Estado Português da Índia
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O Estado Português da Índia, também conhecido por Índia Portuguesa, designa o grupo de territórios ocupados por Portugal na Índia, à época do Império Português. Quando se deu a independência da Índia em 1947, Portugal detinha os direitos sobre vários enclaves na costa indiana, cuja posse datava da época dos Descobrimentos, logo após a ligação marítima ter sido estabelecida por Vasco da Gama. Entre estes territórios, incluíam-se:
Muitas vezes a Índia Portuguesa é referida como apenas Goa, já que esta foi, durante anos, a principal praça comercial.
[editar] História
O primeiro contacto português com a Índia deu-se a 20 de Maio de 1498, quando Vasco da Gama atracou em Calecute (actual Kozhikode). Após alguns conflitos com os mercadores árabes (que detinham o monopólio das especiarias, através de rotas terrestres, Vasco da Gama conseguiu assegurar uma carta de concessão para as trocas comerciais com o Samorim, o governador de Calecute. Aí deixou alguns portugueses para estabelecerem um porto comercial.
Em 1510, o almirante Afonso de Albuquerque derrotou os sultões de Bijapur, numa disputa entre a soberania do território de Timayya, o que levaria ao estabelecimento dos portugueses na Velha Goa. Goa tornava-se, assim, o centro do governo da Índia, e o local de residência para o vice-rei da Índia.
Entretanto, os portugueses conquistavam vários territórios ao sultões de Gujarat: Damão (ocupado em 1531, formalmente cedido em 1539), Salsette, Bombaim e Baçaím (ocupado a 1534) e Diu (cedido em 1535). Estas possessões tornaram-se na província do Norte do Estado da Índia, estendendo-se por 100km de costa desde Damão a Chaul. A província era governada a partir da fortaleza de Chaul. Bombaim seria cedida ao Reino Unido em 1661 como dote do casamento entre a princesa Catarina de Bragança e Carlos II de Inglaterra. A maioria da província foi, entretanto, perdida para os Maratha até 1739 e Portugal apoderava-se de Dadrá e Nagar-Haveli em 1779.
Após a independência dos britânicos, em 1947, Portugal recusou-se a aceder ao pedido da Índia para rescindir das possessões. No entanto, a atitude era condenada pelo Tribunal Internacional e pela Assembleia das Nações Unidas que entretanto se pronunciou a favor da Índia.
Em 1954, Portugal perdia os primeiros territórios ultramarinos: Dadrá e Nagar-Haveli. A Índia proibiu Portugal de deslocar militares para a sua defesa, e anexou os enclaves em Agosto de 1961. Em Dezembro de 1961, a União Indiana invadia os territórios de Goa, Damão e Diu. No entanto, Salazar recusava-se a reconhecer a soberania indiana sobre os territórios, mantendo-os representados na Assembleia Nacional até 1974, altura em que se deu a Revolução dos Cravos. A partir de então, Portugal pôde restabelecer as relações diplomáticas com a Índia, começando pelo reconhecimento da soberania indiana sobre o antigo Estado Português da Índia. No entanto, foi dado a escolher a cidadania portuguesa aos seus habitantes.
[editar] Ver também
África do Norte: | Aguz (1506-1525) | Alcácer-Ceguer (1458-1550) | Arzila (1471-1550, 1577-1589) | Azamor (1513-1541) | Ceuta (1415-1640) | Mazagão (1485-1550, 1506-1769) | Mogador (1506-1525) | Safim (1488-1541) | Agadir (1505-1769) | Tânger (1471-1662) |
África Subsahariana: | Acra (1557-1578) | Angola (1575-1975) | Ano Bom (1474-1778) | Arguim (1455-1633) | Cabinda (1883-1975) | Cabo Verde (1642-1975) | São Jorge da Mina (1482-1637) | Fernando Pó (1478-1778) | Costa do Ouro Portuguesa (1482-1642) | Guiné Portuguesa (1879-1974) | Melinde (1500-1630) | Mombaça (1593-1698, 1728-1729) | Moçambique (1501-1975) | Quíloa (1505-1512) | Fortaleza de São João Baptista de Ajudá (1680-1961) | São Tomé e Príncipe 1753-1975 | Socotorá (1506-1511) | Zanzibar (1503-1698) | Ziguinchor (1645-1888) |
Ásia Ocidental: | Bahrain (1521-1602) | Ormuz (1515-1622) | Mascate (1515-1650) | Bandar Abbas (1506-1615) |
Subcontinente indiano: | Ceilão (1518-1658) | Laquedivas (1498-1545) | Maldivas (1518-1521, 1558-1573) | Índia Portuguesa: Baçaim (1535-1739), Bombaim (Mumbai) (1534-1661), Calecute (1512-1525), Cananor (1502-1663), Chaul (1521-1740), Chittagong (1528-1666), Cochim (1500-1663), Cranganor (1536-1662), Dadrá e Nagar-Aveli (1779-1954), Damão (1559-1962), Diu (1535-1962), Goa (1510-1962), Hughli (1579-1632), Nagapattinam (1507-1657), Paliacate (1518-1619), Coulão (1502-1661), Salsette (1534-1737), Masulipatão (1598-1610), Mangalore (1568-1659), Surate (1540-1612), Thoothukudi (1548-1658), São Tomé de Meliapore (1523-1662; 1687-1749) |
Ásia Oriental: | Bante (séc. XVI-XVIII) | Flores (século XVI-XIX) | Macau 1553-1999 | Macassar (1512-1665) | Malaca (1511-1641) | Molucas (Amboina 1576-1605, Ternate 1522-1575, Tidore 1578-1650) | Nagasaki (1571-1639) | Timor-Leste (1642-1975) |
América do Sul: | Brasil (1500-1822) | Cisplatina (1808-1822) | Guiana Francesa (1809-1817) | Nova Colónia do Sacramento (1680-1777) | (Colonização do Brasil) |
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Estes dois arquipélagos, localizados no Atlântico Norte, foram colonizados pelos portugueses no início do século XV e fizeram parte do Império Português até 1976, quando se tornaram regiões autónomas de Portugal; no entanto, já desde o século XIX que eram encaradas como um prolongamento da metrópole europeia (as chamadas Ilhas Adjacentes) e não colónias. O estatuto especial dos arquipélagos (região autónoma) continuou até hoje, sem grandes alterações. |