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Macau - Wikipédia

Macau

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Para outros significados de Macau, ver Macau (desambiguação).

Desde 8 de Dezembro de 1999, Macau (chinês: 澳門; cantonês: Ou3 Mun4 ou Ou3 Mun2; pinyin: Àomén) é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China. Antes da data mencionada, foi administrada por Portugal. Durante a época da administração portuguesa, que durou 442 anos, o nome completo da Cidade era: Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal.

É constituída por uma península e duas ilhas (Taipa e Coloane, entretanto ligadas por terra seca, o istmo de Cotai), numa superfície total de 28,4 km². Macau efectua muitos aterros para reclamar, "ganhar" mais terra à foz do Rio das Pérolas para ter mais espaço de construção. Tem cerca de 500 000 habitantes. Actua sob o princípio do governo chinês de "um país, dois sistemas".


Macau 澳門
Nome oficial em chinês 中華人民共和國澳門特別行政區
Nome oficial em português Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China (RAEM)
Bandeira de Macau Brasão de Macau
(Em detalhe) (Em detalhe)
Lema nacional: Não tem
Imagem:LocationMacau.png
Línguas oficiais Português e Chinês
Chefe do executivo Edmund Ho Hau-wah
Área
 - Total
 - % água

28,4 km²
0%
População
 - Total (2006)
 - Densidade

500.300
17,800/km²
Início da ocupação portuguesa em Macau
- Data
1554 ou 1557
Transição de Macau para a China (Estabelecimento da RAEM)
- Data
20 de Dezembro de 1999
PIB
- Total (2004)
- Per capita


US$ 10 mil milhões
US$ 22000

Moeda Pataca (MOP)
Fuso horário UTC +8 (AWST)
Código Internet .MO
Código telefónico 853


Índice

[editar] História de Macau

Ver também: História de Macau

[editar] Antes da chegada dos portugueses

Através de estudos arqueológicos, descobriu-se muitos artefactos que apontam que os chineses já se estabeleceram em Macau há 4000 a 6000 anos atrás e em Coloane há 5000 anos atrás.

Segundo certos registos históricos, pelo menos a partir do século V, navios mercantes chineses de Cantão que comerciavam com povos do Sudeste Asiático paravam muitas vezes em Macau ou perto dele para se abastecerem de água e de comida.

Em 1277, cerca de 50000 apoiantes e alguns membros da Dinastia Song, fugindo dos invasores mongóis, chegaram a Macau e construíram várias povoações, sendo o maior e o mais importante delas localizado na região de Mong-Há (que se localiza no Norte da Península de Macau). Pensa-se que o templo mais antigo de Macau, o Templo de Guanyin (Deusa da Misericórdia), localizava-se precisamente em Mong-Há.

Durante a Dinastia Ming, muitos pescadores oriundos de Cantão e de Fujian estabeleceram-se em Macau e foram eles que construiram o famoso Templo de Á-Má.

[editar] Os primeiros tempos da colónia portuguesa (séc. XVI)

Macau, mesmo naquela altura já povoada por um número considerável de chineses (na sua maioria pescadores), só floresceu com a chegada dos portugueses. Eles estabeleceram-se em Macau entre 1554 e 1557, sob o pretexto de secar a sua carga, durante a Era dos Descobrimentos iniciada pelo Infante D. Henrique (O Navegador). O primeiro português a chegar ao Sudeste da China foi Jorge Álvares (alguns historiadores dizem que ele chegou mesmo a desembarcar em Macau), em 1513. A esta visita seguiu-se o estabelecimento na área de inúmeros comerciantes portugueses construindo edifícos de apoio.

O Imperador chinês Chi-Tsung, em 1557, autorizou finalmente os portugueses de estabelecerem-se em Macau e concedeu também um considerável grau de auto-governação para eles, por estes terem conseguido derrotar os piratas chineses liderados pelo célebre Chang Tse-Lac que actuavam na região do Delta do Rio das Pérolas. Mas, mesmo assim, o Imperador defendia que Macau era uma parte integrante do Império Celestial Chinês, por isso os portugueses foram obrigados de pagar aluguer e certos impostos às autoridades chinesas, desde de 1573. Para supervisionar o estabelecimento português de Macau, nomeadamente no que diz respeito à recolha de impostos lançados pelas autoridades de Cantão sobre todos os produtos chineses e sobre todos os produtos exportados pelos portugueses, e também às emissões de licenças para a construção e reparação dos edifícios do Estabelecimento, as autoridades chinesas enviavam um grupo de funcionários chineses, os mandarins, e estes exerciam uma grande influência na administração de Macau.

O estabelecimento comercial português tinha um valor imenso, especialmente quando as autoridades da China proibiram o comércio directo com o Japão por mais de cem anos, ao mesmo tempo os portugueses ganharam o monopólio do comércio entre a China, o Japão e a Europa. Nestas circunstâncias, Macau tornou-se um porto importante no comércio entre a Europa, a China e o Japão.

Assim nasceu Macau, o primeiro entreposto comercial europeu (depois cultural e religioso) entre o Ocidente e o Oriente. O seu nome parece ter origem no nome do templo da deusa Á-Má; Amagau (baía de Á-Má), Amacao, Macao e, por fim, Macau. Durante mais de 400 anos de história, Macau foi orgulhosamente o baluarte da presença e cultura portuguesa no longínquo Oriente.

O primeiro Governador português só chegou a Macau em 1623. Antes da sua chegada, esta pequena cidade era administrada e governada directamente pelo "Leal Senado", a primeira câmara municipal de Macau.

[editar] Do séc. XVII ao séc. XVIII

Durante a ocupação filipina (espanhola) a Portugal (1580-1640), o Império Português tornou-se muito fraco e desprotegido, visto que o Rei de Espanha (simultaneamente Rei de Portugal) não estava muito interessado em defender e fortificar o Império Português. Estava mais interessado em defender e expandir mais o Império Espanhol, em colonizar e controlar a América do Sul e em travar guerras com as outras potências europeias, nomeadamente a Inglaterra e a Holanda. Utilizou muitos recursos para manter estas guerras, em vez de utilizá-los para defender o Império Português e desenvolver a economia (portuguesa e espanhola) e a marinha. Os inimigos de Espanha tornaram-se automaticamente inimigos de Portugal. As colónias portuguesas sofreram inúmeros ataques dos ingleses, dos holandeses e dos franceses e muitas delas, por falta de soldados e fortificações, caíram nas mãos do inimigo.

Macau não era a excepção. Foi atacada em 1622 por 800 soldados holandeses. Eles desembarcaram na praia de Cacilhas e avançaram com cautela para o centro da Cidade, sofrendo pesado bombardeio de canhões da Fortaleza do Monte. A guarnição militar em Macau era pequena (com cerca de 200 soldados) e, numericamente, era inferior à força invasora holandesa. Após 2 dias de combate, no dia 24 de Junho, um padre jesuíta disparou um tiro de canhão e acertou com precisão, um vagão carregado de pólvora pertencente aos holandesas. Isto desconcertou as forças invasoras. É também neste dia que a guarnição militar de Macau derrotou as forças invasoras. Os holandeses, derrotados, jogaram-se ao mar na tentativa de alcançar os barcos. Muitos se afogaram e um dos barcos, superlotado, afundou-se. Dizem os registos portugueses que morreram algumas dezenas de portugueses e que morreram em combate ou afogados cerca de 350 holandeses. Para Macau, desprevenida, a vitória foi considerada um milagre. Após a vitória, os moradores de Macau passaram a comemorar o dia 24 de Junho, dia da vitória, como o Dia da Cidade. É também neste dia que comemora o São João Baptista, o Padroeiro da Cidade. Conta a lenda que pelo seu manto, foram desviados os tiros dos inimigos, salvando a Cidade dos invasores holandeses. Este dia é feriado público e comemorado todos os anos com grandes festas e alegria até 1999, data da transferência da soberania de Macau para a China. Após a transferência, este dia deixou de ser feriado público e virtualmente esquecido.

Após esta tentativa de invasão holandesa, o Governo de Lisboa, a partir de 1623, passou a enviar um Governador para Macau para ele governar, proteger e melhorar a administração desta Cidade. A pequena guarnição militar de Macau foi também reinforçada. Estas medidas revelaram a maior preocupação e participação do Governo de Lisboa na administração e protecção desta longínqua e pequena colónia portuguesa. O cargo de "Governador de Macau" foi abolido em 1999, ano da transferência de Macau para a China, e substituído pelo cargo de Chefe do Executivo de Macau.

A bandeira portuguesa esteve sempre içada em Macau, desde a sua fundação até 1999, mesmo durante a ocupação filipina a Portugal, e D. João IV, Rei de Portugal, recompensou este acto de confiança e lealdade gratificando Macau, em 1654, com o título de CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL.

[editar] Séc. XIX

Macau fez parte do Estado Português da Índia até 1844, quando se tornou uma colónia directamente dependente de Lisboa.

Em Macau, foi construído o primeiro farol do mar do Sul da China, o farol da Guia, situado no monte da Guia (a colina mais elevada da península de Macau). Entrou em funcionamento em 1865.

A importância do porto de Macau foi reduzida na Primeira Guerra de Ópio em 1841 quando Hong Kong se tornou no porto ocidental mais importante na China. Na primeira metade do séc. XIX, os portugueses ocupou o Norte de Macau (naquela altura ocupada pelos chineses) e estabeleceu como fronteira da Cidade o local onde, actualmente, se localiza o posto fronteiriço das "Portas do Cerco" (no extremo-norte da península).

Aproveitando a situação fraca do Governo Chinês de Pequim após a Primeira Guerra de Ópio, Portugal deixou de pagar impostos chineses e aluguer de Macau em 1845. Em 1849, o Governador João Ferreira do Amaral expulsou também os mandarins da Cidade, pondo fim à autoridade chinesa de Macau. Antes desta data, existia em Macau 3 autoridades distintas: local (Leal Senado), portuguesa (Governador) e chinesa (os mandarins). A ilha de Taipa foi ocupada pelos portugueses em 1851 e a ilha de Coloane em 1864. Quando os portugueses chegaram à ilha de Coloane, os piratas chineses controlavam grande parte desta ilha pouco povoada. A presença portuguesa passou a ser fortificada com a vitória dos soldados portugueses sobre os piratas chineses, em 1910, causando a expulsão dos últimos.

Durante a segunda metade do séc. XIX, as principais potências europeias começaram a forçar o Governo Imperial Chinês da Dinastia Qing a assinar os chamados Tratados Desiguais. Nestes tratados, o Governo Chinês era obrigado a abrir os seus portos comerciais, a aceitar a ocupação europeia em certas terras chinesas e aceitar a divisão da China em áreas de influência europeia (enfraquecendo o Governo Chinês). Porventura aproveitando a situação sem nunca ter no entanto entrado em conflito militar com a China, em 1887, Portugal diligenciou junto do Governo Chinês a assinatura do "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português", em 1887, o qual reconhece e legitimiza a ocupação perpétua de Macau e das ilhas de Taipa e Coloane pelos portugueses.

[editar] Séc. XX

A pataca, a moeda local de Macau, foi lançada pelo Banco Nacional Ultramarino em 1905. A sua cotação equivale à cotação do dólar de Hong Kong.

Em 1938, as tropas portuguesas começaram a ocupar a ilha de Lapa, Dom João e Montanha. Antes da chegada das tropas portuguesas, estas 3 ilhas, que ficavam a Este de Macau, já foram povoadas por missionários portugueses. Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, o Exército Japonês conseguiu ameaçar as tropas portuguesas a abandonar aquelas ilhas pouco povoadas. Consequentemente, estas ilhas foram ocupadas por japoneses. No final da Segunda Guerra Mundial, a China conseguiu reocupar as 3 ilhas.

[editar] Macau durante o período da Segunda Guerra Mundial

A população de Macau aumentou para o dobro na Segunda Guerra Mundial devido à afluência de pessoas que fugiram à ocupação japonesa do sudeste asiático. A principal proveniência dos refugiados era das cidades vizinhas, Guangzhou (Cantão) e Hong Kong. O Japão respeitou a neutralidade de Portugal, cujas posições geográficas estratégicas dos Açores e do continente enquanto extremo ocidental da Europa e respectivo acesso ao continente americano terão motivado esta decisão do Eixo. Mesmo que os japoneses não tivessem intenção de ocupar Macau, eles não tardaram em estabelecer uma embaixada na Cidade. Esta embaixada, além das suas funções diplomáticas, servia também de centro de espionagem e de detenção de figuras chinesas anti-ocupação japonesa (muitas destas figuras fugiram da China para Macau). A embaixada exerceu também grande infuência no Governo Português de Macau. Ainda assim, existia uma forte tensão entre o Governo de Macau e o Exército Japonês. Os portugueses sempre temiam o assalto das tropas japonesas a Macau porque a Guarnição Militar não tinha capacidade de defender esta pequena colónia portuguesa. Apesar da neutralidade de Macau, o porto de hidroaviões existente na altura foi bombardeado, tendo sido alegado erro acidental, e as ilhas de Lapa, Dom João e Montanha foram ocupadas pelo Exército Japonês. Para além disto, as principais consequências da Segunda Guerra Mundial em Macau foram apenas as ligadas à sobrepopulação e à falta de bens de importação, dos quais os alimentos eram os mais prementes. Após a Segunda Grande Guerra, a população de Macau começou a diminuir devido ao regresso de muitos refugiados chineses para as suas respectivas terras natais.

[editar] Motim "1-2-3" e as suas consequências

Em 1966, os residentes chineses tentaram obter uma licença para a construção de uma escola privada na ilha da Taipa. Os residentes, na impossibilidade de obter uma licença de construção, começaram, ilegalmente, a edificação da escola. No dia 15 de Novembro de 1966, a polícia da Cidade utilizaram formas violentas de prender os responsáveis da escola, os operários de construção, os residentes chineses aí presentes e os jornalistas. Depois deste acontecimento, no dia 1 de Dezembro, um grupo de professores e estudantes chineses fizeram grandes protestos em frente ao Palácio do Governador, e alguns radicais até entraram à força no Palácio e pronunciaram, durante o caminho, frases maoístas e canções revolucionárias. No dia 3 de Dezembro, o Governo deu ordens para prendê-los. Esta ordem gerou uma vaga de descontentamento e protestos por parte da comunidade chinesa. Eles deitaram abaixo a estátua do Coronel Vicente Nicolau de Mesquita, que se localizava no Largo do Senado (o centro da Cidade) e incendiaram preciosos documentos dos Arquivos do Leal Senado (Câmara Municipal da Cidade) e da Santa Casa de Misericórdia. As leis marcias foram declaradas pelo Governo e os soldados portugueses foram mobilizados para controlar a situação. Nestes protestos, houve 11 mortos e cerca de 200 feridos. O incidente é vulgarmente chamado de Motim de "1-2-3", referindo-se aos 3 dias que ocorreram o motim popular.

Após o motim ser controlado pelos soldados, a comunidade chinesa (grande parte da população de Macau era constituído por chineses), para continuar a pressionar e protestar contra o Governo, adoptou a política dos "3 Não"s - não entregar impostos, não prestar serviços ao Governo, não vender produtos aos portugueses. Com esta política, começou a confusão e o medo em Macau, principalmente dentro da comunidade portuguesa e macaense. O medo era tal e a situação era tão difícil para o Governo Português de Macau que ele propôs o abandono da colónia se a situação não melhorasse. Foi o Comendador chinês Ho Yin que preveniu o colapso da administração de Macau (este colapso irá causar uma grande desordem em Macau, devido à inexistência de forças armadas e de administradores), conseguindo convencer os portugueses de não abandonar o território e relativamente acalmar a população chinesa de Macau. As várias facções envolventes neste incidente, a comunidade chinesa local, o Governo Central Chinês de Pequim (que apoiava e exercia uma grande influência na comunidade chinesa de Macau) e o Governo Português de Macau, após uma série de intensas negociações, nas quais o Comendador Ho Yin participou e contribuiu muito, chegaram finalmente a acordo no dia 29 de Janeiro de 1967. Neste acordo, culminando com o pedido de desculpas feito pelo Governo de Macau para a comunidade chinesa, reconhecia, pela primeira vez, a igualdade entre os portugueses e os chineses, anulou o "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português" (assinado em 1887) e proibiu o Governo de Macau de dar apoio e asilo político aos nacionalistas do Kuomintang. Com este célebre acordo assinado, os chineses começaram a poder participar na administração da colónia e Portugal já não podia garantir definitivamente a posse desta colónia visto que o "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português" (que garantia a ocupação pérpetua de Macau pelos portugueses) foi anulado.

Esta versão mencionada do incidente é uma das mais aceites, mas, porém, existem outras versões e relatos sobre este célebre motim.

Após estas sequências de acontecimentos, os chineses nunca mais levantaram nenhum motim e Macau passou a viver um período de calma e de coexistência entre a comunidade portuguesa, macaense e chinesa.

[editar] Depois da Revolução dos Cravos até à transferência de soberania da Cidade

Depois da Revolução dos Cravos em 1974, Portugal declarou a independência imediata de todos os seus territórios ultramarinos. A China rejeitou esta transferência imediata, tendo apelado para o estabelecimento de negociações que permitissem uma transferência harmoniosa. A diferença entre o sistema capitalista de Macau e o comunista da China continental poderá estar na base desta decisão. Com o decorrer das negociações, o estatuto de Macau redefeniu-se para território chinês sob administração portuguesa e a transferência foi agendada para a data de 20 de Dezembro de 1999, através do documento declaração conjunta, onde se estabeleciam uma série de compromissos entre os dois países para Macau. A data escolhida permitia entre outras coisas: prolongar a presença portuguesa no Oriente, transformando Portugal na última nação Ocidental a retirar as suas possessões da China; fazer a transferência de Macau pouco depois da de Hong Kong e que foi usada pela China como forma de retaliação ao Reino Unido devido à suavidade com que as negociações e transferência de Macau foram conseguidas, por contraste com a de Hong Kong; e readquirir o controle de todos os territórios chineses que estiveram sob domínio ocidental antes do início do século XXI.

Antes da transferência de Macau e Hong Kong, a China fez uma série de alterações económicas no sentido de se aproximar do sistema capitalista e abrir-se ao comércio internacional. Aquando da transferência a China redefinira a sua imagem segundo o slogan "um país, dois sistemas". Este permite que algumas regiões chinesas, incluindo Macau, possuam uma grande autonomia e continuidade do seu modo de vida, estando apenas limitadas no que se refere às suas relações exteriores e à defesa, situação idêntica, de resto, à que tinham aquando da administração portuguesa.

[editar] A Transferência de Soberania (1999)

A transferência da soberania de Macau entre Portugal e a China aconteceu no dia 20 de Dezembro de 1999, como estava previsto através da "Declaração Conjunta", depositada nas Nações Unidas e entretanto publicada no Boletim Oficial de Macau a 7 de Junho de 1988. Neste tratado internacional redefinia-se Macau como território chinês sob administração portuguesa. Estabelecia-se ainda uma série de compromissos e garantias que permitiam ao território alguma autonomia futura, isto é durante 50 anos, e a conservação das suas especificidades.

Tendo acontecido dois anos após a transferência de soberania de Hong Kong, foi um processo mais suave que o de Hong Kong, não tendo havido confrontos políticos de nota entre os dois governos durante as negociações diplomáticas, nem distúrbios sociais, ao contrário de Hong Kong, cuja população possui uma tradição mais reivindicativa e participativa.

[editar] Geografia

Terminal Marítimo e Heliporto de Macau. A partir deste local, saem aerobarcos e helicópteros para Hong-Kong, Zhuhai, Shenzhen e para outras cidades costeiras da Região do Rio das Pérolas
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Terminal Marítimo e Heliporto de Macau. A partir deste local, saem aerobarcos e helicópteros para Hong-Kong, Zhuhai, Shenzhen e para outras cidades costeiras da Região do Rio das Pérolas
Portas do Cerco. Este posto fronteiriço, marca, aproximadamente, as fronteiras entre Macau e Zhuhai (China). Localiza-se no extremo-norte da península.
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Portas do Cerco. Este posto fronteiriço, marca, aproximadamente, as fronteiras entre Macau e Zhuhai (China). Localiza-se no extremo-norte da península.
Mapa da R.E.A. de Macau
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Mapa da R.E.A. de Macau

Macau localiza-se a 22° 10' Norte (latitude) e 113° 33' Leste (longitude), mas as coordenadas 113º 55' Leste e 21º 11' Norte (a localização exacta do Farol da Guia) também são aceites como sendo as coordenadas geográficas oficiais da localização da RAEM.

Esta cidade está situada no sudeste da China, na província de Guangdong, na foz do rio das Pérolas. A Região Especial Administrativa de Macau é constituída por uma península e pelas ilhas da Taipa e de Coloane. A área total é de 28,4 km², sendo a península de 8.8 km². É na península de Macau que se concentra a principal actividade, sendo lá que se encontram os principais organismos políticos, a maior parte da indústria, os principais serviços e equipamento cultural. É ainda na península que vivem 90% da população total. A península encontra-se ligada à ilha da Taipa por três pontes (Ponte da Amizade, Ponte Governador Nobre de Carvalho, Ponte Sai Van). A ilha da Taipa e a ilha de Coloane encontram-se ligadas pela "Estrada do Istmo" (construída sobre o istmo de Cotai). Cotai encontra-se por sua vez ligada à ilha chinesa de Hengqin por uma ponte rodoviária (Ponte Flor de Lótus) e futuramente receberá uma ligação ferroviária.

Possui um relevo muito acidentado sendo os principais relevos: monte da Guia, colina de Mong Há, Penha e Ilha Verde.

A área total de Macau continua a aumentar visto que o Governo da RAEM está constantemente a fazer aterragens, "reclamando" terrenos ao mar, para "ganhar" espaços de construção.

Na região, as principais cidades próximas são Hong Kong, Guangzhou, Zhuhai e Shenzhen. De Hong Kong, que se encontra no outro vértice do delta do rio das Pérolas, dista 65 quilómetros, havendo ligações fluviais e aéreas (helicóptero) frequentes entre ambas as cidades. O aerobarco (hovercraft) é o transporte mais usado e demora cerca de uma hora.

O clima de Macau é subtropical húmido. A temperatura média anual é de 22 °C, sendo no verão de 30 °C e no inverno 15 °C. A chuva é mais frequente entre Julho e Setembro, com frequentes trovoadas. As monções causam alterações no clima.

[editar] Economia

Hotel e Casino Lisboa de Macau, um dos maiores casinos da RAEM e uma das propriedades mais lucrativas de Stanley Ho hun-sung
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Hotel e Casino Lisboa de Macau, um dos maiores casinos da RAEM e uma das propriedades mais lucrativas de Stanley Ho hun-sung
Casino norte-americano "Sands". É o maior casino de Macau e da Ásia.
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Casino norte-americano "Sands". É o maior casino de Macau e da Ásia.

Ver também: Economia de Macau

Macau é uma pequena economia de mercado, extremamente aberta e liberal, com livre circulação de capitais, como resulta da sua longa história como porto franco. A moeda usada em Macau é a pataca e encontra-se indexada ao dólar de Hong Kong. Macau faz parte da Organização Mundial do Comércio.

A economia de Macau é em grande parte baseada no jogo e no turismo, sendo que o jogo representa cerca de 40% do PIB do território. Outras actividades importantes são a indústria têxtil e a produção de fogo-de-artifício, brinquedos, produtos eletrónicos e flores artificiais, as transacções bancárias e a construção civil.

O sector terciário (comércio, serviços, turismo, jogos...), o sector mais importante da economia do território, contribuiu 92,7% do PIB de Macau enquanto que o sector secundário (indústria) contribuiu 7.2% e o sector primário (pesca, agricultura...) contribuiu somente 0.1%.

O PIB de Macau, em 2004, é de 10 mil milhões de dólares americanos. Entre 2001 e 2005, em média, o PIB aumentou, anualmente, 10%. O PIB per capita, no ano de 2005, era de 24300 dólares americanos. Em 2005, a economia do território assistiu a uma inflação de 3.8%.

Em 2004, as dívidas contraídas pelo Governo da RAEM é aproximadamente de 3,1 mil milhões de dólares americanos (2004). O Governo sempre conseguiu equilibrar as suas finanças. As receitas e despesas do Governo, por exemplo, é aproximadamente de 3,16 mil milhões de dólares americanos, no ano de 2004. Estes dados, mais uma vez, revela que o Governo tem a capacidade de equilibrar as suas finanças. Actualmente, as receitas fiscais de Macau resultam quase totalmente do sector do jogo. Esta dependência das receitas do jogo aumentou bastante a partir de 2001-2002, altura em que o Governo da Região Administrativa Especial iniciou uma liberalização parcial do sector, tendo autorizado a entrada de vários novos operadores.

Em 2006, a população activa de Macau conta com 251 mil trabalhadores, sendo aproximadamente 50% a trabalhar no sector dos jogos. Somente 3.8% da população activa é desempregada. Para Macau, esta percentagem já é relativamente baixa, em comparação com o desemprego dos anos 90, que é bem mais alta.

As exportações da RAEM atingiram 3,2 mil milhões de dólares americanos em 2004. Macau exporta principalmente têxteis, vestuário, calçado, brinquedos, electrodomésticos e maquinaria para os Estados Unidos da América (57%), China (17%), Hong-Kong (11%) e Alemanha (7%). As importações da RAEM atingiram 3,4 mil milhões de dólares americanos em 2004. Macau importa principalmente matérias-primas, produtos semi-elaborados (semi-manufacturados), produtos de consumo e luxo (conservas de alimentos, tabaco, bebidas, álcool...) e combustíveis fósseis (muito importante para o fabrico de energia eléctrica) à China (54%), Japão (13%), Hong-Kong (12%), Alemanha (5%) e Taiwan (5%). Resumidamente, Macau possui uma balança comercial negativa (importações mais do que exportações).

Em 2000, registaram-se mais de 8 milhões de entradas de turistas em Macau. Em 2005, o número de visitantes a Macau ultrapassou 18 milhões de pessoas e este número está a crescer cada vez mais (a maioria destes visitantes vêm da China e vêm para jogar nos casinos). Este crescimento deve-se principalmente à diminuição de restrições de migração pelo Governo Central Chinês. Após a diminuição gradual destas restrições, os chineses já podem viajar livremente para outros países e regiões, principalmente para Macau e Hong-Kong.

O novo Governo da Região Especial Administrativa de Macau (RAEM) pôs muito esforço e recursos para desenvolver o turismo, incentivando o investimento estrangeiro e também local neste sector económico de grande importância. Ele incentivou também a construção de novas facilidades turísticas, como hotéis, e a reparação e promoção dos monumentos históricos (inclusivamente a inclusão de alguns monumentos históricos de Macau na lista dos Patrimônios Mundiais da Humanidade da UNESCO) e incentivou a entrada de capitais para o sector de jogos, pondo fim ao monopólio da companhia de jogos de Stanley Ho hun-sung (o Governo queria aumentar a competitividade, a qualidade e o investimento estrangeiro no sector de jogos).

Após o fim do monopólio de jogos da companhia de casinos de Stanley Ho, em 2002, novas companhias de jogos, principalmente companhias norte-americanas como a Sands Las Vegas e o Wynn, começaram a investir muito no sector dos jogos e construir novos casinos.

Em 2004 as somas envolvidas no jogo de casinos em Macau ultrapassaram pela primeira vez as de Las Vegas (cada uma cerca de 5 mil milhões de dólares), tornando Macau no principal centro mundial da indústria do jogo de casinos.

Oficialmente Macau conta com um único sistema de Comunicação, a TDM - Teledifusão de Macau S/A que é responsável pela geração de canais em línguas chinesa e portuguesa de TV e rádio em sinal aberto no território de Macau. Actualmente, apenas dois canais (um de rádio e outro de TV) são gerados em sinal aberto na língua portuguesa nesta região.

[editar] Crime e Segurança Pública

Durante várias décadas, a criminalidade violenta era um risco sério para o turismo, pois a cidade não conseguia controlar o crime organizado e os jornalistas, principalmente internacionais, começaram a exagerar nas notícias, deixando uma imagem de Macau que não correspondia à verdade.

Os grupos de crime organizado, designados localmente de "Tríades" ou "Seitas", são transformações de organizações político-revolucionárias, que existiam desde a altura da Dinastia Qing. Com o tempo, essas mesma organizações foram perdendo a sua identidade e hoje em dia são mais conhecidas como sociedades secretas ou, em chinês, "Hák Sé Wui". Entre eles, os mais conhecidos são os "14 Kilates" (Sap Sei Kei) e a "Gasosa" (Soi Fong).

A sua fonte de receitas são: comissões para não destabilizarem a actividade dos casinos, lojas ou outras actividades comerciais, empréstimos a altíssimas comissões principalmente a jogadores dos casinos, "protecção" aos comerciantes que lhes pagam, droga e lavagem de dinheiro. Na década de 1990 deram-se bastante assassinatos por ajuste de contas entre tríades, que não atingiram ou interferiram na vida da população normal e inocente.

Uma guarnição de tropas chinesas foi colocada em Macau, após a transferência de soberania, para afirmar a soberania chinesa. Esta guarnição também foi encarada como uma mais-valia na resolução da criminalidade, que viu os seus valores aumentarem com a aproximação da data de transferência.

Após a tranferência de soberania (1999), o novo Governo da Região Administrativa Especial de Macau combateu ferozmente, eficazmente e com êxito contra o crime, principalmente os crimes organizados pelas seitas. O número de crimes baixou imenso, principalmente a criminalidade violenta que desceu 70% no ano 2000 e outros 45% no ano 2001. Macau tornou-se muito mais seguro e isto trouxe de novo confiança aos turistas. Esta evolução foi também propiciada pela reanimação da economia.

Em 2005/2006, o número de crimes, principalmente crimes não-organizados (roubos, violência doméstica e sexual...), começou novamente a aumentar devido ao crescimento do número de trabalhadores estrangeiros (eles vivem em condições de vida difíceis) e de "visitantes" oriundos das regiões chinesas próximas de Macau (alguns deles, que vivem em condições de pobreza, começaram a deslocar-se para a Cidade, não para praticar turismo, mas sim para efectuar crimes, especialmente roubos, numa tentativa de melhorar as condições de vida deles e das suas famílias). O Governo da RAEM começou de novo a implementar medidas para combater o crime, mas combater o crime não-organizado é muito mais difícil de combater e controlar os crimes organizados.

[editar] Governo e Política na RAEM

Palácio do Governador. Antes de 1999, o Governador de Macau trabalhava lá dentro e era o centro político mais importante do Território. Depois de 1999, continuou a ser a sede oficial da RAEM, mas o Chefe do Executivo já não trabalha lá dentro e consequentemente a sua importância diminuiu bastante. Actualmente serve somente como um local de recepção de diplomatas e figuras importantes.
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Palácio do Governador. Antes de 1999, o Governador de Macau trabalhava lá dentro e era o centro político mais importante do Território. Depois de 1999, continuou a ser a sede oficial da RAEM, mas o Chefe do Executivo já não trabalha lá dentro e consequentemente a sua importância diminuiu bastante. Actualmente serve somente como um local de recepção de diplomatas e figuras importantes.

O estatuto de Macau (Região Administrativa Especial) está definido na Declaração Conjunta Sino-Portuguesa e na Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau. A Declaração e a Lei Básica especificam que o sistema social e económico-financeira de Macau, bem como os direitos e as liberdades dos seus cidadãos irão manter-se inalterávéis durante, pelo menos, 50 anos. Quer dizer que, segundo o que está escrito nestes documentos importantes, em 2049, Macau deixará de ser uma Região Administrativa Especial e irá tornar-se numa vulgar cidade chinesa.

Segundo o princípio de "um país, dois sistemas", Macau possuiu uma grande autonomia em todos os aspectos e assuntos relacionados com a RAEM, exceptuando em assuntos relacionados com a defesa e os negócios estrangeiros (política externa) sendo que, nesta última esfera Macau goza ainda assim de alguma autonomia. Todos os oficiais e administradores de Macau são habitantes de Macau, e não pessoas e oficiais de República Popular da China. Esta pequena Cidade mantém a sua própria moeda (pataca), o seu próprio sistema de controlo de imigração e de fronteiras e a sua própria polícia.

O poder está dividido, tal como na maioria dos sistemas políticos, em 3 partes distintas: o executivo, o legislativo e o judicial.

[editar] Chefe do executivo

O cargo do Chefe do Executivo de Macau é sempre ocupado por um habitante e pessoa proeminente da Macau. Tecnicamente, ele é o chefe da RAEM e do seu governo, por isso este cargo político é o mais importante e com mais poder e influência em Macau. Ele é seleccionado pelo Comitê de Selecção do Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, formado por 300 membros nomeados por organizações comunitárias e corporativas. Após a selecção, o Chefe do executivo ainda tem que ser aceite e oficialmente nomeado pelo Governo Central Chinês. O cabinete dele é constituído por 5 secretariados. Ele é aconselhado pelo Conselho Executivo, composto por 7 a 11 conselheiros. O Sr. Edmund Ho Hau-wah, um líder comunitário, um homem de negócios e um antigo banqueiro, é o primeiro Chefe do executivo da RAEM, substituindo o Governador português General Vasco Joaquim Rocha Vieira (nomeado directamente por Portugal) na madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999.

[editar] Assembleia Legislativa

Assembleia Legislativa de Macau
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Assembleia Legislativa de Macau

O orgão legislativo da RAEM é a Assembleia Legislativa (AL), composta por 29 membros eleitos ou nomeados de diferentes formas: 12 são eleitos directamente (sufrágio directo) pelos cidadãos da RAEM, 10 são nomeados (sufrágio indirecto) por organizações comunitárias e corporativas (estas organizações maioritariamente são apoiantes do Governo Central Chinês e do Governo da RAEM) e 7 são nomeados pelo Chefe do executivo. A AL é responsável de fazer leis e tem o poder de "travar" e "julgar" o Chefe do executivo. Ela também tem o poder de emendar o método de eleição do Chefe do executivo em 2009. Mas, apesar destes poderes, a AL é uma instituição "democrática" com pouco poder real e pouca influência. Normalmente, a AL não inicia a discussão de uma legislação, embora ela contribuiu de modo significativo na formação da legislação. Normalmente é o governo que inicia ou incentiva a discussão de legislações na AL. Em Macau existe pouca pressão exercida na sociedade para a democratização do sistema político da RAEM.

A Assembleia Legislativa foi fundada em 1976.

[editar] Eleições

O sufrágio directo está reservado aos cidadãos com uma idade superior a 18 anos, desde que residentes permanente. Eles podem eleger deputados para a Assembeleia Legislativa. O sufrágio indirecto, é só reservado para as organizações registadas oficialmente como "eleitores corporativos e/ou um dos membros do Comitê de Selecção do Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau".

[editar] Sistema Jurídico

O direito de Macau baseia-se essencialmente no direito português, e dessa forma faz parte da família dos sistemas jurídicos de raiz continental. De 1987 a 1999 o sistema jurídico foi completamente modernizado tendo em vista a transição de soberania. Assim, foram aprovados uma série de novas leis e códigos, incluindo o Código Penal (1995), o Código Civil (1999), o Código Comercial (1999), o Código de Processo Penal (1996) e o Código de Processo Civil (1999). Todos estes textos legais podem ser consultados gratuitamente na página da Imprensa Oficial de Macau.

Após a transição, continuaram-se a efectuar grandes reformas no sistema jurídico, como por exemplo o uso da língua chinesa nos tribunais e nas legislações.

Do ponto de vista constitucional, o sistema jurídico de Macau caracteriza-se pela existência de um texto com força constitucional na ordem jurídica interna da RAEM, a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, promulgada pelo Congresso Nacional Popular da China no ano de 1993.

Desde o início dos anos 90 que a formação jurídica tem sido assegurada essencialmente pela Universidade de Macau, que oferece cursos de licenciatura em Direito em língua portuguesa e em língua chinesa, bem como cursos de mestrado em língua inglesa. A formação dos magistrados está a cargo de Centro de Formação Jurídica e Judiciária, criado nos anos 90.

Em Macau não há pena de morte nem prisão perpétua; estas penas não são previstas no Código Penal de Macau.

O sector do jogo é objecto de regulamentação bastante desenvolvida (ver a entrada sobre direito do jogo).

[editar] Divisão administrativa

 Mapa de Macau
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Mapa de Macau

Durante o período de administração portuguesa, Macau esteve dividido em 2 municípios (Município de Macau - ou "Leal Senado" - e o Município das Ilhas) e em 7 freguesias. Cada município era administrado por uma câmara municipal e supervisionado por uma assembleia municipal.

Após a transição, o novo Governo da RAEM aboliu os municípios e retirou as funções administrativas das freguesias. Em sua substituição, o Governo criou um novo orgão administrativo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), e que está subordinado à Secretaria da Administração e Justiça. As freguesias de Macau mantiveram-se como divisão simbólica e ainda oficialmente aceite pelo novo Governo. Elas são sete:

[editar] Demografia

Em 2006, a população de Macau ultrapassou 500 mil habitantes e é a cidade com maior densidade populacional (18,326 habitantes por km²) do Mundo. Dos 500 mil habitantes de Macau, mais de 96% são de etnia chinesa, a maioria dos outros são de origem portuguesa e filipina. As línguas oficiais são o português e o cantonês, mas só uma percentagem muito reduzida fala português.

Os portugueses, ex-administradores de Macau, sempre foram uma minoria étnica em Macau. No ano 1563, Macau tinha cinco mil habitantes, dos que 4100 eram chineses e 900 portugueses. Agora, os números são muito mais altos, e a percentagem dos portugueses é ainda mais baixa. Há pessoas que estimam que a comunidade portuguesa constituem, actualmente, 1% da população total.

As pessoas que têm antepassados portugueses e chineses (e também outros "sangues" asiáticos misturados) que moram em Macau chamam-se Macaenses ou "filhos da terra". Os Macaenses têm a sua própria língua, patuá macaense, que é uma língua crioula baseada no português, com influência de cantonês, malaio e muitas outras línguas.

 Matteo Ricci
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Matteo Ricci

Os portugueses expediram muitos missionários católicos a Macau, entre outros, o ocidental mais famoso na China, Matteo Ricci. Mas também a arte, a literatura clássica, a medicina e filosofia chinesa vinham à Europa via Macau.

A culinária de Macau também é uma mistura de culturas. Uma das delícias da gastronomia do Sul da China é o dim sum (点心 (diǎnxīn em Mandarim)) que é uma mistura riquíssima de pequenos pratos diferentes, servidos principalmente nos restaurantes onde existem o "Yam Tchá". A culinária dos macaenses nasceu quando as esposas orientais dos portugueses tentavam fazer comidas portuguesas com os ingredientes locais. Evidentemente, as suas próprias tradições culinárias influiram nestas comidas. Lacassá de talharins e porco afumado, "Min Chi" (carne picada), "Tacho" (sopa de carne e legumes), arroz gordo, pato cabidela, sopa de barbatana de tubarão, carne de porco doce e frango frito são algumas das comidas macaenses populares.

[editar] Religião

Macau tem várias religiões. Mais de metade da população é budista, cerca de 6% católica. A Lei de Macau garante e protege a liberdade religiosa. Os habitantes de Macau são tolerantes face à religião.

[editar] Diocese de Macau

A partir do século XVI, Macau tornou-se um importante ponto de partida de missionários católicos para os diferentes países da Ásia. Foi fundada o Colégio de São Paulo no séc. XVI, a primeira universidade de tipo ocidental na Ásia e centro de formação de missionários, e o Seminário de São José no séc. XVIII, igualmente para formar missionários e padres. Devido à grande importância de Macau, o Papa Gregório XIII elevou Macau a diocese (Dioecesis Macaonensis) em 23 de Janeiro de 1576. Esta diocese segue o rito latino. Actualmente, o Seminário, devido à falta de vocações sacerdotais, encerrou-se e o Colégio foi destruído por um incêndio em 1835 . Está hoje na dependência imediata da Santa Sé, abrangendo todo o território da Região Administrativa Especial de Macau. Desde 2003, o Bispo desta diocese é o Sr. Bispo D. José Lai Hung-seng.

No período entre o dia 10 a 14 de Outubro de 2008, a Diocese de Macau irá organizar o VIII Encontro das Igrejas Lusófonas, também chamada de Encontro das Presidências das Conferências Episcopais dos Países Lusófonos. É um grande encontro dos presidentes das conferências episcopais dos países lusófonos e realiza-se em cada dois anos.

[editar] Igrejas Católicas

Ver também: Igrejas de Macau

Temos as Igrejas de: , S. Lourenço, St. Agostinho, S. Lázaro, S. José, S. Domingos, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Carmo, St. António e S. Francisco Xavier (perto de Mong-Há, Macau).

Temos as Capelas de: Nossa Senhora da Guia, Nossa Senhora da Penha, S. Francisco Xavier (perto da Vila de Coloane, Coloane), S. Tiago, S. Miguel e outras.

A presença de Salesianos em Macau também se fez sentir com a criação do Colégio Dom Bosco.

A grande maioria destas igrejas e capelas são administradas pela Diocese de Macau. A Catedral desta diocese está na Igreja da Sé.

[editar] Templos Budistas

O Templo de Kun Iam, construído no séc. XV em homenagem à Deusa da "Compaixão", é um dos templos mais antigos da cidade e tem como curiosidade uma mesa de pedra onde foi assinado o primeiro Tratado Sino-Americano (3 de Julho de 1844), conhecido como o Tratado de Mong-Á (nome dessa zona de Macau).

O Templo de A-Má (ou Templo da Barra), também construído no séc. XV em homenagem à Deusa Á-Má (Deusa do Céu), é um dos templos mais famosos da Cidade e um dos monumentos do "Centro Histórico de Macau". Especula-se que o nome de Macau tenha tido origem na palavra chinesa "Á-Má-gao" (Baía de Á-Má).

Outros templos em Macau incluem: Na Tcha, Sam Kai Vui Kun, Hong Kung, Tou Tei, Tam Kung, Lok San, Chuk Lam Chi, e Sam Po.

[editar] Património Mundial da Humanidade

Ver artigo principal: Centro Histórico de Macau.

No dia 15 de Julho de 2005, comemorou-se com diversos actos a inclusão do Centro Histórico de Macau na lista dos Patrimônios Mundiais da Humanidade da UNESCO.

Merecidamente, os espaços urbanos como o Templo de A-Má, o Quartel dos Mouros, a Casa do Mandarim, a Igreja de São Lourenço, o Seminário e Igreja de São José, o Teatro D. Pedro V, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, a Igreja de Santo Agostinho, o Leal Senado, o Templo de Sam Kai Vui Kun, a Santa Casa da Misericórdia, a Igreja da Sé, a Casa de Lou Kau, a Igreja de São Domingos, as Ruínas de S. Paulo, o Templo de Na Tcha, o Troço das Antigas Muralhas de Defesa, a Fortaleza do Monte, a Igreja de Santo António, a Casa Garden, o Cemitério Protestante (incluindo a Capela), a Fortaleza da Guia (incluindo a Capela e o Farol) , o Largo da Barra, o Largo do Lilau, o Largo de Santo Agostinho, o Largo do Senado, o Largo da Sé, o Largo de São Domingos, o Largo da Companhia de Jesus e o Largo de Camões, foram todos reconhecidos como fazendo parte da história mundial, pois ilustram bem um dos primeiros e mais duradouros encontros entre a China e o mundo ocidental.

O centro histórico de Macau localizava-se maioritariamente no Sul e Sudoeste de Macau visto que, até ao séc. XIX, os portugueses eram proibidos de viver no Norte de Macau (habitada pelos chineses). Até ao séc. XIX, a "Cidade do Santo Nome de Deus de Macau" era pequena e delimitada por muralhas, ocupando somente o Sul da península de Macau. A partir do séc. XIX, esta "lei de proibição" foi anulada e os portugueses puderam expandir a Cidade para o Norte da península (e posteriormente ocupando também a Taipa e Coloane).

[editar] Escolas

Em Macau, apesar de haver algumas escolas públicas em que prevalece a regra de ensino gratuito até ao 9º ano de escolaridade, a maioria são privadas ou subsidiadas. As línguas chinesa e inglesa são dadas em praticamente todas elas enquanto a língua portuguesa é deixado em segundo plano, muito mais depois do ano de entrega de Macau. Outras línguas estrangeiras, como o francês, também existem como opções.

Antigamente, havia algumas opções para estudar português numa escola primária (ex: Colégio Dom Bosco, Escola Central e Santa Rosa de Lima) e secundária (ex: Colégio Dom Bosco, Escola Comercial de Macau e Liceu de Macau). Após a entrega de Macau em 1999 , essas opções foram ficando cada vez mais reduzidas. O Colégio Dom Bosco, um dos grandes impulsionadores da língua portuguesa em terras macaenses, transformou-se no Colégio Dom Bosco Yuet Wah em que deixou de haver ensino português, passando a haver apenas a secção inglesa e chinesa, tal como o Colégio de Santa Rosa de Lima. A extinção da Escola Comercial de Macau e do Liceu de Macau (antiga Escola Secundária Infante D. Henrique) levou à abertura da Escola Portuguesa de Macau, a única escola secundária portuguesa existente neste momento. Com o objectivo de encontrar um ponto de encontro entre as duas culturas principais de Macau, durante décadas, também foram criadas várias escolas luso-chinesas (ex: Escola Primária Oficial Luso-Chinesa Sir Robert Ho Tung, Escola Primária Luso-Chinesa Tamagnini Barbosa) em que nunca chegaram a atingir os resultados desejados. As escolas Hou Kong, Pui Ching, Kao Yip e Pui Tou são alguns dos nomes mais conhecidos das dezenas de escolas chinesas existentes em Macau. Para o estudo da língua inglesa, as mais bem referenciadas são Colégio de Santa Rosa de Lima e Escola "Sacred Heart".

[editar] Universidades

A maior e mais antiga universidade é a Universidade de Macau, que foi criada em 1981 como instituição privada e passou a universidade pública em 1991. Várias outras instituições de ensino superior foram posteriormente criadas, designadamente a Universidade de Ciência e Tecnologia.

[editar] Desporto

O futebol é o desporto mais praticado no território e o que tem mais amantes. Dado a existência de poucos campos e pelados de dimensões de futebol de 11, sendo eles o do: Canídromo, Táp Seac, antigo Campo dos Operários (hoje demolido para a construção do "Grand Hotel Lisboa"), Canal dos Patos e Estádio da Taipa e anexo; existe em Macau o futebol jogado a 7, ao qual se denominou de "Bolinha", praticado em campos de menor dimensão como o existente no Colégio D.Bosco.

Clubes de futebol de pequena dimensão, como a "Enfermagem", constituído com atletas chineses, macaenses e portugueses, são um exemplo da união inter-racial que o Desporto sempre proporcionou e do espírito de tolerância entre as diversas comunidades de Macau. A modalidade de futebol de salão ( futsal ) é também uma das mais praticados pela juventude macaense.

O hóquei em campo e a pelota basca foram outros desportos que tiveram a sua dimensão em Macau, mas que com o tempo se perderam a sua glória e praticamente desapareceram.

O hóquei em patins, muito por influência da comunidade portuguesa, ainda prevalece no território macaense como uma boa alternativa de desporto para muitos jovens, além de ténis de mesa, badminton, basquetebol e voleibol.

As modalidades relacionadas com artes marciais como o Kung Fu, Karaté, Judo e Taekwondo são muito populares e têm muitos adeptos. A maioria da população mais idosa, principalmente chinesa, opta por praticar Tai Chi, como desporto de manutenção.

[editar] Eventos desportivos

Macau organizava muitos eventos e competições desportivas locais. A nível regional e internacional, Macau organizou, em 2005, os Jogos da Ásia Oriental e, em 2006, os 1º Jogos da Lusofonia.

[editar] Grande Prémio de Macau

Uma das atracções de Macau é o Grande Prémio de Macau, uma série de espectaculares corridas de automóveis e motociclos, desde a corrida dos carros clássicos, passando pelos Super-Cars até à Fórmula 3 (a mais esperada).

Todos os meses de Novembro, e desde o ano de 1954, os melhores pilotos do mundo são convidados a participar num dos circuitos mais emocionantes e perigosos do Mundo. Trata-se de um circuito que percorre o meio da cidade, intercalando longas rectas (Porto Exterior) com as sinuosas curvas do monte da Guia. A curva do Hotel Lisboa é o local onde mais acidentes são registados.

Os pilotos mais famosos que passaram neste circuito foram: Ayrton Senna, Michael Schumacher, Mika Hakkinen, David Coulthard e Ralf Schumacher. Muitos deles usaram o circuito de Macau como trampolim para a Fórmula 1. O piloto chinês Michael Kwan, na prova de Super Cars, é um dos que mais vezes venceu em Macau, tendo inclusivé participado numa das corrida com um recém-fabricado Ferrari F50.

Contudo, a dificuldade do circuito e a inexistência de escapatórias têm provocado algumas mortes desde a criação das competições principalmente em motociclos.

Durante os quatro dias de competição, a cidade inteira pára para assistir.

[editar] Cidades gémeas de Macau

Macau estabeleceu laços a vários níveis (cultural, económico, político...) com estas cidades gémeas.

[editar] Ligações externas

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