Geada
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Geada é a formação de uma camada de cristais de gelo na superfície ou na folhagem exposta devido a queda de temperatura da superfície abaixo de zero grau Celsius. A principal causa da formação de geada é a advecção de massa de ar polar. Dependendo da intensidade e da extensão da geada, o fenômeno pode causar sérios danos a agricultura, queimando e ressecando a folhagem das plantas, especialmente das hortaliças.
[editar] No Brasil
No Brasil meridional a ocorrência de geadas no inverno é relativamente comum. Ondas de turistas da região norte do país costumam visitar a região para ver as formações de geadas e a neve que cobre de branco toda a vegetação.
No município de São Joaquim (Santa Catarina) neva anualmente, deixando a paisagem totalmente branca. Ocasionalmente ocorrem nevascas. As geadas ocorrem frequentemente durante o outono e o inverno, e até mesmo na primavera. Em Urubici, também em Santa Catarina, mais especificamente no Morro da Igreja no ano de 1996 chegou a registrar -17,8ºC (dados oficiais), e a sensação térmica de -40ºC é comum no local que costuma receber rajadas superiores a 100km/h. Este morro é o ponto mais alto habitado do sul do Brasil. Na região de Taió, no alto Vale do Itajaí, todos os anos ocorrem geadas nessa época, o que garante lavouras saudáveis e boa colheita de uva na próxima safra. Com exceção das baixas áreas litorâneas, ocorrem geadas anualmente em todo o resto do estado.
No estado do Rio Grande do Sul também ocorrem geadas várias vezes por ano por praticamente todo o território com excessão das faixas litorâneas. Temperaturas negativas ocorrem com frequência durante o inverno outono, podendo chegar a -7°C.
No estado do Paraná, também registra-se a ocorrência de geada todos os anos, principalmente nas regiões sudoeste, centro-sul e na capital do estado, Curitiba, que é a metrópole mais fria do Brasil, onde até neva ocasionalmente (últimos registros de neve 30 de julho de 1930 e 17 de julho de 1975). Geadas nas regiões Oeste são menos frequentes, mas costumam ocorrer pelo menos uma vez todo ano. No norte as geadas são mais raras, e quando ocorrem costumam trazer prejuízos aos cafeicultores. Exemplo clássico foi a geada negra de julho de 1975 que devastou todos os cafezais do norte do estado.
Também é comum a ocorrência de geadas no estado de São Paulo e no Sul de Minas Gerais geralmente em áreas acima dos 800 metros de altitude. As geadas também se formam em áreas com mais de mil metros de altitude no estado do Rio de Janeiro e no sul do Mato Grosso do Sul sobretudo entre os meses de maio e julho.
Em casos extremamente raros (como as fortíssimas ondas de frio de 1955 e 1975), podem ocorrer geadas até mesmo nas áreas mais elevadas da região Centro-Oeste do Brasil (Brasília e arredores).
[editar] Em Portugal
Em Portugal continental o fenômeno da geada atinge a totalidade do território, mas afetando com diferentes intensidades no espaço e no tempo. Oficialmente, em Portugal existem duas maneiras de fazer o registo estatístico da geada.
Para o Instituto de Meteorologia, é registrado dia de geada, quando a temperatura mínima do ar (a 1,5m de altura) é inferior a 0ºC. Para o período 1961-1990, em média o número de geadas varia entre menos de dois dias em algumas regiões sob forte influência marítima e mais de cem dias nas áreas montanhosas do norte e interior central. Quanto a localidades povoadas, destacam-se várias na região de Trás-os-Montes tais como Bragança, Chaves, Miranda do Douro ou Montalegre pela intensidade e regularidade com que são afetadas, assim como Sagres, esta pela raridade com que se vê afetada pelo fenómeno devido á sua baixa continentalidade.
Já o Ministério da Agricultura, tal como no Brasil, considera como dia de geada aquele em que a temperatura mínima junto ao solo (a cinco centímetros altura) é inferior a 0ºC. Assim sendo, o número de geadas sobe consideravelmente. As regiões mais afetadas são aquelas que apresentam menor cobertura vegetal tais como o Alentejo ou o Nordeste Transmontano, para além das áreas montanhosas. A época de geadas pode ir de Outubro até Maio nas zonas mais expostas.
