Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança

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Dom Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança, Príncipe do Brasil (1875-1940)

Dom Pedro de Alcântara Luís Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança, (Petrópolis, 15 de outubro de 1875 - Petrópolis, 29 de janeiro de 1940) Príncipe do Brasil (entre 1891 e 1908) e Príncipe do Grão-Pará, era filho primogênito da Princesa Imperial D. Isabel do Brasil e do Príncipe Imperial Consorte, nascido Gastão de Orleans, Conde d'Eu.

Consta que a dificuldade da princesa em conseguir engravidar a levou a Caxambu, na província de Minas Gerais, onde submeteu-se a um tratamento com as águas minerais daquela cidade. Em contato com religiosos, a princesa fez a promessa de levantar um santuário no local caso conseguisse conceber um filho. Foi o que aconteceu, e até hoje existe na cidade a Igreja de Santa Isabel da Hungria, erguida por esta razão.

Dom Pedro de Alcântara foi educado por preceptores, chefiados pelo Barão de Ramiz Galvão e viveu no Paço Isabel (atual Palácio Guanabara), no Rio de Janeiro junto com seus irmãos mais novos D. Luiz e D. Antonio até a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, quando tinha catorze anos de idade. Deve-se a ele um dos gestos mais pungentes por ocasião da partida da Família Imperial Brasileira para o exílio, quando sugeriu ao avô D. Pedro II, "a idéia de soltar-se uma pomba branca, em alto mar, a fim de que levasse as últimas saudades da Família Imperial para o Brasil". A pomba foi solta à altura da ilha de Fernando de Noronha com uma mensagem assinada por todos da família, mas acabou caindo ao mar sem cumprir com seu propósito.

Estabeleceu-se no exílio com sua família no Castelo d'Eu, na Normandia, França e estudou na Áustria, onde fez seu curso militar e serviu.

Índice

1 Matrimônio e renúncia
- 1.1 Instrumento de renúncia
2 Retorno ao Brasil
3 Descendência
4 Ligações externas

[editar] Matrimônio e renúncia

Após oito anos de namoro e noivado, casou-se em Versalhes, França, em 14 de novembro de 1908 com a condessa checa Marie Elisabeth Maria Adelaide Dobrzensky de Dobrzenicz, filha do barão Johann Dobrzensky von Dobrzenicz, de antiga família nobre da Boêmia, do Império Áustro-Húngaro, e da Baronesa Elizabeth von Kottulin und Krzischkowitz. O Barão Dobrzensky von Dobrzenicz foi até elevado ao título de Conde em 1906, a pedido da mesma D. Isabel, para tornar o casamento mais aceitável, pois parecia inevitável. Isabel, Chefe de jure da Casa Imperial, era contrária por motivos dinásticos e talvez até políticos. Desejava que o herdeiro contraísse casamento dinástico, ou seja, com Princesa de casa dinástica; ou renunciar aos seus direitos de sucessão - e exigiu isto. Ora, Elisabeth não preenchia o requisito, nascida em família da média nobreza da Boêmia, recentemente elevada a pedido da própria Dona Isabel. Tudo isso pode parecer, mais de cem anos depois, um pouco ridículo, pois o Brasil, em 1908, ano da renúncia, já não era Império havia 19 anos, não dispunha de um governo Imperial de exílio. Mas na ausência de uma monarquia formal, quem dirige os destinos de uma Casa Dinástica é seu Chefe, a quem cabe manter a integridade da família e seus valores. Assim, quem estava habilitada para deliberar sobre suas questões dinásticas era o Chefe da Casa Dinástica, D. Isabel, Imperatriz do Brasil de jure desde a morte do pai em Paris em 5 de dezembro de 1891. Em 30 de outubro do mesmo ano, Dom Pedro de Alcântara renunciou aos direitos dinásticos e do trono do Império por si e seus descendentes a fim de conquistar a aprovação de sua mãe. Com essa renúncia, a sucessão dinástica passou para o irmão Dom Luiz de Orleans e Bragança, de alcunha o "Príncipe Perfeito". Até morrer em 1940 em Petrópolis, onde residia no Palácio Grão-Pará, D. Pedro honrou a renúncia. Morta a Princesa Isabel [em 14 de novembro de 1921], encaminhava questões ao sobrinho, D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, que sucedeu à Princesa Isabel (já que seu pai, Dom Luís de Orleans e Bragança, morrera em 1920, um ano e oito meses antes da mãe.

[editar] Instrumento de renúncia

Príncipe Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança.

Eu o Principe Dom Pedro de Alcantara Luiz Philippe Maria Gastão Miguel Gabriel Raphael Gonzaga de Orleans e Bragança, tendo maduramente reflectido, resolvi renunciar ao direito que pela Constituição do Imperio do Brazil promulgada a 25 de Março de 1824 me compete à Corôa do mesmo Paiz. Declaro pois que por minha muito livre e espontanea vontade d’elle desisto pela presente e renuncio, não só por mim, como por todos e cada um dos meus descendentes, a todo e qualquer direito que a dita Constituição nos confere á Corôa e Throno Brazileiros, o qual passará ás linhas que se seguirem á minha conforme a ordem de successão estabelecida pelo Art. 117. Perante Deus prometto por mim e meus descendentes manter a presente declaração.

Cannes 30 de Outubro de 1908

Assinado: Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança

Esse instrumento de renúncia foi emitido em três vias, todos assinados por D. Pedro de Alcântara diante de sua mãe, Isabel do Brasil, a qual enviou uma das vias ao Diretório Monárquico do Brasil, então localizado no Rio de Janeiro, aos 9 de novembro de 1908.

Memento distribuído após a morte do príncipe (1940).

[editar] Retorno ao Brasil

Dom Pedro de Alcântara retornou ao Brasil na década de 1930, estabelecendo-se no Palácio Grão-Pará, em Petrópolis. Tornou-se figura obrigatória nas comemorações e realizações locais, sendo muito admirado pela maneira afetuosa e simpática com que sempre se dirigia aos seus compatriotas. Nesta mesma cidade o príncipe faleceu, aos 65 anos de idade vítima de uma doença respiratória e foi sepultado no cemitério local com honras de chefe de estado. Em 1990 seus restos mortais foram trasladados junto com os de sua esposa para o Mausoléu Imperial, na Catedral de São Pedro de Alcântara e repousam ao lado das tumbas de seus pais e avós, num jazigo simples.

[editar] Descendência

De seu casamento com a condessa Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz:

D. Isabel Maria Amélia de Orleans e Bragança (1911–2002);
D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança (1913–);
D. Maria Francisca de Orleans e Bragança (1914–1968), Duquesa de Bragança por casamento.
D. João Maria de Orleans e Bragança (1916–2005);
D. Teresa Teodora de Orleans e Bragança.

Precedido por: D. Isabel Leopoldina	Príncipe Imperial do Brasil 1891 — 1908	Sucedido por: D. Luís Maria Felipe
Precedido por: —	Príncipe do Grão-Pará 1891 — 1891	Sucedido por: D. Pedro Henrique