessante carta enviada ao Observatório da Imprensa pelo leitor Alexandre Pelegi, sob o título de Tucanos Engenhosos, questiona, entre outras coisas, o seguinte:


É curioso como os jornais brasileiros não vêm dando a menor importância à questão da privatização e da concessão de serviços públicos. A visão parece ser aquela de que o assunto é "coisa para entendidos", eufemismo usado ultimamente para designar a raça superior dos economistas. ...
Esta maneira estanquizada de tratar o assunto esconde o principal: está-se mexendo de maneira profunda em patrimônio público, e o assunto é tratado como "coisa para investidores e futuros acionistas"...

Muitos setores do sociedade questionaram o relacionamento de funcionários do Governo com as empresas privadas, no que chamaram de promiscuidade:

O fato de a Sra. Elena Landau, todo-poderosa diretora de privatização do BNDES, aparecer sorrindo de felicidade em foto com o senador Serra, então seu ministro, quando da venda da Light, nada tem a ver com o fato de esta senhora, pouquíssimos meses depois, aparecer, segundo a Veja, como funcionária da AES, acionista da... Light. Já de acordo com Luís Nassif, esta senhora é do Banco Opportunity (sugestivo nome...), também participante do negócio da Light... AES ou Opportunity, a relação continua sendo incestuosa, para dizer o mínimo, e é justo e lícito supor que esta senhora sorria, quando da venda, por saber que seu emprego na iniciativa privada, entre outras coisas, estava garantido...[8]

Trata-se, portanto, de assunto polêmico, que encontra defensores e críticos em várias correntes do pensamento econômico. É uma das grandes discussões do mundo atual, principalmente em países subdesenvolvidos que, na sua quase totalidade, se viram praticamente forçados pelo FMI a fazer essas experiências, cujos efeitos, hoje, alguns economistas, - como o Prêmio Nobel Stiglitz - consideram que foram mais prejudiciais do que vantajosos.

Sendo a "modernidade" um dos mitos legitimadores do discurso neoliberal, seus defensores tentam classificar as privatizações como sendo modernas. Na realidade, processos semelhantes já tinham sido utilizados no Brasil desde os fins do século XIX, com resultados questionáveis. [9]

[editar] A privatização no Brasil

[editar] A participação do Estado na economia

O processo de privatização no Brasil representou uma mudança radical do papel, até então preponderante, reservado ao Estado na atividade econômica. Desde o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), quando se implantou uma vigorosa política de substituição das importações, ficou assentado que os grandes empreendimentos, de interesse estratégico para o desenvolvimento do país, deveriam ficar sob tutela estatal. Criaram-se então, a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (1945). No seu segundo governo (1951-1954), foi fundada a Petrobrás - Petróleo Brasileiro S/A (1953).

Já então a atividade bancária estava de há muito fortemente ancorada no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, estabelecimentos oficiais de crédito, que atuavam ao lado de outras poucas instituições financeiras, a maioria em mãos do capital estrangeiro, à execção de pequenas instituições de alcance regional.

Coube ainda a Getúlio idealizar e fundar, em 1952, um banco de fomento, nos moldes do Eximbank dos Estados Unidos: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, hoje com a denominação de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, com capital integralmente subscrito pela União.

Criado com a finalidade de financiar empreendimentos privados, o BNDES permitiu o avanço industrial do Brasil, com a implantação, em especial, da indústria automobilística, já no governo de Juscelino Kubitschek. No entanto, sua atuação foi desvirtuada, pois acabou por se transformar em instituição que, a pretexto de socorrer empresas privadas em dificuldade, estatizou diversas delas, a ponto de ser chamado pejorativamente de hospital de empresas falidas.

Foi, porém, durante o regime militar (1964-1985) que a estatização da economia experimentou seu maior incremento, com a criação pelos governos federal e estaduais de um grande número de empresas estatais, que, por sua vez, criavam subsidiárias. Isso tornava difícil até quantificar seu número exato, sendo certo que se aproximavam de 500. Tais empresas atuavam em setores estratégicos, mas também em áreas de menor importância como hotelaria e supermercados. Chegou-se ao extremo de se criar uma empresa estatal para realizar apenas uma obra: a construção da Ponte Rio-Niterói.

Coincidência ou não, foi também durante o regime militar que o Brasil experimentou seus mais altos níveis de crescimento econômico, - que chegaram a atingir mais de 13% em um único ano - e foram nos 8 anos do governo FHC que o Brasil amargou o menor crescimento de sua história.

[editar] Medidas uniformizadoras

As empresas estatais eram submetidas à supervisão de diversos ministérios, cada qual impondo suas regras próprias de administração. Critérios técnicos não raro eram preteridos por razões de conveniência política. Por exemplo, aumentos de capital eram decididos sem a prévia definição de recursos orçamentários para esse fim, revelando nenhuma preocupação com relação a seus reflexos sobre o gasto público em geral.

Para impor alguma uniformidade à gestão empresarial, decidiu-se concentrar seu controle na área econômica do Governo, por meio de órgãos subordinados à então Secretaria de Planejamento da Presidência da República e ao Ministério da Fazenda.

Assim, foi criada a Secretaria de Controle de Empresas Estatais – SEST (1979), voltada para a eficiência da gestão, e, em 1980, atribuiu-se à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a competência para representar a União na assembléia geral das empresas estatais. Em 1986, já no Governo de José Sarney, foi criada a Secretaria do Tesouro Nacional, com a atribuição, entre outras, de administrar os ativos da União junto às empresas estatais. Mas como a supervisão ministerial foi mantida, essas medidas tiveram eficácia relativa.

Podia a SEST recomendar a privatização de empresas, mas nada de significativo foi feito na década de 80, salvo a devolução à iniciativa privada de empresas em dificuldades econômicas absorvidas pelo Estado.

[editar] Privatizações no Governo Collor

Fernando Collor de Mello (1990-1992) foi o primeiro presidente brasileiro a adotar as privatizações como parte de seu programa econômico, ao instituir o PND – Programa Nacional de Desestatização pela Lei nº 8.031, de 1990. No entanto, das 68 empresas incluídas no programa, apenas 18 foram efetivamente privatizadas, pois Collor teve sua ação obstaculizada com os problemas surgidos na privatização da Viação Aérea São Paulo – VASP.

Apesar de ser uma empresa estadual e sua privatização estar sendo conduzida pelo governo paulista, houve significativa ingerência de pessoas ligadas ao presidente, apontadas como tendo interesse financeiro na privatização, notadamente seu irmão Leopoldo Collor de Mello e seu cunhado e chefe da Casa Civil, Márcio Coimbra, o que levou a uma investigação por parte do Congresso Nacional.

A privatização das empresas siderúrgicas começou com a extinção da empresa holding Siderurgia Brasileira S.A. – SIDERBRAS , após absorver os passivos das empresas subsidiárias. A primeira estatal privativada, no dia 24 de outubro de 1991, foi a USIMINAS, siderúrgica mineira localizada no município de Ipatinga/MG, fato que gerou grande polêmica na época pois, das empresas estatais, ela era uma das mais lucrativas.

O grande beneficiário no processo de privatização de siderúrgicas foi o Grupo Gerdau, que adquiriu a maior parte das empresas. A Companhia Siderúrgica Nacional, marco pioneiro da presença do Estado na economia, foi adquirida pelo grupo liderado pelo empresário Benjamin Steinbruch, que mais tarde adquiriria a Companhia Vale do Rio Doce.

Com o impedimento de Collor e a posse de Itamar Franco (1992-1995), nitidamente contrário às privatizações, o processo não foi adiante, não obstante a presença de Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda. Em seu governo, apenas concluiu-se a privatização de empresas do setor siderúrgico, iniciada por Collor.

[editar] Privatizações no Governo FHC

Com a criação do Conselho Nacional de Desestatização, pela Lei nº 9.491, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), adotando sem restrições as recomendações, então em vigor, do Consenso de Washington e do FMI deixou claro seu propósito de implementar um amplo programa de privatizações. Ao mesmo tempo, fez bem sucedidas gestões na área política para engajar os Estados no programa, condicionando as transferências de recursos financeiros da União para os Estados à sua submissão às políticas então recomendadas pelo FMI.

Vários partidos, sindicatos trabalhistas e respectivas centrais sindicais, bem como muitos juristas renomados e representantes de organizações da sociedade civil manifestaram-se contrários ao processo e tentaram, sem sucesso, inviabilizá-lo por meio de manifestações e medidas judiciais. Os leilões de privatização, que foram "públicos", se realizaram na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e foram objeto de violentos protestos de militantes e trabalhadores, reprimidos por forte aparato policial.

Sobre esses leilões supostamente "públicos" e "impolutos" comenta Stiglitz:

Os Governos se tonaram peritos em manter uma aparente fachada de privatização imaculada realizando as vendas através de leilões públicos. Mas eles pré-qualificavam os licitantes - e qualquer um que ameaçasse a venda ao preço descontado para o 'amigo íntimo' do governante seria desqualificado. Poderiam dizer que a oferta indesejada foi apresentada fora do prazo, que o licitante não comprovou adequadamente a existência de recursos financeiros, e assim por diante [10].

Ou, como ocorreu no caso da privatização da Eletropaulo, poderiam fechar os olhos ao fato de que o licitante - a AES americana - estava em situação pré-falimentar no seu país de origem, e aprovar a liberação de um financiamento do BNDES no valor de 100% da aquisição. Na realidade, o Brasil não recebeu nada pela venda da Eletropaulo: o BNDES deu todo o dinheiro necessário para a compra a uma empresa americana, quase falida.[11]

Críticas partiram também de economistas e do meio acadêmico que, embora estivessem de acordo com a filosofia do programa, viam nele duas grandes falhas. A primeira era a possibilidade de os eventuais compradores poderem efetuar parte do pagamento com as chamadas moedas podres, títulos da dívida pública emitidos pelos sucessivos governos com o objetivo de resolver crises financeiras e que, ao se tornarem inegociáveis, pressionavam o déficit público. Criticava-se não só a possibilidade de esses títulos serem aceitos, mas que o fossem pelo valor de face, quando seu valor de mercado era nulo ou bem menor.

A segunda falha, na visão dos críticos, era permitir que o BNDES financiasse parte do preço de compra (no caso da Eletropaulo financiou 100% - e o comprador, a então quase falida AES, não pagou em dia nem a primeira prestação).[12] Ou seja, recursos públicos poderiam, como efetivamente o foram, ser utilizados na compra do patrimônio público por empresas privadas, o que se confirgura numa nítida apropriação [13] do patrimôno da nação por grupos privados privilegiados. O acesso ao crédito era assegurado inclusive aos compradores estrangeiros, em desacordo com a orientação seguida, até então, pelo banco de fomento.

O resultado final das privatizações revelou um aspecto peculiar do programa brasileiro: algumas aquisições somente foram feitas porque contaram com a participação financeira dos fundos de pensão das próprias empresas estatais ou da participação de empresas estatais de países europeus.

Ao longo dos oito anos de mandato de Fernando Henrique Cardoso, as privatizações lograram atingir a receita de US$ 78,61 bilhões, sendo 95% em moeda corrente, e com grande participação dos investidores estrangeiros, que contribuíram com 53% do total arrecadado. Deste total, US$ 22,23 bilhões referem-se à privatização do setor elétrico e, US$ 29,81 bilhões à do setor de telecomunicações.

[editar] Companhia Vale do Rio Doce

A primeira grande empresa estatal a ser privatizada no governo FHC foi a Companhia Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo e líder mundial na exportação de minério de ferro.

Curiosamente, a Vale não constava da relação anexa à Lei nº 9.491, na sua redação original, mas sua privatização teve preferência sobre as demais devido a pressão dos concorrentes internacionais da empresa, interessados em sua aquisição.

Na elaboração do modelo de privatização teve participação importante a economista Elena Landau, então diretora do BNDES, a quem se acusava de tomar decisões contrárias aos interesses nacionais.

Acorreram ao leilão, realizado em, em 6 de maio de 1997, os grupos liderados pelos empresários Benjamin Steinbruch e Antonio Ermírio de Morais, vencido pelo primeiro, em associação com fundos de pensão de estatais e grupos estrangeiros.

A empresa sobre o domínio privado beneficiou-se de um grande aumento no preço mundial do minério de ferro - que dobrou entre 2004 e 2005 - podendo assim crescer e se desenvolver de forma acelerada. E em outubro de 2006, com os lucros obtidos no Brasil, comprou a mineradora canadense Inco, se tornando a segunda maior mineradora do mundo.

[editar] Telefonia fixa

Para a privatização dos serviços de telefonia fixa, houve o desmembramento do patrimônio da empresa estatal Telecomunicações Brasileiras S.A. – TELEBRÁS, realizando-se leilões separados para os serviços do Estado de São Paulo, da Região Sul juntamente com a Região Centro-Oeste e das demais regiões do país, adjudicados, respectivamente, para a Telefônica de Espanha, Telecom Itália, depois substituída pela Brasil Telecom, e Telemar.

Foi problemática a participação da Telemar, empresa de capital nacional constituída especialmente para o leilão, que não seria a preferida do governo para vencer a licitação, diante da dúvida em sua capacidade de honrar os compromissos financeiros assumidos, o que de certa forma se confirmou, levando a alterações em sua composição acionária.

Nas alterações ocorridas na Telemar, como na aquisição da Itália Telecom pela Brasil Telecom, desponta a atuação do Banco Opportunity e seu controlador, o polêmico banqueiro Daniel Dantas. Especulações sobre sua participação nesses episódios, que envolvem espionagem, suborno e tráfico de influência, até hoje ocupam espaço na mídia e resultaram em um sem-número de ações judiciais.

Foi também privatizada a Empresa Brasileira de Telecomunicações – EMBRATEL, responsável pelas ligações telefônicas de longa distância e pelos serviços de teleconferência., adquirida pela empresa norte-americana MCI Communications, que depois se envolveria em um rumoroso caso de administração fraudulenta nos Estados Unidos. Atualmente, é controlada pela mexicana TELMEX.

[editar] Outros setores da economia

A geração de energia elétrica continua em mãos do Estado, por intermédio da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás. A participação da iniciativa privada neste setor é permitida, mas resultou em investimentos de menor vulto, em parte por conta da precária regulamentação legal a respeito.

Os bancos estaduais, altamente endividados pelo uso político que deles faziam os governadores, foram transferidos para a esfera federal e saneados por administradores nomeados pelo Ministro da Fazenda. A quase totalidade desses bancos foi adquirida pelos bancos privados Bradesco e Itaú. O Banco do Estado de São Paulo – Banespa foi adquirido pelo Banco Santander, de capital espanhol. Hoje, apenas os estados do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo, de Santa Catarina, além do Distrito Federal mantém bancos sob seu controle acionário.

Para regulamentar e fiscalizar os serviços públicos prestados pelas empresas privatizadas foram criadas, na estrutura do Governo Federal, agências reguladoras, cujos dirigentes têm mandato por período certo de tempo, como forma de evitar ingerências de caráter político.

[editar] Balanço geral

No período de 1991 a maio de 2000, ocorreu no Brasil a privatização de 65 empresas e participações acionárias estatais federais, nos seguintes setores: elétrico, petroquímico, de mineração, portuário, financeiro, de informática e de malhas ferroviárias da Rede Ferroviária Federal – RFFSA.

Até maio de 2000, o conjunto de privatizações, incluidas as empresas constantes do PND, o setor de telecomunicações e empresas estatais dos Estados, gerou receita total de US$ 91,1 bilhões, inclusive débitos transferidos.

[editar] Chile - Experiência pioneira do neoliberalismo

O Chile, quando da vitória de Pinochet, em 1973, adotou um plano de ação chamado de O Ladrilho - que fora preparado pelo canditado da direita, com o auxílio de um grupo de economistas da Universidade de Chicago. Este documento continha os fundamentos do que, depois, viria a ser chamado de neoliberalismo.

A história de construção da estabilidade financeira do Chile foi marcada por muito mais tentativas e erros do que se costuma supor.

Uma primeira crise irrompeu logo após o golpe que levou Pinochet ao poder durante a primeira fase da crise do petróleo, de 1973. Outra, iniciada em 1975, foi causada pela queda dos preços do cobre e pela alta do petróleo na segunda fase de sua crise.

Em 1981 a economia do Chile passou por seus mais graves abalos, que fez cambalear o modelo econômico neoliberal dos técnicos de Chigago, durante os quais faliu a sólida refinaria de açúcar Vina del Mar, espalhando pânico no setor empresarial.

Diante disso, Pinochet decidiu contrariar os conselhos neoliberais, desvalorizando o peso de 39 para 46 por dólar. Em 1982 o PIB do Chile caiu 13.4% e o desemprego chegou a 19,6%. As pessoas cuja sobrevivência passou a depender exclusivamente de programas assistenciais chegaram a representar 30% da população - um em cada três chilenos.

O sistema bancário entrou em colapso, e houve uma corrida aos bancos. A fazenda teve que retroceder nas liberalizações, elevando a tarifa de importação de 9% para 20%.

Pinochet trocou três vezes de ministro da fazenda, até finalmente acertar com Hernán Büchi, que promoveu uma onda de privatizações e conseguiu, finalmente, colocar a economia chilena no rumo do desenvolvimento econômico, tornando-se famoso como o responsável pelo segundo milagre chileno. [14]

O Chile nunca seguiu cegamente as recomendações do FMI, tendo privatizado apenas a metade de suas minas de cobre. Na sua gestão, Büchi retornou a um certo liberalismo econômico, mas de forma muito mais controlada que a aplicada anteriormente pelos Chicago Boys, e sem o dogmatismo que movia seus predecessores.

Assim, contrapôs às medidas ortodoxas certas medidas intervencionistas como, por exemplo, uma forte desvalorização artificial do peso - que tornou-se sub-valorizado, favorecendo as exportaçãos e dificultando as importações - , o rígido controle da taxas de juros pelo Banco Central e uma lenta, porém contínua, redução das tarifas alfandegárias.

As sucessivas tentativas e erros de dosagem nas medidas recomendadas pelo modelo neoliberal custaram ao Chile uma queda 30% do seu PIB, até que Büchi encontrasse o caminho certo para o crescimento.

Quando ocorreu a democratização, em 1990, 38,6% da população chilena se encontrava abaixo da linha de pobreza. Pinochet privatizou a previdência social, e até hoje 39% da população - quase a metade dos chilenos - não dispõe de nenhum tipo de seguridade social.

Para começar a corrigir estas distorções o Chile adotou, a partir de 2001, uma medida que é considerada a chave para sua estabilidade atual: a lei do superavit estrutural, de 1% do PIB - um mecanismo anticíclico (no melhor estilo Keynesiano), através do qual o governo economiza receita nos anos bons para poder gastar mais nos anos de vacas magras.

[editar] Ver também

[editar] Bibliografia

  • ((en))STIGLITZ, Joseph E.Making Globalization Work. New York, London: W. W. Norton, 2006.

[editar] Notas

[editar] Referências

[editar] Ligações externas

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