João I de Portugal
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
D. João I, rei de Portugal |
|
Ordem: | 10.º Rei de Portugal |
Cognome(s): | O de Boa Memória |
Início do Reinado: | 6 de Abril de 1385 |
Término do Reinado: | 14 de Agosto de 1433 |
Aclamação: | Coimbra,6 de Abril de 1385 |
Predecessor: | D. Fernando I |
Sucessor: | D. Duarte |
Pai: | D.Pedro I, |
Mãe: | Teresa Lourenço |
Data de Nascimento: | 11 de Abril de 1357 |
Local de Nascimento: | Lisboa |
Data de Falecimento: | 14 de Agosto de 1433 |
Local de Falecimento: | Lisboa |
Consorte(s): | D.Filipa de Lencastre |
Príncipe Herdeiro: | Infante D.Duarte (filho) |
Dinastia: | Avis |
D. João I, décimo Rei de Portugal, nasceu em Lisboa a 11 de Abril de 1357 e morreu na mesma cidade a 14 de Agosto de 1433. Era filho ilegítimo do rei Pedro I de Portugal e de uma jovem filha de um mercador lisboeta de nome Lourenço Martins (embora durante muito tempo se tenha sustentado que era de origem galega), chamada Teresa Lourenço. Em 1364 foi consagrado Grão Mestre da Ordem de Avis. Tornou-se rei de Portugal, primeiro da segunda dinastia em 1385, depois do Interregno. Foi cognominado O de Boa Memória, pela lembrança positiva do seu reinado na memória dos portugueses; alternativamente, é também chamado de O Bom ou O Grande.
À data da morte do rei Fernando de Portugal, sem herdeiros directos, Portugal parecia em risco de perder a independência, visto que a sucessão recaía sobre a princesa Beatriz, casada com o rei João I de Castela. No entanto, a classe média e parte da nobreza juntaram-se à voz popular que clamava contra esta manobra de transformar Portugal numa província castelhana. Dois pretendentes apareceram para competir com Beatriz pela coroa portuguesa: João, filho bastardo de Pedro I de Portugal e Inês de Castro (que se auto-intitulava legítimo, dado a suposto casamento dos pais; e João, o Grão-Mestre de Aviz. Como seria de esperar, João de Castela não desistiu da sua pretensão e preparou-se para lutar pelos direitos da sua mulher à coroa, apesar da vontade dos portugueses. Seguiu-se a Crise de 1383-1385, um período de anarquia e instabilidade política onde Portugal não era controlado por rei nenhum.
Finalmente a 6 de Abril de 1385, as Cortes portuguesas reunidas em Coimbra declaram o Grão-Mestre de Aviz João I, rei de Portugal. Esta tomada de posição resultava na práctica como uma declaração de guerra a Castela, visto que atacava o estatuto de Beatriz de Portugal como herdeira. Pouco depois, João de Castela invade Portugal com o objectivo de tomar Lisboa e remover João I do trono. Com Castela, seguia um contigente de cavalaria francesa, aliada de Castela para se opôr aos ingleses, que tomaram o partido de João de Aviz (Guerra dos Cem Anos). Como resposta, João I nomeia Nuno Álvares Pereira Condestável e protector do reino. A invasão castelhana foi repelida durante o Verão, depois da decisiva batalha de Aljubarrota, travada a 14 de Agosto, perto de Alcobaça, onde o exército castelhano foi quase totalmente aniquilado. Castela, então, se retira e a estabilidade da coroa de João I fica permanentemente estabelecida.
Em 1387, João I casa com Filipa de Lencastre, filha de João de Gaunt, Duque de Lencastre, fortalecendo por laços familiares os acordos do Tratado de Aliança Luso-Britânica, que perdura até hoje. Depois da morte em 1390 de João de Castela, sem herdeiros de Beatriz, a ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta de parte. A partir de então, João I dedicou-se ao desenvolvimento económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a conquista de Ceuta, no Norte de África, em 1415, uma praça de importância estratégica no controle da navegação na costa de África que é conquistada a 21 de Agosto. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha D. Filipa de Lencastre.
Cronistas contemporâneos descrevem João I como um homem arguto, cioso em conservar o poder junto de si, mas ao mesmo tempo benevolente e de personalidade agradável. Na juventude, a educação que recebeu como Grão Mestre da Ordem de Aviz transformou-o num rei invulgarmente culto para a época. O seu amor ao conhecimento passou também para os filhos: o rei Duarte de Portugal foi poeta e escritor, Pedro, Duque de Coimbra o "Príncipe das Sete Partidas"; foi um dos príncipes mais esclarecidos do seu tempo e muito viajado e Henrique, Duque de Viseu "o navegador" investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia dando início a epopeia dos Descobrimentos. No reinado de D. João I são descobertas as ilhas de Porto Santo (1418), da Ilha da Madeira (1419) e dos Açores (1427), além de se fazerem expedições às Canárias. Tem início, igualmente, a colonização dos Açores e da Madeira. A sua única filha, Isabel, casou com o Duque da Borgonha e entreteve uma corte refinada e erudita nas suas terras. Sendo designada por Luís Vaz de Camões nos Lusíadas por "Ínclita geração"
Jaz na Capela do Fundador, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
[editar] Descendência
- De Filipa de Lencastre (1359-1415) (a Ínclita geração)
- Branca de Portugal (1388-1389)
- Afonso de Portugal (1390-1400)
- Duarte, rei de Portugal (1391-1438)
- Pedro, Duque de Coimbra (1392-1449, Batalha de Alfarrobeira)
- Henrique, Duque de Viseu (1394-1460)
- Isabel (1397-1471), casada com Filipe III, Duque da Borgonha
- Branca de Portugal (1398)
- João, Infante de Portugal (1400-1442), condestável de Portugal e avô de Isabel de Castela
- Fernando, o Infante Santo (1402-1433), morre no cativeiro em Fez
- De Inês Pires
- Afonso (1377-1461), primeiro Duque de Bragança
- Beatriz de Portugal (ca. 1386-1447), casada com Thomas Fitzalan, Conde de Arundel
- V. Filipa de Portugal (1390-1391)
[editar] Ver também
Precedido por: Fernando I (de jure e de facto) Beatriz (de jure mas nunca reconhecida como tal) |
Rei de Portugal e do Algarve 1385 - 1431 |
Sucedido por: Duarte I |
Precedido por: --- |
Senhor de Ceuta 1415 - 1433 |
Sucedido por: Duarte I |
Precedido por: Leonor Teles de Menezes |
Regente de Portugal 1384 - 1385 |
Sucedido por: --- |