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Leonel Brizola - Wikipédia

Leonel Brizola

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Leonel Brizola
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Leonel Brizola

Leonel de Moura Brizola[1] (Carazinho, 22 de janeiro de 1922Rio de Janeiro, 21 de junho de 2004) foi um influente e carismático político esquerdista brasileiro, lançado na Política por Getúlio Vargas. Brizola foi o único homem na história republicana do Brasil a governar dois estados diferentes (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro). Foi também presidente de honra da Internacional Socialista.

Nascido no vilarejo de Cruzinha, hoje Carazinho, mas então pertencente ao município de Passo Fundo, Brizola foi prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul, deputado federal pelo extinto estado da Guanabara, e duas vezes governador do Rio de Janeiro. Sua influência política no Brasil durou aproximadamente cinqüenta anos, inclusive enquanto exilado pelo Golpe de 1964, contra o qual foi um dos líderes da resistência. Por duas vezes foi candidato a presidente do Brasil, sem sucesso, e fundou um partido político (o PDT). Morreu aos 82 anos de idade vitimado por problemas cardíacos.

Índice

[editar] Vida política

A vida política de Brizola pode ser dividida em três fases: antes do Golpe de 1964, vida no exílio e pós-anistia.

Vida política antes do Golpe de 1964

Ingressou na política partidária no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tendo assumido sua primeira candidatura a cargo eletivo por recomendação pessoal de Getúlio Vargas – seu padrinho de casamento.

Brizola também era cunhado de João Goulart, e exerceu certa influência política durante o mandato deste. Diz-se que Brizola, por muito tempo, chegou a pressionar Goulart para ser nomeado Ministro da Fazenda, e que suas pretensões eleitorais (bem como de outros líderes da esquerda, como Miguel Arraes) tenham sido um dos ignitores do Golpe de 1964. Brizola não se furtava de usar a frase "Cunhado não é parente, Brizola pra presidente" como slogan pré-eleitoral (na época, havia lei que impedia que parentes do presidente concorressem à sua sucessão). De fato, uma pesquisa sobre as preferências do eleitorado para uma eventual eleição para a Presidência da República apontava Brizola liderando com um total de 27% das intenções de voto, sendo seguido por Juscelino e Lacerda com 22% e 20% respectivamente. Este dado aponta a grande popularidade que Brizola vinha adquirindo no estado da Guanabara, tido como o líder mais preeminente da esquerda. (9)

A renúncia de Jânio Quadros

Era governador do Estado do Rio Grande do Sul quando da renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Comandou a resistência civil às pretensões dos militares e segmentos da classe política de impedirem a posse do vice-presidente constitucionalmente eleito, ocasião em que deflagrou a chamada "Campanha da Legalidade" (veja abaixo).

Diversas emissoras de rádio, espalhadas pelo Brasil inteiro, passaram a retransmitir, voluntariamente, os inflamados discursos e manifestações do então governador do Rio Grande do Sul em defesa da manutenção da fórmula constitucional na sucessão presidencial em uma extensa rede radiofônica que ficou conhecida como a "Cadeia da Legalidade" . Alguns anos depois, já como deputado federal, Brizola passou a viajar pelo país para promover debates e conferências democráticas; numa dessas conferências, em Belo Horizonte, foi impedido de falar por um grupo de senhoras religiosas (o que o levou a sugerir que a democracia não se acovardaria frente a rosários, causando certo mal estar num país extremamente católico como o Brasil). Era o prenúncio do golpe militar de 1964, que teria como centro irradiador Minas Gerais.

O governo Jango

Ainda governador do Rio Grande do Sul, Brizola se elegeu deputado federal pela Guanabara, em 1962, pelo PTB. Recebeu a maior votação no país até aquela data, com um total de 269 mil votos.

Durante seu mandato na câmara, Brizola lutou para que o governo Jango adotasse as reformas de base, que tocavam em temas polêmicos que seriam símbolo de sua carreira política (como a limitação da remessa de lucros ao exterior e a Reforma agrária). Tornou-se também um dos líderes da Frente de Mobilização Popular.

Em 1963, Brizola conclamou a população a se organizar em grupos de onze pessoas, movimento que ficou conhecido como "grupos dos 11", para pressionar o governo a realizar mais rapidamente as reformas de base. Naquele tempo Brizola e outros grupos de esquerda estavam afastados do presidente, por julgar que ele tentava conciliar demais com as forças conservadoras.

No ano de 1964, o Brasil se polarizaria entre a esquerda, com líderes carismáticos como Brizola e Jango, e a direita, com apoio do Exército e da Igreja. No dia 13 de março, Jango promoveu um grande comício em frente a Central do Brasil (que ficou conhecido como Comício das Reformas ou Comício da Central [2], no Rio de Janeiro, onde Brizola fez um discurso, em sua retórica inflamada, que acusava o Congresso de ir contra as aspirações populares, pedindo uma Assembléia Constituinte. Neste comício foram defendidas as reformas de base.

Nessa época, Brizola era fortíssimo candidato a presidência do Brasil, o que, devido ao radicalismo de suas propostas, assustava parte conservadora da nação. Era o perigo comunista, anunciado pelos que temiam um golpe que estabeleceria um governo no estilo cubano.

Em 31 de março de 1964, os militares e políticos conservadores depõem Jango do poder, instaurando uma ditadura militar que mudaria o país de muitas formas. É o Golpe de 1964

Os dias seguintes ao golpe

Brizola tentou organizar uma resistência ao golpe a partir do Rio Grande do Sul, para onde se dirigiu João Goulart no dia 2 de abril de 1964; Jango preferiu não ouvir os conselhos de Brizola e Gal. Ladário, que desejavam a luta armada e preferiu sair do Brasil rumando para o exílio no Uruguai. Sem apoio Brizola também foi para lá, onde viveu alguns anos, até ser perseguido naquele país, por intervenção dos ditadores brasileiros. Seu nome estaria na primeira lista de cassados possibilitada pelo pelo Ato Institucional Número Um, em 10 de abril de 1964, junto com 102 pessoas, incluindo João Goulart, Jânio Quadros, Luís Carlos Prestes e Celso Furtado.

Vida no exílio

No Uruguai, Brizola, talvez após ter recebido algum dinheiro de Cuba, fato ainda controverso de sua história política e pessoal, acabou se tornando um ponto focal para o encontro de outros descontentes com o regime militar. Assim que chega, já reúne todos os exilados em um cinema e faz um discurso inflamado [3], iniciando a organização do grupo de exilados e criando o embrião do que viria se tornar o Movimento Nacionalista Revolucionário, possivelmente o desencadeador da luta armada no Brasil [4].

Em janeiro de 1965, Brizola teria assinado o Pacto de Montevidéu, que criava uma frente revolucionária, a Frente Popular de Libertação. Teriam assinado também Max da Costa Santos, José Guimarães Neiva Moreira, Darcy Ribeiro e Paulo Schilling, além de representantes da Ação Popular (AP), com Aldo Arantes, do Partido Comunista Brasileiro (PCB), com Hércules Correia dos Reis, do Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT), com Cláudio Antônio Vasconcelos Cavalcanti, e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). [5]A Frente, que deveria organizar ações de sabotagem e guerrilha, não chegou a nenhum resultado prático [6].

Segundo esta fonte, sua estratégia incluía iniciar três focos de guerrilha simultâneos: no norte do Rio Grande do Sul, sob a liderança de Amadeu Felipe da Luz Ferreira, ex-sargento, no centro do Brasil, sob a liderança de Flávio Tavares, e no Mato Grosso, sob a liderança de Dagoberto Rodrigues. O grupo de Amadeu acabaria transferido para Caparaó, região da Serra do Mar,onde se organizou mas acabou se rendendo sem combates [7].

Já em 1967 o MNR estava destroçado pela repressão e se dissolveria, indo parte de seus militantes para a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e outra fundando o Movimento Armado Revolucionário (MAR) [8].

Segundo Darcy Ribeiro [9], Brizola continuaria no Uruguai tentando organizar a luta armada contra a ditadura, até ser expulso e conseguir asilo, surpreendentemente, nos Estados Unidos e depois em Lisboa, onde iniciaria os contatos com Internacional Socialista, com o apoio de Mário Soares, e plantaria a semente do futuro PDT.

Pós-anistia

Com a anistia brasileira de fins da década de 1970, retornou ao Brasil. Com a reversão do sistema bipartidário antes imposto pelo regime militar, Brizola quis assumir a antiga legenda PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), mas perdeu a disputa do registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral - TSE para Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio. Fundou, então, juntamente com outros trabalhistas históricos e novos simpatizantes, o PDT. O partido viria a se juntar à Internacional Socialista em 1986, quando Brizola foi elevado a vice-presidente da entidade. (Poucos meses antes de morrer, Brizola foi feito presidente de honra da IS).

Na primeira eleição de que participa, Brizola é eleito governador do Rio de Janeiro. A eleição vinha sendo disputada por Sandra Cavalcanti e Miro Teixeira (e seus Luas Preta), que perdem a força com a entrada de Brizola no páreo.

Também ficou famoso pela construção de CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública). Os CIEPs são escolas populares de ensino fundamental e médio em que - além da educação formal e apoio pedagógico - os alunos recebiam também todas as refeições, do desjejum ao jantar. Tal política ganhou popularidade, tanto que os CIEPs receberam a alcunha de Brizolões. Tais escolas foram situadas preferencialmente junto a regiões densamente habitadas pelas classes populares, em zonas periféricas (bairros pobres e favelas, tradicionais redutos eleitorais de Brizola). A construção de CIEPs foi sua principal bandeira política durante muitos anos. Os CIEPs foram concebidos por Darcy Ribeiro, seu amigo pessoal e aliado político, então seu vice-governador. Outra realização, pouco conhecida fora do Rio Grande do Sul e das atuais gerações, foi a construção de mais de seis mil escolas durante seu mandato de governador 1958/1962.

Embora tenha sido um dos mais exaltados opositores do presidente Collor e sua política, principalmente no tocante às privatizações, estabeleceu relações cordiais com o presidente, justificando-as como necessário relacionamento respeitoso entre um governador de estado e o presidente, em face dos interesses da administração pública.. Foi um crítico severo da CPI que investigava o esquema de Paulo César Farias pelas vinculações que os integrantes da CPI atribuíam entre o esquema PC e presidente da República e afirmava que o presidente estava sofrendo um golpe. Esse fato causou um desgaste enorme para Brizola junto ao eleitorado brizolista e às lideranças políticas. Após isso, Brizola não conseguiu mais vitórias políticas pessoais, perdendo todas as eleições que disputou pessoalmente desde então.

Em 1998, apoiou o candidato vitorioso ao governo do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. Em 31 de outubro de 1996, o Supremo Tribunal Federal determinou, a pedido do Procurador-Geral da República, o arquivamento de inquérito no 1171-QO/DF, por falta de provas, contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello.

[editar] O discurso brizolista

Brizola era facilmente reconhecido por sua forma de falar e por seu pensamento. Sua fala, carregada do sotaque e de expressões gaúchas que parecia cultivar, era quase que uma marca registrada. Não era difícil imitá-lo.

Sua retórica era inflamada. Não perdia oportunidade para criar caricaturas verbais de seus oponentes, como ao chamar Lula de Sapo Barbudo. Era um orador carismático e capaz de provocar reações fortes entre partidários e inimigos (como o Golpe de 1964). Seu discurso foi historicamente consistente, baseado em poucos mas importantes pontos, como a importância da educação (principalmente das crianças) e o problema da perdas internacionais, devido ao pagamento da dívida externa e envio de lucros ao exterior. Durante toda sua vida defendeu princípios semelhantes às reformas de base, que acabaram por derrubar João Goulart e tornaram a ele mesmo um dos políticos mais temidos pelo conservadorismo brasileiro.

[editar] Realizações

A Campanha da Legalidade
Ver artigo principal: Campanha da Legalidade.

Durante os anos 60 Brizola viveu seu maior momento na vida pública brasileira. Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros havia renunciado ao cargo, enquanto João Goulart, vice-presidente, estava em visita à China. O Brasil viveu momentos de instabilidade nunca vistos desde 1954. Os militares, sob influência direta dos Estados Unidos, que temiam ver no Brasil um governo de linha popular-esquerdista, possivelmente uma nova Cuba, impediram o vice-presidente de assumir o cargo, como estipulava a lei.

Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, inicia então um movimento de resistência, pregando a legalidade, ou seja, a posse de Jango (como João Goulart ficou conhecido). Brizola falava ao povo pela rádio Guaíba e iniciou o movimento denominado a rede da legalidade. Os discursos de Brizola eram transmitidos a partir de um estúdio montado no porão do palácio, sob orientação do engenheiro Homero Simon, que cuidou para que rádios do interior retransmitissem a programação. Em ondas curtas, a legalidade alcançava ouvintes em outros estados.

De fato, em 27 de agosto Brizola faz o seguinte discurso:

"O Governo do Estado do Rio Grande do Sul cumpre o dever de assumir o papel que lhe cabe nesta hora grave da vida do país. Cumpre-nos reafirmar nossa inalterável posição ao lado da legalidade constitucional. Não pactuaremos com golpes ou violências contra a ordem constitucional e contra as liberdades públicas. Se o atual regime não satisfaz, em muitos de seus aspectos, desejamos é o seu aprimoramento e não sua supressão, o que representaria uma regressão e o obscurantismo.

A renúncia de Sua Excelência, o Presidente Jânio Quadros, veio surpreender a todos nós. A mensagem que Sua Excelência dirigiu ao povo brasileiro contém graves denúncias sobre pressões de grupos, inclusive do exterior, que indispensavelmente precisam ser esclarecidas. Uma nação que preza a sua soberania não pode conformar-se passivamente com a renúncia do seu mais alto magistrado sem uma completa elucidação destes fatos. A comunicação do Sr. Ministro da Justiça apenas notifica o Governo do Estado da renúncia do Sr. Presidente da República.

Por motivo dos acontecimentos, como se propunha, o Governo deste Estado dirigiu-se à Sua Excelência, o Sr. Vice-Presidente da República, Dr. João Goulart, pedindo seu regresso urgente ao País, o que deverá ocorrer nas próximas horas.

O ambiente no Estado é de ordem. O Governo do Estado, atento a esta grave emergência, vem tomando todas as medidas de sua responsabilidade, mantendo-se, inclusive, em permanente contato e entendimento com as autoridades militares federais. O povo gaúcho tem imorredouras tradições de amor à pátria comum e de defesa dos direitos humanos. E seu governo, instituído pelo voto popular - confiem os rio-grandenses e os nossos irmãos de todo o Brasil - não desmentirá estas tradições e saberá cumprir o seu dever."

Como os militares não cediam, e Brizola também não, a situação ficou grave. Brizola se entricherou no palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Mobilizou a brigada militar e distribuiu armas para a população resistir. Brizola convocou a população, e milhares de pessoas foram às ruas para garantir a posse de Jango.

Em 28 de agosto, com a população de prontidão em frente ao palácio, e sabendo das ordens das forças armadas para atacar Brizola, os oficiais do exército caminham de encontro ao povo. No entanto, o Marechal Machado Lopes, comandante do III exército, não ataca como ordenado e adere ao movimento, comunicando a Brizola que iriam apoiar a posse de Jango.

Em 29 de agosto, o governo dos militares chegou a programar um ataque com aviões ao palácio Piratini. Era ordem para matar Brizola e todos os que estivessem com ele. No entanto, o ataque foi sabotado pelo próprio pessoal de controle das forças armadas. O III exército invadiu então a base de Canoas e destituiu o brigadeiro Aureliano Passos.

Paralelo a tudo isso, era negociada uma solução política para evitar uma crise maior, no congresso nacional. Destacou-se a figura de Tancredo Neves, que havia sido ministro de Getúlio Vargas. Então, em 2 de setembro, é aprovada uma emenda constitucional (número 4) alterando o regime de governo para o parlamentarismo. Com os poderes de Jango limitados ao de um chefe de estado e não de governo, os militares enfim aceitam sua posse.

Em 5 de setembro João Goulart retorna ao Brasil, tomando posse em 7 de setembro de 1961.

Brizola elegeu-se deputado federal pela Guanabara em 1962. Em 1963, a 6 de janeiro, o povo escolheu o presidencialismo como forma de governo, derrotando o parlamentarismo com uma vantagem de dez milhões de votos contra dois milhões, aproximadamente.

No entanto, em 1 de abril de 1964, os militares golpistas tomariam o poder.

Como secretário de Obras
  • Ponte sobre o Guaíba
  • Ponte sobre o rio Pardo
  • Reaparelhamento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER).
  • Ampliação e construção de estradas
  • Estação Ferroviária Diretor Augusto Pestana, em Porto Alegre
  • Implantação do trem diesel Minuano
  • Melhorias no Aeroporto Salgado Filho
  • Reequipamento do Departamento Aeroviário do Estado
  • Reaparelhamento do Departamento de Portos, Rios e Canais
  • Implantação de 23 portos lacustres e fluviais
  • Construção de 40 hidráulicas no interior do Estado
  • Início da construção de grande número de Escolas Públicas.
Como prefeito de Porto Alegre
  • Construção de 137 escolas primárias para 35mil;
  • Canalização de água em todas as Vilas Populares;
  • Implantação de 110km de rede de água
  • Implantação de mais de 80 km de rede esgoto
  • Construção da Hidráulica São João e aumento das hidráulicas Moinhos de Vento e Cristo Redentor
  • Remodelação, alargamento e iluminação de avenidas;
  • Dragagem e aterro do rio Guaíba;
  • Renovação da frota de ônibus públicos;
  • Implantação dos ônibus elétricos trolleybus;
  • Criação do Parque Saint-Hilaire;
  • Remodelação e construção de grande número de parques e campos populares de futebol
  • Criação do Programa Integrado de Reaparelhamento de Equipamentos Rodoviários;

[editar] Como governador do Rio Grande do Sul

Escolas

A principal realização de Brizola no Rio Grande do Sul (1959-1963) foi a multiplicação das escolas. Como governador do estado, repetiu, em escala estadual, o que já havia feito em seu mandato como prefeito de Porto Alegre. Multiplicou as salas de aula, criando uma rede de ensino primário e médio que antigiu os municípios mais distantes, inclusive nas zonas do pampa, de baixa densidade populacional, criando 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios, colégios e escolas normais, totalizando 6.302 novos estabelecimentos de ensino. Abriu 688.209 novas matrículas e admitiu 42.153 novos professores. Para possibilitar isso, houve mobilização da população e apoio dos prefeitos. As prefeituras cediam terreno e transporte, e mão de obra com os mutirões populares, ao passo que ao estado cabia o fornecimento dos recursos materiais e financeiros. Isso possibilitou a construção de muitas escolas em pouco tempo.

Estatização de empresas estrangeiras

Outra medida importante de Brizola foi a encampação das empresas estado-unidenses Bond and Share e ITT. Brizola tinha definido como meta dotar o Rio Grande do Sul de um milhão de KW e de um moderno sistema de comunicações. A Companhia Elétrica Riograndense, filial da Bond and Share, estava com a concessão vencida e não se dispunha a realizar novos investimentos, a menos que o governo aceitasse suas exigências de liberação das tarifas e concessão de mais 35 anos. Faltava energia para as indústrias e para a cidade de Porto Alegre.

Como não houve acordo, em 13 de maio de 1959, o diário oficial do Rio Grande do Sul publicou o decreto de expropriação da filial da Bond and Share, pelo preço simbólico de 1 cruzeiro, estabelecido abatendo-se do valor da empresa as contribuições populares espontâneas, na colocação de fios e postes, doações territoriais, indenização do pessoal, multas, remessa de lucros acima do legalmente permissível e a depreciação dos materiais. O estado depositou o dinheiro e solicitou a imissão de posse, acatada pelo juiz Borges Fortes, da fazenda pública.

O fato repercutiu nos Estados Unidos. O presidente Juscelino Kubitschek telefonou para Brizola para registrar o protesto do senador Assis Chateaubriand, que o havia procurado. Brizola revelou a contabilidade da empresa, que apresentava diversas fraudes. Criou-se uma crise de relacionamento entre Brasil e Estados Unidos.

Brizola concluiu que o Brasil sofria um processo que ele denominou de "perdas internacionais", por parte das organizações estrangeiras protegidas por seus países de origem. Com isso já em mente Brizola passou a enfrentar a Companhia Telefônica Riograndense, filial da ITT. Da mesma forma que a Bond and Share, a ITT estava com a concessão terminada, e exigia condições semelhantes para investir. As negociações duraram dois anos e ao final chegou-se a um acordo, estabelecendo a criação de uma sociedade de economia mista, com participação do governo (25%), da ITT (25%) e dos usuários (50%). Havia ainda a questão do valor do acervo da ITT, e para isso a ITT e o governo designaram dois árbitros, que escolheriam um terceiro caso houvesse necessidade. Brizola indicou um inimigo político, da UDN, o Professor Luiz Lessengnieu de Farias, diretor da Faculdade de engenharia, enquanto a ITT indicou o Engenheiro Frederico Rangel. Brizola considerou alta a avaliação, mas não se manifestou. Porém, após dois meses a ITT mudou sua direção, afastou seu vice-presidente e exigiu novas negociações, alegando que o laudo não era satisfatório. Brizola anunciou a exproporiação dos bens da companhia, com base no valor avaliado pelos ábritros, mas descontando o que havia sido doado pelo governos para composição da rede e os lucros remetidos ilegalmente para o exterior. O poder judiciário autorizou a imissão de posse.

Novamente o fato repercutiu nos Estados Unidos, cujo governo reclamou junto ao Brasil. Brizola se reuniu então no Itamaraty com o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Roberto Campos, seu secretário de justiça, Francisco Brochado Rocha, o ministro San Thiago Dantas e Lincoln Gordon, embaixador dos Estados Unidos. Brizola exigiu que da reunião não participassem os representantes da ITT, o que foi atendido cinco minutos depois.

Licoln Gordon afirmou que a empresa não concordava com a avaliação. Brizola retrucou que a avaliação havia sido feita dentro da lei, e que a empresa pudera rever o valor com uma ação no poder judiciário. Lincoln passou a argumentar que a avaliação teria que ser feita por peritos internacionais e não brasileiros, enquanto Brizola rebateu novamente, dizendo que a ITT havia concordado com a indicação dos árbitros e que a expropriação da empresa havia sido por decisão judicial. Lincoln Gordon disse então que o poder judiciário brasileiro era suspeito para julgar uma questão de tal natureza, e Brizola concluiu que dessa forma não havia mais o que discutir, no que foi apoiado por seu secretário de Justiça, que disse que o poder judiciário seria parte da soberania do país e que havia legitimidade para julgar uma empresa estrangeira operando no país.

A crise entre Brasil e Estados Unidos agravou-se e Brizola acabou se afastando do governo federal. Brizola ficou magoado com João Goulart ao tomar conhecimento do acordo feito entre os governos do Brasil e dos Estados unidos, contemplando as exigências da Bond and Share e da ITT, e dando empréstimo a juros baixos, pelo Banco do Brasil. O governo federal emcampou as companhias telefônicas do Rio de Janeiro e São Paulo, iniciando o projeto Embratel, a cargo do Departamento de Correios e Telégrafos.

Um anônimo entregou a Brizola uma cópia do acordo feito. Brizola encontrou-se com o ministro da Fazenda, San Thiago Dantas, que não o convenceu. Assim, no dia seguinte, Brizola foi à televisão denunciar o acordo de caráter lesivo aos interesses nacionais. Houve crise no governo. O ministério caiu, inclusive o ministro da guerra, Amaury Kruel, que havia sediado em sua casa a reunião do acordo. João Goulart suspendeu então o acordo. Porém, uma das primeiras medidas do governo do golpe militar de 1964 foi reativar o acordo, pagando ainda mais 10 milhões de dólares pelo atraso. O Brasil pagou ao todo, parceladamente, 470 milhões de dólares à empresa American Foreing Powers.

Reforma agrária

A constituição do Estado do Rio Grande do Sul garantia a entrega de terras aos agricultores, sempre que surgissem abaixo-assinados, com o mínimo de cem firmas, solicitando as terras. Brizola estimulou os abaixo-assinados em acampamentos de agricultores.

Com a criação o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária (IGRA) — houve a entrega de mais de catorze mil títulos a agricultores sem terra, destacando-se áreas de assentamento como Fazenda Sarandi, Banhado do Colégio, Caponé, Fazendas Itapoã, Taquari e Pangaré.

Na região de Sarandi acumularam-se mais de cinco mil pessoas numa área improdutiva de vinte mil hectares. Ergueram uma cruz com os dizeres "Acampamento João XXIII. Somos cristãos, queremos terras". Brizola mandou que os serviços do governo prestassem assistência médica e social, o que foi criticado por setores conservadores. Brizola foi ao local acompanhado de parlamentares, jornalistas, representantes de proprietários rurais, autoridades do judiciário e do III Exército. Já havia lá mais de dez mil pessoas, então. A comitiva ouviu a situação exposta pelos líderes do movimento, que aguardavam solução havia quinze dias. Brizola tomou a palavra e travou um diálogo amistoso com os líderes do movimento, fazendo perguntas que pudessem mostrar à comitiva a situação dos agricultores sem terra através de suas respostas, tais como:

  • "O que vocês estão fazendo aqui?"
  • "Estamos aqui para mostrar nossa miséria"
  • "Estão fazendo política?"
  • "Nossa política é a terra, governador."
  • "Vocês querem terra de presente?"
  • "Queremos terra para pagar com nosso trabalho."

A comitiva retornou a Porto Alegre e o governo desapropriou a terra por interesse social. O governo repetiu ações como essa em todo o estado, inclusive a região do Banhado do Colégio, próxima a Pelotas, onde havia um acampamento com mais de 10 000 pessoas, e Brizola compareceu com outra comitiva, incluindo o comandante do III Exército, Jair Dantas Ribeiro. Essa área transformou-se numa das mais produtivas do estado.

Apesar das críticas de setores conservadores, o processo foi conduzido de forma pacífica.

Outras realizações
  • Implantação da indústria Aços Finos Piratini;
  • Implantação da Refinaria de Petróleo Alberto Pasqualini;
  • Implantação da Açúcar Gaúcho S/A – AGASA, em região canavieira pobre do Estado;
  • Criação da Caixa Econômica Estadual;
  • Triplicação da produção de eletricidade do Estado, acabando com os racionamentos de energia;
  • Lançamento das Letras do Tesouro Estadual, que ficaram conhecidas como brizoletas, para viabilizar os investimentos sociais;
  • Criação do primeiro Zoológico do Rio Grande do Sul, em Sapucaia do Sul;
  • Criação de Distritos Industriais e do Programa de Incentivo ao Trigo;
  • Cria um programa radiofônico, veiculado às sextas-feiras à noite, para esclarecimento sobre a administração pública e prestação de contas;

[editar] Como governador do Rio de Janeiro

CIEPs

Centros Integrados de Eduação Pública. Principal projeto de Brizola em seus governos no Rio de Janeiro, foram idealizdos e planejados por Darcy Ribeiro na parte organizacional e por Oscar Niemeyer na concepção arquitetônica.

Escolas de tempo integral, que objetivavam tirar as crianças da rua durante o dia todo e que contavam também com os chamados "pais sociais", que eram funcionários que cuidavam de crianças residentes nos Cieps, além de atendimento médico e odontológico. Os Cieps forneciam refeições completas a seus alunos.

Os Cieps ficaram conhecidos como "brizolões". Em seu segundo governo, alguns Cieps passaram a ter piscinas, mas após o fim do governo Brizola, o modelo dos cieps foi abandonado e passaram a funcionar como escolas de meio turno.

No total, em seus dois governos, foram construídos mais de quinhentos Cieps.

Sambódromo carioca

Em 1983, o então governador, Brizola encomendou a Oscar Niemeyer o projeto de um local definitivo para os desfiles, já que até então as arquibancadas eram montadas na época do carnaval e depois desmontadas, e os desfiles mudavam de local devido a obras na cidade, constantemente.

O local escolhido foi a própria Marquês de Sapucaí, local dos últimos desfiles, que passou a ser usada exclusivamente para o desfile, ficando fechada para o tráfego. Foi inaugurada em 02 de março de 1984, com capacidade para 85000 pessoas, e passou a ser conhecido popularmente como 'sambódromo', embora seu nome oficial fosse Passarela do Samba. No primeiro ano de desfile na nova passarela, havia uma modificação nos desfiles, que no final da passarela, em forma de praça, deveriam conter uma 'apoteose'. O local, de fato, ficou conhecido como praça da apoteose. Essa prática foi abandonada nos anos seguintes, mas o nome ficou.

Em 18 de fevereiro de 1997 o nome foi mudado para Passarela Professor Darcy Ribeiro, em homenagem ao idealizador do projeto. O nome popular 'sambódromo' prevaleceu, no entanto.

Além das ecolas de samba, o Sambódromo abriga outras atividades. Durante o ano letivo funciona como escola. Na praça da apoteose e ao longo da avenida são realizados shows e eventos populares. E na mesma praça a apoteose funciona o museu do samba.

Linha Vermelha

Em 1992 o Brasil sediou a conferência Rio 92 que reuniu chefes de Estado do mundo todo para discutir temas relacionados ao meio ambiente. Preocupado com o deslocamento dos convidados entre o Aeroporto do Galeão e os hotéis da Zona Sul carioca Brizola deu início, em parceria com o governo federal, a construção da Linha Vermelha, via expressa com cerca de 21 km de extensão que liga a Via Dutra ao bairro de São Cristóvão. A via foi batizada inicialmente de avenida Tiradentes. Atualmente seu nome oficial é Via Expressa Presidente João Goulart.

Universidade Estadual do Norte Fluminense

Inaugurada em 1993, com sede em Campos dos Goitacazes e unidades em em Macaé (Petróleo e Gás), Itaperuna (Engenharia Agrária), Pádua (Veterinária) e Itaocara (Agricultura), é uma universidade modelada no MIT, com objetivo à formação de cientistas e tecnólogos. Suas instalações foram projetadas por Oscar Niemeyer.

Outras realizações
  • Fábrica de Escolas - responsável pela fabricação dos materiais pré-moldados para a construção de Cieps.
  • Contratação de mais de 36 mil professores em seu primeiro governo.
  • Criação do Serviço de Controle da Poluição Ambiental.
  • Recuperação dos estádios estaduais: Maracanã, Maracanãzinho, Parque Aquático Júlio de Lamare, Caio Martins e Estádio de Remo da Lagoa.
  • Ampliação em oito mil vagas no atendimento a crianças pelas escolinhas da SUDERJ.
  • Criação de projetos de frente de trabalho: Mutirão, Uma Luz na Escuridão e Rodoviário, com implantação de água, esgoto, luz e urbanização em favelas.
  • Realiza 500 mil novas ligações de água, 300 mil de esgotos e a drenagem de 500km de canais, além do saneamento da Baixada Fluminense.
  • Criação do camelódromo, para o comércio ambulante.
  • Legalização de 41 mil propriedades e entrega 13 mil títulos, com o programa Cada Família um lote.
  • Desapropriação de 31 áreas em benefício de trabalhadores sem terra, com mais de 8mil hectares.
  • Encampa empresas de ônibus, restaura 500 ônibus e recupera a Fábrica de Carrocerias CIFERAL.
  • Cria linhas de ônibus da Zona Norte do Rio para as praias da Zona Sul, enfrentando reações dos setores mais conservadores;
  • Trava batalha política e consegue junto ao congresso, para o Rio de Janeiro e para os demais Estados onde existe extração de petróleo, o direito a royalties.
  • Duplicação da estação de tratamento de água do Guandu, que abastece a capital fluminense.
  • Estrutura Programa de Medicina preventiva, contratando 8mil profissionais na área da saúde
  • Recupera dez hospitais e introduz serviço odontológico nos CIEPs

[editar] Polêmicas

PTB

Em 1979 o Brasil teve a anistia e os que foram exilados pelo regime militar puderam retornar ao país. Brizola retorna e, com a nova lei partidária, tenta reorganizar seu antigo PTB. Porém, Ivete Vargas o derrota na justiça e consegue para si a sigla partidária. De acordo com a avaliação de Brizola e demais dirigentes do PDT, o PTB de Ivete Vargas passou a ser um partido de direita, lançando inclusive para candidata ao governo do estado em 1982 Sandra Cavalcanti, ex-secretária de Carlos Lacerda, da antiga UDN, partido opositor ao antigo PTB. O novo PTB nega que seja um partido de direita, embora tenha uma postura claramente identificada como tal. Esse caso ficou conhecido quando simbólicamente rasgou a sigla PTB numa coletiva

Neusinha Brizola

A imprensa explorou bastante os atritos públicos que ele teve com sua filha Neusa Goulart Brizola, a Neusinha. Quando jovem, ela se lançou na carreira de cantora, emplacando um único sucesso: Mintchura (1980). Às vésperas das eleições municipais, Neusinha posou nua para a Playboy. Chegou a fazer as fotos, mas seu pai - então governador - impediu a revista de publicá-las, contra a vontade de Neusinha e o contrato assinado por ela. Além disso, a imprensa noticiava com frequência o envolvimento de Neusinha com as drogas, por conta de sua dependência química. Os escândalos e sua consequente exploração política pela imprensa geraram desgaste, e depois rompimento de relações entre Brizola e Neusinha. Posteriormente, Brizola se reconciliou com a filha.

Plano Cruzado

Em março de 1986 o presidente Sarney e sua equipe econômica liderada pelo ministro da fazenda Dilson Funaro lançaram o Plano Cruzado de combate à inflação, sendo o principal ponto o congelamento de preços. Sarney faz um apelo emocional à população para que todos se tornassem fiscais do Sarney e denunciassem fraudes ao congelamento de preços. A popularidade de Sarney aumentou. Era ano de eleição para os governos estaduais. No programa de televisão de seu partido, Brizola então denunciou que o Plano Cruzado era apenas uma estratégia para o PMDB, partido de Sarney, ganhar as eleições na maioria dos estados e que depois das eleições a inflação voltaria. De fato, o PMDB elegeu governadores em 22 dos 23 estados da época e após as eleições, em novembro, houve a liberação dos preços - com a volta da inflação.

Briga com a Rede Globo

Marcaram bastante na carreira de Brizola os desentendimentos que teve com parte da imprensa, em especial uma longa briga com a Rede Globo.

Roberto Marinho, que controlava o jornal O Globo e a Rádio Globo, fez pressão contra Brizola quando este postulava o cargo de Ministro da Fazenda de João Goulart. Roberto Marinho, foi um dos homens que mais lucrou com a instalação da ditadura militar no Brasil, mesma ditadura que cassou Brizola.

Em 1982 , Roberto Marinho foi acusado de participar do esquema Proconsult, que visava a divulgar resultados falsos da eleição para governador do Rio de Janeiro e impedir Brizola de vencer. O plano de fraude foi denunciado pelo Jornal do Brasil e abortado, após Brizola denunciá-lo pessoalmente na imprensa.

A fraude consistiria num sistema informatizado de apuração dos votos, feito pela empresa Proconsult, de propriedade de antigos colaboradores do regime militar. Ela usaria um "fator x" na contagem dos votos, para que mais votos fossem contabilizados para Moreira Franco, candidato do PDS (antiga Arena). A fraude foi extensamente documentada pelo Jornal do Brasil e reatada posteriormente por Paulo Henrique Amorim, Maria Helena Passos e Eliakin Araújo. (3)e (4)

Em 1984, Brizola, então governador, quebrou o monopólio da Rede Globo na transmissões de carnaval, concedendo o direito à Rede Manchete, de Adolpho Bloch.

Em 1989, Brizola então em primeiro lugar nas pesquisas de opinião para eleição para presidente, viu a Globo sabota-lo com uma chuva de acusações em Rede Nacional contra sua pessoa enquanto fazia programas especiais para tentar vender a candidatura do então desconhecido Fernando Collor de Melo (com direito a Globo Reporter e tudo). Fernando Collor venceu. Porém as acusações da rede Globo à Brizola parece que foram feitas a pessoa errada.

Em 1992, Roberto Marinho, em um editorial no jornal O Globo e no noticiário "Jornal Nacional", chamou Brizola de "senil". Isso valeu a Brizola direito de resposta no Jornal Nacional, que foi lido por Cid Moreira, dois anos depois, em 1994.

Ainda em 1994, Brizola teve mais um sério atrito com a TV Globo, após exibição de uma reportagem sobre Neusinha Brizola onde ela lhe fazia pesadas críticas. Somente anos depois Brizola ganhou direito de resposta.

A mentira do "El Raton"

Algum tempo após Brizola fugir para o exílio, surgiu um boato (muito propagado por grupos da direita brasileira) a respeito de um acontecimento que teria gerado uma discórdia visceral entre o presidente de Cuba Fidel Castro e Brizola.

Diz-se que Brizola teria tido um encontro em Cuba com Fidel para tentar conseguir deste apoio financeiro para a organização de um movimento armado contra o regime militar então instalado no Brasil. Fidel então teria dado a Brizola cerca de 1 milhão de dólares (na época uma quantia enorme de dinheiro) para financiar "La Revolucion Socialista en Brasil".

O que teria acontecido após esse encontro, segundo os propagadores deste boato, é que Brizola teria dado uns trocados (uma ínfima parte do dinheiro recebido de Fidel Castro) para uma meia dúzia de gatos pingados para que estes fizessem "La Revolucion" acontecer no Brasil e teria embolsado a maior parte do dinheiro que recebera, utilizando o dinheiro para comprar fazendas no Uruguai e na Austrália, o que explicaria o grande patrimônio acumulado por Brizola durante os anos de exílio.

Dizem que, após tomar conhecimento do ocorrido, Fidel Castro teria ficado muito aborrecido com Brizola e passado a se referir a este como "El Raton" (O Ratão, em espanhol).

Alguns anos depois, durante uma visita ao Brasil já após a redemocratização, Fidel Castro teria afirmado a um colunista do Jornal do Brasil que jamais houvera "El Raton", o que pode ser encarado então como um desmentido oficial de Fidel Castro a esse boato.

Declarações polêmicas
  • Eleições de 1989
    • Em um dos debates televisionados, Brizola discutiu com Paulo Maluf, este chamou Brizola de desequilibrado, enquanto Brizola o acusou de ser um "parapsicopata".
    • Ao ser indagado por uma repórter se teria fugido para o Uruguai vestido de mulher, Brizola respondeu "Sim, tua mãe me emprestou as calcinhas". No programa Show de Calouros, de Sílvio Santos, respondendo à mesma pergunta feita então por Sérgio Mallandro, Brizola, um tanto aborrecido, respondeu que na verdade fugiu para o Uruguai vestido em farda militar. (5)
    • Ao ser indagado sobre apoiar Lula no segundo turno, Brizola disse: "Cá para nós: um político de antigamente, o senador Pinheiro Machado disse que a política é a arte de engolir sapos. Não seria fascinante fazer esta elite engolir o Lula, esse sapo barbudo? Vamos no menos pior, pelo menos...". Essa declaração causou revolta na campanha de Lula, que passou a ser conhecido, ironicamente, como sapo barbudo. (6)
  • Metrô
    • Em 1992, quando governador do Rio de Janeiro, ao ser questionado sobre a falta de investimentos no metrô carioca, Brizola respondeu que o metrô do Rio de Janeiro era muito caro para o estado, sem financiamento federal e que seria mais barato pagar táxi para todos os seus usuários. Em seu governo, Brizola abandonou as obras de expansão do metrô do Rio de Janeiro, chegando a desativar as estações do então chamado "pré-metrô" (Del Castilho, Inhaúma e Engenho da Rainha) e transformando o túnel entre Copacabana e Botafogo num estacionamento subterrâneo de automóveis.
  • Lula e alcoolismo
    • Brizola, na campanha de 1989, sempre que podia, dava a entender que Lula tinha problemas com álcool. Para apaziguar os ânimos chegou a dizer em certa ocasião que Lula havia bebido um copo de cerveja antes do debate, assim como ele havia bebido um cálice de vinho.
    • A última polêmica em que Brizola se envolveu foi por ocasião de entrevista ao jornalista estado-unidense Larry Rohter (correspondente do The New York Times), na qual mencionou o alto consumo habitual de bebidas alcoólicas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na matéria jornalística, o jornalista utilizou a declaração de Leonel Brizola, entre outras fontes, para fundamentar uma acusação de alcoolismo contra o presidente Lula.
Afilhados políticos rebeldes
  • César Maia - Assessor direto de Brizola em suas campanhas, Cesar Maia rompeu com Brizola ao apoiar publicamente o plano econômico de Fernando Collor em 1990, quando era o nome mais cotado para concorrer ao governo do estado do Rio. Migrou, na época para o PMDB, e hoje está no PFL
  • Marcello Alencar - Grande aliado de Brizola, prefeito do Rio indicado por ele em 1983, apoiado por ele nas eleições de 1988 e um de seus possíveis sucessores na liderança do partido, Marcello Alencar começou um rompimento com Brizola em 1992, quando era prefeito do Rio de Janeiro, e discordou da posição de Brizola em relação a Collor e por não ter seu candidato, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, então secretário de obras, indicado para concorrer à prefeitura do Rio, já que, por influência direta de Brizola o partido escolhera Cidinha Campos. Migrou então para o PSDB levando todos os seus assessores.
  • Anthony Garotinho - Político de Campos, cidade do interior do estado e um dos possíveis sucessores de Brizola, Garotinho começou seu rompimento com Brizola em 1994 quando era candidato a governador. Seus atritos tornaram-se tão fortes que ele se desligou do PDT, filiando-se ao PSB. Atualmente está no PMDB.

[editar] Críticas

Jogo do bicho e o crime organizado

Quando governador do Rio de Janeiro, Brizola foi acusado de apoiar o Jogo do Bicho e os bicheiros, frequentemente envolvidos com a criminalidade urbana, o tráfico de drogas. Segundo seus críticos, esse suposto apoio de Brizola teria sido fundamental para a consolidação do crime organizado no Rio de Janeiro, e a consequente onda de violência que tem varrido o Estado desde então. Isso aconteceu porque Brizola, em seu governo, adotou a linha de ação de seu partido, na preservação dos chamados direitos humanos, em contraposição ao que era considerado arbitrariedade do estado. Essa política implicava, entre outras coisas, a não ocupação de favelas pela polícia e a garantia de posse dos terrenos ocupados aos moradores (muito embora esses títulos de propriedade tenham sido considerados irregulares por alguns juristas, posteriormente).

Em defesa de Brizola, seus simpatizantes lembram que, apesar das polêmicas, já no início de 1981 a imprensa já dava conta da existência de uma "guerra civil" no Rio de Janeiro. (2)

No fim de 1985, no último dia do ano, Brizola sofreu um duro golpe, com a fuga espetacular de Escadinha do presídio de segurança máxima da Ilha Grande, resgatado de helicóptero por José Carlos Gregório, o Gordo. Esse fato fez com que novas críticas à política de segurança fossem feitas pela imprensa, notadamente a Rede Globo. Somente em 1994 Gordo admitiria então que a fuga de Escadinha fora facilitada por políticos que queriam enfraquecer Brizola. (8)

Em 1986, a violência urbana foi o principal tema da campanha do candidato do PMDB ao governo do estado, Moreira Franco, apoiado por Sarney e seu Plano Cruzado. Durante a campanha, Moreira chegou a garantir que acabaria com a violência em 6 meses, se fosse eleito. Quando foi de fato eleito, porém, Moreira não acabou com a violência, e teve tantos críticos como Brizola, já que em alguns momentos repetiu o discurso de Brizola sobre direitos humanos.

"Se ele conhece um meio de se chegar ao objetivo que sugere sem colocar em risco a vida de centenas de moradores da favela, que mostre o caminho", disse Moreira, então governador, em resposta ao ministro Paulo Brossard, da Justiça, que havia questionado a não invasão das favelas no Rio. (1)

No segundo governo de Brizola, as acusações tornaram-se muito mais sérias, devido especialmente aos constantes atritos entre Nilo Batista, secretário de polícia civil e vice-governador, e seus comandados.

Nilo Batista é um criminologista famoso nacionalmente por defender o fim do encarceramento como medida de combate à criminalidade. A ação de Nilo era vista como um impedimento à atuação dos policiais e chegou ao ponto de Nilo proibir o uso de rádios pelos policiais (a famosa "malha zero" da polícia civil do Rio de Janeiro) em retaliação ao fato de que eles conversavam frequentemente usando termos pejorativos contra ele (chamavam-no de "Nulo Batista") e falando até em atacá-lo. Nilo era uma figura sem prestígio junto aos policiais por ser um advogado notório por defender criminosos em julgamentos.

No fim de seu governo em 1994, Brizola saiu do cargo para se candidatar à presidência e Nilo Batista assumiu definitivamente o governo. No final de 1994 os dois sofreriam um duro golpe com a "operação Rio" de combate à violência (que consistia na intervenção das forças armadas no patrulhamento das cidades) e também com a intervenção no Banerj (o banco estadual), avaliado como "em situação crítica" pelo Banco Central do Brasil.

Enriquecimento

Em 2001, a Revista Veja (7) veiculou matéria em que apontava que Brizola teria quadruplicado o seu patrimônio após a volta do exílio. A matéria foi baseada em documentos cedidos pelo próprio filho de Brizola, José Vicente.

De acordo com a revista, os documentos cedidos por José Vicente apontavam que o patrimônio de Brizola aumentara em R$ 10,7 milhões. Em 1983 (às vésperas de assumir seu mandato como governador do Estado do Rio), possuía um patrimônio de quatro milhões e meio de reais. Ao morrer, seus bens somavam pelo menos quinze milhões. De acordo com Brizola, seu patrimônio teria sido herança de sua falecida mulher, Neusa, irmã do presidente João Goulart. Segundo ele, o patrimônio é resultado de investimentos feitos com estes recursos herdados.

Em 2001, o filho de Brizola era deputado estadual pelo PT (ele havia brigado com o pai em 2000 e saído do PDT, onde era deputado) do Rio Grande do Sul e presidente da Loteria do Estado do Rio Grande do Sul. Brizola atribuiu a a veiculação desta reportagem ao PT do Rio Grande do Sul, e ameaçou processar a revista Veja, o PT do Rio Grande do Sul e o próprio filho José Vicente. Na ocasião, Brizola também acusou seu filho de abusar da bebida.

Até o seu falecimento, Brizola nunca chegou a processar a revista. Seu filho, José Vicente, durante o velório do pai, declarou que tinha havido a reconciliação dos dois alguns dias antes do falecimento.

É importante salientar que Brizola nunca foi acusado formalmente (ou judicialmente) de enriquecimento ilícito, e que a reportagem de Veja apenas apontou a evolução patrimonial de Brizola - dados que não chegaram a ser contestados pelo mesmo. O fato de a revista apontar esta evolução foi interpretado por muitos como insinuação de que Brizola a teria conseguido ilicitamente, e foi esta insinuação que Brizola combateu.

A reportagem que revelava a evolução patrimonial de Brizola foi objeto de protestos na Câmara dos Deputados (20 discursos) e no Senado Federal (18 discursos).

[editar] Amor e ódio

Brizola foi sempre polêmico e alimentou reações de amor e ódio. Seus simpatizantes o amavam, seus opositores o odiavam. Não havia meio-termo, muito embora opositores de ontem pudessem ser os aliados de amanhã e vice-versa.

Brizolismo

Surgiu então o brizolismo. Os simpatizantes de Brizola eram chamados brizolistas e seus opositores se autodenominavam anti-brizolistas. No Rio de Janeiro a praça Floriano, Cinelândia, era conhecida nos anos 80 como brizolândia, devido à atuação de militantes do PDT, notadamente o sr. José Ferreira, o Ferreirinha e Ernani Pernambuco.

Antibrizolismo

Em 1988, os candidatos à prefeitura do Rio se proclamavam contra o 'brizolismo' e pregavam o voto útil, ou seja, cada um se dizia o único com chance de derrotar Marcelo Alencar, do PDT, então diziam que todos os eleitores dos outros candidatos deviam votar nele para derrotar Marcelo e o brizolismo.

Em 1990, o candidato a deputado estadual Alcides Fonseca percorria as ruas do Rio de Janeiro se autoproclamando o candidato antibrizolista. Ele chegou a fazer propaganda oferecendo prêmio a quem mostrasse o diploma de engenheiro de Brizola, já que ele insinuava que Brizola não possuía tal graduação.

Canções brizolistas e antibrizolistas
  • Os brizolistas cantavam pelas ruas o tema da campanha:
"Lá lá lá lá lá Brizola
Lá lá lá lá lá Brizola
O voto no Brizola só pode nos trazer
Um tempo bem melhor pra se viver"
  • Já seus inimigos cantavam:
"Lá lá lá lá lá Brizola
Lá lá lá lá lá Brizola
Quem vota no Brizola merece receber
Um tiro na cabeça pra aprender"
  • Após Lula ultrapassar Brizola na contagem dos votos, nos últimos momentos da apuração do primeiro turno, os eleitores de Lula cantavam:
"Lula já passou Brizola
Lula já passou Brizola"
  • Em 1990, a campanha eleitoral de Nelson Carneiro, do PMDB ao governo do estado usou crianças para cantar a sua versão injuriosa da música de Brizola:

"Blá Blá Blá Blá Blá Brizola

Blá Blá Blá Blá Blá Brizola
Quem vota no Brizola só pode receber
A vida inteira pra se arrepender"

O PDT então denunciou a campanha por estarem usando crianças, e o PMDB se viu numa situação muito ruim, já que alguns pais de crianças filmadas disseram que nem sabiam de nada e que a equipe do PMDB tinha feito tudo sem o conhecimento deles. O PMDB foi obrigado a tirar a cena do ar.

[editar] Curiosidades

  • Brizola era torcedor declarado do Bangu, pequeno clube do Rio de Janeiro, que chegou a ser vice-campeão brasileiro em 1985, quando Brizola ainda era governador do estado. Coincidência ou não, em 1987 houve uma reformulação do campeonato brasileiro, com apoio da Rede Globo e o Bangu foi colocado na segunda divisão, chamada então "módulo amarelo".
  • Em 1990, Brizola e Lula, ainda em clima de união pela campanha do segundo turno em 1989 fizeram um acordo e no programa televisivo de ambos os partidos um cedeu um espaço de 3 minutos ao outro. Lula o chamava então de "companheiro Brizola". Apesar disso, nas eleições para governador do Rio de Janeiro, o PT não apoiou Brizola e lançou candidato próprio, Jorge Bittar.
  • Nas eleições de 1989, embora tenha chegado a obter quase 60% dos votos nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina, Brizola obteve apenas 1,5% dos votos no estado de São Paulo. Se o porcentual de paulistas que tivessem votado em Brizola fosse de apenas 4%, ele teria passado ao segundo turno. O PDT pediu, antes do pleito, vários tipos de verificações, auditorias e monitoramento ao TSE, que negou o pedido do partido. No fim, Brizola foi derrotado por menos de 500.000 votos, ou 0,5% do eleitorado, sem direito a recontagem.
  • Nas favelas e nos presídios do Rio de Janeiro, "brizola" é uma gíria que significa cocaína.

[editar] Cronologia

  • 1922 - nasce em Cruzinha
  • 1945 - participa da fundação do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) no Rio Grande do Sul.
  • 1946 - é eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul.
  • 1950 - é reeleito deputado estadual.
  • 1951 - perde a eleição para prefeito de Porto Alegre por 1% dos votos.
  • 1952 - assume como secretário de obras do Estado no governo Ernesto Dornelles.
  • 1954 - é eleito deputado federal com até então a maior votação alcançada no Rio Grande do Sul
  • 1955 - é eleito prefeito de Porto Alegre, como votação maior que a de todos os demais candidatos juntos.
  • 1958 - é eleito governador do Rio Grande do Sul, aos 36 anos, e dá inicio a um projeto que construiu mais de 6000 escolas no RS durante seu mandato. Os CIEPs (Centros Integrados de Ensino Público, também chamados de brizoletas) eram de madeira, e deveriam ter sido gradualmente substituídos por prédios de alvenaria, ação nunca realizada por seus sucessores. Muitos CIEPs funcionam até hoje.
  • 1961 - lidera a Campanha da Legalidade, movimento popular de resistência contra as forças golpistas militares que tentavam impedir a posse do vice-presidente João Goulart em virtude da renúncia de Jânio Quadros
  • 1962 - vai para o Rio de Janeiro e é eleito deputado federal com um terço dos votos válidos.
  • 1964 - com o golpe de 1964, Brizola tem os direitos políticos cassados e é exilado para o Uruguai.
  • 1977 - é expulso do Uruguai, a pedido da ditadura brasileira e deportado para os Estados Unidos. Lá, mantém boas relações com Jimmy Carter.
  • 1978 - vai para Portugal, e junto com outros exilados faz a carta de Lisboa.
  • 1979 - volta ao Brasil com a anistia brasileira, e retorna à política. Funda, com outros trabalhistas históricos, o PDT, após perder a sigla na justiça.
  • 1982 - é eleito governador do Rio de Janeiro. Inicialmente defende a prorrogação do mandato do general João Baptista Figueiredo por mais dois anos, mas em 1984, após intensa pressão popular, passa a apoiar a campanha pelas Diretas-já.
  • 1986 - causou polêmica ao se posicionar contra o Plano Cruzado, quando a maioria dos políticos apoiava o plano econômico. Na época foi hostilizado por seus opositores, mas quando o plano naufragou, colheu dividendos políticos por sua oposição a ele. Posteriormente, muitos políticos passaram a usar o mesmo discurso de Brizola após as eleições e o fracasso do Plano Cruzado.
  • 1989 - candidata-se à Presidência da República, ficando em terceiro lugar (bem próximo de Luiz Inácio Lula da Silva, que passou para o segundo turno sendo então derrotado por Fernando Collor de Mello). Brizola obtém 11 166 228 votos contra 11 622 673 votos de Lula. No segundo turno, Brizola apoiou Lula contra Collor.
  • 1990 - é eleito governador do Rio de Janeiro pela segunda vez, desta vez com cerca de 60% dos votos, dispensando a necessidade de realização de segundo turno.
  • 1992 - Causa surpresa ao não apoiar a campanha pelo impeachment de Fernando Collor, então presidente. Brizola chegou mesmo a pendurar um bandeira brasileira na janela conforme o apelo do presidente, enquanto a maioria da população colocava panos negros em protesto. Tal postura acabaria se confirmando como a "Waterloo" de sua vida política.
  • 1993 - Faz campanha contra o parlamentarismo, no plebiscito que definiria forma e regime de governo no Brasil.
  • 1994 - é novamente derrotado em eleição para a Presidência da República, tendo recebido votação insignificante (recebeu menos votos do que o cardiologista Enéas Carneiro, do famoso bordão "Meu nome é Enéas").
  • 1998 - é candidato a vice-presidente na chapa de Lula, mas são derrotados novamente por Fernando Henrique Cardoso, reeleito.
  • 2000 - é candidato a prefeito do Rio de Janeiro, mas é derrotado mais uma vez, por Benedita da Silva,Luiz Paulo Conde e Cesar Maia, este eleito em segundo turno.
  • 2002 - lança-se candidato ao Senado. Derrotado mais uma vez, termina a disputa em sexto lugar, com 1 237 488 votos. Nas eleições para a Presidência, Brizola apóia o candidato (derrotado) Ciro Gomes.
  • 2004 - falece no Rio de Janeiro

[editar] Falecimento

Presidente Lula comparece ao velório.
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Presidente Lula comparece ao velório.

Seis dias antes de morrer, Leonel Brizola chegou à sua residência no Rio de Janeiro, vindo de sua fazenda no Uruguai, com infecção intestinal e forte gripe. Apresentava febre e vômitos e estava bastante debilitado. Apesar de acamado, continuou a receber visitas de políticos, entre os quais Anthony Garotinho e sua filha Clarissa Mateus, além de seus afilhados políticos Carlos Lupi e Jorge Roberto Silveira e de seu ex-rival Moreira Franco.

Sua situação piorou ainda mais três dias depois. Depois de muita resistência, Brizola concordou em ir a um hospital nas proximidades. Uma tomografia dos pulmões mostrou infecção respiratória (pneumonia). Feita ultra-sonografia do coração, nada de anormal foi encontrado.

Brizola estava entrando no elevador para deixar o hospital quando, segundo seu médico particular, apresentou um edema no pulmão, significando grave insuficiência cardíaca. Novos exames confirmaram infarto agudo do miocárdio. Brizola morreu às 21h20 do dia 21 de Junho de 2004.

Seus funerais foram marcados por ampla cobertura da Rede Globo, até pouco tempo antes dirigida por seu antigo desafeto, Roberto Marinho (já então falecido). O presidente Lula, ex-aliado e à época adversário, decretou luto oficial de três dias por ocasião de seu falecimento, e compareceu a seu velório no Palácio Guanabara - no qual foi impiedosamente vaiado. Em seu velório carioca, Brizola foi amplamente aclamado como "nacionalista".

Depois de ainda ter sido velado em Porto Alegre, Brizola foi sepultado em São Borja, na fronteira Oeste do Estado do Rio Grande do Sul.

[editar] Vida pessoal

Leonel Brizola foi casado com Neusa Brizola, falecida em 1993, com que teve uma filha, Neusinha Brizola, e dois filhos, José Vicente Goulart Brizola e João Otávio Goulart Brizola.

Sua relação com os filhos foi marcada por escândalos e polêmicas. Neusinha Brizola envolveu-se com drogas e José Vicente insinuou que o pai teria se envolvido com enriquecimento ilícito.

Nos últimos dez anos de vida, sua companheira foi Marília Martins Pinheiro.

Precedido por:
Martin Aranha
Prefeito de Porto Alegre
19561958
Sucedido por:
Tristão Sucupira Viana
Precedido por:
Ildo Meneghetti
Governador do Rio Grande do Sul
19591963
Sucedido por:
Ildo Meneghetti
Precedido por:
Chagas Freitas
Governador do Rio de Janeiro
19831987
Sucedido por:
Moreira Franco
Precedido por:
Moreira Franco
Governador do Rio de Janeiro
19911994
Sucedido por:
Nilo Batista
Nota

^  Foi batizado com o prenome Itagiba mais tarde modificado para Leonel[10].

[editar] Ligações externas


Governadores do Rio Grande do Sul
(1889 — 2006)
Bandeira do Rio Grande do Sul

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