Jurema sagrada
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A Jurema (Acacia Jurema mart.) é uma das muitas espécies das quais a ACACIA [[1]] é o gênero. Várias espécies de Acácia nativas do nordeste brasileiro recebem o nome popular de "Jurema". As Acácias sempre foram consideradas plantas sagradas por diferentes povos e culturas de todo o mundo; Os Egípcios e Hebreus veneravam a "Acacia nilotica" (Sant, Shittim, Senneh), os Hindus a "Acacia suma" (Sami), os Árabes a "Acacia arabica" (Al-uzzah), os Incas e outros povos indígenas da América do sul veneravam a "Acacia cebil"(vilca, Huillca, Cebil), os nativos do Orinoco a "Acacia niopo" (Yopo) e os índios do nordeste brasileiro tinham na "Acacia jurema" ( Jurema, Jerema, Calumbi) a sua árvore sagrada, a sua Acacia, ao redor da qual desencolveu-se essa tradição hoje conhecida como "Jurema sagrada".
Jurema sagrada como tradição "mágica" religiosa, ainda é um assunto pouco estudado. É uma tradição nordestina que, em suas multiplas formas atuais, revela influências as mais variadas, e que vão desde a feitiçaria européia até a pajelança indígena, passando pelas religiões africanas, pelo catolicismo popular, e até mesmo pelo esoterismo moderno e pelo cristianismo esotérico. No contexto do sincretismo brasileiro afro-ameríndio, a presença ou não da jurema como elemento sagrado do culto vem estabelecer a diferença principal entre as práticas de umbanda e do catimbó .
[editar] Culto
O culto da Jurema está para a Paraíba, assim como o Iroko está para a Bahia. Esta arvore tipicamente paraibana, apesar de existir também em outros estados do nordeste, era venerada pelos índios potiguares e tabajaras, muitos séculos antes da descoberta Brasil. Em Pernambuco, existe um município cujo nome e Jurema devido a grande quantidade destas árvores que ali se encontra. A jurema (mimosa hostilis) depois de crescida é uma frondosa árvore que vive mais de 200 anos. Todas as partes dessa arvore são aproveitadas: a raiz, a casca, as folhas e as sementes, utilizadas em banhos de limpeza, infusões, ungüentos, bebidas e para outros fins ritualísticos. Os devotos iniciados nos rituais do culto são chamados de “Juremeiros”. Foi na cidade de Alhandra, município à poucos quilômetros de João Pessoa, que esse culto, na forma do Catimbó alcançou fama. A Jurema ja´era cultuada na antiguidade por pelo menos dois grandes grupos indígenas, o dos tupis e o dos cariris também chamados de tapuias. Os tupis se dividiam em tabajaras e potiguares, que eram inimigos entre si. Na época da fundação da Paraíba, os tabajaras formavam um grupo de aproximadamente cinco mil índios. Eles ocupavam o litoral e fundaram as aldeias Alhandra e a de Taquara.
[editar] Origens
A jurema sagrada é remanescente da tradição religiosa dos índios que habitavam o litoral da Paraíba e dos seus pajés, grandes conhecedores dos mistérios do além, plantas e dos animais. Depois da chegada dos africanos no Brasil, quando estes fugiam dos engenhos onde estavam escravizados, encontravam abrigo nas aldeias indígenas, e através desse contato, os africanos trocavam o que tinham de conhecimento religioso em comum com os índios. Pôr isso até hoje, os grandes mestres juremeiros conhecidos, são sempre mestiços com sangue índio e negro. Os africanos contribuíram com o seu conhecimento sobre o culto dos mortos egun e das divindades da natureza os orixás voduns e inkices. Os índios, estes contribuíram com o conhecimento de invocações dos espíritos de antigos pajés e dos trabalhos realizados com os encantados das matas e dos rios. Daí a jurema se compor de duas grandes linhas de trabalho: a linha dos mestres de jurema e a linha dos encantados.
A influência européia se fez presente através do selo de Salomão, este consiste de dois triângulos entrelaçados cuja origem atribui-se aos antigos persas. Diz à lenda que o símbolo era usado para invocar o rei Salomão e assim aprisionar os djins (gênios) sem vasos. Na Índia o mesmo símbolo é chamado de “Signo de Vishnu” e é desenhado nas portas das casas com um talismã contra o mal. No nordeste este costume ainda existe e na linguagem típica é chamado "Sino Salomão". Segundo os seguidores da corrente dita "iniciática" do ADJUNTO DA JUREMA ( [2] ), Salomão, o Rei de Israel, teria sido um grande Mestre na Jurema.
[editar] Ligações externas
- Federação Internacional de Estudos das Tradições Religiosas e Culto aos Ancestrais Afro Brasileiros
- ADJUNTO DA JUREMA- Ordem Iniciatica
- Reportagem - Fantástico (Rede Globo de Televisão)
- O Catimbó-Jurema Trabalho apresentado no Simpósio "As 'outras' religiões afro-brasileiras"
- A JUREMA NO "REGIME DE ÍNDIO": O CASO ATIKUM- Rodrigo Azeredo G.
- Entrevista com Clarice Novaes da Mota
- Jurema : da festa à guerra, de ontem e de hoje- José M. T. de Andrade
- O que é o catimbó? - Júlio Novo
- O MESTRE-DANÇADOR, A CACHAÇA E O COCO: SALVE A JUREMA SAGRADA!
- O QUE SIGNIFICA “CATIMBÓ” - Déia - Senzala do Amor
- Grupo- "Culto à Jurema Preta"
- "AS JUREMAS" - Alceo lucea
- - Ritual do Toré - José A. T. Pereira
- A Contribuição ao estudo Etnofarmacobotânico da bebida ritual de religiões afro-brasileiras denominada jurema - Maria Thereza camargo
- Malunguinho- patrono do adjunto da jurema