Carlos Roberto de Oliveira
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Carlos Roberto de Oliveira, conhecido como Roberto Dinamite (Duque de Caxias, 13 de Abril de 1954) é um ex-futebolista brasileiro.
É tido como maior ídolo pelos torcedores do Club de Regatas Vasco da Gama, se tornou o maior goleador da história do clube. É também o jogador com maior número de gols na história do Campeonato Brasileiro (190).
Como político, foi eleito vereador e três vezes deputado estadual no Rio de Janeiro.
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[editar] História
[editar] Surge o Dinamite
No dia 25 de novembro de 1971, Roberto fez sua estréia como profissional com a camisa do Vasco, contra o Internacional, no Maracanã. A equipe cruzmaltina vencia a partida por 1 a 0 e o jogo se aproximava do final quando Roberto, o atacante franzino de apenas 17 anos, aproveitou uma rebatida da defesa gaúcha.
Com habilidade, dominou a bola na intermediária e chutou com extrema violência, não dando chances ao goleiro adversário, marcando o primeiro de suas centenas de gols.
No dia seguinte, as manchetes dos jornais cariocas destacavam a potência do chute de Roberto. "Explode o garoto-dinamite", publicava o Jornal dos Sports. A partir daí, o jogador passou a ser conhecido no Brasil e em todo o mundo como Roberto Dinamite. E foi com esse apelido que Roberto superou Ademir de Menezes, o Queixada, tornando-se o maior artilheiro do Vasco.
[editar] Individualismo marca o início da carreira
Carlos Roberto de Oliveira nasceu em 13 de abril de 1954, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, onde deu seus primeiros passos como jogador. Igual a muitas crianças apaixonadas pelo futebol, chegava a dormir com a bola nos braços enquanto imaginava as jogadas que faria na próxima partida de várzea.
Nas peladas do bairro, tinha uma característica marcante: era o mais fominha e exigia de seus companheiros que as jogadas de ataque passassem pelos seus pés. Contudo, quando recebia a bola, dificilmente a devolvia.
Apesar do individualismo, o então torcedor do Botafogo - era fã de Jairzinho, autor de gols em todas as partidas durante a conquista do tricampeonato mundial no México - já demonstrava toda sua habilidade e precisão nos arremates de curta e longa distâncias. Graças a isso, foi convidado a treinar nas categorias de base do Vasco, onde anotou 46 gols em pouco mais de um ano.
Desta maneira, despertou a atenção do técnico da equipe principal, Mário Travaglini, que o relacionou para a disputa do Campeonato Brasileiro de 1971. No mesmo ano, já era apontado como a mais nova esperança de gols da equipe.
Com o passar dos anos, abandonou o individualismo e aprendeu a atuar como garçom, servindo seu companheiros de ataque. "Descobri que tinha capacidade para armar e lançar jogadas. O Oto Glória, a quem tenho muita admiração, me ajudou muito", revela Dinamite.
[editar] Começa história de amor com o Vasco
A partir de então, começou sua longa história de amor com a torcida. O centroavante atuou pelo time profissional do Vasco de 1971 a 1980, quando se transferiu para o Barcelona, da Espanha, numa negociação que envolveu muito dinheiro. Voltou ao clube três meses depois, onde ficou até 89, antes de ser negociado com a Portuguesa. Seis meses depois, lá estava Dinamite, novamente no Vasco, para em 93 encerrar sua carreira.
Alto e forte, Dinamite usava com muita inteligência seu corpo e dificilmente perdia a bola para um adversário, tornando-se um grande perigo na área inimiga. Ele conseguiu a média de 36 gols por temporada nos 22 anos de carreira - disputou 1.108 partidas. Seu melhor ano foi em 81, quando deixou por 62 vezes a sua marca, superando o recorde de Zico, o maior ídolo da torcida do rival, o Flamengo, que havia feito 45.
Suas principais características dentro de campo eram o oportunismo, a competência e a sorte. Sabia cobrar faltas como poucos, além de desenvolver, ao longo de sua carreira, a capacidade de chutar com as duas pernas.
Participou da conquista de cinco estaduais - 77, 82, 87, 88 e 92. Em 74, conquistou o título de campeão brasileiro batendo o Cruzeiro na final por 2 a 1. Apesar de não ter marcado na decisão, Roberto Dinamite foi o artilheiro da competição com 16 gols e maior responsável pelo inédito título.
[editar] Frustração em Barcelona
Em 1980, muito assediado por clubes europeus, o Vasco não pôde evitar a transferência de seu melhor atleta para o poderoso Barcelona, da Espanha. O brasileiro substituiria um atacante austríaco que, por ter brigado com o treinador, foi dispensado.
Porém, a passagem de Dinamite pelo clube catalão foi péssima. Muito cobrado pela torcida, insatisfeita com a campanha no Campeonato Espanhol do mesmo ano, o centroavante não reeditava suas boas apresentações e não contava com a mesma sorte de antes. Três meses depois de deixar o Rio de Janeiro, tendo marcado apenas três gols na Espanha, Dinamite voltava à Cidade Maravilhosa e para os braços da torcida, que lotou São Januário para saudá-lo.
Toda a saudade dos gols e dos gritos dos vascaínos o ovacionando foram supridos logo em sua partida de volta, quando enfrentou o Corinthians. Dinamite marcou os cinco gols no massacre sobre o time paulista, que só conseguiu fazer dois. Era a volta do matador.
[editar] Dinamite vira estrela na Lusa e no Campusca
Já em final de carreira, Roberto Dinamite recebeu convite para jogar pela Portuguesa. O jogador aceitou o desafio e participou do Campeonato Brasileiro de 1989 pela equipe do Canindé.
Treinado por Antônio Lopes, Dinamite transformou-se rapidamente na grande estrela da Lusa. O atacante marcou nove gols nos seis meses em São Paulo, que o ajudaram a atingir a histórica marca de 190 gols em torneios nacionais, tornando-se o maior artilheiro da competição.
A campanha da Portuguesa acabou sendo boa e a sétima colocação com 20 pontos, seis a menos que o campeão Vasco, fez com que a diretoria tentasse a renovação com Dinamite. Em vão. O artilheiro mais uma vez voltava ao Vasco.
No ano de 1991 - Dinamite aceitou outro desafio ao jogar pelo Campo Grande A.C. ajudando o Campusca a ficar em 5º lugar no estadual e chegando a liderar o segundo turno do mesmo campeonato.
[editar] Alegrias e tristezas com a canarinha
A seleção brasileira reservou grandes alegrias e decepções a Dinamite. Convocado pela primeira vez em 1975, o atacante esteve presente nas Copas do Mundo de 78 e 82, e fez, vestindo a camisa canarinha, o gol mais marcante de sua carreira. "Estava esquecido por toda a imprensa e torcida há mais de 20 dias. Mas, com o gol que fiz contra a Áustria, voltei a ser aclamado como ídolo do povo brasileiro de um dia para o outro. Foi sensacional", confessa.
No entanto, o matador teve seus momentos de desprazer. "A maior tristeza na minha carreira foi a maneira como fomos desclassificados do Mundial de 78, na Argentina. Estávamos invictos, mas fomos eliminados com a derrota do Peru por 6 a 0 para a Argentina".
Em 82, Roberto Dinamite foi convocado em cima da hora para disputar o Mundial da Espanha devido à contusão de Careca. Porém sua participação ficou restrita aos treinamentos, já que o técnico Telê Santana não o colocou em partida alguma.
[editar] Títulos
- Campeonato Brasileiro: 1974
- Campeonato Brasileiro de Seleções: 1987
- Campeonato Estadual: 1977,1982,1987,1988,1992
- Taça Guanabara: 1976,1977,1986,1987,1990,1992
- Taça Rio (2º turno - Estadual) 1975,1977,1980,1981,1984,1988
- 3º turno - Estadual 1975,1988
- Copa Rio: 1992
[editar] Prêmios
- Bola de Prata (Revista Placar) - 1979. 1981, 1984
- Maior Ídolo do Rio (Jornal dos Sports) - 1985
- Craque do Brasil (Jornal dos Sports) - 1985
[editar] Estatísticas
- Temporadas em que atuou: 22
- Jogos pelo Vasco: 1.110 (recorde)
- Maior Artilheiro em Campeonatos Brasileiros: 190 gols
- Maior Artilheiro em São Januário: 184 gols
- Primeiro jogo: Vasco 0 a 1 Bahia (Campeonato Brasileiro, 14/11/1971, Fonte Nova)
- Primeiro gol: Vasco 2 a 0 Inter-RS (Campeonato Brasileiro, 25/11/1971, Maracanã)
- Último jogo: Vasco 0 a 2 Deportivo da Corunha (Espanha) (Amistoso, 24/3/1993, Maracanã)
- Último gol: Vasco 1 a 0 Goytacaz (Campeonato Carioca, 26/10/1992, São Januário)
[editar] Artilharia
- 1974 Campeonato Brasileiro: 16 gols
- 1978 Campeonato Estadual: 19 gols
- 1981 Campeonato Estadual: 31 gols
- 1984 Campeonato Brasileiro: 16 gols
- 1985 Campeonato Estadual: 12 gols
[editar] Gols Marcados
[editar] Em Clubes e na Seleção
- Vasco da Gama: 698 gols
- Seleção Brasileira: 26 gols
- Barcelona: 3 gols
- Portuguesa: 11 gols
- Amistosos: 36 gols
[editar] Gols Marcados Em Campeonatos Brasileiros
Ano | Gols | Ano | Gols |
1971 | 1 | 1981 | 14 |
1972 | 4 | 1982 | 12 |
1973 | 13 | 1983 | 9 |
1974 | 16 | 1984 | 16 |
1975 | 15 | 1985 | 16 |
1976 | 12 | 1986 | 5 |
1977 | 7 | 1987 | 6 |
1978 | 14 | 1988 | 3 |
1979 | 10 | 1989 | 9 |
1980 | 8 |
[editar] Times que sofreram gols do Dinamite
- Flamengo: 87
- Fluminense: 43
- América-RJ: 30
- Botafogo: 28
- Bangu: 27
- Americano: 27
- Goytacaz: 22
- Portuguesa: 22
- Bonsucesso: 19
- Campo Grande: 18
- São Cristóvão: 14
- Olaria: 14
- Madureira: 12
- Inter-RS: 11
- Corinthians: 10
- Volta Redonda: 10
- Operário-MS: 8
- Vitória: 8
- Santos: 7
- Grêmio: 7
- Goiânia: 7
[editar] Gol 500
10/11/1982 - Vasco x Volta Redonda
[editar] Política
- Eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro em 1992 pelo PSDB (34.893 votos);
- Eleito deputado estadual no estado do Rio de Janeiro em 1994 (68.516 votos);
- Eleito deputado estadual no estado do Rio de Janeiro em 1998 (44.993 votos);
- Eleito deputado estadual no estado do Rio de Janeiro em 2002, pelo PMDB (53.172 votos);
- Candidato a Presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, em 2002 e 2006, perdendo ambas as eleições para Eurico Miranda.
[editar] Honrarias
- Cidadão Quissamaense (Município de Quissamã);
- Amigo da Cidade de Duque de Caxias;
- Medalha de Ordem ao Mérito do Policial Militar;
- Cidadão Trirriense (Município de Três Rios);
- Cidadão Bonjesuense (Município de Bom Jesus do Itabapoana);
- Cidadão Cabista (Município de Arraial do Cabo);
- Cidadão Aperibeense (Município de Aperibé);
- Cidadão Cachoeirense (Município de Cachoeiras de Macacu);
- Cidadão Silva-jardinense (Município de Silva Jardim);
- Medalha do Mérito Desportivo, outorgada a ele pelo então presidente da República, José Sarney.