Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nascimento | 3 de maio de 1910 Passo de Camaragibe |
---|---|
Falecimento | 28 de fevereiro de 1989 Rio de Janeiro |
Nacionalidade | Brasileira |
Ocupação | Lexicógrafo, professor, ensaísta e crítico literário |
Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira (Passo de Camaragibe, 3 de maio de 1910 — Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1989) foi um crítico literário, lexicógrafo, filólogo, professor, tradutor e ensaísta brasileiro.
Foi eleito como imortal da Academia Brasileira de Letras no dia 4 de maio de 1961, ocupando a cadeira de número 30, na sucessão de Antônio Austregésilo, foi recebido em 18 de dezembro de 1961 pelo acadêmico Rodrigo Otávio Filho.
Em 1923, mudou-se para Maceió (AL), onde, aos 14 anos de idade, começou a dar aulas particulares de português. Aos 15, ingressou efetivamente no magistério: foi convidado pelo Ginásio Primeiro de Março a lecionar em seu curso primário. Já naquela época passou a se interessar por língua e literatura portuguesas. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1936. Nesse mesmo ano, tornou-se professor de Língua Portuguesa e Francesa e de Literatura no Colégio Estadual de Alagoas. Em 1937 e 1938, assumiu o cargo de diretor da Biblioteca Municipal de Maceió.
Em 1938, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou sua carreira de magistério ensinando Língua Portuguesa e Literatura Brasileira no Colégio Pedro II e no então Colégio Anglo-Americano.
Aurélio Buarque de Hollanda também publicou artigos, contos e crônicas na imprensa carioca. De 1939 a 1943, atuou como secretário da Revista do Brasil. Em 1941, deu início a seu trabalho de lexicógrafo, colaborando com o Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa. Em 1942, lançou o livro de contos Dois Mundos, que foi premiado dois anos depois pela Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, trabalhou no Dicionário Enciclopédico do Instituto Nacional do Livro. Em 1945, publicou o ensaio Linguagem e Estilo de Eça de Queirós. Nesse ano, participou do I Congresso Brasileiro de Escritores, em São Paulo, e lançou, juntamente com Paulo Rónai, o primeiro dos cinco volumes da coleção Mar de Histórias, uma antologia de contos da literatura universal. Ainda em 1945, casou-se com Marina Baird, com quem teve dois filhos, Aurélio e Marisa Luísa, e cinco netos. Entre 1947 e 1960, produziu textos para a seção O Conto da Semana, do suplemento literário do Diário de Notícias.
A partir de 1950, começou a escrever para a revista Seleções do Reader’s Digest, na seção Enriqueça o Seu Vocabulário. Oito anos depois, reuniu todos os artigos que produziu para essa seção, publicando-os em um livro com o mesmo título.
De 1954 a 1955, lecionou Estudos Brasileiros na Universidade Autônoma do México, contratado pelo Ministério das Relações Exteriores.
Em 1961, foi eleito para a cadeira n.º 30 da Academia Brasileira de Letras, anteriormente ocupada por Antônio Austregésilo.
A preocupação com a língua portuguesa e o amor pelas palavras levou-o a estudar e pesquisar o idioma durante muitos anos com o objetivo de lançar seu próprio dicionário. Finalmente, em 1975, foi publicado o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, conhecido como Dicionário Aurélio ou somente "Aurelião" ou "Aurélio". Modesto, ele vetou a inclusão, na sua obra, do verbete "Aurélio" como sinônimo de dicionário. Em 1977, publicou o Minidicionário da Língua Portuguesa, que também é chamado de "Miniaurélio". Em 1989, lançou o Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa, com ilustrações do Ziraldo. O autor também traduziu várias obras, como Poemas de Amor, de Amaru; Pequenos Poemas em Prova, de Charles Baudelaire; e os contos para a coleção Mar de Histórias.
Aurélio Buarque de Holanda foi membro da Associação Brasileira de Escritores na seção do Rio de Janeiro (de 1944 a 1949), da Academia Brasileira de Filologia, do Pen Clube do Brasil (centro brasileiro da Associação Internacional dos Escritores), da Comissão Nacional do Folclore, da Academia Alagoana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Hispanic Society of America.
[editar] Obras
- Dois Mundos (contos, 1942);
- “Linguagem e estilo de Eça de Queirós” (ensaio), publicado no Livro do Centenário de Eça de Queirós (1945);
- Mar de Histórias [antologia de contos da literatura universal, em colaboração com Paulo Rónai — volume I (1945), volume II (1951), volume III (1958), volume IV (1963) e volume V (1981)];
- Contos Gauchescos e Lendas do Sul (edição comentada do texto de Simões Lopes Neto, 1949);
- O Romance Brasileiro de 1752 a 1930 (1952);
- Roteiro Literário do Brasil e de Portugal (antologia literária da língua portuguesa, em colaboração com Álvaro Lins, 1956);
- Território Lírico (ensaios, 1958);
- Enriqueça o Seu Vocabulário, Filologia (1958);
- Vocabulário Ortográfico Brasileiro (1969);
- O Chapéu de Meu Pai (edição revista e reduzida de Dois Mundos, 1974);
- Novo Dicionário da Língua Portuguesa (1975);
- Minidicionário da Língua Portuguesa (1977);
- Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa (1989).