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Trote estudantil - Wikipédia

Trote estudantil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Trote estudantil (ou simplesmente Trote) é uma tradição brasileira, em alguns aspectos, similar à Praxe em Portugal, que consiste em um conjunto de atividades, que podem ser leves (brincadeiras) ou graves (humilhações ou agressões), e realizadas no início de um ano letivo em escolas, faculdades e universidades pelos estudantes mais antigos (denominados veteranos) nos recém-chegados (denominados calouros ou bixos).

Para saber mais sobre a origem histórica dessas atividades e sobre sua prática em Portugal, dirija-se ao artigo Praxe. Todavia, as práticas abaixo relacionadas em nada se relacionam com as utilizadas em Portugal na Praxe, nem o Trote pode ser equiparado quanto à tradição acadêmica e à integração na vida social e cultural como a Praxe em Portugal.

Índice

[editar] Etimologia do trote

A palavra "trote" possui correspondentes em vários idiomas, como trote (espanhol), trotto (italiano), trot (francês), trot (inglês) e trotten (alemão). Em todos estes idiomas, e também em português, o termo se refere a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, uma andadura que se situa entre o passo (mais lento) e o galope (mais rápido). Todavia, deve ser lembrado que o trote não é uma andadura normal e habitual do cavalo, mas algo que deve ser ensinado a ele (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Da mesma forma, o calouro é encarado pelo veterano como algo (mais que um animal, mas menos que um ser humano) que deve ser domesticado pelo emprego de práticas humilhantes e vexatórias; em suma, o calouro deve "aprender a trotar".

Da mesma forma, denominar o calouro de bixo (ou bixete, se for mulher), parece querer indicar "que o calouro deve ser humilhado a ponto de nem mesmo merecer que a palavra bicho seja escrita corretamente" (Zuin, 2002, p. 44).

[editar] Origens do trote

O trote estudantil não é uma exclusividade brasileira, muito menos foi inventado no Brasil. Seu histórico pode ser traçado a partir do começo das primeiras universidades, na Europa da Idade Média (Vasconcelos, 1993, p.13). Nestas instituições, surgiu o hábito de separar veteranos e calouros, aos quais não era permitido assistirem as aulas no interior das respectivas salas, mas apenas em seus vestíbulos (de onde veio o termo "vestibulando" para designar estes novatos). Por razões profiláticas, os calouros tinham as cabeças raspadas e suas roupas muitas vezes eram queimadas.

Todavia, já no século XIV, as preocupações com a higiene haviam se transformado em rituais aviltantes, com nítida conotação sadomasoquista. Isto é observado nas universidades de Bolonha, Paris e, principalmente, Heidelberg, onde os calouros, reclassificados como "feras" pelos veteranos, tinham pelos e cabelos arrancados, e eram obrigados a beber urina e a comer excrementos antes de serem declarados "domesticados".

Em Portugal, os trotes violentos (como o notório "Canelão") podem ser rastreados a partir do século XVIII na Universidade de Coimbra. Não por coincidência, estudantes da elite brasileira que por lá realizaram parte de seu processo educativo, trouxeram a "novidade" para o território nacional (Zuin, 2002, p.31). Em decorrência disso, surgiram desavenças entre veteranos e calouros que culminaram com a morte, em 1831, de um estudante da faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco – seria a primeira, mas lamentavelmente não a última vítima de um trote violento no Brasil.

[editar] O trote como rito de passagem

Segundo Van Gennep, criador do conceito, os ritos de passagem podem ser classificados em três grupos principais:

  • Separação (funerais etc)
  • Agregação (casamento etc)
  • Margem (iniciação etc)

Conforme indica, "as fronteiras entre tais ritos não são estanques, e sim dinâmicas; um comumente, implica um outro" (Van Gennep, 1978, p. 31). Portanto, do ponto de vista da antropologia cultural, o trote se classifica como um rito de passagem de margem e permite que sejam extraídas quatro conclusões preliminares (Vasconcelos, 1993, p. 14-15):

  1. O trote é um cerimonial que está entranhado no seio da cultura acadêmica;
  2. O caráter iniciático do trote é confirmado por todos os seus participantes;
  3. O trote representa um ritual de violência e agressão contra o calouro;
  4. O trote é um rito de passagem às avessas, representando uma prática oposta aos valores humanistas da universidade.

[editar] Práticas utilizadas no trote

Segue adiante um rol exemplificativo de práticas realizadas no trote. As práticas graves foram banidas ou estão presentes em poucos lugares. Estes são alguns tipos de trotes praticados no Brasil:

[editar] Práticas leves

  • Raspagem de cabelo (apenas para homens): raspa-se completamente a cabeça do calouro ou apenas tiras, que o obrigam depois a raspar tudo;
  • Cotonete: o calouro tem até as próprias orelhas pintadas, seja por ter sido forçado a fazê-lo ou pelos dedos de algum veterano. O nome dessa prática vem do nome comercial de um limpador auricular. Pode danificar o ouvido; todavia, no máximo, deixa a orelha do calouro com a(s) cor(es) da tinta por alguns dias;
  • Fila: os calouros são amarrados uns aos outros com cadarços de tênis - obviamente retirados dos tênis dos calouros. Formam uma fila indiana e são levados a um lugar conveniente aos veteranos, ou separados para a prática de outras atividades, tais como o pedágio.
  • Elefantinho: Similar à fila, mas os calouros devem dar-se as mãos (passando os braços por entre as pernas) ao invés de serem amarrados.
  • Gritar pelo tatu: Nessa prática, muito comum, os veteranos obrigam o bixo a se dirigir ao meio do pátio da instituição em um momento no qual seja relativamente grande a presença de pessoas e erguer alguma tampa de bueiro, boca-de-lobo, ou similar, e gritar incansavemente pelo tatu, o qual é um animal selvagem, e que, com certeza, não compreende nenhum tipo de dialeto falado pelo homem. Como conseqüência o calouro ficará gritando por horas, e, como o tatu não irá aparecer, os veteranos não ficarão satisfeitos, fazendo com que o calouro seja obrigado a pagar umas brejas para os veteranos envolvidos no ato.
  • Assustar o lixeiro: Prática que consiste no ato do calouro, previamente escolhido rigorosamente pelo grupo de veteranos se aproximar de um lixeiro qualquer, de preferência em uma área onde seja numerosa a presença de pessoas, e gritar incansavelmente para assustar o lixeiro. O calouro só irá parar quando o grupo de veteranos determinar que realmente o lixeiro se abalou emocionalmente e se moveu.

[editar] Práticas medianas

  • Mergulho: os calouros devem se molhar completamente entrando em piscinas, fontes, etc.
  • Pedágio: os calouros devem pedir dinheiro nos sinais aos motoristas para reunir uma quantia que permita aos veteranos tomar bebidas alcoólicas, sendo supervisionados por estes, que só os liberam quando já se reuniu dinheiro suficiente.
  • Animação da viagem: nessa prática, possivel somente com calouros e veteranos que se deslocam até a instituição através de ônibus ou veículo similar, os bixos devem se dirigir às janelas do veículo e no momento em que estiverem passando por uma aglomeração de pessoas, gritem frases humilhantes no intuito de chamar a atenção para si.
  • Cuspe ao vento: quando o onibus que transporta os veteranos e calouros estiver em velocidade adequada (50-100 Km/h), um veterano deve armazenar grande quantidade de saliva em sua boca. Após, um calouro deve ir a uma janela ao fundo do onibus, enquanto o(s) veterano(s), em uma janela a frente a do calouro, cospem em direçao a sua boca. O calouro que conseguir ingerir TODA a saliva expelida pelo veterano, estará livre dos trotes seguintes.

[editar] Práticas graves

  • Agressão: é a reação a algum calouro que se recuse a se submeter à vontade dos veteranos, que podem "marcá-lo" e tornar sua vida naquela instituição um inferno;
  • Provocação de embriaguez: são feitos concursos ou simplesmente força-se o calouro a ingerir bebidas alcoólicas (cerveja, cachaça, vinho, etc.) o quanto puder, ou até o vômito;
  • Mastiguinha: força-se o calouro a ingerir comida previamente mastigada por um veterano;
  • Chispada (em inglês, streaking): o calouro deve correr nu em público, o que pode levá-lo detido à delegacia para prestar esclarecimentos;
  • Vômito congelado: os veteranos armazenam vômitos congelados e depois forçam os calouros a ingeri-los;
  • Rolo compressor: o calouro deve rolar nu sobre vários outros calouros, igualmente nus.

[editar] Conseqüências fatais

  • Em 1980, Carlos Alberto de Souza, de 20 anos, calouro do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (SP), morreu de traumatismo cranioencefálico, resultante das agressões praticadas por estudantes veteranos.
  • Em 1990, George Mattos, de 23 anos, calouro do curso de Direito da Fundação de Ensino Superior de Rio Verde (GO), morreu de uma parada cardíaca quando tentava fugir de veteranos que iam lhe aplicar um trote.
  • Em 22 de fevereiro de 1999, o estudante Edison Tsung Chi Hsueh tornou-se conhecido quando foi vítima de trote com conseqüências fatais. Esse calouro de família chinesa, aprovado na Faculdade de Medicina da USP, faleceu nesta data, afogado em uma piscina.

[editar] Represálias

Ao calouro que se recusar a participar das atividades, são endereçadas várias represálias: agressões, bullying e ser - em casos extremos dentro de certas escolas - considerado bixo eterno.

O bixo eterno é assim chamado porque jamais alcançará o status de veterano, por não ter aceitado se submeter à vontade dos veteranos. Portanto, se ele aparecer no primeiro dia de aula, mesmo já não sendo mais novato, será tratado como calouro.

Outra prática também conhecida e muito usada é o "banho de perfume", onde os veteranos submetem os calouros a um banho proveniente de soluções de odor não agradável, como por exemplo, quantidades relevantes de água retirada do vaso sanitário após a defecação (obviamente a retirada da água acontece antes que a descarga seja pressionada).

[editar] Prevenção

Os calouros, sabendo que serão vítimas do trote, tomam atitudes de forma a evitá-lo. Alguns, por exemplo, só começam a estudar depois de algumas semanas, ainda que isto lhes prejudique os estudos.

Parte das instituições de ensino baniu o trote ou o substituiu pelo trote solidário (no qual o calouro doa sangue ou faz trabalho comunitário, conhecendo a forma de vida de alguma comunidade carente na cidade onde está a instituição).

[editar] O "trote solidário"

Nos últimos anos, mortes provocadas por trotes violentos levaram a uma condenação formal deste tipo de ritual. As instituições de ensino tentaram eliminar ou amenizar sua prática, através do endosso mais ou menos tácito ao chamado "trote solidário". São assim denominadas as atividades assistencialistas, organizadas geralmente pelos centros acadêmicos universitários, e que envolvem a coleta de alimentos não-perecíveis e roupas, doados posteriormente para creches, asilos e orfanatos, bem como campanhas de doação de sangue para hospitais e centros de saúde.

Todavia, a versão "amena" da antiga prática, que mistura cabeças raspadas, pintura corporal, "pedágios" e "aulas-trote" (em que um veterano se faz passar por um professor tirano), parece ter o objetivo implícito de perpetuar o sadomasoquismo pedagógico perante a sociedade, sociedade esta que parece muito mais preocupada com o espetáculo do que com a violência, e tolera a violência ritual praticada regularmente contra os jovens como um símbolo do sucesso daqueles que foram aprovados no vestibular.

[editar] Ver também

[editar] Referências

  • MATTOSO, G. O calvário dos carecas: a história do trote estudantil. São Paulo, EMW, 1985.
  • VAN GENNEP, A. Os ritos de passagem. Petrópolis, Vozes, 1978.
  • VASCONCELOS, Paulo Denisar. A violência no escárnio do trote tradicional. Santa Maria, UFSM, 1993.
  • ZUIN, Antônio Álvaro Soares. O trote na universidade-Passagens de um rito de iniciação. Cortez, São Paulo, 2002)
  • ZUIN, Antônio Álvaro Soares. O Trote no Curso de Pedagogia e a Prazerosa Integração Sadomasoquista. Educ. Soc. [online]. Ago. 2002, vol.23, no.79, p.243-254. Disponível na World Wide Web: [1]. ISSN 01017330.

[editar] Ligações externas

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