Expurgo
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Expurgo é o processo de expurgar, expelir, expulsar, exilar ou eliminar algo, no sentido de desfazer-se de um problema e colocar para fora um objeto conotação negativa.
Em política, especificamente, a palavra descreve recursos utilizados por entidades (principalmente partidos políticos, sindicatos e movimentos) para remover de seus quadros os militantes que firam as regras ou os princípios do grupo, que tenham ferido normas internas ou que contrariem a orientação coletiva.
Às vezes, mas não por via de regra, os expurgos podem resultar de perseguições e injustiças cometidas por líderes partidários contra seus adversários ou dissidentes.
O termo ganhou uso disseminado para se referir ao processo de reforma interna realizado pelo Partido Comunista da União Soviética entre 1936 e 1937. Na ocasião, foram expulsos do Partido e do país vários militantes da chamada "Velha Guarda Bolchevique", revolucionários pioneiros e militantes ativos e, após processos judiciais (reunidos nos chamados Julgamentos de Moscou), vários foram condenados a penas severas como exílio, trabalho forçado, prisão perpétua e morte.
Um dos mais famosos expurgos da História, no entanto, foi o chamado período do Terror, vigente na França após a Revolução de 1792 e ocorrido durante o governo de Robespierre e da facção jacobina. Na ocasião, o expurgo (simbolizado pelo uso intensivo da guilhotina para execução de condenados) atingiu centenas de nobres, aristocratas, burgueses mas também cidadãos comuns que discordavam da violência estatal.
No Brasil, o Partido dos Trabalhadores passou por um ligeiro processo de expurgo em 2003, logo após sua ascensão ao governo federal, para expelir dos quadros internos os parlamentares que votavam contra a orientação partidária, como a senadora Heloísa Helena e os deputados Luciana Genro e João Batista de Oliveira, embora o termo não tenha sido extensivamente aplicado na ocasião.
Muitos militantes e teóricos contestam a legitimidade do expurgo como forma de garantir a coesão interna do partido, principalmente aqueles prejudicados por este processo. Para estes críticos, o expurgo é uma tática violenta para reprimir a oposição interna. Para os defensores deste recurso, no entanto, o expurgo é necessário para punir traidores e renovar os quadros do partido.
Embora rara, a restauração (às vezes póstuma) da legitimidade de pessoas expurgadas pode ocorrer e é um processo conhecido como reabilitação.