França Antártica
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A França Antártica foi a colônia fundada pelos franceses no Rio de Janeiro. Durou alguns anos, pois foi logo destruída, mas serviu para abrir os olhos de Portugal para a importância de defender o litoral brasileiro.
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[editar] Primórdios
Em 1 de novembro de 1555, um huguenote francês, o almirante Nicolas Durand de Villegagnon (1510-1575), no comando de pequena frota de dois navios e 600 soldados e colonos Huguenotes, tomou posse da pequena ilha de Sergipe, na Baía da Guanabara, em frente da atual cidade do Rio de Janeiro, onde mandou elevar um forte batizado Forte Coligny (em honra de Gaspard de Coligny, almirante huguenote que apoiou a expedição para proteger seus correligionários).
Villegagnon fundou um vilarejo, a que deu o nome de Henryville, em homenagem ao rei francês Henri II, que conhecia e aprovava a expedição, e também forneceu a frota para a viagem. No entanto, a coroa francesa falhou em fazer aproveitar os feitos de Villegagnon destinados a expandir o reino da França ao Novo Mundo, como era o caso com as conquistas de Jacques Cartier na atual província do Québec, no Canadá.
Tais assentamentos violavam a bula papal de 1493, que dividia o Novo Mundo entre a Espanha e Portugal, cujas fronteiras foram mais tarde mais bem definidas pelo Tratado de Tordesilhas.
[editar] Expansão
Sem ser incomodado pelos portugueses, que não tomaram conhecimento da invasão, Villegagnon expandiu a pequena colônia e mandou vir colonos em 1556, desta vez principalmente calvinistas suíços de Genebra, em três navios comandados por seu sobrinho Bois le Comte. Villegagnon protegeu sua posição fazendo uma aliança com os índios Tamoios e Tupinambá da região, que combatiam os portugueses.
[editar] Reação portuguesa
Finalmente, in 1560, Mem de Sá, o terceiro Governador-Geral do Brasil, recebeu do governo a incumbência de expulsar os franceses. Com frota de 26 navios de guerra e 2000 soldados, atacou e destruiu o Forte Coligny em três dias, sendo incapaz de vencer seus habitantes e defensores, que conseguiram escapar para o continente com ajuda dos índios, continuando a viver e a trabalhar em terra firme. O almirante Villegagnon, nessa altura, se convertera à religião católica e retornara para a França em 1558, desiludido com as disputas religiosas entre os protestantes franceses e católicos, chegadas com o segundo grupo.
[editar] A derrota francesa
A pedido de dois influentes padres jesuítas que vieram ao Brasil com Mem de Sá, José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, que tiveram um papel importante na pacificação dos Tamoios, Mem de Sá ordenou a seu sobrinho, Estácio de Sá, que organizasse uma nova força de combate. Estácio de Sá fundou a cidade do Rio de Janeiro em 1 de março de 1565 e combateu os franceses durante mais dois anos. Ajudado por um reforço militar enviado pelo tio em 20 de janeiro de 1567, ele impôs uma derrota final às forças francesas e definitivamente expulsou-as do Brasil, mas morreu um mês depois de ferimentos sofridos durante a batalha. O sonho de Coligny e de Villegagnon durou menos do que doze anos.
[editar] Conseqüências
Em resposta às tentativas francesas de conquistas territoriais no Brasil (a outra foi chamada de França Equinoxial e aconteceu na atual cidade de São Luís (Maranhão), entre 1612 e 1615, a coroa portuguesa decidiu intensificar a colonização do Brasil e melhorar seu status.
[editar] Ver também
- Estácio de Sá
- Invasões francesas do Brasil
- Forte Coligny
- Nicolas Durand de Villegagnon
- André Thevet
- Jean de Léry