Ivani Ribeiro
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Ivani Ribeiro, nome artístico de Cleide Freitas Alves Ferreira, (São Vicente, 20 de fevereiro de 1922 — 17 de julho de 1995) foi compositora de sambas, radioatriz, cantora, criadora de programas de variedades, porém foi como autora de telenovelas que ela se consagrou.
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[editar] Biografia
Começou sua carreira aos 16 anos de idade. Foi a grande recordista entre os autores da telenovela brasileira, com mais de 40 títulos de sucesso. Com um diploma da Escola Normal de Santos, Ivani chegou a São Paulo para cursar a faculdade de Filosofia. Uma das suas principais metas de trabalho era o rádio. Na Rádio Educadora, começou a se apresentar interpretando canções folclóricas e sambas - alguns de sua autoria. Logo no rádio alcançou notoriedade, através de alguns programas de sua criação, como Teatrinho da Dona Chiquinha e As mais belas cartas de amor, que interpretou uma personagem feminina, numa incursão sua como radioatriz. Lá também fez o programa Hora infantil, com músicas e poemas. Com muito sucesso, ela também radiofonizou filmes e novelas famosas. Nesta mesma rádio, fez o programa Infantil, com músicas e poemas. Foi para a Rádio Difusora onde como cantora se apresentava junto de uma orquestra. Interpretou sambas e canções folclóricas. Em 1940, já estava na Rádio Bandeirantes, para a qual transferiu-se junto com seu marido, Dárcio Ferreira, com quem teve dois filhos, Luís Carlos e Eduardo. Ele era um locutor muito premiado pela crítica especializada. Lá, além de atuar como atriz, adaptou peças para o teatro homônimo, apresentando diversos programas, entre os quais Teatro romântico, baseado em poemas clássicos da literatura brasileira; Os grandes amores da história, dramatização da vida amorosa de personalidades históricas e A canção que viveu, dramatização de músicas brasileiras. Ivani também foi a primeira mulher brasileira a ter um programa de radioteatro exclusivamente seu.
Na TV Tupi, recém-inaugurada, escreveu a série Os eternos apaixonados. Em 1963 escreveu sua primeira telenovela diária, Corações em conflito, que discutia os problemas que um viúvo tem ao se casar novamente, transpondo para o vídeo uma de suas histórias que o rádio havia consagrado.
Com a adaptação de A moça que veio de longe, no ano seguinte, Ivani deixa claro aos profissionais de tevê que o gênero chegara para ficar. Ganha grande projeção com o seu horário das 19h30 na TV Excelsior, na segunda metade dos anos 60, quando escreve treze novelas consecutivas - todas com grande sucesso. Seu primeiro grande êxito foi A Deusa Vencida, de 1965, que consagrou a atriz Regina Duarte, então iniciante.
Com o fechamento da TV Excelsior em 1970, Ivani se deslocou para a TV Tupi, onde emplacaria grandes sucessos no horário das 20 horas, tradicional da Rede Globo, como Mulheres de Areia que consagrou a atriz Eva Wilma, a espírita A Viagem que recebeu a colaboração do professor Herculano Pires e O profeta, que também tratava de temas espíritas e místicos. Para escrevê-la, Ivani foi assessorada por um mentor espírita, um psiquiatra, um sacerdote católico e um orientador de candomblé; a novela também ganhou uma adaptação em 2006 exibida pela Rede Globo.
Em Aritana ela recorreu ao sertanista Orlando Villas Bôas para retratar a cultura indígena, as diferenças entre os índios e a sociedade dita civilizada. Contou também com a colaboração do professor Olympio Serra, administrador do Parque Xingu na época. A cultura indígena seria retrata também em outras novelas posteriores, de outros autores: Uga Uga (de Carlos Lombardi em 2000) e Alma Gêmea (de Walcyr Carrasco em 2005), além da minissérie A Muralha. Escreveu também a ecológica O Espantalho, que tratava da poluição das praias, para os Estúdios Silvio Santos, em 1977. Em As Bruxas (1970), freqüentou sessões de terapia para compreender a popularização de análise de grupo.
Foi a principal autora de novelas da TV Tupi na década de 70, tanto que em 1979/1980, últimos anos da emissora, os três tradicionais horários de novela, foram sendo cancelados e substituídos por reprises de novelas de autoria de Ivani: Gaivotas foi substituida pela reprise de O Profeta, Aritana por uma reprise compacta de O Espantalho e Como salvar meu casamento pela reprise de A viagem, que não foi até o fim devido a saída definitiva da emissora do ar; na reprise inclusive, a novela ganhou um novo logo e abertura.
Depois foi, com praticamente todos os outros autores e elenco da TV Tupi, para a Rede Bandeirantes, entre 1980 e 1982, mesmo numa emissora difícil, onde escreveu quatro sucessos: Cavalo amarelo com a atriz e comediante Dercy Gonçalves que ganharia uma continuação depois de seu término, Dulcinéa vai à guerra que não obteve o mesmo êxito e foi escrita por Sérgio Jockyman pois Ivani não aceitou escrevê-la, Os Adolescentes, que abandonaria no meio da história devido a uma série de desencontros com a emissora e onde foi ajudada pelo psiquiatra Paulo Gaudêncio para mostrar os entendimentos dos jovens, e os remakes de A deusa vencida e Meu pé de laranja lima. Esta última é baseada no livro homônimo de José Mauro de Vasconcelos e ganharia uma terceira versão em 1998.
Em 1982, finalmente estreou na Rede Globo, onde permaneceu até sua morte. A telenovela que marca sua estréia nessa emissora é Final feliz, que inclusive, foi sua única produção inédita na casa, pois todas as outras foram remakes ou baseados em antigos sucessos seus: Amor com amor se paga foi baseada em Camomila e bem-me-quer; Hipertensão baseada em Nossa filha Gabriela; O sexo dos anjos em O terceiro pecado, sua primeira incursão no sobrenatural pois o remake igualmente não obteve êxito pois a primeira versão da novela se passava na década de 1920 e a segunda era contemporânea; A Muralha, baseada no livro homônimo de Dinah Silveira de Queiroz foi convertida em minissérie em 2000, afora as apresentações de 1958 e 1963; e os remakes de A gata comeu, que já havia sido A barba azul; Mulheres de areia, que foi juntada com a espinha dorsal de O espantalho as gêmeas de caráter oposto agora foram interpretadas pela Glória Pires e A Viagem, cuja exibição segundo dados de livrarias especializadas na época aumentou em 50% a vendagem de livros espíritas. A primeira contou com a colaboração de Marilu Saldanha; as duas últimas, com a de Solange Castro Neves: todas tiveram grande sucesso de audiência.
Ela morreu de insuficiência renal provocada pela diabete, aos 73 anos de idade, mas deixou prontos dois trabalhos, sua última telenovela, a póstuma Quem é você?, um fracasso de audiência, da qual ela escreveu o argumento e foi redigida por sua colaboradora Solange Castro Neves (que escreveu apenas os 24 primeiros capítulos) e terminada por Lauro César Muniz. O título original da novela era Caminho dos ventos (outro título provisório era Os bonecos). Escreveu também uma minissérie, O Sarau, de 12 capítulos baseada em obras de Machado de Assis, que acabou por não ser exibida.
Além desta, Ivani também escreveu o argumento de A Selvagem e O machão, exibidas pela TV Tupi em 1971 e 1974, respectivamente. Esta última, foi adaptada de A Indomável, de 1965 e ganharia uma terceira adaptação em 2000, cujo título agora era O Cravo e a Rosa, protagonizada por Adriana Esteves e Eduardo Moscovis. Escreveu também um roteiro para um filme dirigido por Roberto Santos - Pantomina. Até a década de 80, Ivani havia adaptado exatos 2922 contos, média de um por dia; além de 1300 peças para rádio.
Vale se alientar que Ivani Ribeiro foi a única autora a ter suas novelas reprisadas duas vezes no Vale a Pena Ver de Novo: A viagem e A gata comeu. Inclusive esta última foi a novela mais velha a ser reprisada, com 16 anos em 2001.
[editar] Telenovelas
[editar] TV Globo
- 2006/2007 Remake de O Profeta, adaptado por Thelma Guedes e Duca Rachid, sob a supervisão de Walcyr Carrasco.
- 1996 Quem é você? - argumento
- 1994 A Viagem - remake
- 1993 Mulheres de areia - remake
- 1989/1990 O sexo dos anjos
- 1986/1987 Hipertensão
- 1985 A gata comeu
- 1984 Amor com amor se paga
- 1982/1983 Final feliz
[editar] TV Record
- 1977 O Espantalho
- 1972 O Leopardo
- 1957 Desce o pano (telenovela ao vivo-fonte site IMDB)
[editar] TV Bandeirantes
- 1981/1982 Os Adolescentes - parcial
- 1980/1981 Meu pé de laranja lima - remake
- 1980 Cavalo amarelo
- 1980 A Deusa vencida - remake
[editar] TV Tupi
- 1978/1979 Aritana
- 1977/1978 O Profeta
- 1975/1976 A Viagem
- 1974/75 A barba azul
- 1974/75 O Machão - argumento
- 1974 Os Inocentes
- 1973/1974 Mulheres de areia
- 1972/1973 Camomila e bem-me-quer
- 1971/1972 Nossa filha Gabriela
- 1971 A Selvagem - argumento
- 1970/1971 Meu pé de laranja lima
- 1970 As Bruxas
- 1964 Se o mar contasse
- 1964 A gata
- 1964 Alma cigana
- 1952 [Eternoa apaixonados-serie]
[editar] TV Excelsior
- 1969/1970 Dez vidas
- 1969 A menina do veleiro azul
- 1969 Os Estranhos
- 1968/1969 A Muralha
- 1968 O Terceiro Pecado
- 1967/1968 Os Fantoches
- 1966/1967 As minas de prata
- 1966 Anjo marcado
- 1966 Almas de pedra
- 1965/1966 A grande viagem
- 1965 A deusa vencida
- 1965 Vidas cruzadas
- 1965 A Indomável
- 1965 Onde nasce a ilusão
- 1964 A outra face de Anita
- 1964 A moça que veio de longe
- 1964 Ambição
- 1963/1964 Corações em conflito
[editar] [Tv Nacional de Chile]]
- 1987 [ La Invictación]