Força Aérea Brasileira
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A Força Aérea Brasileira - FAB, também conhecida como Aeronáutica, é uma das três forças armadas do Brasil. É a maior força aérea da América Latina em contigente, número de aviões e poder de fogo.
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[editar] História
Em 1939, no início da II Guerra Mundial, a forma como se desenvolviam os combates no além-mar surpreendeu e revelou o despreparo das forças armadas brasileiras para enfrentar as exigências do conflito. Somando-se às carências materiais típicas de um país com insuficiência de recursos financeiros, havia ainda toda uma organização militar estruturada nos moldes da I Guerra Mundial. Era preciso mudar.
Embora o debate em torno da criação de uma força aérea única, fundindo as já existentes aviações do Exército e da Marinha, assim como a criação de um ministério exclusivo para gerenciar a aviação brasileira, viesse ocorrendo desde o início dos anos 1930, a guerra na Europa acabou por reforçar essa tendência, consolidando a idéia de que era preciso centralizar os meios aéreos do país. O desperdício e os problemas decorrentes de um gerenciamento em separado de múltiplas aviações, militares e civis, constituiu-se num dos principais argumentos em favor da criação do Ministério do Ar.
Finalmente, após amplo debate e campanhas na imprensa, Getúlio Vargas, em 20 de janeiro de 1941, assinou o Decreto 2961, criando o Ministério da Aeronáutica e estabelecendo a fusão das forças aéreas do Exército e da Marinha numa só corporação, denominada Forças Aéreas Nacionais. Pouco depois, em maio de 1941, um novo decreto mudou o nome da recém nascida força aérea para Força Aérea Brasileira, FAB, nome que permanece até os dias de hoje.
A Força Aérea Brasileira obteve seu batismo de fogo durante a II Guerra Mundial participando da guerra anti-submarino no Atlântico Sul e, na Europa, como integrante da Força Expedicionária Brasileira que lutou ao lado dos Aliados na frente italiana.
Foram enviadas para a Itália duas unidades áereas da FAB, o 1º Grupo de Aviação de Caça, o Senta Pua!, e a Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO).
Em 9 de novembro de 2003, foi inaugurado em Pianoro, Itália, mais precisamente no distrito de Livergnano, uma placa em homenagem ao 2º Tenente-Aviador John Richardson Cordeiro e Silva, primeiro piloto da FAB abatido em combate, e a todos os demais integrantes da Força Aérea que estiveram lutando na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. A placa foi agregada ao monumento já existente em homenagem aos que morreram combatendo os fasci-nazistas na guerra. A localidade de Livergnano foi escolhida por ter sido o local onde a aeronave de caça do Ten Cordeiro, um P-47 Thunderbolt, foi abatida em 6 de novembro de 1944, pela temida Flak, bateria antiaérea alemã, no regresso de uma missão de combate no norte da Itália.
[editar] Organização e estrutura
A Força Aérea Brasileira é subordinada ao Ministério da Defesa do Brasil.
O comando militar da força é exercido pelo Comando da Aeronáutica - COMAER, ao qual estão subordinados quatro Comandos-Gerais, dois Departamentos e diversos outros órgãos relacionadas com o funcionamento e administração da aviação brasileira, tanto civil como militar, e da pesquisa e desenvolvimento aeroespacial.
Os quatro Comandos Gerais são:
E os dois Departamentos são:
[editar] Comando de Operações Aéreas - COMGAR
É ao Comando de Operações Aéreas - COMGAR que estão subordinadas as unidades aéreas, bases aéreas e órgãos afins. Ou seja, o COMGAR é o braço armado da Força Aérea Brasileira.
Na estrutura do COMGAR, as unidades aéreas são agrupadas em quatro forças aéreas, a saber:
-
- I Força Aérea ou I FAe, com sede na cidade de Natal. Engloba as unidades de preparação avançada de pilotos da FAB.
-
- II Força Aérea ou II FAe, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Engloba as unidades de asas rotativas (helicópteros) e as unidades de busca e salvamento, patrulha marítima e de apoio a Marinha em geral.
-
- V Força Aérea ou V FAe, com sede na cidade do Rio de Janeiro. É responsável pelas unidades de transporte, reabastecimento em vôo (REVO), lançamento de pára-quedistas e apoio a unidades do Exército.
Obs: A IV Força Aérea está temporariamente desativada.
As bases aéreas, por sua vez, estão organizadas através de uma divisão regional do território brasileiro, onde cada região (num total de sete) fica subordinada a um Comando Aéreo Regional - COMAR. São eles:
-
- II COMAR, com sede em Recife e jurisdição sobre os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
-
- III COMAR, com sede no Rio de Janeiro e jurisdição sobre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
-
- IV COMAR, com sede em São Paulo e jurisdição sobre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
-
- V COMAR, com sede em Canoas e jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
-
- VI COMAR, com sede em Brasília e jurisdição sobre o Distrito Federal e os estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins.
[editar] Bases aéreas
As principais bases aéreas da Força Aérea Brasileira são:
- Base Aérea dos Afonsos - BAAF
- Base Aérea de Anápolis - BAAN
- Base Aérea de Boa Vista - BABV
- Base Aérea de Belém - BABE
- Base Aérea de Brasília - BABR
- Base Aérea de Campo Grande - BACG
- Base Aérea de Canoas - BACO
- Base Aérea de Florianópolis - BAFL
- Base Aérea de Fortaleza - BAFZ
- Base Aérea do Galeão - BAGL
- Base Aérea de Manaus - BAMN
- Base Aérea de Natal - BANT
- Base Aérea de Porto Velho - BAPV
- Base Aérea de Recife - BARF
- Base Aérea de Santa Cruz - BASC
- Base Aérea de Santa Maria - BASM
- Base Aérea de Salvador - BASV
- Base Aérea de Santos - BAST
- Base Aérea de São Paulo - BASP
[editar] Classificação e designação das aeronaves
Para classificar suas aeronaves, a Força Aérea Brasileira utiliza, com pequenas diferenças, o mesmo código da Força Aérea dos Estados Unidos - USAF.
As siglas da FAB para indicar os diferentes tipos de aeronaves são:
- A - avião de ataque.
- C - avião de transporte.
- F - avião de caça (combate, interceptação, superioridade aérea).
- H - helicóptero.
- K - avião de reabastecimento aéreo.
- L - avião de ligação e observação.
- P - avião de patrulha.
- R - avião de reconhecimento, alerta antecipado, sensoriamento remoto, levantamento aerofotogramétrico.
- S - avião de busca-e-salvamento.
- T - avião de treinamento.
- U - avião de emprego geral (utilitário).
- Z - planador.
Para aviões de funções múltiplas ou diferenciadas as siglas são:
- AT - avião de treinamento com capacidade da ataque.
- CH - helicóptero de transporte.
- EC - avião de transporte modificado para cumprir missões eletrônicas.
- EU - avião de emprego geral (utilitário) modificado para cumprir missões eletrônicas.
- KC - avião de transporte equipado também como reabastecedor aéreo.
- RC - avião de transporte equipado também para missões de reconhecimento.
- RT - versão de reconhecimento de avião de treinamento.
- SC - versão de busca-e-salvamento de avião de transporte.
- TZ - planador de treinamento.
- UH - helicóptero de emprego geral.
- UP - versão utilitária de avião de patrulha.
- VC - avião de transporte executivo.
- VH - helicóptero de transporte executivo.
- XC - versão laboratório de avião de transporte.
A designação individual das aeronaves segue um código numérico. Cada aeronave possui um número de matrícula, na casa de milhar, de acordo com o critério abaixo:
- 0 e 1 - aviões de treinamento (AT, RT, T)
- 2 - aviões de transporte, reconhecimento ou emprego geral (C, EC, KC, R, RC, U, VC, XC)
- 3 - aviões de ligação e observação (L)
- 4 - aviões de caça (F)
- 5 - aviões de ataque (A)
- 6 - aviões de busca-e-salvamento (S, SC)
- 7 - aviões de patrulha (P)
- 8 - seguido de algarismos diferentes de 0 e 1, helicópteros (H, CH, TH, UH, VH)
Obs: o milhar 5, anteriormente reservado aos aviões bombardeiros, passou, desde a entrada em serviço dos jatos A-1 (EMBRAER AMX) em 1989, para os aviões de ataque.
[editar] Efetivo
Desde 1982 foi permitido a mulheres ingressarem na Aeronáutica.
Em julho de 2005, a Força Aérea Brasileira contava com o efetivo de 73.500 pessoas, sendo 66.020 militares e 7480 civis.
O efetivo militar era assim distribuído:
- Homens: 61.880 (93,74%)
- Mulheres: 4.140 (6,27%)
Onde são:
- Oficiais: 8.416 (12,75%)
- Suboficiais e Sargentos: 25.437 (38,53%)
- Cabos, Soldados e Taifeiros: 29.064 (44,02%)
- Alunos: 3.103 (4,7%)
[editar] Meios Aéreos Atuais
- 1 Airbus A 319 ACJ VC-1 -- VIP
- 10 BAe-125-400 -- CAL/VIP
- 2 Bell 206B Jet Ranger -- U
- 42 Bell Iroquois SH/UH-1H -- A/SAR/U
- 4 Boeing 707 KC-137 -- T/RV/VIP
- 2 Boeing 737-200 -- VIP
- 12* EADS/CASA C-295 -- T
- 7/10 Cessna 208 Caravan I/II -- T/U
- 10/2** Dassault Mirage 2000C/B -- C/I/TR
- 10 DHC-5A Buffalo -- T
- 99** Embraer ALX Super Tucano A-29A/B -- A/TR
- 107 Embraer 312 Tucano T-27 -- A/L/TR/DEM
- 53 Embraer AMX A-1A/B -- A/R
- 30 // 12 Embraer 326GB Xavante // Atlas Impala Mk I/II -- A/TR
- 5/3 Embaer 145 R-99A/B -- AEW/SR
- 10 Embraer 145 C-99 -- T/VIP
- 23 Embraer 120 Brasilia C/VC-97 -- T/VIP
- 90 Embraer 110 Bandeirante C-95 -- CAL/F/SAR/T
- 19 Embraer 111 Bandeirulha P-95 -- EM
- 6 Embraer 120 Xingu -- VIP
- 9 Embraer 810 Seneca II/III -- L/U
- 2 Embraer 201 Ipanema Rebocador -- REB
- 10/1 Eurocopter AS-332 Super Puma CH-34 -- T/VIP
- 9/3 Gates Learjet VC/R-35A -- VIP/F
- 1 Gates Learjet VC-55 -- VIP
- 1 Glasflugel Standard Libelle 201B -- PLA
- 4 Hawker 800XP -- CAL
- 25 Helibras HB-350B Esquilo -- L/SAR/T
- 3 Helibras HB-355 Esquilo Biturbina -- U/VIP
- 3/4/2 LETBlanick L-13/L-23/L-33 Solo -- PLA/TR
- 23 Lockheed C/KC-130E/H Hercules -- SAR/T/RV
- 8* Lockheed P-3BR Orion -- EM/ASW
- 21 Neiva Regente U-42 -- L/U
- 96 Neiva Universal T-25C -- TR
- 49/6 Northrop F-5E/F (M)*** Tiger II -- A/C/TR
- 1 Schleicher ASW-20 -- PLA
- 6** Sikorsky S-70 Black Hawk SH-60 -- C-SAR
*encomendados - **encomendados (entrega em andamento) - ***todos sendo modernizados para o padrao M
[editar] Esquadrões Aéreos
Código - Apelido - Base de operações - Aeronaves
1ºGDA - Jaguar - BAAN - F-2000A/B 1º/1°Gav - Jambock - BASC - F-5E 2°/1ºGav - Pif-Paf - BASC - F-5E 1º/3°Gav - Escorpião - BABV - A-29 2º/3°Gav - Grifo - BAPV - A-29 3º/3°Gav - Flecha - BACG - A-29 1º/4°GAv - Pacau - BANT - AT-26 1°/5ºGAv - Rumba - BAFZ - C-95 2º/5°GAv - Joker - BANT - AT-29 1°/6ºGAv - Carcará - BARF - R-35, R-95 2°/6°GAv - Guardião - BAAN - R-99A, R-99B, C-98B 1°/7°GAv - Oruagan - BASV - P-95B 2°/7°GAv - Phoenix - BAFL - P-95B 3°/7°GAv - Netuno - BABE - P-95A 4°/7°GAv - Cardeal - BASC - P-95A 1°/8ºGAv - Falcão - BABE - UH-1H 2°/8ºGAv - Poti - BARF - UH-50 3°/8ºGAv - Puma - BAAF - CH-34, L-42 5°/8ºGAv - Pantera - BASM - UH-1H 7°/8ºGAv - Hárpia - BASM - UH-1H, UH-60A 1°/9ºGAv - Arara - BAMN - C-105A 1°/10ºGAv - Poker - BASM - RA-1A 2º/10ºGAv - Pelicano - BACG - SC-95B, UH-1H 3º/10ºGAv - Centauro - BASM - A-1A/B 1º/11ºGAv - Gavião - BANT - UH-50 1°/14°GAv - Pampa - BACO - F-5EM/FM 1°/15°GAv - Onça - BACG - C-95B 1°/16ºGAV - Adelphi - BASC - A-1A/B 1ºGEIV - Aeroporto Santos Dumont (RJ) - EC-95, EU-93 1º/1ºGTE - BABR - VC-1A, VC-96, VH-55, VH-34 2º/1ºGTE - BABR - C-99C, VU-93, VU-35A 1º/1ºGT - Gordo - BAGL - C-130H 1º/2ºGT - Condor - BAGL - C-99A 2º/2ºGT - Corsário - BAGL - KC-137 1°/1°GTT - Coral - BAAF - C-130H 2°/1°GTT - Cascavel - BAAF - C-130H 1ºETA - Tracajá - BABE - C-95, C-98 2ºETA - Pastor - BARF - C-95A 3ºETA - Pioneiro - BAGL - C-95A, C-97A 4ºETA - Carajá - BASP - C-95A 5ºETA - Pégaus - BACO - C-95B 6ºETA - Guará - BABR - C-95C, VU-9, VC-97A 7ºETA - Cobra - BAMN - C-95A, C-98A/B, VC-97A
[editar] Veja também
- Exército Brasileiro
- Marinha do Brasil
- Força Expedicionária Brasileira
- Escola Preparatória de Cadetes do Ar
[editar] Ligações externas
- Força Aérea Brasileira (site oficial)
- Museu Aeroespacial
- Esquadrilha da Fumaça
- História da Força Aérea Brasileira (site não oficial)
- Academia da Força Aérea Brasileira
- Portal Oficial da Aviação Civil Brasileira (ANAC)
- Instituto Tecnólogico de Aeronáutica - ITA
- BaseMilitar Web Magazine - Banco de Dados de Aeronaves Militares Brasileiras
- História da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial (site não oficial)
- BaseMilitar Web Magazine - Artigos sobre a Força Aérea Brasileira
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