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Caso Richthofen - Wikipédia

Caso Richthofen

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Caso Richthofen

Homicídio


AGRAVANTES:
Motivo torpe
Impossibilidade de defesa da vítima
Meio cruel


ATENUANTE:
Confissão judicial


Local do crime
Brooklin, São Paulo, Brasil


Vítimas
Manfred von Richthofen
Marísia von Richthofen


Réus
Cristian Cravinhos
Daniel Cravinhos
Suzane von Richthofen


Local do julgamento
Fórum Criminal da Barra Funda
São Paulo


Advogados de defesa de Suzane
Denivaldo Barni
Mauro Otávio Nacif


Advogados de defesa dos Cravinhos
Divaine Jabur e Geraldo Jabur


Promotor: Roberto Tardelli


Juiz: Alberto Anderson Filho


Depoentes
Andreas von Richthofen
Alexandre Boto
Fábio de Oliveira
Fernanda Kitahara
Hélio Artesi
Ivone Wagner
Nadja Cravinhos

Atenção: Este artigo possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade. Tenha cuidado ao ler as informações contidas nele. Se sabe alguma coisa sobre este assunto, tente tornar o artigo mais imparcial.


O Caso Richthofen é um processo polêmico que chocou a opinião pública brasileira. Uma das rés, Suzane Louise von Richthofen, foi acusada de ter planejado a morte dos próprios pais, com o auxílio do então namorado Daniel Cravinhos e de seu irmão, Cristian Cravinhos. O júri do caso entendeu que Suzane foi influenciada pelos irmãos, mas que poderia ter resistido e evitado o crime.

O interesse da população pelo caso foi tão grande que a rede TV Justiça cogitou transmitir o julgamento ao vivo. Emissoras de TV, rádios e fotógrafos chegaram até a serem autorizadas a captar e divulgar sons e imagens dos momentos iniciais e finais, mas o parecer definitivo negou a autorização. 5 000 pessoas se inscreveram para ocupar um dos 80 lugares disponíveis na platéia, o que congestionou, durante um dia inteiro, a página do Tribunal de Justiça na internet. Foram dessas pessoas autorizadas que se conhece o que houve no julgamento.

Índice

[editar] Crime

Segundo a Promotoria de Justiça do estado de SP, Suzane von Richthofen teria sido o cabeça de toda a ação criminosa que culminou no assassinato de seus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen. Fez, inclusive, convidando os Cravinhos, dias antes do crime, um teste de barulho causado pelos disparos de uma arma de fogo e com isso descartaram a idéia de utilizar uma.

Em 31 de outubro de 2002, Suzane, Daniel e Cristian Cravinhos foram à casa dos von Richthofen e, utilizando barras de ferro, assassinaram Manfred e Marísia. Os três afirmavam que Suzane não participou do assassinato em si, mas não há consenso sobre sua posição na casa enquanto o crime ocorria, e nem se, findo o ato, ela subiu ao quarto e viu os corpos dos pais (é importante notar que, caso Suzane tenha visto os cadáveres, isto diz muito sobre sua personalidade, considerando seu calmo estado de espírito após o assasinato). A casa foi mais tarde revirada e alguns dólares foram levados, para forjar latrocínio (roubo seguido de morte).

[editar] Acusação

O promotor Roberto Tardelli espera que Suzane von Richthofen e os irmãos Daniel e Christian Cravinhos peguem 50 anos de prisão cada um.

Suzane, seu namorado Daniel e o irmão dele, Christian Cravinhos, confessaram ter matado os pais dela, a "golpes de pau", na casa em que a família vivia e foram denunciados pelo Ministério Público por crime de duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; e fraude processual, por terem alterado a cena do crime.

De acordo com o promotor, não há como o juiz arbitrar a sentença de 60 anos porque Suzane era menor de 21 quando cometeu o crime. Os três são réus confessos e colaboraram para o andamento do processo.

Uma considerável vitória da promotoria foi impedir o desmembramento do processo, fazendo com que Suzane e os irmãos Cravinhos fossem julgados juntos. Além disso, segundo o promotor, venceria nesta segunda o período de prisão domiciliar, mesmo que o ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça, não tenha estabelecido um prazo.

[editar] Defesa

O advogado Mauro Otávio Nacif defende que sua cliente sofreu uma "coação moral irresistível", ou seja, de que ela foi pressionada pelo namorado para participar do crime, sob pena de perdê-lo. O namorado teria ganhado muita importância na vida da ré depois de ela ter perdido a virgindade com ele, aos 16 anos.

O Dr. Mauro diz que a questão da virgindade era um tabu na casa de Suzane, que recebeu uma educação rígida graças à ascendência alemã e cuja mãe se casou virgem. Ela estaria tão envolvida com o namorado que, na opção entre Daniel e os pais, ela optou pelo namorado.

Para o advogado, Daniel "escravizava" Suzane e foi o responsável por seu envolvimento com drogas como maconha — que consumia freqüentemente — e ecstasy. Ele diz que Daniel não queria usar preservativos e obrigava Suzane a tomar injeções mensais de anticoncepcionais, que a desagradavam profundamente.

[editar] Entrevista polêmica do Fantástico

O Fantástico, programa dominical da Rede Globo passou nove meses conversando com Denivaldo Barni (o advogado-tutor de Suzane) para conseguir uma entrevista exclusiva.

Neste período, houve uma conversa telefônica e dois encontros com Suzane, sem câmeras.

No início de abril de 2006, o advogado confirmou a realização da entrevista, pedindo que nesta reportagem não fossem exibidas cenas de arquivo.

A gravação seria feita em duas etapas: a primeira em 5 de abril de 2006 no apartamento de Barni, no bairro do Morumbi, São Paulo.

Na tarde de 5 de abril, o Fantástico encontrou uma jovem de 22 anos que fala e se veste como uma criança. Na camiseta, estampa da Minnie. Nos pés, pantufas de coelho. A franja cobre os olhos o tempo inteiro. Ela começa a entrevista mostrando fotos de amigos e da família.

Percebe-se ao longo da entrevista que quando questionada sobre o que sente pelo ex-namorado, Suzana olha para Barni: "Muito ódio. Muito, muito, muito. Demais. Ele destruiu a minha família, ele destruiu tudo, tudo, tudo o que eu tinha de mais precioso ele tirou de mim. O que eu tinha de mais precioso..."

Logo no começo da gravação, a câmera registra uma conversa ao pé de ouvido entre Barni e Suzane. O microfone, que já estava ligado, capta o diálogo. Ele orienta Suzane a chorar na entrevista. “Fala que eu não vejo. Chora...”.

[editar] "Interpretação" no Fantástico

O programa televisivo explorou a idéia de que a entrevista de Suzane fosse uma farsa da Defesa para fazer com que ela fosse vista de uma outra forma pela opinião pública: como uma menina meiga (usando pantufas), imatura, infantilizada e altamente influenciável, o que a teria motivado a fazer o que fez.

Baseada na idéia de que Suzane solta poderia influenciar ou até mesmo atrapalhar o julgamento, ela foi presa novamente, no dia seguinte à exibição da entrevista.

Por outro lado, Barni defende que pediu que sua cliente chorasse para que ela sensibilizasse o irmão Andreas. Segundo Barni, Suzane luta pra receber a herança dos pais, mas seu irmão é contra, tendo acionado a Justiça numa "Ação de Exclusão" de Suzane como herdeira - facultada pela legislação brasileira contra aqueles que atentaram contra a vida dos eventuais legadores.

[editar] Primeiro julgamento

O julgamento dos três réus foi marcado para o dia 5 de junho de 2006 no 1º Tribunal do Júri de São Paulo.

A imprensa não obteve permissão de filmar, mas cerca de 80 pessoas foram sorteadas (numa lista de 3 mil inscritos) para acompanhar o julgamento.

Suzane von Richthofen chegou ao fórum por volta das 11h30. Os irmãos Cravinhos chegaram um pouco mais cedo, uma hora antes. O julgamento estava previsto para começar às 13h.

[editar] Estratégia da Defesa no julgamento

Os advogados dos irmãos Cravinhos, Geraldo e Divaine Jabur — alegando que não conseguiram se encontrar com seus clientes para melhor preparar a defesa — não compareceram ao júri.

Com a ausência dos advogados dos Cravinhos, o julgamento dos irmãos foi cancelado.

Na seqüência, após os advogados de Suzane se retirarem do plenário, — depois de uma discussão com o juiz quanto ao fato de uma testemunha imprescindível não ter comparecido; o júri dela também foi adiado.

[editar] Segundo julgamento

Com o intuito de evitar novo adiamento, o juiz do caso tomou algumas precauções, como autorizar encontro entre os irmãos Cravinhos e um de seus advogados no fim de junho de 2006, e nomear um defensor público (e até um substituto para este último) para defender os irmãos, caso seus advogados novamente faltem. Possíveis manobras da defesa de Suzane não eram esperadas, já que ela não tinha mais o benefício de prisão domiciliar.

Um novo julgamento foi marcado para segunda-feira, 17 de julho de 2006. A sentença foi proferida na madrugada de sábado, 22 de julho, às 02 a.m.

[editar] Primeiro dia

Segunda-feira, 17 de Julho de 2006.

No primeiro dia de julgamento, surgiram polêmicas e novas versões para os fatos. Os três acusados deporam:

[editar] Depoimento de Suzane von Richthofen

Em seu depoimento, Suzane afirma que não tinha conhecimento do plano para matar seus pais, concebido e executado única e exclusivamente pelos irmãos Cravinhos. Ela também diz que estava “muito maconhada” quando o crime ocorreu, que conduziu os irmãos para a casa sem saber que seus pais iriam ser assassinados, e que só se deu conta do ocorrido ao chegar em casa com seu irmão Andreas. Outro ponto de conflito é a perda de sua virgindade: enquanto ela afirma tê-la perdido com Daniel Cravinhos, Daniel diz que ela a perdeu com seu namorado anterior. Segundo o jornal Folha de São Paulo, esta discussão é relevante porque desta forma pode cair por terra a principal tese da defesa de Suzane, a de que Daniel exercia um fascínio irresistível sobre ela.

[editar] Depoimento de Cristian Cravinhos

Cristian, por sua vez, também apresentou novas informações: segundo ele, apenas seu irmão Daniel teria matado Manfred e Marísia. Cristian teria assumido esta responsabilidade por achar que, desta forma, Daniel passaria menos tempo preso. O réu também insiste que Daniel e Suzane estavam convencidos a cometer o crime, apesar de suas tentativas de dissuadi-los; de acordo com ele, Suzane teria dito: “Quero matar meus pais hoje”. Segundo a promotoria, Christian pode perder o benefício da redução da pena por ter mudado a versão dos fatos.

[editar] Depoimento de Daniel Cravinhos

Daniel afirma, entre outros, que a mentora do crime foi Suzane. De acordo com ele, era de conhecimento geral o péssimo relacionamento entre sua ex-namorada e seus pais. Daniel sustenta que Suzane sofria agressões físicas e verbais, além de abusos sexuais (fato que Suzane nega: ela classifica sua família como “normal, do bem”). Por isso e pela herança, Daniel afirma que Suzane estaria convencida a matar seus pais. Ele também afirmou ter sido “usado” pela ex-namorada para dar cabo de seu plano.

[editar] Conclusões

A defesa dos irmãos Cravinhos acusou Suzane de “mentirosa” e pediu uma acareação entre os três acusados, pedido acatado pelo juiz Alberto Anderson Filho. Esta acareação poderia esclarecer pontos cruciais, como quem foi o mentor e qual o real papel de Suzane no crime – há controvérsias, por exemplo, se ela teria ou não visto o corpo dos pais.

[editar] Segundo dia

Terça-feira, 18 de Julho de 2006.

A parte principal do segundo dia de julgamento foi o depoimento de Andreas, irmão de Suzane.

[editar] Depoimento de Andreas von Richthofen

A primeira pessoa a ser ouvida, Andreas Albert von Richthofen, afirmou que nem ele e nem a irmã foram vítimas de abusos ou maus tratos por parte dos pais, ao contrário do que disse Daniel Cravinhos. O rapaz classificou a relação de Suzane com Manfred e Marísia como normal, sem conflitos excepcionais. Ele também disse ter sofrido “chantagem emocional” para que escrevesse um bilhete dizendo que perdoava a irmã, e que na verdade não a perdoou, afirmou não acreditar em seu arrependimento e nem em sua intenção de desistir da herança, e disse que ele e Suzane foram influenciados por Daniel Cravinhos a usar maconha. Andreas também admitiu se sentir ameaçado pela irmã: “Dizem por aí que ela é psicopata. Eu não sei, mas de uma pessoa assim a gente pode esperar qualquer coisa”.

[editar] Depoimento da delegada Cíntia Tucunduva

A convite do Ministério Público, foi ouvida também a delegada de polícia Cíntia Tucunduva Gomes. Ela desmontou a versão apresentada no dia anterior pelos irmãos Cravinhos de que apenas Daniel teria golpeado as vítimas: para ela, as agressões foram simultâneas pois seria impossível que um dos dois tivesse sido atacado sem que o outro esboçasse reação. Gomes também ressaltou a frieza de Suzane, que se portou de modo desapaixonado desde o princípio – após confessar o crime, Suzane teria penteado os cabelos e perguntado ao então namorado se estava bonita, antes de ser fotografada e fichada no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

[editar] Outros depoimentos

Foram ouvidos ainda: Fábio de Oliveira (agente penitenciário) e Hélio Artesi (pai de uma ex-namorada de Cristian), que atestaram o bom comportamento dos irmãos Cravinhos; Ivone Wagner, que testemunhou que Suzane tratava mal sua mãe; e o policial militar Alexandre Boto, que "estranhou" a atitude de Suzane ao chegar à casa dos von Richthofen para verificar o que havia ocorrido.

[editar] Terceiro dia

Quarta-feira, 19 de Julho de 2006.

Os advogados de Suzane tentaram manobra para incluir novos documentos nos autos do processo: leia a seção relativa à Herança.

[editar] Depoimento de Nadja Cravinhos

A mãe dos réus Cristian e Daniel Cravinhos, Nadja Quissak Cravinhos de Paula, prestou um depoimento carregado de emoção. Ela ressaltou o arrependimento e profunda vergonha que os filhos sentem, apesar de pedir aos jurados punição para todos: "Cada um tem que pagar pelo que fez, e não pelo que não fez." Afirmou que perdoou a todos, que os pais de Suzane eram agressivos quando bebiam e que de fato abusavam sexualmente da garota, que Andreas era influenciado em demasia por Suzane, e que Cristian não tem mais problemas com drogas (pois teria largado há dez anos).

Reforçando a linha de defesa montada pelo advogado dos filhos, Nadja declarou que Suzane não perdeu a virgindade com Daniel e que Manfred e Marísia bebiam muito e “eram extremamente agressivos” entre eles e com os filhos.

Nadja disse que, quando Suzane tinha que ir para o sítio com os pais, entrava em pânico. "Não sei se ela se fazia de vítima, fazendo dele (Daniel) um instrumento", contou a mãe dos Cravinhos.

Cristian e Daniel choraram bastante durante o depoimento.

[editar] Segundo depoimento de Cristian Cravinhos

Horas depois, Cristian - acredita-se que influenciado pelo depoimento da mãe - mudou seu próprio depoimento, confessando ter golpeado Marísia von Richthofen até a morte. Ele atribuiu a concepção do plano a Suzane: ela os teria convencido a participar do crime alegando que, com os pais, "não tinha vida", e que Manfred a teria tentado estuprar quando ela tinha 13 anos. Entretanto, manteve as declarações de que teria batido a porta do carro e pisado com mais força, na tentativa de acordar o casal e lhes dar alguma chance de reação. Disse também que, mortos Manfred e Marísia, Suzane o teria acalmado, dizendo: "Você não me tirou nada. Você me deu uma nova vida". Ao final do depoimento, Cristian chorava muito e foi abraçado pelo pai. O julgamento foi suspenso por alguns minutos, e os jurados retirados do plenário.

[editar] Depoimento de Fernanda Kitahara

Depôs também Fernanda Kitahara, ex-colega de faculdade de Suzane. Ela confirmou que Suzane e Andreas usavam maconha, e que a droga era comprada por Daniel. Disse que sabia de desentendimentos entre Suzane e os pais, ressaltando um caráter controlador por parte deles: "Ela tinha horário pra voltar pra casa, saindo comigo ou com o namorado" - com isso Suzane teria, por várias vezes, mentido aos pais para encontrar Daniel. Também disse que Suzane era, em sala de aula, quieta e sem amigos, graças ao ciúme exacerbado de Daniel, e contou que Suzane lhe disse que o namorado era perseguido pelo espírito de um amigo, o "Nego" ou "Negão". Este afirmava que a acusada teria de escolher entre os pais e o namorado.

[editar] Quarto dia

Quinta-feira, 20 de Julho de 2006.

O quarto dia começou com a exibição das imagens da perícia realizada no corpo de Marísia. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) concluiu que a mãe da ré morreu por traumatismo crânio-encefálico, causado por "instrumento contundente", com vários golpes. De acordo com a análise, a mãe de Suzane teve uma morte agônica, se mantendo viva por algum tempo.

O dia foi reservada ainda para a leitura de depoimentos das testemunhas (ainda na fase processual do caso) e para a exibição da reconstituição do filme e de uma série de reportagens acerca do crime, além dos depoimentos dos acusados.

Daniel e Cristian choraram copiosamente durante a exibição de suas encenações, e pediram para serem retirados do plenário. Suzane não foi vista chorando, apesar das declarações em contrário de seus advogados, e também abandonou o plenário — para o promotor Roberto Tardelli, entretanto, arrependimento e desespero não diminuem a pena. Os réus divergiram sobre quem ficou responsável por desarrumar a biblioteca da casa na simulação de roubo, e sobre o momento em que pegam uma garrafa de água para jogar nas cabeças das vítimas.

Também foram lidas cartas de amor trocadas por Suzane e Daniel. Enquanto o rapaz se emocionou a ponto de ser retirado do plenário, Suzane demonstrou constrangimento e desconforto (especialmente nos trechos em que ela chama Daniel de “meu maridinho” e outros apelidos similares, que arrancaram risos do público), mantendo sua cadeira afastada das dos irmãos.

[editar] Conclusões

Para o promotor Tardelli, o comportamento dos réus ressalta a “frieza” de Suzane e o “descontrole emocional” de Daniel — a combinação perfeita para se cometer um crime como este, em que lógica e coragem eram necessários. A promotoria disse que iria tentar provar que o crime foi inteiramente planejado, que nenhum dos acusados foi induzido. Para isto eles pretendem lembrar, entre outros, que logo após o crime Daniel e Suzane protagonizavam cenas de amor na delegacia, enquanto Cristian foi a um churrasco, viajou e comprou uma moto.

[editar] Quinto dia

Sexta-feira, 21 de julho de 2006.

No último dia, foram realizados os debates entre acusação e defesa e, após a decisão do Ministério Público de se abrir mão do tempo reservado para réplica, os jurados se reuniram para decidir o futuro dos réus.

[editar] Defesa dos irmãos Cravinhos

A advogada Gislaine Jabur tentou convencer os jurados a derrubar as qualificadoras colocadas pelo Ministério Público contra Cristian e Daniel: ela alegou que Cristian não pode ser acusado de duplo homicídio, já que ele matou apenas Marísia; disse que não houve motivo torpe, já que ele não tinha rancor das vítimas; alegou, por fim, que não houve motivo cruel (o laudo do IML – Instituto Médico Legal – atesta que Marísia morreu por traumatismo craniano, e não pela toalha colocada em sua boca). Quanto a Daniel, Gislaine lembrou que, desde a reconstituição do crime, o réu afirmou ter tentado acordar Manfred após tê-lo golpeado, sacudindo seu braço e passando uma toalha por seu rosto. Os advogados também argumentaram que as acusações de fraude e furto não procedem, já que Cristian teria ficado com o dinheiro e as jóias a pedido de Suzane.

Além disso, o outro advogado dos Cravinhos, Geraldo Jabur, arrancou risos da platéia ao comparar Suzane com personagens de telenovelas da Rede Globo, como Bia Falcão, Safira (da novela Belíssima) e Leona (da novela Cobras e Lagartos).

[editar] Ministério Público

A promotoria acusou a defesa de Suzane de preconceito social, quando esta afirmou que a “menina milionária”, que vivia alheia à realidade num mundo de conforto material, e que não tinha motivos para cometer um crime, foi facilmente convencida por Daniel a fazê-lo já que ele, vindo de uma família mais humilde e tendo um histórico de criminalidade e uso de drogas, tinha maior propensão a cometer um crime.

Ao ser acusado pelo promotor Nadir de Campos Júnior, Daniel Cravinhos teve uma crise de choro e foi abraçado pelo irmão e também réu, Cristian Cravinhos. Ambos foram retirados do plenário.

Suzane, por sua vez, permaneceu no plenário de cabeça baixa, sem esboçar reação.

[editar] Reunião dos jurados

Os quatro homens e três mulheres que compuseram o júri se reuniram por volta das 22h, no fórum da Barra Funda (zona oeste de São Paulo). Eles responderam a um questionário em que julgavam se cada um dos réus era culpado em 12 itens. As respostas possíveis eram sim e não. No caso dos irmãos Cravinhos, as questões são, entre outras, se houve motivo torpe, se o meio usado foi cruel, se houve possibilidade de defesa das vítimas, e se há atenuantes. No caso de Suzane, em seis perguntas os jurados devem decidir se ela agiu ou não sob coação dos irmãos Cravinhos.

Com base nos questionários, o juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 1° Tribunal do Júri, estabeleceu e divulgou a sentença.

[editar] Sentença

O Tribunal do Júri condenou Suzane Richthofen e Daniel Cravinhos a 39 anos de reclusão, mais seis meses de detenção, pelo assassinato do engenheiro Manfred e da psiquiatra Marísia von Richthofen, mortos a pauladas no dia 31 de outubro de 2002, na residência deles, no bairro do Brooklin, em São Paulo. A pena-base foi de 16 anos, mais 4 pelos agravantes, para cada uma das mortes. Ambos tiveram sua pena reduzida em um ano; Suzane por ser à época menor de 21 anos, e Daniel, graças à confissão. Já Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos de reclusão, mais seis meses de detenção. Sua pena-base foi de 15 anos, mais 4 pelos agravantes, também para cada uma das mortes. Ele também teve sua pena reduzida em um ano por ter confessado o crime. Mesmo condenados a quase 40 anos, a lei brasileira só permite que um condenado fique preso por no máximo 30 anos.

A sentença só foi anunciada às 2h da madrugada do dia 22 de julho de 2006, pelo juiz Alberto Anderson Filho, que presidiu o julgamento iniciado no começo da semana, no dia 17, no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista.

Suzane cumpriu pena em Rio Claro-SP (depois, em agosto de 2006, por motivos de segurança, foi transferida para a Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto-SP), enquanto os irmãos Cravinhos foram levados para a penitenciária de segurança máxima de Tremembé-SP.

Os condenados ainda podem recorrer, mas não poderão aguardar em liberdade. Também não poderão ser submetidos a novo júri, pois as penas foram inferiores a 20 anos por homicídio praticado.

O advogado de defesa de Suzane Richthofen, Mauro Otávio Nacif, disse que saía "muito triste" do Tribunal e que não iria recorrer do resultado, mas que tentará reduzir a pena da cliente. O advogado declarou ainda que Suzane, depois de cumprir a pena, "quer morar na Europa e ser diplomata".

[editar] Progressão da pena

Discute-se a progressão da pena (de regime fechado a semi-aberto e aberto) para Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos devido à recente interpretação do Supremo Tribunal Federal em caso de controle de constitucionalidade concentrado que considerou inconstitucional a emenda que proibia a progressão da pena para condenados por crimes hediondos. Se receberem o benefício da progressão da pena eles poderão deixar de cumprir a pena em regime fechado após um sexto da pena. Todos concordam que, antes de mais nada, uma eventual decisão favorável aos condenados depende de bom comportamento durante o periódo de reclusão.

[editar] Herança

Segundo seu advogado Mauro Nacif, Suzane não está interessada em receber a herança: "Ela abriu mão de tudo desde o inicío. Disse que não queria nada, com a condição de que o irmão não movesse um processo de exclusão de herança contra ela. Queria evitar uma atitude 'feia' dele, mas não conseguiu o acordo. Mesmo assim, porque gosta muito do Andreas, quer administrar a herança". A acusação refuta esta tese, sustentando que esta é uma tentativa de se humanizar a figura de Suzane, tida pela opinião pública como fria, calculista e cruel. É importante ressaltar que esta tese é contrária à apresentada três anos atrás, quando Suzane e os irmãos Cravinhos confessaram que um dos motivos para se assassinar o casal seria o interesse no espólio dos von Richthofen.

Na quarta-feira, 19 de julho de 2006, os advogados de Suzane tentaram incluir no processo documento que pede a exclusão da moça do inventário referente aos bens deixados por seus pais – avaliados em 2 milhões de reais – em favor do irmão caçula. O pedido foi negado pelo juiz Alberto Anderson Filho. Na interpretação do promotor Roberto Tardelli, "a ação não traz nenhum efeito para esse julgamento, porque não está juntada nos autos. Além disso, a renúncia é a um ato unilateral. Não precisa de processo judicial. Também não impede o andamento da ação para deserdar Suzane, movida por Andreas". Os advogados de Suzane tentaram esta manobra após o depoimento no dia 18 de julho de Andreas von Richthofen, em que ele afirmou que Suzane requere na Justiça uma pensão mensal no valor de aproximadamente sete salários mínimos e o direito de morar no apartamento antes ocupado pela avó. Além disso, Suzane teria causado intenso desconforto à Andreas, ao requerer na Justiça a contagem de copos, talheres e cadeiras da casa, entre outros objetos, para a confecção do inventário.

[editar] Repercussão

Após o caso dos von Richthofen vir à público, o deputado federal Paulo Baltazar (PSB-RJ) elaborou projeto de lei que impede que condenados por crimes contra familiares tenham acesso ao espólio da(s) vítima(s). O projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em abril de 2006, e segue agora para aprovação no Senado. Na mesma oportunidade, também foi aprovado o Projeto de Lei 141/03, do mesmo autor, que tramitava em conjunto, e que exclui da herança quem matar ou tentar matar o cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.


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