Partido Comunista Brasileiro
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O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado em Niterói a 25 de março de 1922 por, entre outros, Astrojildo Pereira, contando na época com apenas 73 militantes, mas com o tempo, o partido cresceu. O nome de fundação do partido é "Partido Comunista do Brasil" e foi mantido até 1960.
O PCB é um partido político brasileiro de esquerda, ideologicamente baseado em Marx e Engels; e de organização baseada nas teorias de Lênin. E seu símbolo, segundo seus estatutos, "é uma foice e um martelo, cruzados, simbolizando a aliança operário-camponesa, sob os quais está escrita a legenda PCB - Partido Comunista Brasileiro".
Segundo também seus estatutos, tem sua origem com a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), em 25 de março de 1922. Porém, seguindo a tendência mundial entre os Partidos Comunistas em 4 de abril do mesmo ano, é publicado no Diário Oficial da União sua fundação, porém com o nome de PC-SBIC (Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista). Portanto, é o partido mais antigo do país se considerarmos os seus 60 anos na clandestinidade.
Já em junho do ano de fundação, o governo Epitácio Pessoa o coloca na ilegalidade. Conquista a legalidade em janeiro de 1927, quando elege Azevedo Lima para a Câmara dos Deputados. Mas, logo em agosto do mesmo ano volta a ser ilegal.
Já contando com Luís Carlos Prestes - que haveria de se tornar o seu dirigente mais conhecido - o PCB participa da Aliança Libertadora Nacional (ALN) que promove a revolta popular de novembro de 1935, conhecida como a Intentona Comunista. Derrotada a insurreição rapidamente, intensifica-se o processo repressivo aos setores oposicionistas, que irá culminar com a instauração da ditadura do Estado Novo em 1937. Com a maioria de seus dirigentes presos (inclusive Prestes, desde 1936), o PCB se desarticula completamente, até que em fins de 1941, grupos isolados no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia iniciam a reorganização do partido, no que ficou conhecida como "Conferência da Mantiqueira", clandestina. Tinha á frente entre outros o comunista baiano Milton Cayres de Brito.
Em 1945 Prestes e outros dirigentes são anistiados e o PCB retorna à legalidade, obtendo seu registro eleitoral. Nas eleições presidenciais, realizadas em dezembro, o PCB lança a candidatura de Iedo Fiúza e obtém cerca de 10% do total de votos, tanto para o candidato apoiado como para a chapa do partido para a Assembléia Nacional Constituinte, elegendo 14 deputados federais, sendo um deles o próprio Prestes. Com cerca de duzentos mil filiados em 1947, seu registro é novamente cancelado em abril deste ano pelo Tribunal Superior Eleitoral, no governo do marechal Eurico Gaspar Dutra, e, no ano seguinte, seus parlamentares são cassados.
Em 1956, sob o impacto do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), instauram-se divergências internas profundas, que fazem o partido perder um número expressivo de militantes, dirigentes e intelectuais. É lançada a famosa "Declaração de Março" de 1958, na qual o partido começa a discutir mais a fundo a questão democrática.
Em setembro de 1960 o PCB decide instituir uma campanha para a conquista da legalidade, o que o faz, inclusive, adequar-se juridicamente, alterando sua denominação de Partido Comunista do Brasil para Partido Comunista Brasileiro, mas mantendo a sigla PCB. Posteriormente, o nome Partido Comunista do Brasil, com a sigla PCdoB, é restaurado por uma dissidência interna, que cria, em fevereiro de 1962, uma outra organização política.
O regime militar instituído em abril de 1964 impôs ao PCB mais um longo período de clandestinidade. A repressão que se seguiu ao golpe, afetando o conjunto das forças democráticas, atingiu fortemente o PCB. A recusa ao foquismo e às várias formas de intervenção armada propostas por diversos grupos de esquerda custou ao PCB a perda de importantes dirigentes, entre eles, Carlos Marighella, Mário Alves, Jacob Gorender Jover Telles e Apolônio de Carvalho. Os anos seguintes (principalmente a partir do Ato Institucional Número Cinco, de 13 de dezembro de 1968), foram de intensificação da repressão. Entre 1973 e 1975 um terço do Comitê Central foi assassinado e centenas de militantes submetidos à tortura, alguns até a morte, dentre os quais destacam-se o jornalista Vladimir Herzog, o operário Manuel Fiel Filho e o dirigente da Juventude José Montenegro.
Com a conquista da anistia em setembro de 1979, retornam dirigentes e militantes que estavam no exterior, mas novas divergências internas - que já estavam se expressando no exterior - culminam com a saída de Luís Carlos Prestes e do grupo que lhe dava apoio. Assume então, como Secretário-Geral, Giocondo Dias.
Em 1985, com o fim da ditadura militar e o início da Nova República, tanto o PCB como o PC do B voltam a funcionar como partidos políticos legais. O PCB, defendendo a bandeira da luta pela democracia através da formação de uma "frente ampla" desde 1965, presta apoio à transição democrática e aos primeiros anos do Governo de José Sarney.
Nova crise instaura-se a partir de 1989 na esteira dos acontecimentos do Leste Europeu e da crise de representatividade que vinha vivendo o partido - perdendo espaço nas esquerdas e no movimento sindical para o PT. O PCB se divide a grosso modo em 2 grupos: o liderado pelo senador Roberto Freire, que deseja romper com conceitos de revolução social, abraçar ideias da social democracia e da chamada "nova esquerda"; e o grupo liderado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e outros que buscam manter erguida a bandeira comunista e fazer uma analise marxista da crise no Leste Europeu. Não se sabe ao certo qual grupo era majoritário dentro do partido, mas o grupo liderado por Roberto Freire consegue realizar um congresso em janeiro de 1992 com a ajuda de delegados que foram eleitos em fóruns "abertos", ou seja, não eram filiados ao PCB. Com esse artifício funda o PPS (Partido Popular Socialista). O grupo contrário se retira desse congresso e em outro local decide pela manutenção do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Depois de longa disputa jurídica, esse grupo consegue manter a sigla PCB, o que o grupo fundador do PPS buscava proibir. O grupo que manteve o PCB realizou uma crítica à política que vinha sendo implementada pelos que controlavam a direção do partido nos anos imediatamente anteriores a 1992, e se declara revolucionário e classista. Finalmente abandona os últimos resquícios da visão reformista que defendia a necessidade de uma etapa democrática e nacional antes da luta pelo socialismo. A revolução socialista hoje está na ordem-do-dia para o PCB.
Atualmente o PCB está organizado em 20 estados brasileiros, contando com uma representação parlamentar reduzida, decorrente do seu processo de reconstrução. Antes da crise de corrupção, o PCB rompeu com o governo de governo Lula, pois, segundo resolução de seu congresso, sua política se caracteriza pela continuação de política neoliberal.
Ano passado (2005), a sua juventude comunista (UJC - União da Juventude Comunista) foi reativada nacionalmente.
O PCB possui o número de legenda (21) e atualmente se estrutura como um partido de quadros, inserido diretamente na sociedade.
O secretário geral do PCB é Ivan Pinheiro e a presidente nacional do partido é Zuleide Faria de Mello.
O PCB possui cerca de 20 vereadores e mais dois vice-prefeitos, além de um deputado estadual no Amapá, Jorge Souza, reeleito em 2006.