Rodovia Caminho do Mar
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A Rodovia Caminho do Mar SP-148 é uma Rodovia que liga a planície (Santos, via Cubatão) ao Planalto (São Paulo, via ABC), e é um dos Caminhos do mar de São Paulo. Atualmente está fechada para carros e só é percorrida por carros da manutenção, microônibus da 'Fundação Patrimôni Histórico da Energia de São Paulo', administradora do 'Polo Ecoturístico Caminhos do Mar', que é formada pela Rodovia e pela Calçada do Lorena
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[editar] Histórico
No século XIX a produção de café no planalto era muito grande, e o único modo de liga-la ao porto de Santos era pela Calçada do Lorena, um precário caminho.Logo então foi contruída a Estrada da Maioridade, que anos depois passou-se a chamar-se Rodovia Caminho do Mar.
[editar] Reformas
Cada vez que era nescessária (ao todo foram 2 vezes), a estrada passava por uma grande reforma, e cada vez que era totalmente reformada ganhava um novo nome.
[editar] Estrada da Maioridade
O seu nome original. Foi inaugurada em 1844, e ganhou esta nome nome pela maioridade de Pedro II. Praticamente junto com ela foi construída a Estrada de Ferro Santos Jundiaí, que absorvia quase toda a circulação entre as duas cidades. Mas mesmo assim a Estrada da Maioridade e a Calçada do Lorena continuaram recebendo manutenção.
[editar] Estrada do Vergueiro
Mesmo com a ferrovia absorvendo quase todo o tráfego entre a planície e o planalto, a Estrada da Maioridade continua recebendo manutenção, e em 1864 ela passa novamente por uma reforma, cuja principal característica é a refacção de alguns trechos para o melhor aproveitamento da estrada, como a chamada curva da morte, uma curva bem fechada em plena descida onde era muito comum os acidentes, vários deles causando a morte das pessoas, e após essa reforma a curva ganhou uma abertura bem maior.
[editar] Caminho do Mar
Nas primeiras décadas do século XX, São Paulo passa por uma "reconstrução", financiada pelo capital proveniente das exportações de café. Por essa época é difundido o uso de automóveis. Também por essa época, ocorre uma troca de valores: os governos construiam sempre várias ferrovias, e a partir desta época os recursos públicos passam a ser destinados a construção de rodovias, deixando as ferrovias em segundo plano e dando a elas o aspecto de "coisa do passado" que ainda existe até hoje. Em 1913 a demanda de automóveis entre a planície e o planalto é muito grande, e a Estrada do Vergueiro é macadamizada , permitindo o uso de automóveis na estrada, e logo depois pavimentada com asfalto, tornando-se a primeira estrada asfaltada da América Latina destinada para veículos de motor à explosão.
[editar] Monumentos
Em 1922, o atual governador de São Paulo, Washington Luis mandou construir alguns monumentos pela estrada para comemorar o centenário da independência. São eles(do alto da serra para baixo):
[editar] Pouso paranapiacaba
- Km 44 - Do tupi, Paranapiacaba quer dizer "Lugar do qual se vê o mar". Em dias limpos e sem neblina (situação difícil de se encontrar na serra) realmente dá para ver o mar, bem longe. Fica Bem na alto da serra antes de começar as grandes curvas, mas já na descida da serra. Alguns dizem que Pedro I se encontrava com a Marquesa de Santos lá, o que é pura boataria, pois o pouso foi construído vários anos depois da morte dos dois. Era usada como parada para os carros descançarem após a subida ou se prepararem para a descida. Contava inclusive com uma bica para fornecer água para os radiadores dos carros.
[editar] Ruínas
- Km 44,5 - Uma casa em ruínas. Não se sabe muito bem qual foi sua função. Especula-se que podia ser a casa dos engenheirosque construiram a estrada. Não é certo.
[editar] Belvedere Circular
- Km 46 - Marca o primeiro encontro da Calçada do Lorena com a estrada (ao todo são 3 encontros).Realmente apresenta uma forma circular. A Calçada do Lorena normalmente é usada a partir deste ponto em excursões para o pólo ecoturístico, que se faz a pé, sendo que os turistas entram pela calçada neste ponto e sai no próximo encontro com a estrada.
[editar] Rancho da maioridade
- Km 47 - Feito para servir de descanço aos carros e aos turistas, assim como o Pouso Paranapiacaba, ganhou esta nome em homenagem á Estrada da Maioridade. Neste ponto também havia uma bica para por água nos radiadores e para as pessoas tomarem.
[editar] Padrão do Lorena
- Km 47,2 - Marca o terceiro e último encontro entre a calçada e a estrada. Tem o nome em homenagem à Bernardo José Maria de Lorena, governador da capitania de São Paulo, que mandou construir a calçada, que ganhou o seu nome. A estrada em frente a esse monumento foi preservada com macadame, isto é, macadamizada. É o único trecho da estrada com esta condição. Depois do padrão, há um longo trecho sem nenhum monumento.
[editar] Pontilhão da Raiz da Serra
- Km 52 - O último monumento, já na planície, após o fim da serra. Foi construido junto com o fim da pavimentação com asfalto da estrada, com o fim de homenagea-la. Não é de fato uma ponte, é apenas as "paredes" da ponte fincada no chão. Antes ali passava um rio que foi desviado para a construção da refinaria em cubatão. Além desses monumento, durante a estrada toda é possível encontrar mirantes.
[editar] Do auge à queda em 40 anos
A ferrovia e a estrada estavam no auge, por volta de 1910. Mas aí começou a queda. Em 1920 as duas juntas já não eram suficientes´para atender a demanda por transporte na região. A ferrovia começou a ter congestionamentos e a estrada apresentava vários fatores que limitavam o número de veiculos circulando nela. Nessa época, São Paulo, o ABC e Cubatão estavam consolidando-se como parques industriais, aumentando ainda mais a demanda pela ligação entre elas. A cidade de Santos e toda a sua baixada estavam se transformando em polos turísticos, o que decididamente exigia uma nova ligação entre a planície e o planalto. Em 1947 foi inaugurada a primeira pista da Via Anchieta, e em 1953 a segunda. As técnicas de construção da Via Anchieta eram muito mais aprimoradas do que a do Caminho do Mar, que já estava sendo apelidade da Caminho Velho do Mar e Estrada Velha de Santos. Logo a Estrada foi passada para trás e ficou subutilizada e assim ficou por várias décadas.Em 2004 a estrada foi fechada e reformada tornado-se o Polo Ecoturístico Caminhos do Mar que é formada pela estrada Caminho do Mar e por um trecho da Calçada do Lorena