Pupunha
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Bactris gasipaes | ||||||||||||||
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Pupunha (Bactris gasipaes) |
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Classificação científica | ||||||||||||||
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Sinonímia Botânica | ||||||||||||||
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Pupunha (Bactris gasipaes, Kunth) é o fruto da pupunheira, uma planta de porte magnífico da família Arecaceae (antiga Palmae), a qual pode crescer até 20 m e também é originária das florestas tropicais do continente americano. É muito conhecida pelas populações nativas da América Central até a Floresta Amazônica, sendo há séculos utilizada na sua alimentação.
Os frutos são freqüentemente consumidos depois de cozidos em água e sal ou na forma de farinha ou óleo comestíveis. Contudo eles também podem ser matéria prima para a fabricação de compotas e geléias. A casca (epicarpo) da pupunha pode ser vermelha, amarela ou laranja, quando o fruto está amadurecido, de acordo com a variedade plantada dessa palmeira, que é também cultivada para a produção de palmito.
Existe uma grande variedade de aves, que se alimentam da pupunheira silvestre, principalmente as araras, os papagaios e os periquitos (Psittacidae), os quais ocasionalmente podem ser espécies endêmicas com risco de extinção.
No Brasil, essa planta é uma solução viável para a industria palmiteira porque apresenta características agronômicas adequadas para a substituição com vantagens de outras palmeiras nativas como o açaí (Euterpe oleraceae) e a juçara (Euterpe edulis), que são exploradas de forma extrativista e predatória e por isso apresentam restrições legais e risco de extinção. O mercado interno brasileiro de palmito é cerca de cinco vezes maior do que o externo, que apresenta uma demanda crescente desse produto cada vez mais utilizado na culinária internacional. O cultivo da pupunha é economicamente importante também para a Costa Rica.
Composição por 100 g de polpa (mesocarpo):
- 164 calorias,
- 2,5 g de proteínas,
- 28 mg de cálcio,
- 31 mg de fósforo,
- 3,3 mg de ferro,
- 1.500 mmg de pró-vitamina A, caroteno
- 0,06 mg de vitamina B1
- 34 mg de vitamina C.
[editar] Pragas e doenças
Pragas: Ácaro (Tetranychus mexicanus), formiga saúva (Atta spp.), broca-do-olho-do-coqueiro (Rhychophorus palmarum), broca-das-raízes (Strategus aloeus).
Doenças: Antracnose (Colletotrichum gloesporioides), helmintosporiose (Helminthosporium sp.), podridão-do-broto (Phytophora sp.), mancha-parda (Mycospharella sp.), podridão-branca (Monilia sp.).
[editar] Vantagens comerciais
A pupunheira apresenta uma série de vantagens para produção de palmito em relação às outras palmeiras nativas como o açaí (Euterpe oleraceae Mart.) e a juçara (Euterpe edulis Mart.), que são exploradas de forma extrativista e por isso apresentam restrições legais e risco de extinção. As principais vantagens para a exploração comercial de palmito da pupunheira são:
- precocidade, com o primeiro corte a partir de 18 a 24 meses após plantio;
- perfilhamento da planta mãe, chegando a mais de 15 perfilhos, o que permite repetir os cortes nos anos subseqüentes, sem necessidade de replantio da área;
- qualidade do palmito, geralmente o palmito tem comprimento de 40 cm e diâmetro entre 1,5 - 4 cm, sendo muito macio e saboroso;
- lucratividade, quando plantado e conduzido adequadamente, um hectare produz de 5.000 a 12.000 palmitos por ano;
- segurança para o produtor, pois o palmito pode ser deixado no pé ou quando cortado pode ser processado, envasado e guardado para ser comercializado quando o mercado se encontrar mais propício;
- facilidade nos tratos culturais e corte, uma vez que plantas selecionadas não apresentam espinhos;
- vantagens ecológicas, podendo a cultura ser conduzida a pleno sol, em áreas agrícolas tradicionais, sem nenhum dano às matas nativas, fato este de grande apelo comercial, principalmente para a exploração do palmito visando o mercado externo.
Além disto, os frutos da pupunheira também podem ser aproveitados para a preparação de sucos, sorvetes e consumidos cozidos em água e sal, tendo sabor semelhante ao milho verde. O palmito de pupunheira, tem sabor agradável, macio, nutritivo e baixo teor calórico. Além disso, é rico em fibras e minerais, como potássio, cálcio e fósforo, vitaminas e aminoácidos importantes, podendo fazer parte das dietas com restrições calóricas, podendo ser consumido ao natural, cozido em água com sal e limão, assado ao forno ou em churrasqueiras e, mais tradicionalmente, na forma de conserva.
[editar] Referências
- ABRIL, Editora. Pupunha. Guia Rural Plantar: 296 culturas de A a Z. p.119-120.
- CLEMENT, Charles R. (Ago., 1992). Frutas da Amazônia. Ciência Hoje Rev., Rio de Janeiro, v.14, n.83, p. 28-37.
- GALLI, Ferdinando; CARVALHO, Paulo de Campos de; TOKESHI, Hasine; BALMER, Eric; KIMATI, Hiroshi; CARDOSO, Caio Octávio Nogueira; SALGADO, Clélio Lima; KRÜGNER, Tasso Leo; CARDOSO, Elke Jurandy Bran Nogueira; BERGAMIN FILHO (1980). Manual de Fitopatologia: Volume II - Doenças das Plantas Cultivadas (2 ed). São Paulo: Editora Agronômica "Ceres".
- GALLO, Domingos; NAKANO, Octavio; SILVEIRA NETO, Sinval; CARVALHO, Ricardo Pereira Lima; BATISTA, Gilberto Casadei de; BERTI FILHO, Evoneo; PARRA, José Roberto Postali; ZUCCHI, Roberto Antônio; ALVES, Sérgio Batista; VENDRAMIM, José Djair (1998). Manual de Entomologia Agrícola (2 ed.). São Paulo: Editora Agronômica "Ceres".
- LORENZI, Harri; SOUZA, Hermes Moreira de; MEDEIROS-COSTA, Judas Tadeu de; CERQUEIRA, Luiz Sérgio Coelho de; BEHR, Nikolaus von (1996). Palmeiras do Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Editora Plantarum. p. 55.
- SANTOS, João Felinto; FERNANDES, Francisco Gomes; SOUZA, Lázaro Costa de, BERLARMINO FILHO, José; ARANHA, Waldemar da Silva (2005) Cultivo da Pupunha (Bactris gasipaes HBK) para Produção de Palmito Salvo em 25 de março de 2005.