Vila Valqueire
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A Vila Valqueire é um bairro do Rio de Janeiro.
Essa região, no passado, foi o belo engenho denominado Valqueire onde existia grande quantidade de árvores da espécie Pau-ferro. Ainda hoje, apesar do imenso número de construções, guarda em algumas ruas a lembrança desse espécime vegetal em exemplares que podem ser vistos, principalmente, na Rua das Rosas. Essa bela área está assentada no chamado Vale do Pau-ferro.
O Engenho do Valqueire teve como um dos seus últimos ocupantes, Francisco Teles - avô materno de Geremário Dantas[1] nascido naquele engenho. Os herdeiros de Francisco - em 1927 - lotearam e arruaram, por intermédio de uma empresa imobiliária, as terras dessa situação, dando nomes de flores às suas ruas. O bairro, em que veio a ser transformado, continuou com o título do engenho: Valqueire. Colocou-se o indicativo Vila que, na atualidade, está começando a perder porque muitas pessoas dizem apenas, Valqueire.
A Estrada Intendente Magalhães[2], que é a sua principal artéria e marca seus limites com os bairros de Osvaldo Cruz, Bento Ribeiro e Marechal Hermes, já foi chamada Real de Santa Cruz, porque fazia a ligação do palácio de São Cristóvão - no tempo do Império - à Fazenda Real de Santa Cruz. Também denominada, durante muito tempo, de Rio São Paulo. Por sua demarcação muitas vezes, passou Tiradentes quando vinha de Minas Gerais ao Rio de Janeiro.
O termo Valqueire tem sido, erradamente, entendido como: V (algarismo romano que representa o número 5) e alqueire (unidade de medida de superfície). Se fosse assim, o título certo seria: Valqueires (plural).
Em "As sesmarias de Jacarepaguá", de Raul Telles Rudge, está a explicação real do nome Valqueire: o dono das terras que hoje chamamos de Vila Valqueire, nos meados do século XVIII, era Antônio Fernandes Valqueire. Como parece mais lógico, provém o epíteto de seu antigo proprietário. Não de um erro gramatical.
Além da sede do engenho que ainda existe - totalmente arruinada - a mais antiga construção é a Igreja de São Roque, próxima à Rua Quiririm que no passado era denominada Estrada do Macaco. Atravessando as terras do engenho do mesmo nome, encurtava o caminho para o do Valqueire.
A Vila Valqueire é localidade com grande índice populacional, com vários prédios de apartamentos apesar de ainda existirem, em maioria, belas e agradáveis residências, além de atualmente possuir, além da tradicional Igreja de São Roque, a Igreja Divina Misericórdia, único templo católico do país a possuir este título. Comércio em franco desenvolvimento, agências bancárias sendo instaladas e linhas de ônibus ligando-a ao centro da cidade e à periferia.
Relativamente novo, apenas setenta e poucos anos, incontestavelmente, é dos mais aprazíveis bairros da Zona Oeste.
Antônio Geremário Teles Dantas, político, jornalista, advogado e escritor. Nasceu a 24 de setembro de 1889 e faleceu a 20 de fevereiro de 1935. Editou alguns livros sobre o café além de escrever outros que tratavam de temas políticos.
Em sua homenagem a antiga Estrada da Freguesia passou a ser Avenida Geremário Dantas. Sua residência ficava localizada na atual Rua Cândido Benício, onde hoje funciona um colégio de freiras, que guarda seu nome, próximo ao Campinho.
Carlos José de Azevedo Magalhães - tenente-coronel - dono de grande área de terras. Entre essas terras estava a Fazenda do Campinho. Foi eleito, em 1899, intendente municipal (atualmente vereador), com uma das mais expressivas votações para a época. Em sua homenagem a antiga Estrada Real de Santa Cruz recebeu o título de Intendente Magalhães.