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Jânio Quadros - Wikipédia

Jânio Quadros

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Esta página é sobre o presidente da república do Brasil. Se procura outros significados da mesma expressão, consulte Presidente Jânio Quadros.
Jânio Quadros
Jânio Quadros
Presidente do Brasil
Mandato: 31 de janeiro de 1961até
25 de agosto de 1961
Vice-Presidente João Goulart
Precedido por: Juscelino Kubitschek
Sucedido por: Ranieri Mazzilli
Data de nascimento: 25 de Janeiro de 1917
Local de nascimento: Campo Grande (MS)
Data da morte: 16 de Fevereiro de 1992
Local da morte: São Paulo (SP)
Primeira-dama: Eloá Vale
Partido político: PTN
Profissão: advogado e professor de português
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Jânio da Silva Quadros (Campo Grande, 25 de janeiro de 1917São Paulo, 16 de fevereiro de 1992) foi um político e o décimo-sétimo presidente do Brasil; entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961 — data em que pediu a renúncia, alegando que "forças terríveis" o obrigavam a esse ato.

Índice

[editar] Formação acadêmica

Formado em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Jânio Quadros pôde dar aulas de língua portuguesa no Colégio Dante Alighieri, sendo considerado excelente professor. Tempos depois, lecionou Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

[editar] Vida politica

Nascido no antigo estado do Mato Grosso, mas criado desde cedo na capital paulista, era oriundo do bairro da Vila Maria (seu histórico e mais cativo reduto eleitoral), em 1947 foi eleito suplente de vereador na cidade de São Paulo pelo Partido Democrata Cristão (mesmo do jovem André Franco Montoro, a quem enfrentaria em uma eleição estadual 35 anos depois). Mas com a cassação dos mandatos dos parlamentares do Partido Comunista Brasileiro (por determinação geral do então presidente Eurico Gaspar Dutra), pôde assumir uma cadeira na Câmara Municipal, desempenhando mandato entre 1948 e 1950. Na ocasião ficou conhecido como o maior autor de proposições, projetos de lei e discursos de todas as casas legislativas do país no período, assinando ainda todas as propostas e projetos considerados favoráveis à classe trabalhadora. Na seqüência foi consagrado como o deputado estadual mais votado, com mandato entre 1951 e 1953. A seguir foi eleito prefeito da cidade de São Paulo, exercendo a função em 1953-1954, abandonando o cargo no ano seguinte à posse a fim de concorrer às eleições para governador (prática idêntica à adotada esse ano por José Serra). Seu vice, que assumiu no restante do mandato, foi José Porphyrio da Paz, mais conhecido hoje em dia por ser o autor do hino do São Paulo Futebol Clube. Ganhou o pleito sobre o favorito Adhemar de Barros (seu maior inimigo político) por uma pequena margem de votos, de cerca de 1%. Sua gestão foi entre 1955 e 1959. Durante o mandato (seu único que pode ser considerado exercido por inteiro), procurou executar ações que passassem uma imagem de moralização da administração pública e de combate à corrupção (uma prática comum era a das visitas surpresas às repartições públicas, a fim de verificar a qualidade do serviço oferecido à população) aliada com um empreendedorismo que buscava destaque e projeção, seja na criação de novos serviços e órgãos ou na construção de grandes obras, como pode se verificar, por exemplo, na criação do Complexo Penitenciário do Carandiru. Assim, angariou grande popularidade e se consagrou como um líder entre os paulistas. A presidência da República seria o passo a seguir mas, no final de 1958, a fim de não passar um "tempo ocioso" na política, se candidatou e se elegeu deputado federal pelo estado do Paraná com o maior números de votos, mas não assumiu o mandato. Em lugar disso, preparou sua candidatura à presidência pelo Partido Democrata Cristão com apoio da União Democrática Nacional (UDN). Utilizou como mote da campanha o "varre, varre vassourinha, varre a corrupção", cujo jingle tinha como versos iniciais:

varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já 'tá cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!, e também se dizia "homem do tostão contra o milhão".

Foi eleito presidente em 3 de outubro de 1960, para o mandato de 1961 a 1966, com 5,6 milhões de votos - a maior votação até então jamais obtida no Brasil - vencendo o marechal Henrique Lott de forma arrasadora, por mais de dois milhões de votos. Porém não conseguiu eleger o candidato a vice-presidente de sua chapa, Milton Campos (naquela época votava-se separadamente para presidente e vice). Quem se elegeu para vice-presidente foi João Goulart, do Partido Trabalhista Brasileiro. Os eleitos formaram a chapa conhecida como chapa Jan-Jan.

Qual a razão do sucesso de Jânio Quadros? Castilho Cabral, presidente do antigo Movimento Popular Jânio Quadros, sempre se perguntava por que esse moço desajeitado conseguiu realizar, em menos de quinze anos, uma carreira política inteira - de vereador a Presidente da República - que não tem paralelo na história do Brasil. Jânio não alcançou o poder na crista de uma revolução armada, como Getúlio Vargas. Não era rico, não fazia parte de algum clã, não tinha padrinhos, não era dono de jornal, não tinha dinheiro, não era ligado a grupo econômico, não servia aos Estados Unidos nem à Rússia, não era bonito, nem simpático. O que era, então, Jânio Quadros ?

Hélio Silva, em seu livro A Renúncia [1], tenta explicar:

Jânio trazia em si e em sua mensagem, algo que tinha que se realizar. E que excedia, até mesmo execedeu, sua capacidade de realização ... Todo um conjunto de valores e uma conjugação interesses somavam-se em suas iniciativas e aliavam-se, nas resistências que encontrou. Analisada, a renúncia não tem explicação. Ou melhor, nenhuma das explicações que lhe foram dadas satisfaz.

Jânio representava a promessa de revolução pela qual o povo ansiava. Embora Jânio fosse considerado um conservador - era declaradamente anticomunista - seu programa de governo foi um programa revolucionário.

Propunha a modificação de fórmulas antiquadas, uma abertura a novos horizontes, que conduziria o Brasil a uma nova fase de progresso, sem inflação, em plena democracia.

Assumiu a presidência (pela primeira vez a posse se realizava em Brasília) no dia 31 de janeiro de 1961.

Embora tenha feito um governo curtíssimo - que só durou sete meses - pôde, nesse período, traçar novos rumos à política externa e e orientar, de maneira singular, os negócios internos. A posição ímpar de Cuba nas Américas após a vitória de Fidel Castro e a descoberta da África, um novo continente, mereceu sua atenção. Comenta Hélio Silva em A Renúncia [2]:

Foi em seu Governo, breve mas meteórico, que se firmaram diretrizes tão avançadas que, muitos anos passados, voltamos a elas, sem possibilidade real de desconhecer as motivações que as inspiraram.

Para combater a burocracia, tomou emprestado a Winston Churchill - que usara o método durante a Guerra - o hábito de comunicar-se com ministros e assessores por meio de bilhetes - conhecidos como os bilhetinhos de Jânio [3] - os quais funcionário ou Ministro algum ousava ignorar. Adquirira esse hábito, que causou estranheza a alguns conservadores - e era até objeto de chacotas da oposição - no governo de São Paulo.

Um mestre inato da arte da comunicação, Jânio, no intuíto de se manter diariamente na "ribalta", utilizava factóides como a proibição do biquíni nos concursos de miss, a proibição das rinhas de galo, a proibição de lança-perfume em bailes de carnaval, e a tentativa de regulamentar o carteado.

Jânio condecorou, no dia 19 de agosto de 1961, com a Ordem do Cruzeiro do Sul Ernesto Che Guevara, o guerrilheiro argentino que fora um dos líderes da revolução cubana - e era ministro daquele país - em agradecimento por Guevara ter atendido a seu apelo e libertado mais de vinte sacerdotes presos em Cuba, que estavam condenados ao fuzilamento, exilando-os na Espanha. Jânio fez esse pedido de clemência a Guevara por solicitação de Dom Armando Lombardi, Núncio Apóstólico no Brasil, que o solicitou em nome do Vaticano. As possíveis conseqüências desse ato podem ter sido mal calculadas. Sua repercussão foi a pior possível. A oposição aproveitou-se desse mero ato de cortesia, feita a um governante que havia prestado um favor ao Brasil, para transformá-lo em tempestatade num copo d'água. Na imprensa e no Congresso começaram a surgir violentos protestos contra a condecoração de Guevara. Alguns militares ameaçaram devolver suas condecorações em sinal de protesto. Em represália ao que foi descrito como um apoio de Jânio ao regime ditatorial de Fidel, nesse mesmo dia, Carlos Lacerda entregou a chave do Estado da Guanabara ao líder anticastrista Manuel Verona, diretor da Frente Revolucionária Democrática Cubana, que se encontrava viajando pelo Brasil em busca de apoio à sua causa.

A Política Externa Independente - PEI [4], criada por San Tiago Dantas (juntamente com Afonso Arinos e Araújo Castro) e adotada por Jânio, introduziu grandes mudanças na política internacional do Brasil. O país transformou as bases da sua ação diplomática e esta mudança representou um ponto de inflexão na história contemporânea da política internacional brasileira, que passou a procurar estabelecer relações comerciais e diplomáticas com todas as nações do mundo que manifestassem interesse num intercâmbio pacífico.

Inaugurada em seu governo, foi firmemente conduzida pelo chanceler Afonso Arinos de Melo Franco. A inovação não era bem vista pelos Estados Unidos da América nem por vários grupos econômicos que se beneficiavam da política anterior e nem pela direita nacional, em especial por alguns políticos da UDN, que apoiara Jânio Quadros na eleição.

Enquanto o chanceler Afonso Arinos discursava no Congresso Nacional e divulgava, pela imprensa, palavras que conseguiam tranqüilizar alguns setores mais esclarecidos da opinião pública, a corrente que comandava a campanha de oposição à nova política externa, liderada por Carlos Lacerda, Roberto Marinho (rede Globo), Júlio de Mesquita Filho (O Estado de S. Paulo) e Dom Jaime de Barros Câmara (arcebispo do Rio de Janeiro), ganhava terreno entre a massa propriamente dita, a tal ponto que alguns de seus eleitores começaram a acusar Jânio de estar levando o Brasil para o comunismo.

Por outro lado as duras medidas internas, que visavam a combater a inflação - que foi crescente durante o governo JK - e já grassava solta após a inauguração de Brasília, bem como algumas medidas que visavam reorganizar a economia, desagradavam à esquerda. Jânio reprimia os movimentos esquerdistas, pelos quais não tinha simpatia alguma, e muitos deles eram liderados por João Goulart. Sua política de austeridade, baseada principalmente no congelamento de salários, restrição ao crédito e combate à especulação, desagradava inúmeros setores influentes.

Jânio nunca teve um bom esquema de sustenção no Congresso Nacional. Sua eleição se deu ao arrepio das forças políticas que compunham esse Congresso, que fora eleito em 1958, e já não mais correspondia às necessidades e às aspirações do eleitorado, que mudara de posição. Diz Hélio Silva, em A Renúncia [5] : O resultado do pleito em que Jânio recebeu quase 6 milhões de votos rompeu o controle das cúpulas partidárias.

[editar] O governo

No seu curto período de governo Jânio Quadros:

  • Criou uma nova política internacional, a política externa independente (PEI), visando estabelecer relações com todos os povos, particularmente os da área socialista e da África. Restabeleceu relações diplomáticas e comerciais com a Rússia e a China. Nomeou o primeiro embaixador negro da história do Brasil.
  • Defendeu a política de autodeterminação dos povos, condenando as intervenções estrangeiras. Condenou o episódio da Baía do Porcos e a interferência norte-americana que provocou o isolamento de Cuba.
  • Criou as primeiras reservas indígenas, dentre elas o Parque Nacional do Xingu, e os primeiro parques ecológicos nacionais.
  • Instalou uma ávara política de gastos públicos, enxugando onde fosse possível a máquina governamental. Abriu centenas e centenas de inquéritos e sindicâncias em um combate aberto à corrupção e ao desregramento na administração pública.
  • Enviou ao Congresso os projetos de lei antitruste, a lei de limitação e regulamentação da remessa de lucros e royalties, e a pioneira proposta de lei de reforma agrária. Naturalmente nenhum desses projetos jamais foi posto em votação pelo Congresso - hostil a seu governo - que os engavetou, uma vez que Jânio se recusava a contribuir com o que chamava de espórtulas constrangedoras que os congressistas estavam acostumados a exigir para aprovar Leis de interesse da nação.
  • Finalmente, proibiu o biquíni na transmissão televisada dos concursos de miss, proibiu as rinhas de galo, o lança-perfume em bailes de carnaval e regulamentou o jogo carteado. Por hilárias que possam ter parecido essas medidas na ocasião, mais de 45 anos depois, passados mais de dez presidentes pela cadeira que foi sua, todas essas leis editadas por Jânio ainda continuam em vigor.

[editar] A renúncia

Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, - o derrubador de presidentes - percebendo que Jânio fugia ao controle das lideranças da UDN, mais uma vez se colocou como porta-voz da campanha contra um presidente legitimamente eleito pelo povo (como havia feito com relação a Getúlio Vargas e tentado, sem sucesso, com relação a Juscelino Kubitscheck). Não tendo como acusar Jânio de corrupto, tática que usou contra seus dois antecessores, decidiu impingir-lhe a pecha de golpista.

Em um discurso no dia 24 de Agosto de 1961, transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, Lacerda denunciou uma suposta trama palaciana de Jânio e acusou seu Ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, de tê-lo convidado a participar de um golpe de estado.

Na tarde de 25 de Agosto, Jânio Quadros, para espanto de toda a nação, anunciou sua renúncia, que foi prontamente aceita pelo Congresso Nacional.

Especula-se que talvez Jânio não esperasse que sua carta-renúncia fosse efetivamente entregue ao Congresso. Pelo menos não a carta original, assinada, com valor de documento.

Cláudio Lembo, que foi Secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura durante o segundo mandato de Jânio, recorda dois pedidos de renúncia que Jânio lhe entregou - e preferiu guardar no bolso. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo [6] disse Lembo:

Ele fazia isso em momentos de tensão ou muito cansaço, ou de "stress", como os jovens dizem hoje. Era aquele cansaço da luta política, de quem diz ' vou embora '. Mas não era para valer.

Era voz corrente, na ocasião, que os congressistas não dariam posse ao vice-presidente, João Goulart, cuja fama de “esquerdista” agravou-se após Jânio tê-lo enviado habilmente em missão comercial e diplomática à China. Essa fama de “esquerdista” fora atribuída a Jango quando ele ainda exercia o cargo de Ministro do Trabalho no governo democrático de Getúlio Vargas (1951-1954), durante o qual aumentou-se o salário mínimo a 100% e promoveu-se reforma agrária – atitudes essas consideradas suficientemente "comunistas" pelos setores conservadores na época.

Por outro lado especula-se que Jânio estaria certo de que surgiriam fortes manifestações populares contra sua renúncia, com o povo clamando nas ruas por sua volta ao poder - como ocorreu com Charles de Gaulle. Por isso Jânio permaneceu por horas aguardando dentro do avião que o levaria de Brasília a São Paulo.

Tudo indica, entretanto, que algum tipo arranjo foi feito, nos bastidores da política, para impedir que a população soubesse em que local Jânio se encontrava nos momentos mais cruciais - imediatamente após a divulgação de sua carta de renúncia.

Jânio Quadros alegou a pressão de "forças terríveis" que o obrigavam a renunciar, forças que nunca chegou a identificar. Com sua renúncia abriu-se uma crise, pois os ministros militares vetavam o nome de Goulart. Assumiu provisoriamente Ranieri Mazzili, enquanto acontecia a campanha pela legalidade; nesta campanha destacou-se Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e cunhado de João Goulart (ou Jango como era conhecido no meio político). Com a adoção do regime parlamentarista, e consequente redução dos poderes presidenciais, finalmente os militares aceitaram que Goulart assumisse. O primeiro Primeiro-Ministro do Brasil foi Tancredo Neves. A experiência parlamentarista, contudo, foi revogada por um plebiscito em 6 de janeiro de 1963, depois de também terem sido primeiros-ministros Brochado da Rocha e Hermes Lima.

[editar] Cassação e regresso

No ano seguinte à renúncia Jânio tentou se eleger governador de São Paulo, mas acabou perdendo para o velho adversário Adhemar. Foi um dos três ex-presidentes a ter direitos políticos cassados com o golpe militar de 1964; os outros dois eram João Goulart e JK. Em 1968, após fazer um discurso considerado "subversivo" na cidade sul mato-grossense de Corumbá, foi detido pelas autoridades locais e ficou encarcerado por cerca de três meses.

Recuperou os direitos políticos em 1974, mas limitou-se a pronunciamentos, permanecendo afastado nas eleições legislativas de 1978. Em 1982 candidatou-se ao governo de São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro (agora de centro-direita, tendo pouca relação com a antiga legenda de Getúlio e Jango). Perdeu para Franco Montoro, do PMDB, mas em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo pelo mesmo partido, derrotando o candidato do governo, o senador Fernando Henrique Cardoso e Eduardo Suplicy, quando era tido como um nome ultrapassado no novo contexto da política brasileira, emergente do processo de redemocratização e da campanha das Diretas Já. Pode-se dizer que sua vitória foi de certa forma surpreendente. Seu mandato foi até o primeiro dia de 1989, quando passou o cargo para a esquerdista Luiza Erundina (que derrotou, entre outros, seu Secretário de Administração João Mellão Neto). Repetiu ali suas práticas populistas costumeiras: pendurou uma chuteira no seu gabinete (para dar conta do seu suposto desinteresse em prosseguir na política), proibiu jogos de sunga no Parque do Ibirapuera - onde então estava a sede da Prefeitura -, dissolveu o escola de balé municipal por conta do suposto homossexualismo dos docentes e tentou fechar os cinemas que exibiam o filme A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese, por considerá-lo desrespeitoso. Investiu mais em obras de infra-estrutura, no setor de limpeza pública, no saneamento básico e na saúde, além de um intenso programa habitacional, mas segundo analistas políticos usou de autoritarismo em algumas situações. No seu mandato, ficou vários dias afastado do cargo para cuidar da saúde de sua mulher, d. Eloá, e também de sua própria, já fragilizada com a idade. Não chegou a concluí-lo por inteiro, pois em seus últimos 10 dias resolveu viajar para Londres.

Parecia estar interesssado em concorrer à Presidência em 1989, mas, por conta da saúde precária, do falecimento de sua mulher e da ascensão política de Fernando Collor (a quem apoiaria posteriormente) - cujas práticas políticas eram muito semelhantes às suas - acabou por afastar-se da política. Faleceu em São Paulo no dia 16 de Fevereiro de 1992, já em um estado vegetativo, vítima de três derrames cerebrais.

Sua única filha Dirce Tutu Quadros (com quem tinha um intempestivo relacionamento) foi uma das fundadoras do PSDB e elegeu-se deputada federal, participando da Assembléia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição vigente desde 1988. Uma polêmica jurídica a cerca da perda de nacionalidade de Tutu, por conta de ter efetivada a naturalização para a cidadania norte-americana, fez com que ela logo em seguida se afastasse da política.

Jânio Quadro publicou as obras Curso prático da língua portuguesa e sua literatura (1966), História do povo brasileiro (1967, em co-autoria com Afonso Arinos), Novo Dicionário Prático da Língua Portuguesa (1976) e Quinze contos (1983).

Seu apelido era "Vassourinha", graças ao lema de sua campanha que pretendia "varrer" do Brasil os males da corrupção - uma clara alusão aos enormes gastos do governo de Juscelino Kubitschek, que gerou déficits orçamentários devido ao seu ambicioso Plano de Metas.

Wikiquote
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[editar] A carta-renúncia

"Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
"Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior. Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração.
"Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranqüilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo que não manteria a própria paz pública.
"Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes, para os operários, para a grande família do Brasil, esta página da minha vida e da vida nacional. A mim não falta a coragem da renúncia.
"Saio com um agradecimento e um apelo. O agradecimento é aos companheiros que comigo lutaram e me sustentaram dentro e fora do governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade. O apelo é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus patrícios, para todos e de todos para cada um.
"Somente assim seremos dignos deste país e do mundo. Somente assim seremos dignos de nossa herança e da nossa predestinação cristã. Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor. Trabalharemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria."
Brasília, 25 de agosto de 1961.
Jânio Quadros"


Precedido por:
Mário Covas
Prefeito de São Paulo
19861989
Sucedido por:
Luísa Erundina
Precedido por:
Juscelino Kubitschek
Presidente do Brasil
1961
Sucedido por:
Ranieri Mazzilli
Precedido por:
Lucas Nogueira Garcez
Governador de São Paulo
19551959
Sucedido por:
Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto
Precedido por:
Armando de Arruda Pereira
Prefeito de São Paulo
19531954
Sucedido por:
José Porfírio da Paz


[editar] Referências

[editar] Bibliografia

  • BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. O Governo Jânio Quadros. São Paulo: Brasiliense, 2ª edição, 1999.
  • CASTILHO CABRAL, Carlos. Tempos de Jânio e Outros Tempos., Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1962
  • CASTRO, Viriato de. O Fenômeno Jânio Quadros. São Paulo: Edição do autor, 2ª edição, 1959.
  • CASTELLO BRANCO, Carlos. A Renúncia de Jânio - Um depoimento. São Paulo: Ed. REVAN, 1996, 4ª Ed.
  • CHAIA, Vera. A Liderança Política de Jânio Quadros. Ibitinga, SP: Ed. Humanidades, 1992.
  • MELLÃO NETO, João. Jânio Quadros: 3 Estórias para 1 História. São Paulo:Ed. Renovação, 1982
  • NÓBREGA, Vandick Londres da. A Grandeza da Renúncia na Voz da História. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos S/A, 1982
  • QUADROS, Jânio. Os dois mundos das três américas. São Paulo: Martins, 1972.
  • QUADROS, Jânio e ARINOS, Afonso. História do Povo Brasileiro. São Paulo: J. Quadros Editores Culturais, SP, 1967.
  • QUADROS NETO, Jânio. Jânio Quadros - Memorial à História do Brasil. São Paulo: RIDEEL, 1996.
  • SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1992.
  • VALENTE, Nelson. A Vida de Jânio em Quadros. São Paulo: Editora Nacional, 1993
  • YAMASHIRO,José. Jânio -Vida e Carreira Política do Presidente. São Paulo: Livraria Lima Ltda, 1961.




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