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Catimbó - Wikipédia

Catimbó

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Catimbó é uma prática de magia baseada no Cristianismo, onde apóia toda a sua doutrina religiosa. O Catimbó não inventa deuses ou os importa da África porque não faz parte das religiões afro-brasileiras. O Catimbó não é afro, não é Umbanda e muito menos Candomblé.

O Catimbó não é uma religião mas pode ser classificado como uma seita derivada do catolicismo, por mais imprecisa que possa parecer esta definição. Apesar de católico é uma prática espírita porque trabalha com a incorporação de almas de pessoas já falecidas e é neste sentido que se afasta da religião base. O Catimbó se apóia totalmente na religião católica, apesar de guardar um pouco das práticas pagãs, vindas da bruxaria européia.

Ele pode se parecer um pouco com a Umbanda, mas, nem um pouco com o Candomblé. A semelhança com a Umbanda é devido ao trabalho com entidades incorporadas. Entretanto, os Mestres do Catimbó possuem uma teatralidade de incorporação muito típica e discreta, e o Catimbó esta longe do trabalho de palco da Umbanda. Outra infeliz coincidência é a presença da entidade Zé Pelintra que no Catimbó é dito como mestre e na Umbanda é muito cultuado como Exu e malandro. Catimbó não é Umbanda!

O Catimbó tem uma raiz índia que foi se perdendo com o tempo. Não há dúvida que o Catimbó é xamanista com muita práticas de pajelança, mas, não é baseados em Caboclos e sim em Mestres, apesar de os Caboclos também terem participação. O Catimbó não é muito diferente ou melhor do que estes cultos que citamos, não podemos dizer inclusive que suas entidades sejam de nível superior, pelo contrário, sob o ponto de vista espírita-kardecista são ainda entidades de baixa energia e que guardam muitas referências com a última vida que tiveram em "terra fria".

No Catimbó faz se o bem, através de curas, problemas sentimentais, mas, também o mal, dependendo da cabeça de que o dirige, infelizmente, como em outras práticas. O Catimbó é influenciado pela feitiçaria européia de onde adotou várias práticas.

O Catimbó é uma reunião alegre e festiva quando em sua forma de roda (ou gira), mas, pela falta da corrente doutrinaria formal vários formatos serão encontrados, dependendo da “ ciência”, vidência, maturidade e ética de quem o dirige e realiza, podendo ser práticas bem soturnas.

Índice

[editar] O Catimbó e as religiões Afro-Brasileiras

O Catimbó não está ligado aos Orixás africanos. No Catimbó trabalham os Mestres, que foram pessoas que viveram e ao morrerem se "encantaram". Geralmente os mestres são ex-Catimbozeiros. O Catimbó não era cultuado na África e o Catimbó não cultua os Orixás das nações, de forma que os Mestres não lhes fazem ou devem obediência hierárquica. É claro que se o consulente ou o discípulo já for do Povo de Santo então existe um enredo, fundamento maior que o Catimbó, que deve ser respeitado devido ao nível espiritual maior dos Orixás.

Catimbó não é umbanda e se desenvolveu de forma paralela e independente. E encontrou a umbanda nos grandes centros e ao receber pessoas que se desenvolveram na Umbanda, estas podem passar a receber suas entidades também no Catimbó, principalmente os Caboclos e Exus de Umbanda. Pelo mesmo processo no qual as pessoas que atuam na Umbanda vão agregando ao seu ritual prática de outros que eles encontram, o Catimbó foi confundido com a Umbanda.

De fato existem algumas similaridades na forma entre um e outro, mas a essência é outra. Considerar o Catimbó uma forma de umbanda, pode ser uma simplificação grosseira ou até mesmo um preconceito. O Catimbó é uma manifestação puramente Brasileira sem a importação de africanismos.

Mas até certo ponto esta confusão é justificável, ainda mais partindo da base de quem escreve sobre estas manifestações é de grandes centros e nestes locais vai encontrar muitas vezes os mestres misturados com os cablocos e exus de Umbanda.

Mas o Catimbó é bem diferente das religiões afro-brasileiras. Todo o trabalho e a força esta na Fumaça, e nas ervas, sendo o fumo, especialmente preparado, a sua forma primária de trabalho. O Catimbó não "arria" trabalho no chão de a sua magia vai pelo ar, no tempo, junto com sua fumaça. Muitos tem, com razão o que temer do Catimbó, mas, pessoas do bem nunca devem temer a ninguém.

No Catimbó São Pedro é São Pedro e não Xangô. Santo Antônio é Santo Antônio, Santa Terezinha é Santa Terezinha e assim por diante.

O Catimbó cultua ervas, símbolos e santos católicos, mas se tivermos que caracterizar qual é o principal objeto de culto não ha dúvida que são as ervas. O Catimbó tem como principal elemento a árvore da Jurema e todos os Mestres tem um erva de fundamento.

É claro que podem dizer que o Candomblé também é fundamentado em ervas e sem erva não se faz santo, mas, observe que apesar de importante as ervas (Ewé) no Candomblé, estas são um dos elementos que compõe o fundamento de cada Orixá. No Catimbó este é “o elemento” principal.

[editar] O Catimbó é o culto à Jurema

O Catimbó é o culto a árvore da Jurema. A jurema é uma árvore que floresce no agreste e na caatinga nordestina. Da casca de seu tronco e de suas raízes faz-se uma bebida mágico sagrada que alimenta e dá força aos “ encantados do outro mundo” . Acredita-se também que é essa bebida que permite aos homens entrar em contato com o mundo espiritual e os seres que lá residem, mas o Catimbó existe sem que seja necessário fazer ou beber a Jurema, Catimbó não é Santo Daime. Tal árvore é símbolo e núcleo de várias práticas mágico-religiosas de origem ameríndia. De fato, entre os diversos povos indígenas que habitaram o Nordeste, se fazia e em alguns deles ainda se faz o uso ritual desta bebida.

Este culto se difundiu dos sertões e agrestes nordestinos em direção às grandes cidades do litoral, onde elementos das outras matrizes étnicas entraram em cena. Desse modo, o símbolo da árvore que liga o mundo terreno ao além, embora amarga (muito amarga...), dá sapiência aos que dela se alimentam, ganha novos significados, surgindo um mito com traços cristãos. Neste sentido a Jurema surge como a árvore que escondeu a “ sagrada família” dos soldados de Herodes, durante a fuga para o Egito, ganhando desde então suas propriedades mágico religiosas.

Onde Jesus descansou, que dá força e “ ciência”, A jurema é um pau sagrado, ao bom Mestre curador.

Ainda nessa perspectiva, juntaram-se na constituição desta forma de religiosidade popular outros elementos de origem européia como a magia e o culto aos santos do catolicismo popular.

Apesar de encontrarmos nos pontos de umbanda a referência a jurema é o catimbó que tem a jurema como o centro e principal elemento de seu culto.

[editar] O que é afinal o Catimbó

O Mito, o preconceito e o erro na definição

Entre muitos que freqüentam terreiros de Umbanda e Candomblé, Catimbó é sinônimo da prática ou seja da macumba em sí. Para outros, de Umbanda, trabalhar no Catimbó está associado ao uso de forças e energias de esquerda ou negativa. Esta é uma visão equivocada. Qualquer prática mágica pode ser usada com qualquer finalidade, mas, o objetivo do Catimbó é a evolução dos seus Mestres através do bem e da cura. Se o mal é feito, isto pode ocorrer pelo erro do medium ou pela necessidade de justiça a quem pede.

Catimbó é de base religiosa catolica e não afro-brasileiro

O Catimbó é uma prática ritualista mágica com base na religião católica de onde busca os seus santos, óleos, agua benta e outros objetos litúrgicos. É também uma prática espirita que trabalha com a incorporação de espíritos de ex-vivos (eguns ou egunguns) chamados Mestres e é através deles que se trabalha principalmente para cura, mas também para a solução de alguns problemas materiais (como a Umbanda) e amorosos, mas, é importante destacar que a prática da cura é a principal finalidade.

Não se encontra no Catimbó, nas suas práticas e liturgias os elementos das nações africanas de forma que classificar o Catimbós como uma seita afro-brasileira é um erro. Mestres não se subordinam a Orixá e fora o aspecto de que certamente ele é, também, praticado por Negros não existe outra relação direta com a religião africana.

Para aqueles que consideram o Catimbó afro-brasileiro eu apenas pergunto: Onde estão os elementos Afro-brasileiro?

De fato a mitologia e teogonia do Candomblé é rica e complexa, a do Catimbó é pobre e incipiente, seja porque a antiga mitologia indígena perdeu-se na desintegração das tribos primitivas, na passagem da cultura local para a cultura dos brancos, que estavam dispostos a aceitar os ritos, porém não os dogmas pagãos, na sua fidelidade ao catolicismo – seja porque o Catimbó foi, mais, concebido como magia do que como religião propriamente dita, devido sobretudo aos elementos perigosos e temíveis e às perseguições primeiro da igreja e depois da polícia.

Além dos dogmas da religião católica o Catimbó incorpora componentes europeus como o uso do caldeirão e rituais de magia muito próximos das praticas Wiccanas. Tanto dos europeus como dos brasileiros o uso de ervas e raízes é básico e fundamental nos rituais. Cada Mestre se especializa em determinada erva ou raiz.

Não existe Catimbó sem santo católico, sem terço, sem agua benta, sem reza, sem fumaça de cachimbo e sem bebida, que pode nem sempre ser a Jurema (como eu disse Catimbó não é o Santo Daime).

Mediunidade e incorporação

Sob o ponto de vista espiritualista a incorporação mediúnica pode ser considerada de baixa energia, no sentido de não ser profunda, mas, não que falte qualidade. Os Mestres são entidades que guardam muito os reflexos, comportamento e personalidade de sua última vida de forma que os torna muito caracterizados e ligados na caracterização física.

O uso de bebida e fumo é comum e difundido, não existe Catimbó sem isso. Entretanto esta ligação fortemente carnal, faz dos Mestres entidades muito alegres, naturais e espontâneos, muito diferentes das entidades fortemente, às vezes grotescamente, teatralizadas da Umbanda.

Não existem Mestres do bem ou do mal. Os Mestres tanto podem trabalhar para o bem como para o mal, diferente a Umbanda que especializa as entidades. Os feitiços do Catimbó são mais temidos do que a Quimbanda, mas, não quero aqui iniciar uma polêmica, porque isso é de importância menor. A magia negra é uma corrruptela da magia e pode ser praticado por qualquer um. Não existe necessidade de se estar na Umbanda ou no Catimbó para se fazer magia negra. Ela existe desde o início dos tempos e está associada a índole de quem a faz. Assim dependo da orientação da casa e do medium os mestres poderão trabalhar para o mal, para a reparação, para a vingança ou para a justiça, como se queira denotar. Quem faz o mal precisa apenas de um motivo ou justificativa qualquer. Mas os Mestres são pau para toda a obra.

Eventualmente a presença no Catimbó de ex-Umbandistas vai trazer com estes as suas entidades de Umbanda que irão trabalhar dentro do Catimbó, mas, isso não faz do Catimbó uma Umbanda, como também não se vai impedir que entidades de Umbanda que já pertençam aos médiuns trabalhem nas rodas de Catimbó. O Catimbó existe sem a Umbanda apesar de como estas ir se incorporando, eventualmente, de entidades e práticas.

É importante compreender que diferente da Umbanda e do Candomblé os Mestres não respondem a Orixás ou falangeiros. A Jurema tem sua própria hierarquia e Mestres respeitam outros Mestres maiores e mais fortes.

Considerar Catimbó uma Umbanda é dar uma conotação preconceituosa, como se tudo o que fosse espiritita fosse Umbanda ou tudo o que envolvesse negros e mulatos ou então gente simples fosse macumba ou afro-brasileiro.

Dito isto, reafirmo, Catimbó não é Umbanda! Os Umbandistas que fiquem com ela. Também não tem nada haver com o Candomblé. Nunca foi ou será Kardecista. Catimbó é Catimbó!

Finalmente não existe padrão para o Catimbó. Cada um tem o seu.

[editar] Origem do Catimbó

O Catimbó é, sem duvida nenhuma, de origem índia. Sem voltar às descrições antigas da pajelança e aos primeiros contatos entre o catolicismo e a religião dos índios, inclusive àqueles fenômenos de “santidade” que conhecemos tão bem através das informações do Tribunal do Santo Ofício, sem tentar traçar a genealogia histórica do Catimbó, encontramos ainda hoje entre o puro índio e o homem do Nordeste toda a gradação que nos conduz pouca a pouco do paganismo do Catimbó.

O Catimbó de hoje é o resultado desta fusão da prática pagã inicial dos índios com o catolicismo sobre o qual construiu a base da “ religião” . É impossível dissociar o Catimbó do catolicismo e de outras tradições européias, provavelmente adquiridas dos holandeses, mesmo após as influências que recebeu do Candomblé e do kardecismo.

Podemos considerar que a mesma falta de força étnica que fez com que os índios fossem antropologicamente sobrepujados por outras culturas fez com que o Catimbó perde-se a sua identidade índia original (pajelança) e adquirisse os rituais importados de outras práticas religiosas mais “fortes”. Neste caso contribuiu muito a falta da cultura escrita que fez com que na medida em que os próprios índios eram extintos a prática religiosas Xamanista fosse sendo perdida ou diluída.

Entretanto do Xamanismo original foram preservadas as ervas e raízes nativas como base de todos os trabalhos e na prática da fumigação com fumaça de cachimbos e fumos especialmente preparados o elemento mágico de difusão.

Para o índio, o fumo é a planta sagrada e é a sua fumaça que cura as doenças, proporcionando e êxtase, dá poderes sobrenaturais, põe o pajé em comunicação com os espíritos.

Os primeiro elementos do Catimbó que devemos lembrar é o uso da defumação para curar doenças, o emprego do fumo para entrar em estado de transe, a idéia do mundo dos espíritos entre os quais a alma viaja durante o êxtase, onde há casa e cidades análogas às nossas. A grande diferença é que a fumaça na pajelança é absorvida, enquanto no Catimbó ela é expelida. O poder intoxicante do fumo é substituído aqui pela ação da jurema.

O Catimbó se desenvolveu diferentemente no interior e no litoral, nas capitais. As influências de outras práticas religiosas mais fortes em cada um deste locais acabam determinando o formato do Catimbó. Podemos dizer que quanto mais para o interior mais simples ele será devido a menor influência das religiões africanas.


Catimbó não é macumba nem candomblé


No Catimbó não há promessas, votos, unidade do protocolo sagrado. É um consultório tendendo, cada vez mais, para a simplificação ritual. Não há festas votivas, não há corpo de filhos-de-santo para louvor divino dos Orixás nem preparação obediente de laôs.

De instrumentos musicais resta a marca-Mestre, cabacinha na ponta de uma vareta, com que o Mestre divide o compasso das linhas. Contudo os Catimbós absorveram facilmente os atabaques da umbanda trazendo o seu ritmo e musicalidade. Não há cores formais, vestidos , contas (apesar de existirem fios-de-conta de Catimbó, feitos com a cabaça e lágrimas de Nossa Senhora), enfeites especiais nem alimentos privativos, fetiches de representação.

Catimbó não é Macumba nem Candomblé, permanece isolado, diverso, distinto. No Catimbó, os que acostam são catimbozeiros falecidos. Não há um só Mestre que não tenha vivido na Terra. Nas Macumbas e Candomblés passa o sopro alucinante das potestades africanas, deuses nascidos misteriosamente, com poderes espantosos.

No Catimbó não se louvam orixás africanos e raro são trabalhos de chão. As coisas no Catimbó são simples e baratas feitas para serem acessíveis à população que o Catimbó serve. O Catimbó se serve de uma vela, fitas, cascas, folhas, fumo e bebida para realizar os seus trabalhos. Normalmente as coisas são resolvidas na própria roda de Catimbó.

Os caboclos podem ser vistos no Catimbó, mas, não são eles a base ou o objetivo principal. Catimbó trabalha através de Mestres.

Como já citado o fato de entidades típicas de Umbanda aparecerem no Catimbó devido a origem do mediuns e ao fato de existir uma entidade comum chamada de Zé Pelintra faz com que se imagine que Catimbó seja uma forma de Umbanda no Nordeste. Como é explicado neste sítio, não é. Muito se tem pesquisado sobre a origem do Zé Pelintra da Umbanda no Catimbó, uma vez que esta é uma entidade urbana que nada tem com a origem dos mestres.

Tudo no Catimbó se faz com a linha de licença, onde se fala, sisudamente: “Com o poder de Jesus Cristo, vamos trabalhar”. Das centenas canções recolhidas no arquivos catimbozeiro, nenhuma alude a um encantado e infalivelmente a Deus, Santíssima Trindade, Santos, às almas. Só encontrei duas que se dirigiam às estrelas e ao sol. O espírito é religioso, formalístico, disciplinado, respeitoso da hierarquia celestial. Ninguém numa Macumba ou terreiro de Candomblé, admite licença de Jesus Cristo para Xangô, nem santo católico atende ao chamamento insistente dos tambores.

Catimbó não tem Exu e não tem Orixá sincretizado em Santo. No Catimbó Santo é Santo e Mestre é Mestre. Mestre trabalha na direita e a esquerda, faz e desfaz

[editar] Liturgias do Catimbó

Abertura de trabalhos

A abertura da mesa é uma liturgia simples, mas significativa e bonita. Lidamos com uma pratica ritual pouco elaborada de forma que algumas poucas coisas podem ser destacadas como de beleza própria.

A abertura de mesa deve ser um ritual importante e solene. É claro que cada jurema é uma jurema e cada um pode ter sua forma de trabalhar com o mundo espiritual, mas a solenidade da abertura da mesas é sempre tocante.

Deve-se louvar o nosso senhor Jesus Cristo, pedindo licença para abrir a mesa e exaltando a força da Jurema. Podem ser recitadas preces como a de Cáritas e entoados cantos de abertura como o seguinte:

Bate asa e canta o galo dizendo cristo nasceu cantão os anjos nas alturas Rei nuino Gloria no céus se deu.

Gloria nos céu se deu nas portas do Juremá abre e de licença Santa Tereza para os mestres trabalhar.

Oh minha Santa Tereza pelo amor de meu Jesus abre a mesa e de licença Santa Tereza pelo irmão João da Cruz

Por deus eu te chamo por Deus eu mandei chamar [ mestre tal ] da Jurema para vir trabalhar. Depois disso inicia-se as cantigas em roda, sempre alegres e animadas e os mestres virão um a um se acostar para trabalhar.

Iniciação

A iniciação no Catimbó se faz com rituais simples porém com muita significação. O primeiro ritual que passa um discípulo é a jura no qual ele deve se confirmar como um discípulo da Jurema. Com o passar do tempo e sua evolução ele irá receber o seu cachimbo que será consagrado por um Mestre. Será através deste cachimbo que ele fará os seus trabalhos. Finalmente após alguns anos ele deverá realizar o tombo onde se confirmará como um Mestre em vida do Catimbó.

Tombo

O tombo de jurema constitui-se no processo pelo qual muitos dos Mestres que hoje estão no mundo espiritual passaram para ganhar ciência. Tombam no pé da jurema e ao acordar estão prontos para trabalhar. Foi o caso do Mestre Carlos, famoso por seu dom de cura nas mesas de jurema de todo o Nordeste.

Contudo nos terreiros o rito foi tornado bem mais complexo que sua referência mística. O tombamento consiste então no oferecimento de alimentos e sacrifícios às correntes espirituais do iniciante. Nele comem o caboclo, o Mestre, a mestra, o exu e a pombagira do iniciante. Acontece ainda a juremação com a implantação da semente através do corte na pele e a viagem espiritual. A viagem deve acontecer no período que se intercala entre a oferta dos sacrifícios ao caboclo e a preparação das comidas oferecidas em banquete ritual. Ainda durante o sacrifício o iniciante é levado durante o transe para correr as cidades espirituais. O interessante e singular neste transe é que os adeptos acreditam que enquanto a pessoa é levada para realizar a viagem espiritual, o caboclo permanece no corpo do iniciante.

Concluído o sacrifício passa-se à preparação das carnes dos animais e à partição das frutas e alimentos oferecidos aos encantados. O caboclo é alimentado com uma pequena porção de tudo que foi oferecido. Findo o banquete, o caboclo é então mandado de volta a sua cidade e o filho deverá contar ao seu iniciador o que viu. Se a viagem for considerada válida seguem-se os sacrifícios às demais entidades: o Mestre, a mestra, o exu e a pombagira.

No dia posterior, em animada festa o caboclo vestido a caráter deverá como na iniciação do candomblé gritar o seu nome e também cantar a sua toada (cantiga). O iniciante também poderá vestir as demais entidades quem deu de comer. A riqueza deste ritual completa está intrinsecamente ligada às condições financeiras do iniciante. Sem dúvida este ritual segue o formato do Candomblé.

Juremação

Muitos juremeiros dizem que “um bom Mestre ja nasce feito”; contudo, alguns ritos são utilizados para fortificar as correntes e dar mais conhecimento mágico-espiritual aos discípulos. O ritual mais simples, porém de muita ciência, é o conhecido como juremação, implantação da semente ou ciência da jurema. Este ritual consiste em plantar no corpo do discípulo, por baixo de sua pele, uma semente da arvore sagrada.

Existem 3 procedimentos para a juremação dos discípulos. No primeiro, o próprio Mestre espiritual é o responsável pela implantação da semente. Esse Mestre promete ao discípulo e após algum tempo, misteriosamente, surge a semente em uma parte qualquer do corpo. O segundo procedimento é aquele em que o líder religioso, o juremeiro, realiza um ritual especial, em que dá a seus afilhados a semente e a bebida de jurema para beber. Após este rito, o iniciante deve abster-se de relações sexuais por sete dias consecutivos, período em que todas as noites ele devrá ser levado em sonhos, por seus guias espirituais, para conhecer as cidades e aldeias onde aqueles residem. Ao final deste período, a semente ingerida deverá reaparecer embaixo de sua pele. Caberá ainda ao iniciante contar ao seu iniciador o que viu em sonho para que este reconheça ou não a validade de viagens espirituais e por conseguinte da juremação. Em um terceiro procedimento o juremeiro implanta a semente da jurema através de um corte realizado na pelo do braço. piru

[editar] Mestres do Catimbó

Quem são os mestres do Catimbó

O termo Mestre é de origem portuguesa, onde tinha o sentido tradicional de médico, ou segundo Câmara Cascudo, de feiticeiro. Este é o primeiro elemento de ligação do Catimbó com tradições européias, provavelmente cabalistas e mostra também nestes 2 significados a expressão semântica do trabalho do Mestre, a cura e a magia.

De forma geral os Mestres são descritos como espíritos curadores de descendência escrava ou mestiça, que em suma é a característica dos habitantes das regiões onde o Catimbó floresce, mas que não deve ser tratado como um dogma. Dizem os juremeiros que os Mestres foram pessoas que quando em vida trabalharam nas lavouras e possuíam conhecimentos de ervas e plantas curativas Po outro lado algo trágico teria acontecido e eles teriam se passado, isto é, morrido, encantando-se, podendo assim voltar a acudir os que ficaram “ neste vale de lágrimas”.

Não existe Mestre do bem ou do mal. O Mestre é uma entidade que pode fazer o bem ou o mal de acordo com a sua conveniência, a ordem da casa e a ocasião.

A função dos Mestres e do Catimbó

Nesta generalização podemos entender muito bem o como e porque do culto do Catimbó. Em uma região dominada pela pobreza e falta de assistência a população carece de assistência médica sendo a doença um temor presente e terrível. Neste sentido os Mestres se apresentam como enviados para socorrer e aliviar o sofrimento dos desasistidos oferecendo a tradição da medicina fitoterápica, herdade dos índios para assistir a população. Por outro lado em regiões de pessoas simples mas que são submetidas a poderosos, violentos e jagunços onde falta a justiça do homem e a única proteção que todos podem contar é a misericórdia divina, os Mestres são como anjos vingadores que, apesar de ainda fortemente influenciados por suas manias e imperfeições humanas, se colocam assim mesmo como protetores e defensores de gente desasistida.

Desta maneira podemos entender que os caminhos de Deus são inúmeros e que a espiritualidade se manifesta da forma como é necessária para garantir uma vida justa e decente aos habitantes desta terra fria. É neste contexto que o Catimbó se insere, absorvendo a tradição religiosa de gente simples e adicionando a esta base espiritual fortemente calçada em princípios de ética, bondade e misericórdia do cristianismo a necessidade do dias a dia introduzindo os ritos mágicos de trabalho e o trabalho dos espíritos acostados.

Mestres são entidades alegres, brincalhonas que guardam muito do comportamento de vida. Eles trabalham nas seções com simplicidade, conversando com as pessoas na língua que todos falam deixando todos à vontade. Eles não tem que se parecer pomposos ou importantes e vão sempre deixar todos muito à vontade. Suas cantigas são alegres e suas danças iguais as que todos dançam.

Seria muito mais difícil se o Catimbó trouxesse uma doutrina religiosa própria. Na realidade seria até mesmo impróprio ou desnecessário. Trata-se de gente muito simples que aprendeu e passou a vida toda aprendendo so conceitos e ensinamentos católicos estando possivelmente muito acostumados e doutrinados nesta verdadeira fé.

Os próprios Mestres que foram seres humanos provavelmente passaram a vida mergulhados nesta fé de maneira que não ha necessidade de substituir esta catequese por novos conceitos para suprir a mesma finalidade, de forma que diferente das religiões afro que impõe uma nova teogonia que tanta confusão causa nas cabeças mais fracas ou humildes que por vezes passam a vida em terreiros se entender de verdade o que fazem ficando a vida toda dependente de outros (o que provavelmente pode ser a finalidade de alguns ).

Pior ainda na Umbanda que pena pela total desordem em função de ser uma prática que facilmente agrega qualquer tendência mística e espírita fazendo uma mistura inexplicável de pratica religiosa e mágica. A Umbanda se comporta como um consumidor curioso em um supermercado que vai passando pelas gondolas e colocando em seu carrinho as novidades e os produtos de embalagem mais bonita.

Já o Catimbó, que não tem a pompa das religiões africanas ou a teatralidade das entidades de Umbanda se apresenta com a doutrina Católica fortemente apoiada pelos Santos de devoção e seus Mestres se apresentam com simplicidade.

Como estamos fazendo comparações com as religiões e doutrinas africanas é importante observar que os Mestres não trabalham subordinados aos Orixás de umbanda ou das nações Nagô. Diferente dos falangeiros da Umbanda ,que não são os Orixás das nações, (apesar de os Umbandistas mal informados assim os considerarem, seja porque são ignorantes no assunto ou seja porque esta comparação errada lhes é conveniente), que são subordinados a linhas, os Mestres respondem ao Mestre principal da casa. Não tem também a obrigação de pertencer a uma “cabeça” ou “coroa”. Eles podem estar e depois não estar mais.

Para as pessoas que trabalham no Catimbó e são de nação ou de Umbanda os Mestres vão respeitar os Orixás ou guias devido a energia maior destes, mas não por subordinação. Devemos atentar para o fato de que pela própria característica de os Mestres serem ex-viventes (os chamados Eguns da nação) ele se incorporam nos médiuns com uma energia mais fraca. Os espíritas tem uma classificação para este tipo de incorporação de baixa energia.Não que isto prejudique o medium ou os torne inferiores, mas, é apenas uma constatação real e característica dos Mestres.

Mestres e o Catimbó

No panteão juremista existem vários Mestres e mestras, cada qual responsável por uma atividade relacionada aos diversos campos da existência humana (cura de doenças, trabalho, amor...). Há ainda aqueles responsáveis por fazer trabalhos contra os inimigos. Nas mesas e rodas as representações das entidades relacionadas nesta categoria são as mais elaboradas, geralmente possuindo o “estado completo” e a jurema plantada; em especial a do Mestre da casa, aquele que incorpora o juremeiro, faz consultas e inicia os afilhados nos segredos do culto. Por tudo isso este Mestre é carinhosamente chamado de “meu padrinho”

Aliás esta característica de independência dos Mestres é que os tornam muito eficazes e temidos. São entidades que trabalham com magia direita e esquerda e não estão contidos por critérios ligados a Orixás

Não que os Mestres sejam desprovidos de justiça e bon senso, ou mesmo superiores a outras entidades e Orixás, mas o seu trabalho não depende de hierarquias complexas de serem atendidas.

Os Mestres são guias, orixás sem culto, acostando espontaneamente ou invocados para servir. Cada um possui fisionomia própria, gestos, vozes, manias e predileções. Sâo muito ligados a sua última vida e às coisas terrenas por isso fazem questão de algumas peças de indumentária, mas, não tem a teatralidade exagerada das entidades de umbanda. A fisionomia é uma forma muito característica de se reconhecer um Mestre. Com um pouco de experiência pode-se reconhecer um Mestre pelos ademanes, trejeitos, posição das mãos, da boca e forma de andar.

Cada Mestre tem sua linha, um canto ou cantiga, de melodia simples. Há Mestres que não tem linha, como Mestre Antonio Tirano e Malunginho, ambos ferozes. Essa linha era cantada como uma invocação ao Mestre. Sem canto não ha encanto. Todo feitiço é feito musicalmente. Alinha é o anuncio e o pregão característico do Mestre.

Cada Mestre está associado a uma cidade espiritual e a uma determinada planta de ciência (angico, vajucá, junça, quebra-pedra, palmeira, arruda, lírio, angélica, imburana de cheiro e a própria jurema, entre outros vegetais), existindo ainda alguns relacionados à fauna nordestina. Para os Mestres relacionados a uma planta que não a jurema, são estas plantas que têm seus troncos plantados nas mesas dos discípulos.

Por exemplo, a cidade do Mestre angico deve ser plantada em um tronco da arvore do mesmo nome; as cidades das mestras geralmente são plantadas em troncos de imburana de cheiro. No caso dos Mestres que têm relação com vegetais, são daquelas espécies que tiram a força e a ciência para trabalhar. Os que têm relação com animais, acredita-se que eles possam encantar-se em animais das espécies referidas, aparecendo em sonhos, visagens e, muitas vezes, assim metamorfoseados quando incorporados em seus discípulos.

Como oferendas, os Mestres recebem a cachaça, o fumo – seja nos charutos ou cachimbos -, alimentos próprios de cada um e a jurema, bebida feita com o sumo vermelho retirado da casca e da raiz da jurema e que pode receber outras ervas e componentes (cachaça, melado, canela, gengibre e outras à gosto).

Nos terreiros que sofreram maior influência dos cultos africanos, é comum o Mestre receber sacrifícios de galos vermelhos, bodes e muitas vezes de novilhos, mas isto é uma deturpação do culto da jurema que por suas origens indígenas (caboclos) e católicas não tem a tradição ou necessidade de sacrifícios em suas liturgias. Não que isto seja errado ou negativo, mas apenas que não faz parte de suas bases sendo mais um fenômeno de Umbandização.

O símbolo dos Mestres masculinos pe o cachimbo ou marca, cujo poder está na fumaça que tanto mata como cura, dependendo se a fumaçada é às esquerdas ou às direitas. Essa relação com a magia da fumaça está expressa nos assentamentos dos Mestres, em que, sempre encontram-se presentes “rodias” de fumo de rolo e cachimbos, e nas toadas:

Setenta anos, passei dentro da jurema, discípulo não tenha pena de quem algum dia lhe fez mal quando eu me zango toco fogo em um rochedo meu cachimbo é um segredo que eu vou mandar pra lá.


Quando em terra, incorporados, os Mestres já chegam embriagados, tombando de lado a lado e falando embolado. São brincalhões chamam palavrões, mas o que falam é respeitado por todos.

Quanto às mestras, reconhecem-se seus assentamentos pela presença de leques, bijuterias, piteiras, cigarros e cigarrilhas. Como no caso dos Mestres, existe uma infinidade destas entidades, com atributos e especialidades nas questões mundanas e espirituais. Algumas casas fazem um distinção entre as mestras que trabalham nas esquerdas e nas direitas. Nesta última categoria, encontram-se mestras como Gertrudes e Lorinda, ambas parteiras na vida material, que hoje ajudam as mulheres a darem a luz mais um ser vivente.

Algumas mestras morreram virgens, por isso ganharam o estatuto de princesas quando ingressaram nas moradas d além. Vale lembrar os nomes de algumas princesas como a Mestre marianinha a princesa catarina e a princesa rosa vermelha.

As mais comuns são as chamadas mestras das esquerdas, entidades que na vida material foram mulheres de vida fácil; mulheres das ruas e dos cabarés nordestinos. Tais mestras são peritas nos assuntos do coração, são elas que dão conselhos às moças e aos rapazes que queiram casar-se, que realizam as amarrações amorosas, que fazem e desfazem casamentos.

Muito vaidosas, quando incorporadas elas travestem os seus discípulos de forma a melhor aclimatar a matéria as performances femininas. Quando entre seus afilhados e discípulos no mundo material, bebem cerveja, cidra e espumantes, embora não rejeitem outras bebidas que se lhes ofereçam. Gostam de comer peixe assado que é depositado em suas princesas para lhes dar força para trabalhar.

O mestre é uma sobrevivência do feiticeiro europeu e não um colega do babalorixá, babalaô, ou pai-de-terreiro banto ou sudanês. Catimbó não é sinônimo de Candomblé, Macumba, Xangô, grupo de Umbanda, Casa de Mina, Tambor de crioulo.

É uma presença da velha feitiçaria, deturpada, diluída, misturada, bastarda, mas reconhecível e perfeitamente identificável. A Discoteca Pública de São Paulo publicou extensa e preciosa documentação colhida no Nordeste e Norte do Brasil. Catimbó, São Paulo, 1949, ver também Roger Bastide, As Religiões Africanas no Brasil.

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